O Império Português foi estabelecido no século XV e eventualmente expandiu-se das Américas até o Japão.
Muito frequentemente como uma corda de centros de comércio costeiro com fortificações defensivas, também possuía grandes e vastas colônias territoriais como Brasil, Angola e Moçambique. Os Europeus brancos dominavam o comércio, a política e a sociedade, mas também existia uma significante mistura de raças, e em muitos lugares, pessoas de ascendência chegavam a posições de riqueza e poder nas colônias.
Os Portugueses começaram o Império como uma procura por acesso ao ouro da África Ocidental e a comércio de especiarias oriental. Além disso, esperava-se que pudessem existir estados Cristãos na Ásia que poderiam se tornar útil para as guerras existentes do Cristianismo com os Califados islâmicos. Novas terras para agricultura, riquezas e glórias para os aventureiros coloniais, e a ambição do trabalho missionário eram outras motivações na construção do Império.
Grandes navios mercantes criaram uma rede marítima que conectava Lisboa com todas as suas colónias do Oeste e o Estado da Índia (‘State of India’) no Leste, como o Império era conhecido ao leste do Cabo da Boa Esperança. Mercadorias como ouro, marfim, seda, porcelana Ming e especiarias eram transportadas e comercializadas pelo mundo. Outro grande comércio era de escravos, levados do oeste e sul da África e utilizados como trabalho escravo em plantações nas ilhas do Atlântico Norte e as Américas.
As Colónias-Chave
As colónias mais importantes no Império português eram:
- Madeira (fundada em 1420)
- Açores (1439)
- Cabo Verde (1462)
- São Tomé e Príncipe (1486)
- Cochim português (1503)
- Moçambique (1506)
- Goa Portuguesa (1510)
- Malaca Portuguesa (1511)
- Ormuz português (1515)
- Colombo português (1518)
- Brasil português (1532)
- Macau português (c. 1557)
- Nagasaki português (c. 1571)
- Angola português (1571)
As Ilhas do Atlántico Norte
Os Portugueses eram marinheiros intrépidos então é totalmente apropriado que suas primeiras coloniais fossem ilhas relativamente remotas. Procurando por novos recursos e terras que pudessem resolver a demanda pela falta de trigo português, marinheiros navegavam ao desconhecido meio do Oceano Atlântico. Os navegadores Portugueses eram capazes de montar estas expedições graças aos ricos e poderosos apoiadores como o Príncipe Henrique o Navegador (também conhecido como Infante Dom Henrique, 1394-1460). Outra vantagem incomensurável era a inovação no desenho dos navios e o uso da vela triangular Latina.
O primeiro grupo de ilhas a serem colonizadas foi o inabitado arquipélago vulcânico de Madeira. Com solo vulcânico rico, clima ameno e chuva suficientes, as ilhas eram usadas para crescer trigo, videiras e cana-de-açúcar. De muitas maneiras, a colonização Portuguesa de Madeira iria definir o plano de ação na qual todas as outras colónias se espelhariam. A coroa Portuguesa dividiu as ilhas e outorgou 'capitanias' (donatarias) como parte de um sistema feudal desenhado para encorajar os nobres a patrocinarem o desenvolvimento agrícola e comercial. A coroa retinha no geral a propriedade, mas cada Capitão (donatário) era lhe dado certos privilégios financeiros e judiciais, e eles por sua vez outorgavam pedaços menores de suas terras (semarias) para serem desenvolvidas pelos seus seguidores que tinham que limpar e começar o cultivo dentro de um número pré-determinado de anos. Estas capitanias tornaram-se escritórios hereditários em muitos casos. Colonos eram atraídos pela esperança de uma vida melhor, mas havia, como haveria em todas as futuras colónias outros imigrantes menos desejáveis. Estes eram os indesejados (segregados), pessoas não desejáveis pelas autoridades Portuguesas que eram transportados contra a própria vontade para as colónias como condenados, pedintes, prostitutas reformadas, órfãos, Judeus e dissidentes religiosos.
Uma outra maneira na qual Madeira tornou-se um exemplo de colônia foi as plantações de cana-de-açúcar, criado desde 1455. O sucesso destas plantações e sua grande necessidade de mão de obra levou a que escravos trazidos da África Ocidental viessem trabalhar nelas. O sistema de plantações exercido por escravos tornou-se uma parte importante da economia do Novo Mundo e que levou ao terrível tráfico da humanidade conhecido como o comércio de escravos do Atlântico.
Depois de Madeira, e seguindo o mesmo padrão, seguiu-se as colonizações Portuguesas dos Açores e o grupo de Cabo Verde. Todas estas colónias tornaram-se portos de saída inestimáveis para barcos navegando das Índias e as Américas. Os Portugueses não estavam sem rivais para estas colónias. Portugal e Espanha disputavam sobre o domínio das Ilhas Canárias, mas o Tratado de Alcáçovas-Toledo de 1479-80 e o Tratado de Tordesilhas de 1494 definiu de uma maneira audaciosa duas esferas de influência que englobava o mundo. A imprecisão destes acordos causou problemas mais para frente como o direito de futuras descobertas de Portugal na África e Espanha e até ilhas além das Canárias, interesses que foram eventualmente definidos como o Caribe e até mesmo as Américas.
As Ilhas do Atlântico Norte permitiram a Coroa Portuguesa acesso direto ao ouro da África Ocidental, evitando os Estados Islâmicos no Norte da África. Um obstáculo significativo tinha sido Cabo Bojador que parecia bloquear navegação de navios indo ao Sul e depois retornando para casa na Europa. As ilhas Atlânticas como também o estabelecimento de uma rota audaciosa longe da Costa Africana para assim usar melhor os ventos, correntes marítimas e áreas de alta pressão acabou sendo a melhor solução. Marinheiros portugueses podiam agora navegar ao sul com confiança, e o resultado foi a abertura da Ásia para os navios Europeus.
África Ocidental e Escravidão
Os Portugueses, ávidos para acessar o comércio de ouro e sal da África Ocidental criaram vários assentamentos fortificados para avançar no comércio pela Costa Sul (Gana atual) tais como Elmina em 1482. Entretanto, doenças tropicais, uma falta de poderio braçal, e uma relutância por governantes locais em deixar escravos do sexo masculino a serem exportados significou que, pelo menos no início, os lucros eram limitados. Chefes Africanos eram propícios a negociar armas de fogo, mas estes os Portugueses não liberariam. Uma estratégia mais bem-sucedida focava nas ilhas inabitadas de São Tomé e Príncipe, localizadas na Costa Sul da África Ocidental, no qual foram colonizadas a partir de 1486. As duas ilhas tornaram-se fortemente envolvidas no comércio de escravos, e que nem no Atlântico Norte, o modelo de capitanias para o desenvolvimento foi usado.
Colonos nas ilhas tinham permissão para negociar com comunidades na África Ocidental, e eles se provaram mais bem-sucedidos que as tentativas feitas algumas décadas atrás. Assentamentos de comércio Portugueses foram estabelecidos no continente até o Sul de Luanda, (Angola atual) para aproveitar a rota de comércio bem-organizada da África que via bens viajarem desde o interior pelos grandes rios (e.g. Gambia e Senegal) até a Costa. Bens adquiridos incluíam ouro, marfim, pimenta, cera de abelha, chicletes e pau-brasil. Escravos (homens e mulheres) foram adquiridos do reino de Congo e Reino de Benin, no qual seus governantes estavam ansiosos por bens Europeus como roupa de algodão, espelhos, facas e esferas de vidro. As ilhas tornaram-se um ponto de encontro para os escravos e um lugar para que os barcos que iriam transportar a carga humana pudessem recarregar com as devidas provisões. Um em cada cinco escravos morriam nestes navios, mas tanto um em cada dois escravos morriam entre a sua captura inicial e seu destino. O comércio de escravos do Atlântico terminou em meados do século 19, mas mesmo depois disso, os escravos continuaram a serem importados a São Tomé e Príncipe até a proibição no ano 1908. Os escravos foram depois substituídos por trabalhadores africanos que tinham que ser repatriados depois de um certo número de anos, mas suas condições de vida eram um pouco diferentes em comparação com o que seus antepassados escravizados tinham sofrido.
Houve poucas tentativas de conquistas territoriais na África Ocidental já que o comércio estava prosperando e os Europeus não possuíam os recursos militares para tal política. Alguns assentamentos foram fortificados, mas isto era geralmente feito com a permissão do cacique Africano da região. Houve miscigenação entre Europeus e Africanos reassentados em ilhas como o conjunto de Cabo Verde, assim criando uma cultura Afro-Portuguesa, no qual existia uma forte religiosidade Africana e influência artística. Era muito frequente que estas raças livres e miscigenadas Cabo-verdense (mulatos) se estabelecessem nos postes de comércio Africanos.
Existia movimentos para tirar os caciques Africanos e adquirir diretamente os escravos do interior, mas esta política acabou esfriando as relações com o Congo. A situação deteriorou-se ainda mais após uma reação feita contra Missionários Cristão enquanto atividades culturais tradicionais e lealdades tribais se rompiam. Os Europeus se viram forçados a se se relocalizarem ao longo da costa para a região de Ndongo, onde interferência levou a várias guerras em uma região que logo em breve se tornaria a Angola Portuguesa.
África Oriental
Quando em 1498 o explorador Vasco da Gama (c .1469-1524) navegou em torno do Cabo da Boa Esperança e no Oceano Índico, de repente os Portugueses ganharam acesso a uma nova rede de comércio envolvendo Africanos, Índios e Árabes. Isto vinha acontecendo a séculos, mas quando os Portugueses chegaram o comércio se tornou violento. Usando navios e canhões superiores, os Portugueses bombardeavam navios rivais inimigos na água, tripulações eram presas ou mortas e suas mercadorias confiscadas. O fato que a maioria dos comerciantes eram muçulmanos era uma motivação a mais para os Europeus que ainda estavam acometidos por uma mentalidade da época das cruzadas.
Os ataques Portugueses nas cidades comerciais independentes na costa de Swahili e a terra adentro no Reino de Mutapa no Sul de (Zimbabwe/Zambia) não trousse nenhum benefício tangível já que os comerciantes simplesmente se deslocaram ao Norte para assim evitá-los. Quando os Portugueses tinham tomado e fortificado as cidades de Malindi, Mombasa, Pemba, Sofala e Kilwa, eles se deram conta que já tinham perdido as parcerias comerciais destas cidades-estados. Depois os Árabes Omani do Golfo Pérsico chegaram. Interessados em manter suas rotas de comércio do Mar Vermelho e reestabelecer as antigas rotas de comércio, os Omanis avançaram na Costa Swahili e capturaram várias cidades, incluindo a cidade Portuguesa de Mombaça em 1698. A falta de sucesso na África Ocidental eventualmente empurrou os Portugueses ao sul para Moçambique, mas eles já estavam inteiramente distraídos pôr o potencial de uma nova área descoberta no mundo: a Índia.
Índia e Especiarias
Um dos objetivos principais de Vasco da Gama era encontrar uma rota marítima a Ásia para que assim Portugal pudesse ganhar acesso direto ao comércio lucrativo de especiarias. Especiarias como pimenta, gengibre, cravo-da-índia, nozes de moscada, e canela vendiam-se a preços altos em mercados como Inglaterra e China. Quando ele chegou a Costa Malabar na Índia, o marinheiro de fato encontrou um gama de riquezas sendo comercializadas. A cidade de Calcuta (Kozhikode) se mostrou hostil, mas mais expedições Portuguesas seguiram-se, e Cochin (kochi), a grande cidade rival de Calcutá se mostrou mais promissora. Um acordo foi selado com o governante local, uma fortaleza construída em 1503, e os Portugueses se estabeleceram para fazer grandes negócios. Infelizmente, eles tinham um grande problema: muito poucas pessoas estavam interessados em bens Europeus. Consequentemente, eles adotaram a mesma estratégia que eles tinham usado na Costa de Swahili. Barcos superiores e canhões foram usados para tomar a força a rede de comércio do Oceano Índico e estabelecer um monopólio no comércio de especiarias. Outras cidades costeiras foram tomadas ou estabelecidas, notavelmente Goa que substituiu Cochin como a capital do Estado da Índia em 1530.
Foi em Goa que o Vice-Rei Português residia, ele estava no topo de uma pirâmide de poder que foi criada com o principal propósito de controlar o comércio. O Vice-Rei era o governador civil e militar da Índia e estava abaixo somente ao Rei de Portugal. Em Lisboa, o conselho ultramarino aconselhava o monarca nos negócios das colónias estrangeiras, enquanto a Casa da Índia era a agência da Coroa que supervisionava todas as comunicações e comércios com Ásia.
Em Goa e na maioria das outras colónias, existia uma câmara, um conselho que decidia os interesses locais como por exemplo os impostos. Afazeres religiosos eram liderados por um arcebispo ou bispo, e igrejas, monastérios, conventos e hospitais eram estabelecidos por todas as ordens religiosas, mas particularmente pôr a sociedade Jesuíta. Segmentos da irmandade da Misericórdia ofereciam serviços de assistência social aos mais pobres. Afazeres legais eram de responsabilidade de um tribunal Superior em Goa e dos tribunais locais em cada colônia. Um capitão liderava uma força militar local, que usualmente residia em um forte, e um representante era responsável pelo comércio da coroa e para extrair as lucrativas taxas alfandegarias de outros tipos de comércio. Este era o modelo colonial implementado na maioria das colônias.
Os Portugueses fizeram uma tentativa seria de estabelecer um monopólio no comércio de especiarias entre a Ásia e a Europa e mesmo dentro da Ásia. Os mares não estavam mais livres. Comerciantes sem uma licença eram presos e executados e seus bens confiscados. Certos portos eram restritos, navios tinham que carregar um passaporte emitido por Portugal (cartaz) e eram geralmente obrigados a viajar em comboios também protegidos por Portugal (cáfilas). Tarifas alfandegarias eram cobradas nos portos, e isto contabilizava por mais de 60% de toda a receita do leste. Mesmo assim, muitos comerciantes simplesmente evitavam os Europeus, algumas cidades mostravam resistência com armas, e o Império era simplesmente muito grande e a força de trabalho muito pequena para supervisionar uma pequena parte do comércio Asiático da época. Estas considerações práticas acabaram levando os Portugueses a acalmar sua mania por monopólios comerciais enquanto o Império amadurecia.
O Extremo Oriente
Outra estratégia Portuguesa para controlar o comércio residia em encontrar a fonte das especiarias preciosas. Muitas especiarias vinham de um pequeno grupo de ilhas da Indonésia, como por exemplo a Ilha das Especiarias (As Ilhas Moluscas). A maioria das especiarias destas ilhas eram enviadas a Malaca na costa Sudoeste da Península Malaia que controlava o Estreito do mesmo nome e que ia do Oceano Índico até o Mar do Sul da China. Uma frota Portuguesa liderado por Afonso de Albuquerque (1453-1515) tomou Malaca em 1511, e o sândalo foi adquirido de seus assentamentos não-oficiais no Timor a partir de 1512.
Os Portugueses estavam interessados em acessar o lucrativo mercado de seda Chinês, então a cidade Portuguesa de Macau foi fundada em uma Península no delta do Rio das Pérolas no Sul da China perto de Guangzhou (Canton). Da mesma forma, a colônia Portuguesa de Nagasaki na Costa Noroeste das Ilhas Kyushu foi fundada em 1571, dando acesso aos bens comercializados por aquela nação, principalmente prata. Carregado com mercadoria para comercialização, navios Portugueses navegavam regularmente a rota entre Lisboa, Goa, Malaca, Macau e Nagasaki, sua colônia mais ao leste. O governo japonês expulsou todos os estrangeiros do continente em 1639 como parte de uma política permanente de isolamento e resposta contra a propagação do Cristianismo, devido a isso Nagasaki teve que ser abandonado.
Brasil
Brasil foi 'descoberto' pelos Portugueses em 1500, e se tornaria a mais importante de todas as suas colônias. Brasil era rico em recursos naturais como madeiras maciça, diamantes e ouro (da região de Minas Gerais). Capitanias foram outorgadas, e São Vicente se tornou o primeiro assentamento português em 1532. O primeiro governador do Brasil foi apontado em 1549, e o Brasil se tornou uma colônia oficial da Coroa. A capital foi estabelecida em Salvador da Bahia (substituído pelo Rio de Janeiro em 1763). Um Vice-Rei foi apontado em 1572.
O modelo colonial de plantação com Ameríndios e depois trabalhadores escravos africanos foi introduzido em uma escala muito maior de que qualquer outro lugar, e o Brasil se tornou o principal produtor global de cana de açúcar e de tabaco. Somente no primeiro trimestre do século 17, 150,000 escravos Africanos foram trazidos pelo Atlântico a América do Sul. A abolição do comércio escravocrata por um Brasil independente em 1853 finalmente colocou um fim ao comércio transatlântico.
Outro acidente da colonização além dos escravos foram os Ameríndios Tupi-Guarani no qual suas aldeias e cultura foram completamente dizimadas, obrigando aqueles que permaneceram a fugir para dentro da floresta Amazônica. Demorou até 1755 para os Ameríndios serem reconhecidos como súditos livres da Coroa Portuguesa.
No Brasil, a sociedade colonial era, como em outros lugares, feita de várias camadas. Os Europeus tinham o maior status, e exposição social era normalmente conseguido através de roupas extravagantes e o número de empregados, escravos e homens armados que se tinha. Os Europeus se dividiam em três classes: Europeus, Europeus nascidos nas colônias, e Europeus mestiços (existia muito poucas mulheres Europeias em qualquer colônia). Em cima disso existia mais quatro camadas baseado na filiação a nobreza, clero, exército e todas as outras (subdividido em casado ou não-casado). Também havia Europeus visitantes como comerciantes marítimos e comerciantes locais da região mais ampla ao redor. Depois tinha a população local, de longe a maioria em qualquer colônia, que podia estar dividido por suas próprias classes sociais e por fatores como sua conversão ao Cristianismo. Na camada mais baixa da sociedade colonial estavam os escravos.
Sul da África
A região de Angola foi colonizada pelos Portugueses a partir de 1571, e se tornou o primeiro território colonial Europeu na África (ao contrário de uma simples cidade-estado ou assentamento costeiro). O Reinado de Ndongo (fundado d.C. 1500) colapsou, mas não antes de ser explorado como um aliado contra o Congo ao Norte. Os Europeus tinham a vantagem das armas de fogo e com isso a primeira conquista territorial de Portugal tinha iniciado. Foi um prelúdio nefasto do que viria a acontecer em toda a África nos próximos séculos.
Mais uma vez, colonos Portugueses misturado com a população local na região de Angola acabou criando uma raça mestiça conhecida como os Luso-africanos. Os colonos e seus descendentes, baseados em Luanda e outras poucas cidades costeiras lutaram para tomar controle do interior de Angola aonde o novo Reino de Matamba estava em ascensão. Um século de guerras e conflitos seguiu-se conhecido como as guerras Angolanas. A colônia acabou se tornando uma decepção para Portugal. Muita conversa sobre minas de prata no interior provou-se ser somente uma lenda, recursos eram limitados, e a esperança de disseminar o Cristianismo se provou exageradamente ambiciosa. Alguns colonos privados e comerciantes prosperaram, e foram estes que garantiram a continuidade da principal fonte de comércio das colônias: escravos. Pelo final do século 16, cerca de 10,000 escravos ao ano estavam sendo exportados de Angola para serem enviados diretamente de Luanda ao Brasil e a outros lugares das Américas. Comunidades Angolanas, já sendo castigadas por varíola e outras doenças trazidas pelos Europeus foram devastadas pelo comércio escravocrata.
Do outro lado do Sul da África, os Portugueses tinham criado uma outra grande colônia: Moçambique (adotando o nome de África Oriental Portuguesa no século 19). Os primeiros colonos Portugueses chegaram à Ilha de Moçambique a partir de 1506 quando uma capitania foi criada. Moçambique não era tão rica em ouro como se se esperava, mas tinha marfim e escravos. Moçambique tornou-se parte do Estado da Índia de 1571 (mas a deixou em 1752), e navios galés comercializavam diretamente com Goa como parte da rota conhecida como a carreira da Índia. No interior, um sistema desenvolvido conhecido como o prazo em que chefes Africanos davam terra, bens e direitos de tributos para os portugueses e portugueses africanos, uma nomeação na época reconhecida formalmente pela Coroa Portuguesa. Como troca, o nomeado (o muzungo) tinha que garantir que a justiça fosse realizada em seu território, supervisionar rituais tradicionais, e aprovar caciques de vilarejos menores dentro de sua jurisdição. Para manter suas posições, muzungos tinham um exército privado de contratados (chicunda) que podia chegar a milhares de Africanos. Por 1637, havia pelo menos 80 prazos, e a maioria atuava de forma independente da fraca administração Portuguesa na capital de Maputo.
A coroa Portuguesa depois deixou a colônia para ser explorada por companhias privadas como a Companhia de Moçambique e a Companhia Niassa. A falta de administração centralizada e o sucesso dos Britânicos no Sul da África acabou dificultando o sonho de conectar ambas as colônias Africanas de Angola com Moçambique.
Declínio, Descolonização e Legado
Além do sempre-presente e constante perigo dos caciques locais, os Portugueses enfrentaram uma competição feroz de outras potências marítimas Europeias que rapidamente começaram a vislumbrar invejosamente seu Império. Isto era principalmente pela falta de manutenção dos fortes Portugueses e o isolamento generalizado das cidades costeiras, no qual não tinham nenhuma população local para apoiar e vir ao seu socorro. Corsários Ingleses e Franceses adoravam acima de tudo abater navios comerciais Portugueses enquanto eles navegavam em direção a mares abertos. Outra grande ameaça veio, ironicamente, disfarçado de um explorador português, um tal de Fernão de Magalhães (d.C. 1480-1521) que, no serviço da Espanha em 1519-22, navegou ao redor do ponto extremo da América do Sul e foi pioneiro na abertura da rota marítima através do Oceano Pacífico em direção ao leste Asiático. A expedição eventualmente circum-navegou o globo, mas foi o acesso ao comércio de especiarias que foi crucial. Outros países europeus seguiram na esteira de Magalhães, e de repente os Portugueses não tinham mais nenhuma esperança de obter o monopólio do comércio do leste.
A mais bem-sucedida e amplamente difundida ameaça aos territórios Portugueses vinha do Holandeses que atacaram Moçambique na primeira década do século 17, Macau em 1622 e 1626, e Angola em 1641. Nos anos 1620 e 1630, os Holandeses atacaram e ocuparam partes do Nordeste do Brasil. Eles capturaram Malaca em 1641, Colombo em 1656, e Cochim em 1663. Grã-Bretanha foi uma outra ameaça crescente, e eles ajudaram os Árabes retomarem Ormuz em 1622.
No século 18, os Portugueses no Brasil foram obrigados a dar direitos comerciais bem favoráveis as marinhas superiores da Grã-Bretanha, França e Holanda. Os Britânicos ainda ocuparam Goa de 1799 a 1815. Outras ameaças eram internas. No Brasil, as pessoas queriam direitos iguais para todos os cidadãos, e eles conseguiram independência em 1822. Eles declaram Pedro I (r. 1822-1831) como seu Rei e o primeiro Imperador do Brasil. Pedro era o filho de João VI de Portugal (r. 1816-1826), e ambos os países mantiveram relações próximas deste ponto em adiante.
Pelo século 20, muitas das colónias Portuguesas foram perdidas para quaisquer poderes rivais ou em guerras internas. Daquelas que permaneceram, Madeira e Açores se tornaram regiões autônomas de Portugal, e Goa se tornou parte da índia em 1962. O governo português, na época uma ditadura militar sobre António de Oliveira Salazar (governou de 1932-1968), se recusou a enxergar a futilidade de continuar lutando contra os movimentos Independentistas Africanos, e guerras sangrentas se seguiram tanto em Angola como em Moçambique. As ilhas de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor do Leste, Angola, e Moçambique conquistaram sua Independência de Portugal em 1975. Macau foi devolvida a China em 1999.
O Império Colonial Português trouxe muitos desastres as populações indígenas: escravidão, guerras, irrupção das rotas comerciais, um fim a atividades culturais tradicionais, desmatamento e doenças para nomear somente algumas. Outras consequências foram a prevalência contínua pelo idioma e a religião católica Portuguesa em muitas partes do mundo até os dias de hoje. Os Portugueses também foram responsáveis diretamente por espalhar flora e fauna ao redor do mundo, algumas vezes com efeitos devastadores em ecossistemas locais, mas também com um sucesso notável em que plantações de mandioca, milho e cana de açúcar que se tornaram comum em lugares bem heterogêneos. Finalmente, os Portugueses foram os primeiros a construir um verdadeiro Império global através de vários continentes, mesmo que tenha sido de uma forma turbulenta e desarticulada. Seu maior legado, talvez na época, foi a infelicidade em que outras potências europeias tinham agora se dado conta das possibilidades do Imperialismo, e se propuseram em explorar povos ao redor do mundo em um nível maior quando o colonialismo se tornou uma questão não só controle do comércio, mas também de território, recursos e controle populacional.