Batalha de Hastings

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Mark Cartwright
por , traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto
publicado em 11 janeiro 2019
Disponível noutras línguas: Inglês, africâner, francês, sérvio, espanhol
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Battle of Hastings, Bayeux Tapestry (by Unknown Artist, Public Domain)
Batalha de Hastings, Tapeçaria de Bayeux
Unknown Artist (Public Domain)

Em 14 de outubro de 1066, o sudoeste da Inglaterra testemunhou a derrota do rei anglo-saxônico Harold II (rein. Jan-Out de 1066) pelo exército invasor normando, comandado por William, Duque da Normandia (ducado a partir de 1035), na batalha que ficou conhecida como Batalha de Hastings. Após um dia de fortes combates, a cavalaria normanda, com muita eficiência, sobrepujou a infantaria anglo-saxônica, encerrando o combate.

William reivindicava o trono da Inglaterra que lhe havia sido prometido pelo antecessor de Harold, Edward, o Confessor (rein. 1042-1066) e invadiu a Inglaterra para tomar a força o reino que ele considerava legitimamente seu. Harold foi morto na batalha e, de acordo com a tradição, atingido por uma flecha no seu olho e, em seguida, cortado em pedaços quando caiu ao chão. O vencedor seria coroado Rei da Inglaterra no Dia de Natal de 1066 e, nos próximos cinco anos, sua conquista da Inglaterra deu-lhe o título de William, o Conquistador. Hastings acabou com 500 anos de governo anglo-saxão, traria inumeráveis mudanças políticas, religiosas e culturais nas próximas décadas, à medida que a elite normanda se instalava por todo seu novo reino, edificando castelos e criando inovações, como o Domesday Book.

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Harold Godwinson

Em 1066, o turbulento ano que mudou a história inglesa, Harold Godwinson ficou pouco tempo como Rei da Inglaterra. Formalmente Conde de Wessex, Harold foi coroado em 6 de janeiro após a morte de Edward, o Confessor, que não tinha herdeiros. Harold havia conseguido o trono em circunstâncias confusas, embora Edward, em seu leito de morte, houvesse pessoalmente nomeado Harold como seu sucessor. Harold era o mais importante líder militar no reino e havia construído sua reputação em bem-sucedidas campanhas em Gales em 1063-1064.

William, Duque da Normandia

Enquanto isso, através do Canal Inglês, William, o Duque da Normandia, arquitetava outros planos. Ele afirmava que Edward havia, de fato, lhe prometido o trono em 1051. O normando também afirmava que Harold, em 1064, havia confirmado a oferta de Edward ou, graças ao normando ter assegurado a libertação de Harold após sua captura pelo Conde Guy de Ponthieu, o inglês havia prometido ser vassalo de William e não colocaria obstáculos em sua pretensão ao trono. Esse o relato, do ponto de vista normando, a respeito dos eventos até 1066.

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Seja qual for a auto-justificativa de William, ele decidiu invadir a Inglaterra e realizou extensos preparativos no verão de 1066.

As fontes anglo-saxãs oferecem uma versão alternativa, na verdade com três cenários: a viagem de Harold à Normandia nunca aconteceu, se

tivesse acontecido, teria sido meramente um acidente motivado pelas condições do tempo ou ele simplesmente fora à Normandia para se assegurar da libertação de alguns prisioneiros anglo-saxões. Finalmente, a versão inglesa, pós-Hastings, afirmava que mesmo se o normando estivesse certo e que Harold teria tal promessa de vassalagem a William, ela teria sido feita enquanto se encontrava mantido cativo, o que a tornava inválida. Os modernos estudiosos do assunto têm em consenso que a pretensão de William ao trono inglês era fraca, mas, como frequentemente na história, gentilezas, promessas e juramentos de lealdade significam muito pouco se comparadas a uma vitória no campo de batalha. Seja qual for a autojustificativa que William tivera, ele tinha a intenção de invadir a Inglaterra, para o que realizou extensos preparativos para assim fazer no verão de 1066.

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Norman Invasion Fleet, Bayeux Tapestry
Frota de Invasão Normanda, Tapeçaria de Bayeux
Unknown Artist (Copyright, fair use)

Harald Hardrada e Tostig

Se a história de 1066 não fosse complicada o suficiente, apareceu um terceiro jogador no jogo mortal que poderia valer o Reino de Inglaterra. O Rei Harald Hardrada, ou Harald III da Noruega (rein. 1046-1066), tinha uma dúbia pretensão a respeito da coroa de Harold Godwinson semelhante à de William, pois como o duque normando, ele bem sabia que um forte exército faria muito mais do que inventar uma inconsistência para seus direitos legais.

Hardrada foi auxiliado por Tostig, o Conde da Northumbria, irmão e grande rival de Harold II. O governo rude de Tostig havia causado uma séria revolta na Northumbria em 1065 e ele foi destituído de seu título e banido para Flandres. Tostig não levou bem em conta esse castigo e seus navios saqueavam as costas Sul e Leste da Inglaterra. Fugindo para a Escócia, Tostig acabou chegando à Noruega, onde viu Hardrada como caminho para arrancar o trono de seu irmão.

Hardrada reuniu uma frota de invasão com, talvez, 300 embarcações, embora alguns estimem que superasse 500 e seu exército, provavelmente, contasse com 12.000 soldados. Desembarcando na costa Nordeste da Inglaterra, próximo à foz do Rio Tyne em 8 de setembro, Hardrada recebeu a adesão de uma pequena frota de 12 navios comandados por Tostig. Dali as duas frotas navegaram em direção ao Sul e, finalmente, desembarcaram em terra firme em Ricall, exatos 16 km (10 milhas) da importante cidade de York. A ameaça a Harold Godwinson era por si só evidente, mas com tempo contado, no exato momento em que William estava planejando invadir no Sul, a coroa do Rei inglês estava em real perigo.

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Fulford Gate e Stamford Bridge

A primeira das três grandes batalhas de 1066 se deu em Fulford Gate, um local incerto próximo a York. Ali, em 20 de setembro, um exército anglo-saxônico, conduzido por Edwine, Conde de Mercia, e Morcar, Conde da Northumbria, entraram em choque com o exército de Hardrada. O Rei da Noruega saiu-se vitorioso, mas Harold já se encontrava a caminho para o Norte com um segundo exército que incluía sua força de elite de aproximadamente 3.000 guerreiros profissionais em armadura (huscarls).

Battle of Stamford Bridge by Arbo
Batalha da Ponte Stamford, por Arbo
Peter Nicolai Arbo (Public Domain)

Em 25 de setembro, o exército de Harold encontrou-se com a força de Hardrada em Stamford Bridge, um grande campo a Leste do Rio Derwent. Os homens de Hardrada foram pegos de surpresa, pois esperavam nesse dia negociar a libertação de reféns de York, após a rendição dessa cidade, no dia anterior. Os invasores contavam com a desvantagem de não estarem de posse de suas armaduras de cota-de-malha – eles as tinham deixado no acampamento após a celebração da vitória após Fulford Gate. O combate terminou após um dia, e tanto Hardrada, como Tostig, foram mortos. A batalha foi uma vitória completa para Harold, com a Crônica Anglo-Saxã registrando que restaram sobreviventes do exército invasor o suficiente para ocupar 24 navios, os quais navegaram de volta para casa sob o comando de Olaf, filho de Hardrada. Harold havia visto um dos pretendentes à sua coroa, porém o mais perigoso de seus dois rivais seria encontrado no Sul.

Invasores e Defensores

Durante todo o verão, William esteve ocupadíssimo reunindo uma frota na costa Norte da França, próximo a Saint-Valéry-sur-Somme. Uma fonte normanda contemporânea coloca o número total de embarcações em 766, porém isso é um exagero. Os guerreiros normandos foram motivados pela promessa de pilhagem e terras no território conquistado, porém eram também pagos por William durante o período de preparativos no verão. A força total é desconhecida, porém muitos historiadores sugerem algo como 5.000 e 8.000 homens, o que incluía 1.000 a 2.000 cavaleiros.

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a marcha de harold e a vitória na ponte stamford, embora significativa, foi somente o primeiro de uma tragédia em dois atos para o rei inglês.

Harold tinha conhecimento da iminente invasão normanda e se preparou para enfrentá-la, mas teve problemas em manter suas forças unidas. O exército inglês já se encontrava em campanha por mais de três meses e, pela época da colheita, os homens tinham de retornar para as fazendas, onde todos eram necessários para assegurar que haveria suficiente milho para o ano seguinte. Mau tempo atrasou os planos de William – ou ele argutamente esperava que o exército do oponente debandasse – e Harold retornou para Londres na primeira semana de setembro. Logo chegaram notícias da invasão de Hardrada no Norte e a derrota em Fulford Gate. A marcha de Harold e a vitória em Stamford Bridge, embora significativa, foi somente o primeiro ato de uma tragédia em dois atos para o Rei inglês.

Em 28 de setembro de 1066, William e seu exército invasor aportaram no Sul da Inglaterra, em Pevensey, Sussex, onde havia um bom porto e a vantagem adicional de um antigo forte romano o qual, refortificado por William, fornecia alguma proteção para o acampamento do exército. Os normandos não se admiravam onde Harold estaria, pois tinham conhecimento da invasão de Hardrada no Norte. O que William não sabia era qual Rei havia vencido a Batalha de Stamford Bridge e qual seria seu oponente. Logo chegaram notícias da vitória de Harold e que ele se tinha posto em marcha para o Sul, chegou a Londres em 6 de outubro e reuniu seu exército em Caldebec Hill, 13 km (8 milhas) ao Norte de Hastings, no dia 13.

As forças de Harold incluíam sua elite de profissionais em armadura e os soldados da convocação geral ou fyrd, tropas mal treinadas fornecidas por cada condado do reino. Algumas fontes, procurando explicar tanto a derrota como a vitória dependendo da lealdade do escritor, afirmam que o exército anglo-saxão era bem menor que o do normando, porque Harold não teve tempo para reunir tropas de todos os condados. Já outros escritores afirmam que o exército de Harold era o maior dos dois. Dado que a batalha era realizada com os combatentes muito próximos, ao que parece, ambos os lados eram mais ou menos iguais em tamanho. Uma crítica persistente nos escritores medievais é que Harold mobilizou muito cedo, talvez deliberadamente convencido a assim fazer pelas ordens de William para devastar os territórios do Sudeste da costa, que eram propriedades pessoais de Harold.

Batalha

Os dois exércitos se defrontaram em 14 de outubro de 1066, as forças de William avançaram primeiro para encontrar o acampamento logo pela manhã. O exército de Harold, confrontado um pouco de surpresa ao primeiro movimento do normando, tomou posição em uma pequena elevação, o “morro cabeça de martelo”, protegido nos lados por florestas e à frente por um riacho e terreno pantanoso. As forças de William tomaram posição ao sul da elevação com três divisões de infantaria: (a partir da esquerda) bretões, normandos e franceses, todos com uma linha de arqueiros e um bom número de besteiros à frente e a cavalaria postada como como reserva, na retaguarda.

Os soldados de Harold estavam armados, tipicamente com uma espada, um longo machado, já os mais bem equipados (e da linha de frente) vestiam uma cota de malha em cadeia. Mais proteção era fornecida por um elmo cônico com o guarda-nariz e um escudo redondo ou em forma de uma pipa. Existiriam alguns contingentes de lançadores de mísseis, tais como, dardos, lanças, martelos de pedra, maças e estilingues contra o inimigo antes que os outros soldados se movessem à frente como uma unidade, com os escudos mantidos muito próximos para criar uma parede de escudos. A próxima fase seria mais caótica, predominando pequenos grupos combatendo e duelando. Uma tática comum era o uso de pares de soldados, um empunhando, com ambas as mãos, um machado de lâminas largas, e o outro soldado com uma espada e escudo com a finalidade de proteger o homem do machado que não podia carregar um escudo. Os normandos, em contraste, favorecidos por uma cavalaria com cavaleiros em armaduras, fazendo uso de cargas em formações fechadas e lanças sob os braços para quebrar as formações de infantaria do inimigo. Os normandos também possuíam arqueiros e besteiros, algo que os anglo-saxões provavelmente não possuíam, pelo menos em número significativo.

William the Conqueror, Bayeux Tapestry
Guilherme, o Conquistador, Tapeçaria Bayeux
Myrabella (Public Domain)

Inicialmente, os normandos lançaram uma barragem de flechas, com os anglo-saxões respondendo por um arremesso de machados de pedra contra a infantaria inimiga que tentava galgar o monte. A cavalaria normanda foi, então, enviada à frente, porém foi atrapalhada pelo terreno e o aclive, tanto que eles foram repelidos pela parede de escudos saxônicos. Em um momento dramático, um grito surgiu no meio dos normandos dando conta de que William fora derrubado. Isto poderia ter mudado o rumo do combate, pois muitos exércitos na Idade Média abandonavam o campo de batalha uma vez que seu comandante houvesse caído. William, no entanto, estava ileso e ergueu seu visor e andou por entre seus homens para mostrar que ainda se encontrava vivo e no comando da situação.

Um bom número de anglo-saxões, encorajados pela retirada da cavalaria normanda, precipitou-se ladeira abaixo atrás dos inimigos, porém, uma vez no terreno plano e perdendo a formação, sofreram uma carga reversa dos cavaleiros e foram destruídos pelos normandos. Vendo tal sucesso, William ordenou duas cargas e retiradas falsas para cima do monte, ambas as vezes atraindo o inimigo que se colocava em perseguição e terminando em um bem-sucedido contra-ataque no terreno plano, mais adequado aos cavalos.

Morte do Rei Harold

O combate já estava correndo por diversas horas, um tempo incomum para uma batalha medieval. No entanto, a superioridade da cavalaria normanda contra a infantaria anglo-saxônica, gradualmente venceu o dia e, agora com número reduzido, não havia anglo-saxônicos suficientes para defender a elevação. Nesse ponto, em que as mais bem treinadas tropas ficaram reduzidas, os guarda-costas (como fizeram na Batalha em Stamford Bridge), certamente seriam um fator definidor. Em uma carga de cavalaria final, Harold e seus outros líderes, incluindo os irmãos de rei, Gurth e Leofwine, foram mortos. A morte de Harold, pelo menos na tradição, foi causada por uma flecha que lhe atingiu o olho, em seguida derrubado pela cavalaria normanda e, finalmente, em pé sobre o terreno foi cortado em pedaços pelas espadas normandas. Os remanescentes anglo-saxões combateram em uma valente ação de retaguarda, recuando para uma montanha próxima, a Malfosse, ao final aniquilados e a vitória total de William.

Death of Harold, Bayeux Tapestry
Morte de Harold, Tapeçaria de Bayeux
Myrabella (Public Domain)

O duque normando, mais tarde, construiu uma abadia, conhecida como Battle Abbey (Abadia da Batalha), no local da batalha em agradecimento por seu sucesso e suas ruínas ainda podem ser vistas atualmente. O destino do corpo de Harold é desconhecido, embora uma tradição do século XII afirme que seus restos foram removidos do campo de batalha para a Waltham Abbey (Abadia Waltham) – mas uma exploração posterior revelou que a tumba estava vazia. Há também uma lenda de que Harold havia sobrevivido à batalha e vivido até uma longa idade, mas tais histórias e o do enterro do rei caído são, provavelmente, o que William desejavva: que não houve enterro do rei e nem túmulo de mártir para que rebeldes se mobilizassem.

Consequências

William, o Conquistador, como ficou conhecido, foi coroado como William I, Rei da Inglaterra no Dia de Natal do mesmo ano, na Abadia de Westminster, pondo fim a 500 anos de governo saxônico. William, no entanto, teve de lutar por mais cinco anos – batalhando contra rebeldes no Norte da Inglaterra e edificando castelos em elevações e com muralhas – antes de completamente controlar seu novo reino.

Um dos grandes registros da Batalha de Hastings é a Tapeçaria de Bayeux. Produzida entre 1067 e 1079, a tapeçaria mede 68 metros por 50 cm e exibe, em detalhe, muitos aspectos da Conquista Normanda e os eventos que levaram William ao trono inglês. No entanto, omite a Batalha da Ponte Stamford, mas Nas imagens na tapeçaria (na realidade um bordado) são notáveis, particularmente as da Batalha de Hastings e a morte de Harold.

O fim dos anglo-saxônicos e dos vikings nas batalhas de 1066, implantaram uma nova era de história no Norte da Europa e, em particular, na Inglaterra, onde os normandos substituíram a elite governante anglo-saxônica. Ao mesmo tempo, reestruturaram a Igreja e implantaram laços mais íntimos com a Europa Continental, especialmente com a França, algo que teria um tremendo impacto na história dos dois países nos séculos seguintes.

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Sobre o tradutor

Jose Monteiro Queiroz-Neto
Monteiro é um pediatra aposentado interessado na história do Império Romano e da Idade Média. Tem como objetivo ampliar o conhecimento dos artigos da WH para o público de língua portuguesa. Atualmente reside em Santos, Brasil.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2019, janeiro 11). Batalha de Hastings [Battle of Hastings]. (J. M. Queiroz-Neto, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-17034/batalha-de-hastings/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Batalha de Hastings." Traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto. World History Encyclopedia. Última modificação janeiro 11, 2019. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-17034/batalha-de-hastings/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Batalha de Hastings." Traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 11 jan 2019. Web. 21 dez 2024.