Circo Máximo

Definição

Mark Cartwright
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 16 maio 2018
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, italiano, espanhol
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Ancient Chariot Race (by Ubisoft Entertainment SA, Copyright, fair use)
Corrida de Carros da Antiguidade
Ubisoft Entertainment SA (Copyright, fair use)

O Circo Máximo era uma pista de corridas de carros da antiga Roma, construída no século VI a.C.. Usada também para eventos tais como os Jogos Romanos e lutas de gladiadores, sediou as corridas até o século VI d.C. Parcialmente escavado no século XX e então remodelado, permanece atualmente como um importante espaço público, abrigando concertos musicais e comícios.

Usos Iniciais

O Circo Máximo, localizado no vale entre as colinas Palatina e Aventina, é o mais antigo e maior espaço público de Roma e a lenda diz que a construção foi erguida inicialmente no século VI a.C. pelos primeiros reis romanos, ainda que tenha assumido seu aspecto mais conhecido sob Júlio César. Sua principal função era como pista de corrida de carros e sede dos Jogos Romanos (Ludi Romani), que homenageavam Júpiter. Tratava-se dos jogos mais antigos da cidade, realizados em setembro, com 15 dias de corridas de carros e procissões militares. Além disso, Roma tinha muitos outros jogos e cerca de 20 destes tinham um ou mais dias acontecendo no Circo Máximo. Outros eventos realizados no local incluíam caçadas de animais selvagens, execuções e lutas de gladiadores, algumas das quais espetacularmente exóticas ao extremo, como, por exemplo, a competição que Pompeu organizou entre um grupo de gladiadores bárbaros e 20 elefantes.

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A parte externa do circo apresentava uma impressionante fachada de arcadas, nas quais lojas serviam às necessidades dos espectadores.

Dimensões

Com sua maior expansão durante o século I d.C., após a reconstrução que se seguiu a um incêndio em 64 d.C., o Circo tinha capacidade para 250.000 espectadores sentados em arquibancadas com 30 metros de comprimento e 28 metros de altura. As duas primeiras fileiras inferiores dos assentos eram feitas de concreto e pedra e o restante de madeira. Os assentos em curva na extremidade da pista datam do início do século I d.C. A parte externa do circo apresentava uma impressionante fachada de arcadas, nas quais lojas serviam às necessidades dos espectadores. Vitrúvio, o historiador da arquitetura romana, descreve um templo para a deusa Ceres no Circo, decorado com estátuas de terracota ou cobertas de bronze (Sobre a Arquitetura, 3.3.5).

O Circo Máximo tinha as seguintes características principais:

  • A pista, originalmente coberta de areia e medindo 540 x 80 metros.
  • Doze portões de partida (carceres) para os carros, arranjados em arco na parte aberta da pista.
  • Barreira decorada (spina ou euripus) completa, com obeliscos, estendendo-se no centro da pista.
  • Postes cônicos de curva (metae), situados em cada extremidade da pista.
  • Marcadores de volta (ovos e golfinhos), virados para baixo para marcar cada volta completada das sete que constituíam uma corrida típica.

Illustration of Circus Maximus, Rome
Ilustração do Circo Máximo de Roma
Ancient History Magazine / Karwansaray Publishers (Copyright)

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Corridas de Carros

Os carros em si tinham códigos de cores (vermelho, branco, verde e azul), puxados por grupos de 4, 6, 8 ou 12 cavalos. Os condutores vitoriosos não somente se tornavam ricos com os substanciais prêmios, mas também se transformavam em ídolos da multidão, particularmente para aqueles que tivessem feito apostas, em alguns casos bastante vultosas. Entre os vencedores famosos contavam-se Pôntio Epafrodito, Pompeu Muscloso e Díocles, mas talvez o mais famoso de todos, com mais de 2.000 vitórias, tenha sido Escorpo. Os cavalos, igualmente famosos, eram acompanhados pelos conhecedores entre a multidão. Afamadas por todo o mundo romano, as corridas no Circo Máximo se destacavam como as mais importantes entre os muitos circos que pontilhavam o Império e seu status é atestado pelas várias representações em mosaicos, esculturas em relevo e até moedas.

Os condutores vitoriosos não somente se tornavam ricos com os prêmios, mas também se transformavam em ídolos da multidão.

A última corrida de carros oficial no Circo Máximo aconteceu em 549 d.C., realizada por Totila, o rei ostrogodo. As instalações foram em grande parte abandonada, embora a família Frangipani tenha fortificado o local em 1144. As primeiras escavações ocorreram sob o papa Sisto V em 1587 e os dois obeliscos que se postavam originalmente como parte da spina foram recuperados. Um deles data de c. 1280 a.C., trazido por Augusto de Heliópolis, no Egito, em 10 a.C. Ele ficava na extremidade oeste da spina e acabou transferido para a Piazza del Popolo. O segundo obelisco, originalmente no centro da spina, data do reinado do faraó Tutmósis II (1504-1450 a.C.) e, no Egito, adornava o templo de Amon, em Karnak. O imperador Constantino I queria levá-lo para Constantinopla mas, após permanecer nas docas de Alexandria por 25 anos, terminou por ser transportado para Roma em 357 d.C. Agora pode ser visto na Piazza S. Giovanni, em Laterano (Roma).

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Circus Maximus [Present Day]
Circo Máximo na Atualidade
Mark Cartwright (CC BY-NC-SA)

Usos Posteriores

O local abrigou indústrias e até um gasômetro no século XIX mas, na década de 1930, a área foi limpa e convertida num parque projetado para lembrar a forma original do Circo. Também em 1930, o sítio foi novamente escavado, um processo que continuou entre 1978 e 1988. Revelaram-se os assentos originais, assim como os portões de partida e a spina. Porém, os dois últimos foram recobertos e se encontram nove metros abaixo do nível do solo atual. Os assentos curvados da extremidade continuam a ser escavados nos dias atuais, enquanto a maior parte do circo continua a ser usada para grandes eventos públicos, como concertos e comícios.

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Bibliografia

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Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2018, maio 16). Circo Máximo [Circus Maximus]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-12032/circo-maximo/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Circo Máximo." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação maio 16, 2018. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-12032/circo-maximo/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Circo Máximo." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 16 mai 2018. Web. 21 nov 2024.