A rainha Maria I da Inglaterra reinou de 1553 a 1558. Filha única de Henrique VIII da Inglaterra (r. 1509-1547) com Catarina de Aragão (1485-1536), ela restaurou o catolicismo na Inglaterra e sua perseguição aos protestantes granjeou-lhe a alcunha de 'Bloody Mary' (Maria Sangrenta). A proposta de casamento de Maria com Felipe da Espanha católica colocou seu próprio país contra ela.
Como rainha, teve de superar os obstáculos personificados pelos cortesãos e até mesmo uma usurpadora, na figura de Lady Jane Grey (1537-1554), antes de assumir o trono. Maria esmagou a rebelião Wyatt de 1554, mas o apoio ao catolicismo e à Espanha foram sua ruína. Ela morreu de câncer em 1558 e foi sucedida por sua meia-irmã Elizabeth I da Inglaterra (r. 1558-1603), que restabeleceu o protestantismo na Inglaterra. Elizabeth pode ter conquistado maior interesse e aplausos da posteridade, mas foi sua irmã Maria que se tornou a primeira mulher a governar a Inglaterra por direito.
Vida Pregressa
Maria nasceu em 18 de Fevereiro de 1516, no Palácio Greenwich, filha mais velha de Catarina de Aragão e Henrique VIII. Ela teve uma meia-irmã, Elizabeth (n. Set. 1533), a filha de Ana Bolena (c. 1501-1536). Também tinha um meio-irmão mais jovem, Eduardo (n. Out. 1537), filho da terceira esposa de Henrique, Jane Seymour (c. 1509-1537).
Em 1531, enquanto pressionava Catarina para conceder o divórcio, o que lhe daria condições de se casar com Ana Bolena, Henrique VIII separou Maria de sua mãe de forma permanente. Após muitas tentativas, o primeiro casamento de Henrique foi anulado em 23 de Maio de 1533. Como consequência, Maria tornou-se ilegítima através do Ato de Sucessão (30 de Abril de 1534). Henrique casou-se com Ana Bolena e o nascimento da filha do casal, Elizabeth, resultou em um rebaixamento adicional de Maria para a periferia da corte real. Catarina de Aragão morreu de câncer, com 50 anos de idade, em Janeiro de 1536. A vida privada da princesa melhorou somente quando Henrique desposou sua sexta esposa, Catarina Parr (c. 1512-1548) em Julho de 1543. Catarina supervisionava o bem-estar e a educação de suas três crianças adotadas, que viviam num lar feliz.
No fim de sua vida, o único herdeiro de Henrique VIII era seu filho Eduardo, que foi devidamente coroado como Eduardo VI da Inglaterra (r. 1547-1553), depois da morte do rei, em 28 de Janeiro de 1547. Henrique havia estipulado em 1554 que, caso seu filho morresse sem herdeiros, sua meia-irmã Maria seria a próxima na linha de sucessão, vindo a seguir a outra meia-irmã, Elizabeth. Maria permanecia uma católica fiel, a despeito das iniciativas de Eduardo VI em favor de uma Inglaterra ainda mais protestante. O rei insistiu para que sua irmã desistisse da missa, sem sucesso. Em maio de 1550, ela temia por sua vida e até tentou fugir para a Europa continental.
A Pretendente: Lady Jane Grey
Em Julho de 1553, Eduardo VI morreu aos 15 anos, encerrando seu curto reinado, que havia sido dominado por conselhos de regência. Na última metade do reinado de Eduardo, John Dudley, o Conde de Northumberland (1504-1553) era o governante efetivo e, com a aprovação do rei, prosseguiu a todo vapor com a Reforma Inglesa e o abandono das práticas católicas. Com a morte do rei, vítima da tuberculose, parecia certo que Maria assumiria o trono. Seria um problema para Dudley, já que a nova rainha era uma fiel católica que certamente reverteria a Reforma e poderia se vingar de adeptos do protestantismo, dos quais o número um era ele próprio. Por conseguinte, Dudley concatenou um plano para fazer a prima de Eduardo, Lady Jane Grey, sua herdeira oficial.
Lady Jane nasceu em Outubro de 1537, filha de Henry Grey, o Duque de Suffolk (1517-1554). Ela tinha uma conexão real distante pelo fato de ser bisneta de Henrique VII da Inglaterra (r. 1485-1509) através de sua mãe Frances, que por sua vez era filha de Maria Tudor, Rainha da França (1496-1533), irmã de Henrique VII. Também era uma protestante devota. Para assegurar ainda mais sua posição, Dudley casou Jane com seu filho, Lord Guildford Dudley, em 21 de Maio de 1553. O plano para fazer de Jane a rainha, assinado por Eduardo, tornou-se conhecido como a "legação da sucessão" e deserdava tanto Maria quanto Elizabeth, declarando que ambas eram bastardas. A "legação" ia contra os desejos de Henrique VIII e a lei inglesa e acabou rejeitada pelo Parlamento. Porém, o Conselho do Rei deu sua aprovação, com relutância. Assim, após a morte de Eduardo, em 6 de Julho de 1553, Dudley declarou Lady Jane Grey, na época com apenas 16 anos, Rainha da Inglaterra no dia 10 de Julho. O golpe iria durar apenas nove frenéticos dias.
Maria torna-se rainha
Dudley tinha cometido dois erros fatais. O primeiro foi não manter Maria na Torre de Londres ou em outro local adequado e seguro. O segundo foi subestimar o sentimento comum entre nobres e súditos de que o sangue real e legitimidade eram mais importantes do que considerações religiosas. Além disso, aceitar a "legação" seria colocar o monarca acima do Parlamento e da lei, um precedente perigoso que poderia gerar sérios problemas no futuro.
Maria escapou para sua fortaleza em Norfolk e lá, no Castelo Framlingham, os nobres leais e seus exércitos se reuniram para apoiá-la. Ela se sentiu confiante o suficiente para se declarar a verdadeira rainha em 19 de Julho. Uma força considerável, com cerca de 30.000 homens, marchou em nome de Maria para Londres, cuja população, como no restante do reino, estava unida na intenção de honrar a vontade original de Henrique VIII. Sem demora, o conselho abandonou Dudley, que foi preso no dia 21 de Julho em Cambridge, quando estava a caminho para tentar capturar Maria. Seu exército de 2.000 homens desapareceu como fumaça ao vento; uma declaração de apoio a Maria no último minuto não foi suficiente para salvar seu pescoço e Dudley acabou executado em 22 de Agosto de 1553.
Nesse meio tempo, Maria foi recebida por uma multidão entusiasmada em 3 de Agosto de 1553, quando chegou a Londres. Lady Jane Grey, que tinha sido uma participante relutante do plano, foi confinada na Torre de Londres. Maria considerou a possibilidade de libertar sua prima, como já havia feito com muitos outros prisioneiros, mas foi alertada que Jane poderia se transformar num foco de rebelião. Assim, aos 37 anos e contra todas as possibilidades, Maria foi coroada como Rainha reinante na Abadia de Westminster em 1° de Outubro de 1553 e tornou-se Maria I da Inglaterra.
A Reversão da Reforma
É estranho que Maria, após ser escolhida com amplo apoio popular, ficasse conhecida como uma tirana e pelo apelido de 'Bloody Mary' (Maria Sangrenta). O problema reside no fato de que ela não compreendeu que sua popularidade residia na legitimidade para governar como filha e irmã de seus dois predecessores, respectivamente. Maria se convenceu de que havia conquistado o trono porque Deus favorecia suas convicções religiosas. Assim como seu pai havia determinado a ruptura da Igreja na Inglaterra com a Roma Católica, a nova rainha estava igualmente disposta a trazer de volta o catolicismo ao país.
Na verdade, a maioria da população mostrava-se indiferente a este debate. A deferência às decisões das autoridades em relação à melhor forma de adorar a Deus era o sentimento predominante e acrítico. Entretanto, quando a política começou a se misturar à religião, um coquetel de alta combustão estava pronto para explodir. Maria alimentou o descontentamento subjacente com o catolicismo ao reverter o Ato de Supremacia (1534) de seu pai, que havia colocado o monarca inglês como chefe da Igreja da Inglaterra, ao invés do Papa. Ela queria reinstalar o Papa como a suprema autoridade religiosa. Porém, independente deste ideal religioso, as consequências práticas de devolver à Igreja as propriedades confiscadas desagradavam a nobreza. Além disso, ela buscou ligar a Inglaterra à Espanha, algo que talvez chamasse mais a atenção do povo e que iria esbarrar no crescente nacionalismo inglês.
Felipe da Espanha
Em 29 de Outubro de 1553, a rainha anunciou seu noivado com Felipe (1527-1598), filho do rei Carlos V da Espanha (r. 1516-1556), inimigo católico número um da Inglaterra e governante de um país cada vez mais rico, graças à pilhagem das riquezas do Novo Mundo. O povo recordou-se então que a mãe de Maria era filha do Rei Fernando II de Aragão (r. 1479-1516) e da Rainha Isabel de Castela (1451-1504). Houve até rumores de uma planejada invasão espanhola à Inglaterra. Uma situação tão volátil selou o destino de Lady Jane Grey, pois Maria não permitiria que sua prima se tornasse uma figura central numa trama para destroná-la. Jane foi executada em 12 de Fevereiro de 1554 e sua morte veio como a resposta imediata ao maior desafio que a Dinastia Tudor já havia enfrentado.
A Rebelião Wyatt
Um exército rebelde, liderado por Sir Thomas Wyatt, marchou para Londres em 25 de Janeiro de 1554, com o objetivo de cancelar o "Casamento Espanhol" e talvez substituir Maria pela irmã Elizabeth no trono. A nova rainha iria então desposar Edward Courtenay, o bisneto de Eduardo VI da Inglaterra (r. 1461-1470). Segundo Wyatt, ele não queria ver a Inglaterra se transformar num "escaler rebocado por um galeão espanhol" (Cavendish, 283). Como se não bastasse, a economia inglesa enfrentava um momento ruim. Ao longo das últimas décadas, os súditos de Maria sofreram com inflação, desvalorizações da moeda, redução do comércio com a Europa, escassez periódica de alimentos, novas tarifas em bens como tecidos, vinho e cerveja e ondas da praga e de influenza - as mais fatais em três séculos.
O desafio apresentado pela rebelião Wyatt era tão sério que Maria ordenou a destruição das pontes ao longo do Rio Tâmisa. Porém, a rainha permaneceu na capital e pronunciou um vibrante discurso para o público reunido na Guidhall de Londres (sede do município). A rainha garantiu ao povo que ela era "filha do seu pai e esposa do reino" (Jones, 240) e que Londres iria resistir. Então, no dia 6 de Fevereiro, Wyatt nadou através do Tâmisa e começou a reparar uma das pontes. Com o caminho livre, 7.000 manifestantes marcharam para o coração da capital em 17 de Fevereiro. Mas a rainha estava preparada com um exército de 10.000 homens e 1.500 cavaleiros, que cercou Wyatt e sua vanguarda. A batalha espalhou-se pelas ruas, com vantagem para os rebeldes, que atacaram o Palácio de Whitehall, onde residia a rainha. Por fim, a cavalaria real irrompeu e liquidou os rebeldes. Wyatt rendeu-se com um punhado de sobreviventes.
Três outras rebeliões simultâneas iriam acontecer, uma das quais liderada pelo Duque de Suffolk, pai de Lady Jane Grey, mas tanto esta quanto as outras não se materializaram. Maria suspeitou que a Princesa Elizabeth estivesse envolvida com a rebelião - ainda que a irmã não tivesse feito declarações públicas sobre a Reforma ou o Casamento Espanhol - e por isso ela foi detida na Torre em 17 de Março de 1554 e, dois meses depois, transferida para Woodstock, em Oxfordshire, onde foi mantida em prisão domiciliar. No ano seguinte as irmãs se reconciliaram e Elizabeth ganhou sua liberdade de volta. Os rebeldes não tiveram um tratamento tão gentil: 200 foram executados e, no dia 11 de abril, Wyatt recebeu a morte dos traidores ao ser enforcado, estripado e esquartejado.
O Casamento Espanhol
O Parlamento inglês não estava ansioso em promover reformas religiosas que reduziam a riqueza da nobreza, mas ainda assim aprovou o primeiro Ato de Revogação, em Outubro de 1553, que reverteu todas a leis relacionadas à religião do reinado de Eduardo VI. Maria também conseguiu o consentimento para o casamento com Felipe da Espanha, ainda que os parlamentares estivessem contrários à ideia da rainha se casar com um estrangeiro. A condição imposta foi a de que Felipe só fosse considerado rei enquanto ela estivesse viva. Sob este acordo de casamento, Felipe não detinha mais poder do que um consorte, e estrangeiros não eram nomeados para cargos na corte. Maria casou-se com Felipe, 11 anos mais novo, em 25 de Julho de 1554, na Catedral de Winchester. Não foi um matrimônio feliz, uma vez que Felipe - ele próprio um peão na política externa do pai – ocupava seu tempo perseguindo seu prazer com mulheres mais novas e mais atraentes. O casal real dificilmente encontrava-se no mesmo país. Ainda assim, Maria estava encantada com seu príncipe espanhol. Uma desilusão adicional foi a gravidez anunciada pela rainha em 1554, que se revelou uma falsa esperança, o mesmo ocorrendo em 1557. É possível que estes alarmes falsos fossem realmente os primeiros sinais do tumor que eventualmente iria matá-la.
Em Janeiro de 1556, Felipe tornou-se o Rei Felipe II da Espanha e, portanto, Maria agora era sua rainha. Ele iria reinar até 1598, decidido a lançar uma campanha contra a Reforma que se espalhava pela Europa. Se necessário, a guerra seria empregada para restaurar o catolicismo. Espanha e Inglaterra aliaram-se para atacar a França em Junho de 1557. Houve uma vitória em Saint-Quentin, mas nenhum dos dois países possuía recursos para bancar uma guerra em grande escala e Maria terminou por perder Calais em Janeiro de 1558.
Ainda assim, o casamento de Maria não foi um completo fracasso, já que Felipe trouxe consigo 20 carroças de prata da América, muito necessária para a cunhagem de moedas na Torre de Londres. A casa da moeda, inclusive, conseguiu seu primeiro contrato no exterior: a cunhagem de moedas para a Espanha. Embora houvesse uma série de colheitas ruins de 1555 a 1558, o controle da economia se robusteceu sob o reinado de Maria, com melhor organização das tarifas alfandegárias; coleta de impostos mais eficiente, graças à maior independência do Tesouro; moeda com valor mais apropriado; e maior eficiência do governo, graças ao emprego de comitês especializados que se encarregavam de tarefas específicas. Finalmente, e talvez mais importante diante dos eventos ocorridos mais tarde, naquele mesmo século, Maria voltou a investir na frota inglesa, após anos de negligência de seu predecessor.
"Maria Sangrenta''
Em 20 de Novembro de 1554, o legado papal, Cardeal Reginald Pole, anunciou formalmente a absolvição e que a Inglaterra e o Papado estavam a partir daquele momento em paz. Foram belas palavras, mas que seriam seguidas por atos sangrentos. A rainha pressionou o Parlamento para a aprovação do segundo Ato de Revogação em Janeiro de 1555, que aboliu toda a legislação posterior a 1529 relativa a questões religiosas. Esta lei incluía o Ato de Supremacia e, assim, finalmente o Papa retornava ao posto de Chefe da Igreja na Inglaterra.
Maria aumentou a perseguição aos protestantes a partir de Fevereiro de 1555, executando na fogueira 287 crentes - homens e mulheres - em quatro anos. Entre eles estava o velho Arcebispo de Canterbury (Cantuária), Thomas Cranmer (no cargo entre 1533-55) e os proeminentes bispos Hugh Latimer e Nicholas Ridley. Latimer, pelo menos de acordo com a lenda, teria gritado uma frase célebre: "Devemos acender hoje uma vela pela graça de Deus na Inglaterra que confio jamais irá se apagar" (Philips, 111). As execuções públicas serviram somente para alimentar o fogo do ressentimento contra a rainha, que ficou conhecida como 'Bloody Mary' (Maria Sangrenta). Talvez seja necessário ressaltar, no entanto, que tais execuções raramente ocorriam fora de Londres e eram apenas um último recurso. A estratégia principal era fazer os heréticos renegarem sua fé, como um exemplo para o público, ao invés de criar mártires. Nem todos os heréticos - como os protestantes fanáticos eram considerados - foram vítimas das autoridades; alguns padres foram atacados pelos seus próprios paroquianos. A duradoura reputação de Maria como uma implacável queimadora de heréticos foi certamente construída a partir dos exageros constantes em obras como o Foxe's Book of Martyrs (Livro dos Mártires de Fox), uma publicação ilustrada protestante sobre aqueles que haviam morrido durante o reinado de Maria, e cujo objetivo principal era mostrar a intolerância católica.
A rainha era inteligente o suficiente para utilizar outras estratégias além do terror; a educação tornou-se sua principal arma. A educação dos padres nas paróquias era cuidadosamente monitorada, assim como as universidades; novos panfletos, livros de oração e Bíblias foram publicadas para guiar aqueles que iriam orientar os leigos. Os bispos instalaram escolas para treinamento, com decretos definindo o que se esperava do clero. As políticas de Maria foram tão efetivas que o catolicismo firmou raízes profundas e seus sucessores precisaram lutar para se desvencilhar delas completamente.
Embora o reinado de Maria talvez não tenha sido o grande momento de crise da dinastia Tudor, como historiadores do século XX tentaram retratar, ela certamente precisou ganhar seu espaço como uma governante mulher presidindo um conselho dividido sobre várias questões. A Câmara dos Comuns a apoiou quase sempre, com algumas notáveis exceções, como a rejeição total ao projeto de lei de Dezembro de 1555, no qual Maria tentou confiscar as propriedades de centenas de protestantes exilados. A risco real das rebeliões ou o nível de impopularidade entre a população são difíceis de avaliar mas, de qualquer modo, a rainha enfrentou longas batalhas e, após anos de conflitos políticos e emocionais, seu bem-estar ficou abalado. Os nobres espertos o suficiente para perceber esses efeitos começaram a se preparar para uma nova monarca.
Morte e Sucessão
Aos 42 anos, Maria morreu de câncer do estômago em 17 de Novembro de 1558, no Palácio Saint James. Sua morte foi celebrada como um fim para os conflitos religiosos que haviam trazido frustração para a Inglaterra por tanto tempo; na verdade, o 17 de Novembro passou a ser celebrado como um feriado público dali em diante. Maria foi sepultada na Abadia de Westminster. Sem herdeiros, foi sucedida por sua meia-irmã Elizabeth, cuja coroação ocorreu em 15 de Janeiro de 1559. A Rainha Elizabeth iria restaurar o protestantismo e seu maior desafio veio do estrangeiro, já que a Espanha Católica e Felipe II viram uma oportunidade de ouro para, de uma vez por todas, controlar a riqueza e a alma espiritual da Inglaterra. Como se viu, porém, o ouro das Américas foi desperdiçado na Armada Espanhola, a frota que não conseguiu levar adiante uma invasão à ilha. A aura dourada ficou completamente do lado inglês, pois o reinado de Elizabeth desabrochou como um dos maiores períodos da longa história do país.