Estados Cruzados

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Mark Cartwright
por , traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto
publicado em 01 novembro 2018
Disponível noutras línguas: Inglês, Árabe, francês, italiano, espanhol
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The Near East in 1135 CE (by MapMaster, CC BY-SA)
O Oriente Próximo em 1135
MapMaster (CC BY-SA)

Os Estados Cruzados (Oriente Latino ou Outremer) foram criados após a Primeira Cruzada (1095-1102) com o objetivo de manter os ganhos territoriais conseguidos pelos exércitos cristãos no Oriente Médio. Os quatro pequenos estados eram o Reino de Jerusalém, o Condado de Edessa, o Condado de Tripoli e o Principado de Antioquia. Os ocidentais conseguiram agir no sentido de manter uma presença política na região até 1291, porém enfrentaram constantes dificuldades devido às rivalidades dinásticas, a falta de combatentes, o decepcionante apoio da Europa Ocidental e a habilidade militar de alguns líderes muçulmanos como Zangi, Nur ad-Din (ou Nur al-Din) e Saladin.

Primeira Cruzada e Criação dos Estados

O Papa Urbano II (pont. 1088-1099) convocou a Primeira Cruzada em resposta à ascensão dos turcos muçulmanos seljúcidas no Oriente Médio e à captura por eles de Jerusalém em 1087. Os seljúcidas assumiram a cidade tirando-a das mãos dos fatimidas do Egito, criando uma séria ameaça ao Império Bizantino, o que levou seu Imperador, Alexios Komnenos (reinado 1081-1118) a pedir ajuda ao Ocidente. Após o pronunciamento de Urbano II no Concílio de Clermont em novembro de 1095, foi reunido um exército cruzado com aproximadamente 60.000 homens, incluindo 6.000 cavaleiros.

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Ao chegarem à Terra Santa, os Cruzadas foram surpreendentemente bem-sucedidos devido a uma complexa operação militar internacional em território desconhecido. Nicea foi tomada em julho de 1097, Edessa em março de 1098 e Antioquia logo após, em junho. Jerusalém foi capturada em julho de 1099 e, para encerrar o século, um exército muçulmano foi derrotado na Batalha de Ascalon em agosto do mesmo ano. Em maio de 1101, caíram Cesarea e Acre, em 1109, Trípoli, em seguida Beirute e Sidon em 1110 e Tiro em 1124. Estas conquistas territoriais, muito auxiliadas pelas frotas das cidades-estados italianas de Veneza, Gênova e Pisa, formariam as bases para Estados Cruzados recentemente criados.

O Reino de Jerusalém

o reino de jerusalém controlava uma estreita faixa do litoral desde jaffa, no sul, até beirute, no norte

O Reino de Jerusalém, o mais importante dos Estados Cruzados, controlava uma estreita faixa de litoral entre Jaffa, no sul, e Beirute, no norte. O Reino controlava várias cidades, incluindo Acre, Tiro, Nablus, Sidon e Cesarea. Godofredo de Bouillon, um dos principais líderes durante o sítio de Jerusalém na Primeira Cruzada, foi feito rei de Jerusalém e comandava uma pequena guarnição na cidade (aproximadamente 300 cavaleiros e 2.000 soldados). O normando Arnulf de Choques foi nomeado Patriarca e Bispo de Jerusalém. A capital tinha uma população de aproximadamente 20.000 pessoas, número que cresceria para 30.000 no século seguinte.

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O Condado de Edessa

Em março de 1098, Baldwin de Boulogne assumiu o controle de Edessa (atual Urfa, no sudeste da Turquia), constituindo o Condado de Edessa, o primeiro Estado Cruzado. Embora Baldwin tenha, com efeito, tomado o poder dos cristãos armênios, ele promoveu uma miscigenação da nobreza ocidental com a nobreza armênia por meio de casamentos, transformando o Condado de Edessa no mais entrosado dos quatro Estados Cruzados criados. Apesar de possuir o maior território de todos os Estados, era, no entanto, vassalo dos mais importantes e poderosos Estados, o de Antioquia e o de Jerusalém e funcionava, em particular, como um escudo militar para Antioquia que se encontrava mais a oeste, mesmo que seu pequeno exército necessitasse, para sobreviver, de tréguas e alianças com seus vizinhos muçulmanos.

Mural Towers, Krak des Chevaliers
Torre Mural, Krak des Chevaliers
Bernard Gagnon (CC BY-SA)

O Condado de Trípoli

O Condado de Tripoli, com sua capital no importante porto marítimo de Tripolis (moderna Trípoli), na época o porto mais importante de Damasco, cobria uma área que incluía o atual Líbano e foi fundado por Raymond de Toulouse. O exército de Raymond havia tomado Trípoli após um longo sítio de 1109, com a ajuda do Imperador Bizantino Alexios I, para quem Raymond havia feito um juramento de lealdade. Desse modo, o Condado abriu espaço para a influência bizantina na região, incluindo os sucessores de Alexios. Contrastando com isso, foi o mais independente dos Estados Cruzados, afastado que estava dos tentáculos políticos do Reino de Jerusalém. O Condado foi dividido em Senhorias semi-independentes, cada uma controlando um importante porto ou castelo. Em consequência dessa disposição, o Condado foi, talvez, o mais fraco, do ponto de vista político, dos Estados Cruzados.

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O Principado de Antioquia

O Principado de Antioquia, com sua capital em Antioquia, a antiga e grande cidade da cultura e comércio, foi fundado pelo normando Bohémond e ampliado por seu sucessor Tancredo de Lecce (governo 1105-1112). O Principado foi outro Estado Cruzado em que o Império Bizantino – a quem pertencia anteriormente – tinha grande interesse, muito embora Bohémond se recusasse a devolver Antioquia a eles, como havia prometido antes da Cruzada. Em outras ocasiões, o Principado esteve formalmente sujeito ao governo bizantino, como, por exemplo, em 1137 quando Raymond de Poitiers (governo 1136-1149) cedeu o controle para João II Komnenos (governo 1118-1143) após o Imperador ter feito sítio à capital. Em 1161 a filha de Raymond, Maria de Antioquia, casou-se com o Imperador Manuel I (governo 1143-1180), selando a íntima aliança entre o Principado e o Império Bizantino. Um aspecto particular do Principado comparado aos outros Estados Cruzados foi que os cristãos (maior parte orientais) constituíam a maioria da população devido aos laços históricos da região com Bizâncio.

Bohemund the Norman
Bohemund, o Normando
Merry-Joseph Blondel (Public Domain)

Em Defesa do Levante

Após o retorno para casa de grande parte do exército cruzado, os Estados Cruzados foram deixados para sempre com reduzida força humana, apesar de, posteriormente, muitos cruzados tentarem ajudar, todos sem muito sucesso. Os nobres europeus que dividiram o território entre eles mesmos, eram supostamente considerados como responsáveis, pelo menos em teoria, em fornecer combatentes para o exército conjunto latino quando fosse necessário, tendo o Rei de Jerusalém como o líder geral. No entanto, surgiram sérias rivalidades e uma evidente perda de cooperação entre os nobres ocidentais, e até mesmo ocasionais guerras civis. O Rei de Jerusalém teve de fazer uso de uma hábil diplomacia, associada a doações de títulos e terras, para manter os barões dos Estados Cruzados do seu lado. Quando todos se colocavam lado a lado, surgia um exército de aproximadamente 1.500 cavaleiros (por volta de 650 de Jerusalém e de Antioquia, cada um, mais 100 cada de Edessa e Trípoli), complementados com recrutados para a infantaria e mercenários.

os estados cruzados foram politicamente fracos durante a maior parte da existência deles por desavenças a respeito de supremacia entre eles mesmos e a falta, a longo prazo, de um planejamento estratégico

Um aspecto da nova situação na região a favor dos ocidentais, entretanto, foi a criação de das duas principais ordens militares: os Cavaleiros Templários e os Cavaleiros Hospitalários. Estes independentes corpos de cavaleiros profissionais que levavam uma vida semelhante a monges, eram os soldados mais equipados e mais treinados em ambos os lados, cristão e muçulmano. Aos cavaleiros das duas ordens militares, diversas centenas em cada uma, eram dadas as passagens estratégicas e castelos para seus homens, fortificações estas que constituíam valiosos refúgios, mas ao mesmo tempo, um meio para controlar o território circundante e fornecer bases das quais se poderiam lançar sortidas contra o inimigo. Um dos mais impressionantes destes castelos era o Krak des Chevaliers, na Síria.

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Governo e Populações

Os quatro Estados funcionavam de modo igual a outras monarquias medievais na Europa da época. O governante, rei, príncipe ou conde, conforme o caso, era um monarca absoluto, porém mantinham conselhos consultivos, isto por causa da dependência que tinham dos nobres, os fornecedores de guerreiros para a defesa coletiva. Em Jerusalém, por exemplo, os proprietários dos grandes patrimônios e latifúndios, junto com lideranças da Igreja e representantes das ordens militares, compareciam regularmente a um fórum de debates, um parlément (parlamento), no qual as opiniões eram expostas e tomadas decisões em assuntos relativos a impostos e diplomacia externa. Os Estados Cruzados foram politicamente fracos durante quase toda sua existência devido a disputas a respeito da supremacia entre eles mesmos, debates contínuos a respeito de sucessões, assassinatos, intercasamentos para ganhos políticos, perda de figuras de proa na guerra e uma perda geral de planejamento estratégico de longo prazo para assegurar a própria sobrevida continuada.

Crusader States 1200 CE
Estados Cruzados em 1200
ExploreTheMed (Copyright, fair use)

Inicialmente ocorreram massacres das populações locais nos Estados Cruzados à medida que os europeus impunham seu sistema feudal de governança na região, porém logo perceberam que, para manterem seus ganhos, necessitavam do apoio da extraordinária diversidade das populações locais. De fato, a relação populacional entre muçulmanos e cristãos era de 5:1, o que levou a um crescimento na tolerância às religiões não-cristãs, apesar de algumas restrições e o sofrimento com leis discriminatórias e impostos (a bem da verdade, menores que nas áreas controladas por muçulmanos). A população dos Estados Cruzados era certamente cosmopolita, a maior parte compreendendo cristãos ortodoxos gregos, cristãos armênios, judeus, árabes beduínos e muçulmanos de várias denominações. No entanto, quase todas posições de autoridade – tanto secular como na Igreja – foram monopolizadas pelos francos, como eram chamados os cruzados colonizadores.

Como a maioria dos Cruzados vinha da França, a língua oficial dos Estados Cruzados era a langue d’’oeil, na época falada no norte da França e pelos normandos. Em contraste, a maioria das populações indígenas, independente de sua religião, falava tanto o árabe ou grego (ou ambos). As barreiras linguísticas e religiosas, bem como aquelas entre governante e governado, significa que houve pouca integração cultural entre os ocidentais e o povo que dominavam. Ao contrário, o contato estava limitado a assuntos legais, econômicos e administrativos. Se houve alguma integração cultural, isto foi mais percebido pelo lado dos francos e na adoção, por eles, de costumes locais. É também verdade que os colonizadores do ocidente nem sempre eram nobres e muitos profissionais, dos mais variados matizes, foram se instalar em uma nova e difícil vida no Oriente Médio. Talvez estas pessoas mais comuns, mais simples, integraram-se um pouco mais com os locais, pelo menos nas cidades mais cosmopolitas. A vida nas comunidades rurais, no entanto, continuou muito igual ao que era antes da chegada dos cruzados.

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Economia

Outro aspecto da vida que seguia como antes era o comércio, que se desenvolveu apesar da política ou de raça, à medida que os bens transitavam de leste para o oeste e vice-versa. O levante muitas vezes funcionava como intermediário, cobrando impostos (entre 4 e 25% do valor total) sobre importações e exportações dos bens que passavam por lá. Acre, em particular, tornou-se um importante porto comercial no Mediterrâneo, com presença constante dos estados marítimos italianos obtendo vantagens lucrativas em troca da vital ajuda militar. Os produtos produzidos na região incluíam cana de açúcar, óleo de oliva e cereais. Outra lucrativa fonte de renda era o movimento de peregrinos ávidos para verem com os próprios olhos o espetáculo da Terra Santa. Tais viajantes tinham de pagar uma taxa no porto de entrada e contribuíam para a economia ao gastarem dinheiro a bordo, nos alojamentos e na compra de souvenirs. Consequentemente, o Reino de Jerusalém, embora sempre tendo de pagar pesadas contas pela defesa (construção de fortificações e soldo dos soldados) era rica o suficiente para ter uma casa da moeda e cunhar suas próprias moedas de ouro, pois naquela época somente a Sicília administrava a cunhagem de moedas de ouro na Europa.

The Return of the Crusader
O Retorno do Cruzado
Karl Friedrich Lessing (Public Domain)

As maiores cidades encontravam-se desenvolvendo centros comerciais com muitos comerciantes estrangeiros por lá residindo definitiva ou temporariamente. Os comerciantes vinham da Arábia, Iraque, Bizâncio, África do Norte e Itália. Os mercados constituíam um ponto focal de atividade comercial. Jerusalém tinha a fama por ter diversas ruas cobertas de vendedores, incluindo a “Rua da Má Cozinha”, provavelmente uma rua na qual todas as maneiras de comida para viagem podiam ser compradas. Tais mercados eram amplos centros de compras de todo tipo, destacando-se gêneros alimentícios, artigos de couro, tecidos, peles, artigos de metal e especiarias exóticas importadas. Destacavam-se, também, mercados mais específicos, como o mercado da sede de Trípoli. As cidades possuíam quarteirões industriais especializados onde podiam ser encontrados curtumes, matadouros, ferreiros e muitas outras atividades, produzindo os bens necessários para a comunidade. Os pedreiros estavam sendo muito requisitados pois, em não havendo um suprimento adequado de madeira, os novos edifícios, igrejas, monastérios, residências e até novas cidades, eram construídos em alvenaria, principalmente com pedras.

Retaliação Muçulman

Embora os Estados Cruzados tenham se beneficiado da desunião política e religiosa entre os líderes muçulmanos da região, era somente uma questão de tempo antes que novamente viessem a se unir sob um único líder carismático e realizassem sérias tentativas para retomarem as perdas da Primeira Cruzada. No segundo quarto do século XII, a expansão muçulmana na região se colocou em marcha graças à chegada de um de tais líderes, Imad ad-Din Zangi (gov. 1127-1146), o governante muçulmano independente de Mosul e Aleppo. Edessa caiu na Véspera do Natal de 1144 após quatro semanas de sítio por Zangi. Este fato constituiu a motivação original para o lançamento da Segunda Cruzada (1147-1149). Antes que campanha internacional pudesse ser colocada em marcha, Edessa foi brutalmente saqueada pelo sucessor de Zangi, Nur ad-Din em 1146.

A Segunda Cruzada foi uma completa decepção. Derrota em Dorilea na Ásia Menor em 25 de outubro de 1147 e insucesso no sítio de Damasco em julho de 1148, levaram ao seu rápido abandono e os Estados Cruzados voltaram a ficar sozinhos. Nur ad-Din continuou a consolidar seu império tomando Antioquia em 29 de junho de 1149 e, em seguida, capturando Raymond, o Conde de Edessa, encerrando o que restou do Condado de Edessa em 1150. Pior que isto foi o aparecimento de outro líder muçulmano carismático, que iria novamente alterar o mapa político e religiosos do Oriente Médio: Saladin.

Latin Surrender to Saladin, 1187 CE
Latinos se Rendem a Saladin, 1187
Said Tahsine (Public Domain)

Saladin era o sultão do Egito e Síria (sultanato 1174-1193) e tinha como objetivo unir o mundo muçulmano e destruir a presença cristã no Oriente Médio. O primeiro golpe foi a destruição de um exército latino comandado pelo Reino de Jerusalém na Batalha de Hattin, em julho de 1187. Logo em seguida, e sem nenhum guerreiro franco para defendê-la, a própria Jerusalém foi tomada em setembro. Saladin tinha sido tão bom quanto seu nome, porém o Ocidente não desistiu facilmente de se manter presente na região. O Oriente Latino quase todo entrou em colapso, somente Tiro permaneceu em mãos cristãs sob o comando de Conrado de Montferrat, bem como um punhado de castelos, os quais iriam provar serem cruciais para a próxima etapa desta guerra aparentemente interminável.

O Papa Gregório VIII (+1187) lançou a Terceira Cruzada (1189-1192) que se gabava de ter três monarcas como seus líderes conjuntos. Com um planejamento um pouco melhor que as Cruzadas anteriores, acabou se tornando um grande desapontamento. Acre foi tomada em 1191, mas Jerusalém foi deixada em mãos muçulmanas, porque os cruzados não tinham recursos para tomá-la e mantê-la. Acre tornou-se a nova capital do Reino de Jerusalém e do Oriente Latino como um todo.

Os cruzados voltariam, contra todos as previsões, a governar Jerusalém de 1229 a 1243, graças à Sexta Cruzada (1228-1229) e às habilidades de negociação do Sacro Imperador Romano Frederico II (gov. 1220-1250). Frederico atuou para acertar um acordo com al-Kamil, na época sultão do Egito e Síria (sultanato 1218-1238), e Jerusalém foi cedida ao controle cristão com a ressalva de que os peregrinos muçulmanos poderiam entrar livremente na cidade. Al-Kamil estava enfrentando problemas para controlar seu amplo império, especialmente a rebelde Damasco e Jerusalém não tinha nenhum valor militar ou econômico naquela época.

Church of St. Anne, Jerusalem
Igreja de Santa Anna, Jerusalém
Berthold Werner (CC BY-SA)

O pêndulo do destino oscilou novamente quando os aliados da Dinastia Aiubida (os sucessores de Saladin), os nômades Khorezmians (Khwarismians), tomaram Jerusalém em 23 de agosto de 1244. O controle aiubida do Oriente Médio foi muito reforçado quando um grande exército latino e seus aliados muçulmanos de Damasco e Homs foram derrotados na Batalha de La Forbie (Harbiya) em Gaza em 17 de outubro de 1244. Mais de 1000 cavaleiros foram mortos na batalha, um desastre do qual os Estados Cruzados jamais se recuperaram.

A Conquista Mameluca

À medida que o século XIII avançava, aumentava cada vez mais a ameaça aos Estados Cruzados. A Sétima Cruzada (1248-1254) atacou o Egito e foi um fracasso, uma situação não melhorada pela deplorável Oitava Cruzada (1270). Entre as duas, o líder das Cruzadas, Luiz IX da França (rein. 1226-1270), esteve no Oriente Médio e ajudou a refortificar alguma das cidades do Reino de Jerusalém, notavelmente Sidon, Jaffa e Cesarea. No entanto, em 1268, Antioquia foi saqueada pelos mamelucos, os quais se encontravam baseados no Egito e liderados pelo antigo e talentoso general Baibars (gov.1260-1277). A região viu uma ameaça em novo estilo, o sempre em expansão Império Mongol. Os mongóis, movendo-se lentamente na direção oeste, realizaram incursões sobre Ascalon e Jerusalém. Quando uma guarnição mongol se estabeleceu em Gaza, logo seguiu-se um ataque a Sidon em agosto de 1260.

A ajuda veio de uma inesperada região quando Baibars empurrou os mongóis de volta para o Rio Eufrates, porém ele assumiu muito do Oriente Latino, permanecendo com os cristãos somente dois bolsões em volta do Acre e Antioquia. Finalmente, o poderoso Acre caiu em 1291 e o Reino de Jerusalém e o Oriente Latino agora existiam como um refúgio em Chipre. O que foi deixado pelos Estados Cruzados foi absorvido no Sultanato Mameluco, o qual governou na região até 1517.

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Sobre o tradutor

Jose Monteiro Queiroz-Neto
Monteiro é um pediatra aposentado interessado na história do Império Romano e da Idade Média. Tem como objetivo ampliar o conhecimento dos artigos da WH para o público de língua portuguesa. Atualmente reside em Santos, Brasil.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

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Estilo APA

Cartwright, M. (2018, novembro 01). Estados Cruzados [Crusader States]. (J. M. Queiroz-Neto, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-17426/estados-cruzados/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Estados Cruzados." Traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto. World History Encyclopedia. Última modificação novembro 01, 2018. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-17426/estados-cruzados/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Estados Cruzados." Traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 01 nov 2018. Web. 21 dez 2024.