Maria, Rainha dos Escoceses

Definição

Mark Cartwright
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 05 junho 2020
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol
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Mary, Queen of Scots by Haillard (by Nicholas Hilliard, Public Domain)
Maria, Rainha dos Escoceses, por Haillard
Nicholas Hilliard (Public Domain)

Maria, Rainha dos Escoceses, foi a soberana da Escócia (r. 1542-1567) e, brevemente, da França (r. 1559-1560). Obrigada a fugir da Escócia, a rainha foi aprisionada por 19 anos por Elizabeth I da Inglaterra (r. 1558-1603) e finalmente executada por traição em 8 de Fevereiro de 1587.

Levada para a França para se casar com o herdeiro do trono francês, a vida de Maria iria virar de cabeça para baixo quando seu marido, Francisco II, morreu em 1560, após apenas um ano de reinado. A rainha retornou à Escócia, mas suas crenças católicas chocavam-se com os protestantes escoceses e seus dois novos maridos, além de conspirações e assassinatos, contribuíram ainda mais para desacreditar seu reinado. Em seguida à abdicação forçada pelos nobres escoceses, Maria fugiu para a Inglaterra, onde conspirou sem sucesso para destronar sua prima Elizabeth I da Inglaterra.

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Relações Familiares

Maria Stuart nasceu em 8 de Dezembro de 1542, no Palácio Linlithgow, nos arredores de Edimburgo. Era filha do Rei Jaime V da Escócia (r. 1513-1542) e Maria de Guise (1515-1560). Quando Jaime V morreu, em 14 de Dezembro, sem herdeiros masculinos, Maria, com apenas uma semana de vida, tornou-se rainha da Escócia, a primeira mulher a governar o país por direito. Ela foi coroada nove meses depois, em 9 de Setembro de 1543, no Castelo Stirling. Maria de Guise atuou como a regente da nova rainha.

Maria foi enviada à corte de Henrique II da França para completar sua educação.

Henrique VIII da Inglaterra (r. 1509-1547) pensou em promover o casamento de seu filho Eduardo com Maria para unir mais estreitamente os dois países, mas o Parlamento escocês recusou a proposta e, em 1544, a Inglaterra e a Escócia estavam em guerra novamente. Maria tinha uma reivindicação remota ao trono da Inglaterra, já que era neta de Margaret Tudor (1489-1541), irmã de Henrique VIII da Inglaterra. No final das contas, porém, os velhos laços entre França e Escócia falaram mais alto e em 1548 Maria foi enviada para ser educada na corte de Henrique II da França (r. 1547-1549).

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Rainha da França

Na corte francesa, Maria recebeu cuidados dos amigos de sua mãe e foi tratada como a rainha que era. Sua educação esmerada incluiu o aprendizado de Francês, Latim, Espanhol e Italiano. A jovem rainha destacava-se na dança e também aderiu ao catolicismo, o que iria ter sérias repercussões mais tarde em sua vida. Neste período francês Maria mudou a ortografia do seu nome de família de Stewart para a forma francesa, Stuart.

Mary, Queen of Scots & Francis II of France
Maria, Rainha dos Escoceses, e Francisco II da França
Unknown Artist (Public Domain)

Em 24 de Abril de 1558, aos 15 anos de idade, Maria casou-se com o Príncipe Francisco, de 14 anos, que iria se tornar o Rei Francisco II da França no ano seguinte (r. 1559-1560). A cerimônia aconteceu na Catedral de Notre-Dame, em Paris. Outra mudança ocorreu na divisão do brasão familiar, que agora incluía tanto os símbolos da Inglaterra quanto da França, significando a reivindicação de Maria ao trono inglês, agora ocupado pela filha de Henrique VIII, Elizabeth I da Inglaterra. Para muitos católicos ingleses, Elizabeth era ilegítima, pois eles não reconheciam o divórcio de seu pai de sua primeira esposa, Catarina de Aragão (1485-1536). Para os conspiradores católicos, Maria, a mais próxima parente da rainha inglesa, poderia ser uma boa alternativa para a protestante Elizabeth.

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Descrita como uma mulher bela e vivaz, Maria animava sua residência na Casa Holyrood com caçadas e festas com danças.

Infelizmente, o casamento de Maria não durou muito e Francisco, jamais abençoado com uma boa saúde, morreu em Dezembro de 1560. Sua mãe, Marie de Guise, havia morrido em Junho do mesmo ano e, portanto, Maria, então com apenas 18 anos, decidiu retornar à Escócia, onde iria continuar com sua reivindicação pelo trono inglês. Houve atritos adicionais entre as duas primas-rainhas. Elizabeth, indignada com a questão do brasão familiar, recusou-se a garantir passagem segura de Maria para sua terra natal. Por outro lado, Maria não reconhecia o Tratado de Edimburgo, de 1560, que havia aceitado oficialmente o direito de Elizabeth como rainha da Inglaterra. Por fim, Elizabeth não quis nomear a prima como sua herdeira.

Retorno à Escócia

A católica Maria não foi bem recebida na Escócia, onde os barões controlavam o governo mas estavam divididos em dois campos: católico e protestante. Os protestantes estavam vencendo a batalha da opinião pública, uma vez que o país estava levando adiante uma mudança religiosa profunda, através dos esforços de personalidades como o ministro calvinista John Knox (c. 1514-1572). Knox era uma personalidade influente, que fundou a Igreja Presbiteriana da Escócia e suas opiniões de que uma mulher não deveria governar, especialmente uma com a religião "errada", tinham ampla repercussão.

Mary, Queen of Scots Aged 16
Maria, Rainha dos Escoceses, aos 16 anos
François Clouet (Public Domain)

A despeito do viés dos nobres protestantes, que se denominavam os "senhores da congregação", Maria estava determinada a governar seu reino e percorreu grande parte do país entre 1562 e 1566. A rainha dispunha de um rendimento considerável, graças às suas propriedades francesas, e trouxe consigo um toque de glamour. Descrita como uma mulher bela e vivaz, Maria animava sua residência na Casa Holyrood com caçadas e festas com danças.

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A rainha fez uma tentativa de reconciliar a divisão religiosa no país ao proibir a realização de missas em público (ela própria comparecia a uma missa privada). Ela também reconheceu a Igreja Reformada. No entanto, as suspeitas permaneciam e foram exacerbadas quando Maria se casou em 29 de Julho de 1565 com seu primo, Henry Stewart, Lorde Darnley (1545-1567), um protestante que agora era favorável à missa católica. Dali em diante, a situação começou a piorar. Em primeiro lugar, Darnley liderou um grupo de nobres que assassinou o secretário particular de Maria, o italiano David Rizzio (conhecido como Riccio) em 9 de Março de 1566. Os "crimes" de Rizzio foram os de ter sido católico e suspeito de agir de forma amigável demais com a rainha, o que deixou Darnley enciumado. O italiano foi arrastado para longe da rainha e esfaqueado 56 vezes num aposento adjacente.

A vida particular da rainha entrava numa nova e desastrosa fase. O próprio Darnley foi assassinado em 10 de Fevereiro de 1567, possivelmente com o conhecimento de Maria, que não o havia perdoado pela morte de Rizzio. A rainha teve um filho com Darnley, Jaime Stuart, nascido em 19 de Junho de 1566 no Castelo de Edimburgo. Como Elizabeth ainda não tinha se casado e gerado filhos, Jaime era agora o herdeiro de ambos os reinos da Escócia e Inglaterra.

Mary, Queen of Scots & Lord Darnley
Maria, Rainha dos Escoceses, e Lord Darnley
Unknown Artist (Public Domain)

O cabeça por trás do assassinato de Darnley foi James Hepburn, Conde de Bothwell (c. 1535-1578) que, em 10 de Fevereiro de 1567, mandou estrangular Darnley na Casa Kirk O'Field, que explodiu usando barris de pólvora. O casamento de Maria com Bothwell, em 15 de maio de 1567, alimentou as suspeitas de que a rainha estava envolvida no assassinato de Darnley. Para adicionar ainda mais escândalo e intriga à trama, Bothwell tinha levado Maria para o Castelo Dunbar, onde supostamente a estuprou (Maria pode ter sido conivente com a escapada). Eles se casaram após este estranho incidente, mas nesse ponto os barões protestantes escoceses, que tinham recebido apoio material de Elizabeth I, estavam fartos de sua rainha católica "francesa" e sua escandalosa vida particular. Os barões, liderados por James Douglas, Conde de Morton, derrotaram Maria e Bothwell no campo de batalha em Julho de 1567, a leste de Edimburgo, sem que nenhum exército trocasse golpes. A rainha havia perdido o pouco apoio que dispunha e suas forças desertaram. Maria foi então presa num castelo localizado numa ilha no Lago Leven, onde sofreu um aborto de gêmeos, presumivelmente filhos de Bothwell.

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Maria foi formalmente obrigada a abdicar em 24 de Julho de 1567 em favor de seu filho, que se tornou James VI da Escócia (r. 1567-1625). Com cerca de um ano de idade e recebendo uma educação protestante, ele poderia ser facilmente manipulado pelos barões que governavam em seu nome. Bothwell, nesse meio tempo, havia fugido para Orkney, sede do seu ducado, e dali para a Noruega, onde morreu em 1578 num calabouço dinamarquês, enlouquecido e na obscuridade.

Fuga para a Inglaterra

Temendo por sua segurança em meio à violenta guerra civil, Maria fugiu da Escócia em Maio de 1568 e buscou santuário com sua prima Elizabeth na Inglaterra. Na primeira tentativa de fuga do Castelo do Lago Leven, ela se vestiu como uma lavadeira, mas foi denunciada por suas mãos aristocráticas. A segunda tentativa, na qual utilizou um barco a remo, foi bem sucedida. Sem querer desistir de seu reino, a rainha juntou forças com clãs que a apoiavam (os Campbells, Gordons e Hamiltons) e para retomar o trono. O regente, James Stewart, o Conde de Moray (1531-1570) derrotou-a na batalha de Langside (13 de Maio de 1568) e Maria fugiu para o sul da fronteira.

Elizabeth I Ermine Portrait
Retrato do Arminho de Elizabeth I
William Segar (Public Domain)

A rainha inglesa não sabia o que fazer com a prima que, por um lado, era uma parente e uma colega monarca com direitos divinos, mas, por outro, representava uma séria ameaça ao seu trono. Como em muitas outras áreas do governo, Elizabeth vacilava e procrastinava, adiando a decisão final com relação ao destino de Maria, que foi mantida em prisão domiciliar. Para frustrar possíveis golpes, a ex-rainha dos escoceses era movida regularmente para diferentes casas de campo e mantida sob observação cuidadosa. Infelizmente para Maria, isso iria resultar em quase 20 anos de aprisionamento, durante o qual ela nunca mais viu a Escócia ou seu filho. As duas rainhas nunca se encontraram, à medida em que Maria era transferida da fronteira escocesa para os castelos de Sheffield, Tutbury e Fotheringhay, entre muitos outros. A presença de padres católicos era proibida, mas ela contornava o problema disfarçando um padre como um esmoler.

Mesmo em confinamento, Maria continuava sendo um risco para Elizabeth. A antiga rainha escocesa tinha se tornado uma figura de proa para as conspirações de católicos para remover Elizabeth de seu trono. Em 1569 houve uma rebelião no norte da Inglaterra, provocada pelos condes de Northumberland e Westmoreland, ambos católicos fiéis. Os conspiradores tomaram Durham e esperavam colocar Maria no trono e então desposá-la com Thomas Howard, o Duque de Norfolk. Elizabeth respondeu na mesma moeda, enviando um exército liderado pelo Conde de Sussex, o que levou os líderes rebeldes a fugir, em pânico; 900 rebeldes foram arrebanhados e enforcados. Em 1570, o Papa excomungou Elizabeth por heresia, em resposta às suas reformas religiosas (o Acordo Religioso Elizabetano). Como consequência da excomunhão, todos os católicos estavam liberados de qualquer lealdade à sua rainha.

Em seguida veio a conspiração Ridolfi, em 1571 (nome dado devido ao banqueiro florentino Roberto di Ridolfi). O conspirador Duque de Norfolk, que havia sido libertado da prisão após o golpe fracassado de 1569, agora planejava com a Espanha uma invasão à Inglaterra para coroar Maria como rainha. Pela segunda vez, Norfolk foi mal sucedido, uma vez que a traição foi descoberta quando cartas em código foram decifradas. O duque foi preso novamente e executado em 1572. De Spes, o embaixador espanhol, foi expulso da Inglaterra. O Parlamento inglês permaneceu engajado em garantir o trono de Elizabeth; por suas vezes, os parlamentares haviam pedido formalmente que a rainha se casasse (1559 e 1563). Agora havia uma ameaça adicional à dinastia: Maria havia nomeado Felipe II da Espanha (r. 1556-1598) como seu herdeiro. As conspirações continuaram, desta vez com a Conspiração Throckmorton, de 1584, novamente com um embaixador espanhol atuando com Maria para tentar substituir Elizabeth.

Tomb of Mary, Queen of Scots
Tumba de Maria, Rainha dos Escoceses
Bernard Gagnon (CC BY-SA)

Julgamento e Execução

Sir Francis Walsingham (c. 1530-1590), um dos principais ministros de Elizabeth e seu chefe de espionagem, estava determinado a provar a traição de Maria de uma vez por todas. Ele envolveu a antiga rainha escocesa em outra conspiração contra sua prima, neste caso um plano que tinha à frente o nobre Anthony Babington. Maria tinha encorajado Felipe da Espanha a invadir a Inglaterra e matar Elizabeth. Empregando agentes duplos e interceptando cartas secretas, Walsingham foi capaz de reunir evidências inquestionáveis das traiçoeiras intenções da prisioneira. Maria foi julgada em 14 de Outubro de 1586 e, apesar de protestar sua inocência e negar o direito do tribunal de julgar uma rainha, foi condenada à morte. O Parlamento já havia pedido por duas vezes que Elizabeth assinasse o decreto de morte em Novembro de 1585, mas ela hesitou. Agora, não houve dúvidas e a rainha assinou o decreto em 1° de Fevereiro de 1587, insistindo que deveria ser consultada antes que fosse colocado em prática. Esta última condição não foi obedecida e Maria foi executada, aos 44 anos, em 8 de Fevereiro de 1587, no Great Hall do Castelo Fotheringhay, em Northamptonshire (já demolido). A antiga rainha usou um vestido negro e uma anágua vermelha, como símbolo de sua fé católica, e foi sepultada na Catedral Peterborough.

Elizabeth se enfureceu com seus ministros por executar Maria sem sua palavra final, mas, em vista do tratamento suave que todos os envolvidos no caso receberam, parece claro que ela estava aliviada por não ter dado a terrível ordem por si própria. Nesse meio tempo, Jaime VI da Escócia encaminhou uma queixa formal a Elizabeth sobre a morte da mãe, mas não mais do que isso. Recebendo consideráveis pagamentos anuais e satisfeito em permanecer rei e em paz com a Inglaterra, James esperou sua vez. Quando Maria foi executada, Felipe da Espanha teve mais uma razão para atacar a Inglaterra protestante, o que fez (sem sucesso) com sua Armada Espanhola no verão de 1588.

Maria levou a melhor sobre Elizabeth de certa forma, já que quando a rainha inglesa morreu em 1603, sem herdeiros, Jaime VI da Escócia foi convidado a se tornar Jaime I da Inglaterra (r. 1603-1625). Foi o final da Casa de Tudor e o início da Casa Stuart na Inglaterra. Como um toque final, o rei Jaime transferiu os restos mortais de sua mãe de Peterborough para uma magnífica tumba na Abadia de Westminster.

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Perguntas e respostas

Como a Rainha Elizabeth I é relacionada a Maria, Rainha dos Escoceses?

Maria, Rainha dos Escoceses, e Elizabeth I da Inglaterra eram primas. Maria era neta de Margaret Tudor, irmã de Henrique VIII e, portanto, tia de Elizabeth.

Maria, Rainha dos Escoceses, tinha um amante?

O marido de Maria, Rainha dos Escoceses, Francisco II da França, morreu jovem. Seu segundo marido foi seu primo Henry Stewart, Lorde Darnley, que acabou assassinado. Havia suspeitas de que o secretário particular de Maria, o italiano David Rizzio, fosse seu amante. Darnley matou Rizzio. O terceiro marido de Maria foi James Hepburn, Conde de Bothwell.

O que aconteceu com Maria, Rainha dos Escoceses?

Maria, Rainha dos Escoceses, era impopular na Escócia, tanto por sua vida particular quanto pelas convicções religiosas. Fugindo para a Inglaterra, ela acabou presa por sua prima Elizabeth I. Maria acabou executada por ordens da rainha inglesa, que descobriu os planos da prima para assassiná-la.

Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2020, junho 05). Maria, Rainha dos Escoceses [Mary, Queen of Scots]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-18972/maria-rainha-dos-escoceses/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Maria, Rainha dos Escoceses." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação junho 05, 2020. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-18972/maria-rainha-dos-escoceses/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Maria, Rainha dos Escoceses." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 05 jun 2020. Web. 20 nov 2024.