Hernán Cortés foi um conquistador espanhol que comandou a conquista do Império Asteca, no México, a partir de 1519. Após tomar a capital asteca de Tenochtitlán, em 1521, Cortés saqueou a Mesoamérica após ser nomeado o primeiro governante da recém-criada colônia da Nova Espanha.
Era um líder inspirado e aproveitou cada oportunidade dada a ele no Novo Mundo. Com o uso de armas e táticas superiores, combinadas com a diplomacia para complementar sua escassa força de conquistadores com milhares de guerreiros indígenas, Cortés foi capaz de eliminar todos os opositores que surgiam em seu caminho. Inicialmente recompensado pela Coroa Espanhola, Cortés logo se encontrou submerso por uma nova onda de administradores coloniais e batalhas legais constantes, nas quais encarava acusações de abuso de autoridade, de apropriar-se de uma parte maior do que era devida dos despojos e de usar excessiva violência e terror contra os povos indígenas.
Vida Pregressa
Hernán Cortés de Monroy y Pizarro Altamirano nasceu em 1485, na cidade de Medellín, situada na região da Estremadura, na Espanha. A família pertencia à pequena nobreza e seu pai era um hidalgo (fidalgo). Hernán estudou Direito na Universidade de Salamanca a partir de 1499, mas, com 19 anos, decidiu deixar o país e tentar sua sorte nas colônias caribenhas. Após administrar uma fazenda situada na parte leste da ilha de Hispaniola (atual Santo Domingo) e trabalhar como notário em Azúa de Compostela, ele decidiu participar da conquista de Cuba, em 1511. Sete anos depois, com mais de 30 anos, ele estava ansioso por fama e glória. Talvez não somente em busca de ouro: Cortés era profundamente religioso e o espírito evangelizador, tanto para ele como para seus companheiros, era uma motivação extra para novas descobertas no Novo Mundo.
Dois mundos colidem
Diego Velázquez de Cuéllar (1485-1524), o governador de Cuba, tinha enviado várias expedições para explorar a costa continental da América. Elas começaram em 1517 e havia relatos de estranhos monumentos antigos de pedra e nativos vestidos com roupas brilhantes, com os quais os exploradores haviam conseguido finos objetos de ouro. O governador organizou outra expedição e escolheu como líder Hernán Cortés, que o havia servido como alcaide, ou principal magistrado, em Santiago de Cuba. Onze navios abrigavam 500 soldados e 100 marinheiros, todos aventureiros em busca de tesouros. No último minuto, receoso da escala dos preparativos de Cortés, Velázquez tentou chamar de volta seu tenente, mas era tarde demais. Como explica o historiador S. Sheppard, Cortés pode ter sido o líder da expedição, mas com certeza tratava-se um esforço grupal:
Cortés não era um general no comando de um exército profissional, era um cavalheiro que chegava às suas decisões somente através do consentimento de outros cavalheiros. Ao longo de sua campanha, sua liderança não tinha outras bases do que o status bastante frágil de primeiro entre iguais, e dependia inteiramente em sua visão, carisma e sucesso. (30)
Cortés era sem dúvida um comandante carismático e inspirador e, embora tivesse pouca experiência militar, mostrou-se, nos momentos cruciais, um líder capaz de tomar tanto decisões implacáveis quanto fazer apostas extravagantes para maximizar suas oportunidades numa situação geopolítica fluida e com mudanças constantes. Como Sheppard resume: "Um católico devoto e um bígamo, um cruzado e um oportunista, um renegado e um imperialista, Cortés era um homem de muitas contradições". (21)
A civilização Asteca (também denominada Mexica) tinha florescido a partir de c. 1345 na Mesoamérica, e no século XVI, abrangia a maior parte do México setentrional, uma área de cerca de 135.000 quilômetros quadrados habitada por aproximadamente 11 milhões de pessoas. Suas ferramentas para manter aquele frágil império unido eram a coerção militar, tomada de reféns e a cobrança de tributos, mas os astecas não haviam conquistado a todos. Os Tarascantecas e Tlaxcaltecas, em particular, continuavam a devassar as fronteiras do império. Os Tlaxcaltecas e outros povos iriam se mostrar inestimáveis aliados dos espanhóis, pois estavam ansiosos pelo colapso dos astecas.
Cortés desembarcou na costa de Tabasco, em Potonchán, no continente americano, em Março de 1519. O Velho Mundo estava prestes a se encontrar frente a frente com os atuais senhores da Mesoamérica. Cortés e seus homens não faziam ideia do que iriam encarar, mas, para garantir que ninguém ficasse tentado a voltar para casa, o comandante ordenou que seus navios fossem encalhados e despedaçados. Seria agora um caso de conquistar ou morrer.
As armas de aço e pólvora, cavalaria e táticas dinâmicas garantiram vitórias fáceis aos espanhóis contra os povos hostis que encontraram. As armas mesoamericanas eram primitivas se comparadas com as dos invasores. Eles possuíam espadas com gumes afiados de obsidiana, arcos, lanças e lançadores de dardos, cujo impacto era pequeno contra as armaduras de metal. Em contraste, as espadas de aço, lanças longas, bestas e armas com pólvora traziam a devastação contra guerreiros protegidos somente por vestes de algodão acolchoado e escudos de madeira. A cavalaria mostrou-se invencível contra qualquer número de atacantes mesoamericanos. Por fim, as táticas dos habitantes locais eram de pouca ajuda, já que estavam acostumados a uma guerra ritual, na qual a aparência e a captura de cativos eram a prioridade. Os oficiais mesoamericanos eram facilmente identificáveis devido às vestimentas extravagantes, motivo pelo qual tornavam-se os primeiros alvos dos espanhóis. Quando os oficiais eram mortos, com frequência as formações se desfaziam e os guerreiros fugiam em pânico. Os guerreiros mesoamericanos aprenderam então novas táticas e focaram em emboscadas em terrenos íngremes, para impedir a ação da cavalaria, mas ainda assim a esmagadora superioridade militar, a despeito da expressiva desvantagem numérica, permaneceu nas mãos dos espanhóis.
Um bônus significativo nestes encontros iniciais foi a captura de Malintzin (também conhecida como Marina, Malinali ou La Malinche), uma mulher maia que falava a linguagem nahuatl dos astecas e uma linguagem local maia, com a qual um dos homens de Cortés estava familiarizado. Os invasores poderiam agora se comunicar com potenciais aliados. Malintzin e Cortés tiveram um filho, Don Martin. Mais tarde, Cortés teve outro filho, também chamado Martin (sua mãe era Dona Juana Ramírez de Arellano, filha de um conde espanhol de Cuernavaca), mas foi seu filho ilegítimo com sua esposa maia que o conquistador favoreceu, acompanhando-o à Espanha e assegurando-se que fosse investido como cavaleiro na prestigiosa Ordem de Santiago.
O líder asteca Motecuhzoma (também conhecido como Montezuma, r. 1502-1520) logo teve notícias dos invasores importunos, mas, cautelosamente, aguardou os acontecimentos. Enquanto isso, Cortés estabelecia uma guarnição em Veracruz, na costa. Ele ignorou instruções para retornar a Cuba e, ao invés disso, enviou uma parte dos tesouros que tinha adquirido, com cartas requerendo apoio real, diretamente ao rei da Espanha, Carlos V, o Imperador do Sacro Império Romano (r. 1519-1556). Ele estava excedendo sua autoridade, uma vez que, tecnicamente, seria Velázquez que detinha o direito de adelantado, ou seja, o de conquistar território em nome do rei. A iniciativa despertou um grande furor, mas no final das contas Cortés, graças ao seu tesouro, foi autorizado a prosseguir com sua conquista, enquanto o governador foi removido do cargo. Nesse meio tempo, de volta ao México, os conquistadores marchavam terra adentro em Agosto de 1519, combatendo em primeiro lugar os Tlaxcaltecas. Cortés então manifestou sua habilidade diplomática e conseguiu persuadi-los a se juntar a ele na guerra contra os astecas. Os espanhóis e seus aliados alcançaram Tenochtitlán em Novembro.
Motecuhzoma e "La Noche Triste"
Localizada na margem ocidental do Lago Texcoco, a capital asteca de Tenochtitlán abrigavam mais de 200.000 habitantes, o que a fazia a maior cidade da América Pré-colombiana. Cobria cerca de 12-14 quilômetros quadrados e conectava-se à margem ocidental do lago e as áreas adjacentes por três caminhos elevados (nas direções norte, leste e oeste), que incluíam intervalos atravessados por pontes removíveis para permitir a passagem de barcos.
Os conquistadores foram autorizados a entrar na cidade pacificamente em 8 de Novembro, e se maravilharam com as impressionantes praça de comércio, os templos-pirâmides e os jardins flutuantes. Quando Cortés e Motecuhzoma se encontraram, inicialmente as relações foram amigáveis. Presentes valiosos foram trocados entre os dois líderes. Cortés recebeu um colar de caranguejos dourados e Motecuhzoma um colar de vidro veneziano preso num fio de ouro e perfumado com almíscar. O líder asteca pode ter estado receoso a respeito dos visitantes, após ter ouvido relatos de suas vitórias militares iniciais, mas também parecia indeciso sobre o que fazer com eles. Seja como for, a diplomacia foi pelos ares duas semanas depois, quando Cortés tomou Motecuhzoma como refém em 14 de Novembro. Os espanhóis queriam tesouros e o líder asteca deveria declarar-se, sob juramento, um súdito do rei da Espanha. Houve outras indignidades, como o crucifixo instalado no topo da pirâmide sagrada dos astecas, o Templo Maior.
Porém, Cortés agora tinha seus próprios problemas. Sua rivalidade com Velázquez ainda persistia e o governador de Cuba enviou uma força sob o comando de Pánfilo de Narváez para Veracruz para prender o conquistador. Cortés foi obrigado a deixar Tenochtitlán para lidar com estes competidores por futuros tesouros, o que ocorreu em Maio de 1519. Ele deixou a capital asteca nas mãos de uma pequena guarnição espanhola, sob o comando de Pedro de Alvarado. O substituto e seus homens demonstraram insensibilidade às convenções locais quando, de forma imprudente, tentaram interromper uma cerimônia de sacrifício humano e, sem seguida, massacraram membros da nobreza asteca. Houve reação e alguns intrusos foram mortos. Enquanto isso, Cortés derrotou Narváez e o persuadiu seus homens remanescentes a se juntarem a ele. Todos retornaram a Tenochtitlán no dia 24 de Junho, encontrando um punhado de espanhóis ainda resistindo.
Em meio às crescentes hostilidades, Motecuhzoma havia sido substituído por Cuitláhuac (tolamente libertado por Cortês de seu aprisionamento) na liderança. Cuitláhuac imediatamente assumiu como novo governante dos astecas no lugar de seu ainda cativo e agora desonrado irmão. Ele organizou uma guerra total contra os conquistadores. Quando os espanhóis tentaram utilizar Motecuhzoma para trazer calma à situação, o antigo líder foi atingido por uma pedra e morreu em 30 de Junho. Os espanhóis ficaram cercados no palácio real de Axayácatl. Ainda assim, Cortés conseguiu fugir da cidade numa batalha noturna em 30 de Junho de 1520. A sangrenta retirada tornou-se conhecida como a Noche Triste (Noite Triste). Os fugitivos haviam escapado utilizando as pontes móveis de madeira feitas para a desafiadora tarefa de cruzar os muitos canais da cidade, mas o preço da liberdade foi alto. Metade dos homens morreu, assim como a maioria dos melhores cavalos e todas as oito toneladas de despojos que Cortés havia acumulado desde que chegara à Mesoamérica se perderam.
O Cerco de Tenochtitlán
Antes de alcançar a segurança do território dos Tlaxcaltecas, o comandante espanhol precisou vencer uma grande batalha próximo a Otumba, em 7 de Julho, quando os astecas tentaram eliminar de uma vez por todas os invasores estrangeiros. Após várias batalhas e graças a reforços trazidos pelo mar, várias cidades foram capturadas, notavelmente Texcoco, em 31 de Dezembro de 1520. O plano de Cortés era iniciar o cerco a Tenochtitlán, mas nessa altura outro inimigo, muito mais terrível, tinha se espalhado entre a população asteca. Uma devastadora epidemia de varíola, em Setembro e Novembro, havia matado mais de 50% da população. Os astecas também tinham um novo líder, Cuauhtémoc, já que Cuitláhuac fora uma das vítimas da epidemia. Em Abril de 1521, começou o cerco. As forças de Cortés incluíam 700 homens de infantaria, 118 besteiros e arquebuseiros, 86 cavalos e 18 canhões de campo. Muito mais significativamente, os espanhóis contavam com pelo menos 100.000 tlaxcaltecas como seus aliados.
Superando as deficiências de seu armamento, os guerreiros astecas lutaram ferozmente e com coragem, como os próprios espanhóis reconheceram. Em 28 de Abril de 1521, Cortés colocou em ação no Lago Texcoco seu principal trunfo e maravilha logística: uma frota de 13 embarcações de guerra especialmente construídas. Estes barcos, nunca vistos anteriormente pelos mesoamericanos, tinham sido produzidas a partir dos destroços dos navios que o conquistador encalhara dois anos depois, além de outros materiais trazidos de Veracruz. Eram pré-fabricados e, portanto, podiam ser transportados por terra até o lago. Com estes barcos, Cortés foi capaz de conter as milhares de canoas nativas e bloquear os três caminhos elevados que ligavam a capital às margens do Texcoco. Cada bergantim transportava 25 homens, além de seis besteiros e arquebuseiros. Eram escoltados por uma grande frota de canoas manejadas por seus aliados.
Durante os meses de Maio e Junho, homens, cavalos e navios atacaram sem cessar as posições astecas, forçando os defensores a se refugiar num grupo cada vez menor no centro de Tenochtitlán. Numa destas batalhas, Cortés chegou a ser capturado por algum tempo até ser resgatado por seus homens. Outros foram menos afortunados e encontraram-se entre as vítimas de sacrifícios. Ainda assim, Cortés persistiu, explodindo edifícios sistematicamente à medida que apertava o cerco. Finalmente, em 13 de Agosto, após 93 dias de resistência e sem dispor de alimentos ou armas, Cuauhtémoc se rendeu. Ocorreram então atrocidades indescritíveis, atos de vingança e saques selvagens.
Das cinzas do desastre em Tenochtitlán nasceu a nova capital da colônia de Nova Espanha e Cortês foi nomeado seu primeiro governador, em Maio de 1523. A capital tinha caído, mas os espanhóis ainda precisaram lutar em outras partes do esfacelado Império Asteca até 1525. Cortés liderou pessoalmente a campanha contra os Huaxtecas em 1522. À medida que o modo de vida dos mesoamericanos era reprimido sistematicamente e a terra era dividida entre os conquistadores, Tenochtitlán, após a dragagem do seu grande lago, gradualmente transformou-se na Cidade do México, capital do Vice-Reino da Nova Espanha, agora comandada por Don Antonio de Mendoza.
Honduras
Mesmo tendo presenteado a Coroa Espanhola com um grande prêmio, Cortés precisou lutar por reconhecimento a longo prazo. Cansado do trabalho administrativo, ele voltou a explorar e conquistar em 1523-4, quando organizou uma expedição a Honduras, liderada por Cristóbal de Olid (n. 1492). De Olid era um companheiro de longa data de Cortés mas, em conluio com Diego Velázquez, traiu seu velho comandante e se instalou como governante independente de Honduras. Cortés respondeu enviando Francisco de las Casas para encontrar e prender Olid por traição mas, então, pensou melhor e deixou a Cidade do México para ir a Honduras pessoalmente em Outubro de 1524. A rota por terra era difícil, já que atravessava a Guatemala, um território selvagem e ainda inexplorado. Ao chegar ao seu destino, ele descobriu que Olid já havia sido julgado e executado. O governador então fundou a nova cidade de Navidad de Nuestra Señora (Nascimento de Nossa Senhora), introduziu a criação de gado na região e nomeou um governador.
Morte e Legado
Em seguida, Cortés viajou para a Espanha, desembarcando em Maio de 1528 com tesouros e 40 astecas para deslumbrar a corte. Ele persuadiu Carlos V a lhe conceder grandes propriedades nas Américas, o título de Marquês do Vale de Oaxaca e o direito de manter um doze avos de qualquer riqueza que conseguisse. Entretanto, o conquistador já estava se tornando parte da História. Os conquistadores sobreviventes, agora envelhecidos, que arriscaram tudo pela glória, haviam sido substituídos por burocratas e religiosos evangelizadores. Quando retornou à Cidade do México no verão de 1530, Cortés foi barrado à porta de sua própria mansão pelo novo governador, Gonzalo Nuño de Guzmán (m. 1558). Ele foi obrigado a viver em sua segunda residência, em Cuernavaca. Também se viu envolvido em várias disputas judiciais com seus rivais e antigos companheiros, que estavam convencidos de que seu líder tinha tomado mais do que seria justo dos despojos durante a conquista. Houve também acusações de maus-tratos aos povos indígenas, que variavam da cruel mutilação de negociadores de paz até massacres em grande escala.
Felizmente para Cortés, havia ainda alguns poucos territórios desconhecidos e Carlos V havia prometido a ele que poderia ser "governador das ilhas que descobrisse no Mar do Sul [Oceano Pacífico]" (Cervantes, 240). No início de 1530, ele deixou para trás toda a burocracia da Nova Espanha e liderou uma expedição para explorar a costa do Pacífico do México e quem sabe encontrar a rota para a Ásia e às Ilhas das Especiarias que Cristóvão Colombo (1451-1506) tanto havia buscado. Cortés navegou para o norte até a península da Baixa Califórnia e, pensando que se tratava de uma ilha, chamou-a de Santa Cruz. Em 1540, retornou à Espanha e, sem ser detido pelos mais de 50 anos, participou de campanha da Coroa Espanhola na Argélia no ano seguinte.
Hernán Cortés morreu de disenteria em Castilleja la Vieja, na Espanha, no dia 2 de Dezembro de 1547. O grande aventureiro estava prestes a partir novamente para o Novo Mundo. Em seu testamento, o conquistador expressou o desejo de ser sepultado na terra que havia descoberto, especificamente num mosteiro em Coyoacán. Estes desejos foram ignorados e os restos mortais enterrados num mosteiro nas cercanias de Sevilha. Então, em 1556, os restos mortais foram transportados para a igreja de São Francisco de Texcoco, no México. Dificilmente descansando em paz, os restos mortais foram mais tarde levados para um palácio e depois para uma igreja franciscana na Cidade do México. Em 1794, Cortés estava de mudança novamente e seus ossos acabaram sepultados no Hospital de Jesus Nazareno da Cidade do México. No século XIX, foram novamente transladados, desta vez para uma igreja próxima, a Jesus Nazareno e Imaculada Conceição, onde permanecem até os dias atuais. Os títulos foram herdados por seu filho mais novo (o único legítimo), que se tornou Marquês do Vale de Oaxaca e, portanto, proprietário de uma vasta encomienda (latifúndio).
Hernán Cortés foi reconhecido como um herói ainda em vida, um homem que tinha conquistado novas terras, trazido riquezas para a Coroa e eliminado uma religião pagã que envolvia sacrifício humano em escalas impressionantes, pavimentando o caminho para a disseminação posterior do Cristianismo. Em tempos mais modernos, como todos os conquistadores, Cortés é agora reconhecido, de forma mais sóbria, como um oportunista e um imperialista, cuja sede de ouro e gosto pela evangelização contribuiu para a destruição sistemática da cultura mesoamericana, um homem que foi pessoalmente responsável pelas mortes de dezenas de milhares de pessoas dos povos originários.