Vasco da Gama

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Mark Cartwright
por , traduzido por Rogério Cardoso
publicado em 03 junho 2021
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol
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Vasco da Gama as Viceroy (by Unknown Artist, CC BY-NC-SA)
Vasco da Gama como Vice-Rei
Unknown Artist (CC BY-NC-SA)

Vasco da Gama (c. 1469-1524) foi um navegador português que, em 1497-9, contornou o Cabo da Boa Esperança, no sul da África, e chegou a Calicute (hoje Kozhikode), na costa sudoeste da Índia. Essa foi a primeira viagem direta de Portugal à Índia, permitindo que os europeus interviessem no imensamente lucrativo comércio oriental de especiarias.

Da Gama repetiu a sua viagem em 1502-3, mas, dessa vez, a diplomacia cedeu lugar aos disparos de canhão. Os bem estabelecidos padrões de comércio no Oceano Índico se modificaram para sempre, na medida em que outros poderes europeus seguiram os passos de Gama e se dirigiram ainda mais para o leste à procura de riquezas. Da Gama tornou-se uma lenda durante a sua própria vida, e a sua ascensão ao topo da sociedade portuguesa se confirmou quando ele foi nomeado Vice-Rei da Índia Portuguesa em 1524. Navegando pela terceira vez à Índia, em 1524, para assumir o seu novo cargo, Vasco da Gama morreu de enfermidade logo depois de chegar a Cochim (hoje Kochi), na costa sudoeste.

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Início da Vida

VASCO da gama partiu de cabo verde e navegou para o oeste até o meio do atlântico numa ampla curva, na esperança de pegar ventos meridionais favoráveis.

Vasco da Gama nasceu por volta de 1469 em Sines, na região do Alentejo, em Portugal. Seu pai era Estêvão da Gama, um membro da pequena nobreza, e sua mãe era Dona Isabel Sodré. Assim como o seu pai, Vasco era membro da Ordem Militar de Santiago. Ele também se tornou membro da corte do rei Manuel I de Portugal (r. 1495-1521). Pouco se sabe sobre o início da sua vida e carreira, exceto que ele participou de várias expedições militares, servindo provavelmente no norte da África, e comandou uma pequena frota que capturou navios franceses em vários portos portugueses ao sul, em 1492. Por que de fato uma figura relativamente obscura se beneficiou do favor do rei ao ser selecionado para comandar uma grande expedição marítima às Índias é desconhecido.

Preparação

A Coroa Portuguesa já havia colonizado com sucesso três arquipélagos: Madeira (1420), os Açores (1439) e Cabo Verde (1462) no Atlântico, ao largo da costa da África Ocidental. O traiçoeiro Cabo Bojador foi navegado em 1434, e se descobriu que navios com velas latinas, numa ousada rota para pegar ventos e correntes no meio do Atlântico, poderiam ser guiados em segurança de volta à Europa. Além disso, desde 1456, os marinheiros portugueses usavam um quadrante para medir a posição da sua latitude, longe da terra, usando as estrelas. O caminho para o sul e para o leste foi finalmente aberto para aqueles dispostos a correr os riscos necessários para chegar lá.

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Portuguese Colonial Empire in the Age of Exploration
O Império Colonial Português na Era das Grandes Navegações
Simeon Netchev (CC BY-NC-ND)

Em 1488, Bartolomeu Dias navegou rumo ao sul pela costa da África Ocidental e fez a primeira viagem ao redor do Cabo da Boa Esperança, na extremidade sul do Continente Africano (hoje África do Sul). Dias planejava uma segunda e mais ambiciosa viagem para encontrar uma rota marítima direta para a Índia. No entanto, o comando dessa segunda expedição foi concedido a Vasco da Gama; seu objetivo primário, segundo a resposta de um tripulante à pergunta "Por que estás aqui?", quando ele finalmente chegou à Índia: para encontrar cristãos e especiarias. O primeiro objetivo se baseava na convicção de que, em algum lugar no Oriente, havia algum grande reino cristão ou vários deles. Tais reinos poderiam ser aliados úteis contra os estados islâmicos no Oriente Médio, rivais de longa data dos poderes europeus em termos de religião e de comércio. Os portugueses tinham conhecimento do bem estabelecido comércio que era conduzido no Oriente Médio entre muçulmanos asiáticos e africanos e estados italianos, um comércio que já entrecortava o Oceano Índico, o Mar Vermelho e as rotas terrestres médio-orientais. Motivos adicionais consistiam em achar fontes de alimento, já que Portugal era um importador líquido de gêneros alimentícios na época, em obter honra e prestígio para a Coroa e em adquirir riqueza e glória para os marinheiros que arriscavam as suas vidas. A coleta de conhecimento científico e geográfico só era considerada útil se contribuísse para o cumprimento dos principais objetivos da expedição.

as viagens de vasco da gama à índia e de cristóvão colombo às américas abriram o mundo para a exploração e a colonização europeias.

O financiamento da expedição veio de uma combinação da Coroa e de mercadores privados, de modo que nada faltasse. Dois navios foram construídos especificamente para a viagem: São Gabriel, a ser comandado por da Gama, e São Rafael. Os outros dois navios eram o Berrio, uma caravela, e, o maior da frota, um navio de carga de 200 toneladas. Entre os capitães escolhidos por da Gama estavam os seus irmãos Paulo e Nicolau Coelho, que capitaneariam o São Rafael e o Berrio respectivamente. Outro importante membro da equipe era o piloto-chefe de Dias, Pêro de Alenquer, que tinha valiosa experiência sobre o Cabo. Finalmente, a tripulação escolhida a dedo, que somava não mais do que 170 homens ao todo, foi bem paga em comparação com outras expedições.

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Primeira Viagem à Índia

O explorador português zarpou da foz do rio Tejo, perto de Lisboa, em 8 de julho de 1497 e chegou à colônia portuguesa nas ilhas de Cabo Verde, onde ele reequipou e reabasteceu os seus navios. Ele partiu de Cabo Verde em 3 de agosto e, em vez de ladear a costa africana, navegou para o oeste até o meio do Atlântico numa ampla curva, na esperança de pegar ventos favoráveis. Como resultado, os marinheiros passaram três incríveis meses no mar sem qualquer sinal de terra. Dias, ao contrário, ladeara a costa da África Ocidental e laboriosamente enfrentara ventos e correntes dominantes.

Vasco da Gama Departing Lisbon
Vasco da Gama Partindo de Lisboa
Alfredo Roque Gameiro (Public Domain)

A monótona rotina da vida no mar só era então quebrada pelas refeições:

O rapaz da cozinha cozinhava a única refeição quente do dia sobre uma fornalha cheia de areia no convés, e os homens comiam em trinchos de madeira com os dedos ou com canivetes. Cada tripulante, do capitão para baixo, recebia as mesmas rações diárias básicas: uma libra e meia de biscoito, dois quartilhos e meio d'água e pequenas porções de vinagre e óleo de oliva, junto com uma libra de bife salgado ou meia libra de porco, arroz, bacalhau ou queijo, em vez da carne, nos dias de jejum. Iguarias como frutas secas eram reservadas aos superiores e se mostrariam vitais à preservação da sua saúde.

(Cliff, 174)

A pequena frota finalmente retomou o caminho rumo ao leste e chegou ao extremo sul da África em 7 de novembro, superando em muitas semanas o que Dias havia conseguido. Os navios foram reparados, limpos e reabastecidos numa baía que eles chamaram de Baía de Santa Helena. O encontro com os africanos começou bem, mas descambou para a violência, que resultou em vários homens feridos, incluindo da Gama, atingido na perna por uma flecha.

Contornando o Cabo da Boa Esperança em 22 de novembro, da Gama de novo parou para pegar suprimentos frescos, dessa vez na Baía de Mossel. Decidiu-se desmembrar o navio maior e redistribuir os homens e os suprimentos entre os três navios restantes da sua frota. O navegador percorreu em vários pulos a costa da África Oriental, parando no posto comercial islâmico de Quelimane, entre outros.

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Muitos dos tripulantes de Vasco da Gama estavam sofrendo de escorbuto por essa época, uma doença então nova para os marinheiros europeus, cuja causa e cura eram desconhecidas (uma deficiência em vitamina C). Marinheiros árabes em Mombaça, no leste da África, chegados no dia 7 de abril, claramente sabiam sobre a doença e como lidar com ela, já que deram laranjas a alguns tripulantes, observando-se que eles tiveram uma recuperação rápida. Infelizmente, nada foi feito para prevenir o retorno da doença conforme a viagem prosseguia. Da Gama depois chegou ao reino de Melinde em 15 de abril, onde lhe foi dado um piloto e uma carta de navegação para ajudá-lo a atravessar até a Índia. Tem-se de há muito afirmado que esse piloto era o famoso navegador Ahmad Ibn Majid (também conhecido como Majid), mas isso, desde então, vem sendo refutado pelos estudiosos.

Vasco da Gama Arriving at Calicut, India
Vasco da Gama Chegando a Calicute, na Índia
Roque Gameiro (Public Domain)

Os exploradores partiram de Melinde em 24 de abril de 1498 e cruzaram o Oceano Índico para chegar perto de Calicute, na costa de Malabar, em 18 de maio. A rota marítima direta de Portugal à Índia havia durado dez meses. Conforme o hábito dos marinheiros portugueses, pilares foram erigidos - seis nesse caso - para marcar os locais de desembarque da expedição. Os portugueses fizeram pequenos passeios, como visitas a templos hindus, embora os visitantes tenham confundido o Hinduísmo com algum tipo de ramo estranho do Cristianismo Oriental. Da Gama conseguia se comunicar com o governante de Calicute por meio de vários falantes fluentes de árabe que ele tinha na sua tripulação, os quais, por seu turno, trabalhavam com intérpretes malaialas nativos. Uma grande decepção, todavia, foi a descoberta de que os indianos pareciam perfeitamente satisfeitos com as relações comerciais existentes e permaneceram, sobretudo, céticos quanto a esses novos intrusos em roupas estranhas.

Os navios levavam a bordo uma boa quantidade de especiarias preciosas como pimenta, gengibre, cravo e canela, ainda que seja realmente apenas uma amostra quando comparada a futuras expedições. No seu papel de embaixador, da Gama tentou adular o governante de Calicute, a quem eles chamavam de samorim, exagerando o grande poder do rei Manuel e dando alguns presentes. Infelizmente, a inexperiência cobrou o seu preço, já que os presentes de Vasco da Gama, em roupa e comida, não chegavam nem perto de serem tão suntuosos como era de costume nessa parte do mundo. Houve também alguma irritação da parte de Vasco da Gama devido às dificuldades de organizar várias audiências com o samorim e de convencê-lo então de que ele vinha como embaixador de um rico e poderoso rei. Parece que as relações se deterioraram devido à suspeita mútua e à falta de comunicação. Vários portugueses em terra foram presos, talvez por causa de um desentendimento relativo à taxa de partida do porto. Temendo pela segurança dos seus navios, o próprio da Gama pegou para si vários reféns. Tais reféns serviram inclusive para mostrar às autoridades portuguesas que da Gama de fato havia navegado até a Índia. Era de todo uma maneira muito insatisfatória de fazer negócios, mas, na próxima vez, os canhões portugueses é que conduziriam as conversas, e não os embaixadores.

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Retorno e Reconhecimento

Em outubro, da Gama cruzou outra vez o Oceano Índico, enfrentando dessa vez momentos de calmaria e de tempestade. O escorbuto atacou de novo, deixando os navios carentes de tripulação apta, já que mais de 30 homens haviam morrido. Retornando a Melinde em 2 de janeiro de 1499, os membros da tripulação sobrevivente se recuperaram, mas tantos haviam sucumbido à doença, que o São Rafael foi abandonado devido à falta de tripulantes para velejarem todos os navios. O governante de Melinde, disposto a reunir apoio em sua rivalidade com Mombaça, enviou um embaixador para que pudesse encontrar-se com o rei português. Os portugueses partiram de Melinde em 11 de janeiro. O Cabo da Boa Esperança foi contornado em 20 de março de 1499, e da Gama continuou navegando até desembarcar nos Açores portugueses. Foi aí que Paulo da Gama morreu.

Os marinheiros depois navegaram de volta a Portugal, chegando os navios separadamente em julho e em agosto de 1499 após o que havia sido uma terrível viagem de 11 meses desde a Índia. Da tripulação aproximada de 170 homens que havia partido de Lisboa 732 dias antes, cerca de apenas 55 conseguiram voltar para casa. Aos aventureiros restantes, ao menos, foi feita uma grande recepção. Para celebrar o sucesso da viagem de Vasco da Gama, a mais longa viagem já empreendida na história da navegação em termos de tempo e de milhas percorridas, o rei Manuel cunhou uma enorme e nova moeda de ouro, de dez cruzados, conhecida simplesmente como o português. Um célebre relato da viagem, na verdade um diário ou um roteiro, foi escrito por um membro da tripulação identificado como Álvaro Velho. O próprio da Gama recebeu uma concessão real que lhe dava a posse de Sines e dos seus vários rendimentos em impostos, o direito de adesão ao Conselho Real, várias honras marítimas, o título de Almirante das Índias e o direito de portar o título de Dom antes do seu nome. Em 1501, o explorador português havia elevado a sua posição na sociedade quando se casou com a nobre Dona Catarina de Ataíde.

A Rota para a Índia está estabelecida

Os portugueses tinham agora uma rota marítima que lhes permitia obter acesso direto às riquezas do Oriente e rechaçar mercadores intermediários. Além disso, parecia (de modo completamente errôneo) que havia reinos cristãos no Oriente que poderiam ser úteis aliados contra o Sultanato Mameluco. Houvera antes alguns contatos comerciais europeus com a Índia, mas a escala que eles então atingiriam não tinha precedentes. É também verdade que esse novo desenvolvimento no comércio mundial certamente não pôs um fim às tradicionais rotas terrestres das caravanas árabes da Índia ao Mediterrâneo. Uma segunda expedição portuguesa, dessa vez com 13 navios e 1500 homens, comandada por Pedro Álvares Cabral, zarpou em março de 1500 para repetir o feito de Vasco da Gama, e lhe foi dada a tarefa de se imiscuir no comércio muçulmano afundando quaisquer navios árabes com que se deparasse. Cabral, tentando emular a rota atlântica de Vasco da Gama, navegou muito para o oeste e acidentalmente "descobriu" o Brasil, que mais tarde se tornaria outra colônia portuguesa.

Segunda Viagem à Índia

Em 1502-3, à medida que o Império Português no Oriente se tornava uma realidade, Vasco da Gama conduziu uma frota de 15 navios a Calicute (a quarta até então a ser enviada por Manuel I à costa de Malabar), num ataque para vingar o assassinato de um grupo de portugueses liderado por Cabral, que fora o culpado por atrocidades em Calicute. Da Gama também foi instruído pelo rei português a construir uma série de fortalezas e a formar uma frota permanente que pudesse patrulhar e proteger os interesses comerciais portugueses ali. O primeiro desses fortes foi construído em Cochim, em 1503. Para promover o comércio português mais adiante, da Gama solicitou ao samorim de Calicute que expulsasse da cidade todos os comerciantes muçulmanos de Cairo e do Mar Vermelho. O samorim se recusou a mudar os seus parceiros comerciais já estabelecidos.

O política usual de Vasco da Gama de atacar primeiro e fazer comércio depois lhe trouxe poucos amigos. A sua reputação foi seriamente prejudicada por um ataque a um navio com mais de 300 peregrinos a caminho de Meca. Calicute foi submetida a uma contínua barragem de fogo de canhões por parte da frota portuguesa, e houve uma batalha naval que os europeus venceram. Por outro lado, nessa curiosa miscelânea de comércio e força, as relações com Cochim, mais abaixo na costa, permaneceram amigáveis. Todo o Oceano Índico se tornava, cada vez mais, um lugar perigoso para fazer comércio em sendo indiano, árabe, holandês ou veneziano, pois os portugueses não tinham receio de usar os seus canhões para levarem a melhor sobre os seus rivais.

Vasco da Gama Portrait
Retrato de Vasco da Gama
Sailko (CC BY)

Da Gama retornou a Portugal em 10 de outubro de 1503 com uma frota carregada de preciosas especiarias, e, segundo rumores, o almirante não teve receio de encher os seus bolsos com uma fortuna em joias e pérolas. Houve também o bônus oriundo de um tratado comercial e os tributos pagos pelo governante de Cochim, além de um considerável tributo em ouro pago pelo governante muçulmano de Quíloa, na costa suaíli. A Coroa Portuguesa mantinha a esperança de estabelecer domínios regionais e um monopólio comercial de um jeito ou de outro, e, em 1505, um Vice-Rei da Índia foi nomeado: Francisco d'Almeida. Os portugueses se dirigiram ainda mais para o leste, fundando inclusive um forte na China, embora eles não compreendessem à época o poder da Dinastia Ming (1368-1644).

Morte e Legado

Em abril de 1524, após um período apartado do favor real (ele foi feito conde em 1519, mas apenas depois de ameaçar desertar em favor da Espanha), da Gama volta a ser o centro das atenções quando navegou pela terceira vez à Índia para assumir o seu novo cargo como vice-rei. O velho marinheiro havia decerto percorrido umas boas milhas náuticas, mas estava seriamente enfermo quando desembarcou em novembro no que era então a Cochim portuguesa. Levado à casa de um colono português chamado Diogo Pereira, Vasco da Gama passou ali os seus dias finais. Ele morreu na véspera de Natal, em 1524. Ele foi sepultado na Igreja de Santo António em Cochim, mas os seus restos mortais, conforme ele desejava, foram reconduzidos a Portugal alguns anos depois. No século XIX, os seus restos mortais foram, segundo relatos, enterrados no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, onde muitos grandes monarcas portugueses foram enterrados.

Aqueles que seguiram os passos de Bartolomeu Dias e Vasco da Gama buscavam uma só coisa: o controle total da rede de comércio do Oceano Índico, então dominada por comerciantes na costa suaíli, no leste da África, e por comerciantes muçulmanos do Golfo Pérsico. Com armas inferiores e devido à falta de cooperação entre as cidades-estados, a costa suaíli não era capaz de armar uma defesa forte. Fortalezas foram construídas, por exemplo, em Sofala em 1505, na Ilha de Moçambique em 1507 e em Xama em 1526. Contudo, os portugueses eram comerciantes tão cruéis, a ponto de tantos assentamentos serem destruídos e tantos navios serem afundados, que os comerciantes africanos se dirigiam para o norte a fim de evitá-los. A Índia, no momento, mostrava ser um território demasiado grande para dominar, mas, ainda assim, os portugueses chegaram a estabelecer centros comerciais ao longo da costa ocidental do subcontinente.

De modo mais geral, as viagens de Vasco da Gama à Índia e de Cristóvão Colombo às Américas, em 1492, abriram o mundo para a exploração e a colonização europeias. Os portugueses adentraram ainda mais no Oriente, estabelecendo colônias em Macau na China e em Nagasaki no Japão, visitando inclusive a Coreia. Impérios ascenderam, europeus se beneficiaram de uma gama de produtos mais baratos e variados, fauna e flora foram espalhadas pelo globo, doenças encontraram novas vítimas, e as vidas de milhões de indígenas nos quatro continentes mudaram para sempre.

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Sobre o tradutor

Rogério Cardoso
Rogério Cardoso nasceu em Manaus, Brasil, onde inicialmente obteve um grau em Letras Portuguesas, e mais tarde se mudou para São Paulo, onde obteve um grau de mestre em Filologia Portuguesa. Ele é um entusiasta da História.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2021, junho 03). Vasco da Gama [Vasco da Gama]. (R. Cardoso, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-18064/vasco-da-gama/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Vasco da Gama." Traduzido por Rogério Cardoso. World History Encyclopedia. Última modificação junho 03, 2021. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-18064/vasco-da-gama/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Vasco da Gama." Traduzido por Rogério Cardoso. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 03 jun 2021. Web. 18 dez 2024.