Festo

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Mark Cartwright
por , traduzido por Jonas Tenfen
publicado em 15 maio 2012
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, italiano
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Phaistos Panorama, Crete (by Mark Cartwright, CC BY-NC-SA)
Panorama de Festo, Creta
Mark Cartwright (CC BY-NC-SA)

Localizada na fértil planície de Mesara, no centro de Creta, Festo (também grafada com em português como Faistó, Faistós ou Faestos) é habitada desde o período Neolítico Final (c. 3600 – 3000 a.C.). O período de maior influência foi no século XX ao XV a.C., época em que a cidade foi – junto com Cnossos, Mália e Zacro – um dos centros mais importantes da civilização minoica.

A colonização de Festo continuou na era micênica, e este período foi seguido por um breve ressurgimento no século VII a.C. A independência de Festo foi perdida quando finalmente conquistada em c. 180 a.C. por Gortina, a capital romana de Creta. Os artefatos do local incluem muitas placas de argila com inscrições em Linear A, selos e o célebre mas misterioso disco de Festo, um disco de argila coberta de símbolos indecifrados.

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Origem do Nome

É tradicionalmente atribuída a fundação de Festo a Minos, governante de Cnossos, ou a seu irmão Radamanto. O nome faz referência a Festo (filho ou neto de Hércules), que foi morto por Idonomeu, rei de Creta. Foi Idonomeu quem liderou os cretenses na Guerra de Troia, e Festo é descrita na Ilíada de Homero como “uma cidade bem habitada”.

Arquitetura

Os primeiros edifícios em grande escala datam de c. 3.000 a.C., mas foi a partir de 2.000 a.C. que os primeiros palácios foram construídos no local. O primeiro – e melhor – palácio foi construído entre 2.000 a. C. e 1.700 a. C. Este palácio minoico de grande escala foi construído em um amplo planalto na mais baixa das três colinas, com 97 metros de altura. O palácio em sua extensão, ocupara uma área de 8.400 metros quadrados e perdia apenas para Cnossos em tamanho e importância. Construída em três terraços, com um a três andares, era um edifício esplêndido, com grandes pátios (o maior tinha 1.100 metros quadrados), apartamentos reais, colunatas, escadas e poços de luz muito típicos da arquitetura palaciana minoica.

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Sugeriu-se que o palácio era um centro administrativo, fabril e comercial.

Sugeriu-se que o palácio era um centro administrativo, fabril e comercial, contando com armazenamento de mercadorias para o comércio interno e externo, e santuários para cultos religiosos – em especial, da Deusa Mãe. Alguns estudiosos argumentam que os milhares de selos, as placas com escrita Linear A e a qualidade e variedade da cerâmica encontrada – em especial, a cerâmica Camares – sugeririam que o palácio era algo mais do que um local de encontro comunitário e talvez fosse a sede de um poder teocrático. No entanto, as evidências arqueológicas são inconclusivas quanto ao papel específico do palácio para a comunidade. Certamente, o esplendor dos edifícios e a riqueza dos achados de cerâmica sugerem um período de grande riqueza para a cidade como parte uma rede mais ampla de locais na Creta minoica.

O primeiro complexo palaciano foi destruído por dois terremotos por volta de 1.700 a.C., e o segundo palácio logo foi construído sobre as ruínas do primeiro. Mais modesto que seu antecessor, o segundo palácio foi destruído em meados de 1.600 a.C. e abandonado até um breve renascimento no século XVI a.C., após o qual Festo se tornou segunda em importância, atrás da vizinha Hagia Triada, a sede local do poder sob os micênicos.

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Phaistos Disk (Side B)
Disco de Festo (Lado B)
Mark Cartwright (CC BY-NC-SA)

Achados arqueológicos

As escavações do local foram iniciadas no século XX pela Escola Arqueológica Italiana de Atenas e continuam até os dias atuais. Os extensos vestígios visíveis hoje em dia são principalmente do segundo palácio. Existem duas grandes escadarias – a entrada monumental do pátio principal (14 metros de largura) e a entrada do pátio oeste (6 metros de altura); uma grande área de teatro com nove fileiras de assentos ou degraus de pedra, com 24 metros de comprimento e capacidade para mais de 400 expectadores em pé; a quadra oeste, onde possivelmente aconteciam as célebres touradas; dois poços circulares murados; um saguão com bancos; quartos para estocagem; ruínas de poços de luz; e amplos apartamentos, um deles – o megaron do rei – ainda hoje com lajes originais de alabastro e interstícios de gesso vermelho.

Entre os diversos artefatos encontrados no local, o mais célebre é o único Disco de Festo. Este disco de argila, datado de 1.600 a.C, está impresso em ambos os lados com 241 símbolos ou hieróglifos cretenses em um padrão espiral. Pode dizer que o disco é um ancestral da tipografia, pois cada símbolo foi impresso separadamente com um carimbo. Apesar de muito esforço e debate acadêmicos, estes símbolos permanecem indecifrados. Os artefatos de Festo residem hoje principalmente no Museu Arqueológico de Iráklio, Creta.

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Bibliografia

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Sobre o tradutor

Jonas Tenfen
Jonas é professor de ensino médio no Brasil. Ele dedica sua vida profissional à gramática e à literatura, e ele também trabalha como tradutor e redator.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2012, maio 15). Festo [Phaistos]. (J. Tenfen, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-10228/festo/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Festo." Traduzido por Jonas Tenfen. World History Encyclopedia. Última modificação maio 15, 2012. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-10228/festo/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Festo." Traduzido por Jonas Tenfen. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 15 mai 2012. Web. 26 dez 2024.