Napoleão Bonaparte

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Harrison W. Mark
por , traduzido por Elmer Marques
publicado em 19 outubro 2023
Disponível noutras línguas: Inglês, Árabe, francês, grego, espanhol, Turco, urdu
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Emperor Napoleon in His Study at the Tuileries (by Jacques-Louis David, Public Domain)
Imperador Napoleão em seu gabinete nas Tulherias
Jacques-Louis David (Public Domain)

Napoleão Bonaparte (1769-1821) foi um político e general francês nascido na Córsega que reinou como Imperador da França sob o nome de Napoleão I de 1804 a 1814, e depois novamente por um breve período em 1815. Ele estabeleceu o maior império da Europa continental desde Charlemagne e trouxe reformas liberais para as terras conquistadas por ele nas destruidoras Guerras Napoleônicas (1803-1815).

Nascido em uma família da pequena nobreza da Córsega, Napoleão ganhou fama no exército francês durante as Guerras Revolucionárias Francesas (1792-1802), liderando campanhas militares na Itália e no Egito. Ele conquistou o poder da República Francesa no Golpe do 18 Brumário de 1799 e coroou a si próprio como Imperador da França em 1804. Napoleão e sua famosa Grande Armée lutou contra diversas coalizões de potências europeias; ao tempo dos Tratados de Tilsit de julho de 1807, sua autoridade se estendia por grande parte da Europa ocidental e central.

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Contudo, depois do desastroso fracasso da invasão de Napoleão à Rússia em 1812, a maior parte da Europa se voltou contra ele. Napoleão foi derrotado e exilado em Elba, uma ilha no Mediterrâneo, em abril de 1814, mas fez um retorno triunfante à França no ano seguinte, começando o período de seu segundo reinado conhecido como Governo dos Cem Dias. Ele foi rapidamente derrotado mais uma vez na Batalha de Waterloo (18 de junho de 1815), após a qual ele foi exilado em definitivo para a ilha de Santa Helena no Atlântico Sul, onde morreu em 5 de maio de 1821.

Napoleão é mais lembrado por sua carreira militar, durante a qual ele lutou 60 batalhas e perdeu apenas sete. Suas inovações militares mudaram a forma de fazer guerra na Europa: ele utilizou sistemas de recrutamento, popularizou a implementação de corpos do exército como a maior unidade de um exército, e foi o pioneiro na utilização de certas táticas militares que desde então têm sido estudadas. Ele é frequentemente classificado ao lado de Alexandre o Grande e Júlio César como um dos mais brilhantes generais da história. Napoleão também implementou um conjunto de leis civis, mais conhecido como Código Civil Napoleônico, que foi adotado em grande parte da Europa e influenciou os sistemas judiciais de muitas nações modernas. Por alguns visto como um reformador, por outros visto como um autocrata, um senhor da guerra ou um defensor das liberdades, Napoleão goza de uma reputação controversa, mas permanece como uma das figuras mais conhecidas da história ocidental.

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Infância e juventude

O futuro imperador francês nasceu Napoleone di Buonaparte em Ajaccio, Córsega, em 15 de agosto de 1769. A família Buonaparte era originária da Itália antes de emigrar para a Córsega em 1529, quando eles se estabeleceram entre a pequena nobreza. O pai de Napoleão - Carlo Buonaparte - era um advogado suficientemente próspero para possuir uma casa de três andares em Ajaccio - conhecida como Casa Bonaparte - bem como uma casa de campo, vinhedo e um rebanho de ovelhas. Napoleão era o segundo filho sobrevivente do casal Carlo e Maria Letízia Buonaparte; ele tinha um irmão mais velho - Joseph - e irmãos mais novos, Lucien, Elisa, Louis, Pauline, Caroline e Jerôme.

Exilado de sua terra natal, Napoleão deixou de ser um nacionalista corsa e tornou-se comprometido com a causa francesa.

Por séculos, a Córsega havia sido controlada pela República de Gênova, mas era permitida governar-se a si própria. Contudo, em 1768, Gênova vendeu a Córsega para o Reino da França, que estava interessado em administrar diretamente a ilha. A intenção da França em exercer o controle administrativo da ilha encontrou resistência: uma primeira força expedicionária francesa foi confrontada por um grupo de defensores da liberdade da Córsega liderado pelo carismático Pasquale Paoli. Na decisiva batalha de Ponte Novu, em maio de 1769, a França derrotou os corsas liderados por Paoli, que foram forçados a se esconder. Carlos Buonaparte havia inicialmente apoiado a independência da Córsega, mas depois da derrota em Ponte Novu, Carlo jurou lealdade aos novos governantes franceses. Em compensação, a nova administração francesa premiou a família Buonaparte com títulos de nobreza e honrarias.

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Em abril de 1779, Carlo valeu-se de suas novas conexões francesas para enviar seus dois filhos mais velhos para a França. Napoleão, com apenas nove anos de idade, foi matriculado na Escola Militar Real de Brienne-le-Château, próximo da cidade de Troyes, e começou a estudar para a carreira militar. Napoleão passou os próximos cinco anos naquele internato, onde seu forte sotaque da Córsega, seu nome estranho e um feroz patriotismo corsa o separou dos outros estudantes; sem amigos, Napoleão voltou-se para a companhia dos livros. Por um tempo, ele considerou iniciar uma carreira de escritor e escreveu pelo menos 60 ensaios, novelas e panfletos, incluindo uma história da Córsega. Em sala de aula, Napoleão era intelectualmente talentoso, particularmente no campo da matemática. Apesar de ser educado por monges, ele era cético quanto à divindade de Jesus Cristo; esse ceticismo levou-o a considerar a religião como um instrumento político, o qual ele iria utilizar efetivamente durante sua carreira.

Napoleon at Brienne
Napoleão em Brienne
Jacques Marie Gaston Onfroy de Breville (Public Domain)

Em fevereiro de 1784, Carlo Buonaparte morreu. Dois anos depois, Napoleão graduou-se na prestigiosa École Militaire como um tenente de artilharia, mas passou a maior parte dos próximos meses de licença na Córsega. Napoleão e seus irmãos apoiaram a Revolução Francesa entusiasticamente quando ela começou em 1789, tendo Napoleão vencido as eleições para tenente-coronel da revolucionária Guarda Nacional em abril de 1792. Seu apoio ao novo governo francês colocou os irmãos Bonaparte em desavença com Paoli, que ainda defendia a independência da Córsega. Tensões crescentes entre os Buonapartes e os apoiadores de Paoli forçaram a família de Napoleão a fugir para a França continental em 1793. Exilados de sua terra natal, Napoleão deixou de ser um nacionalista corsa e tornou-se comprometido com a causa francesa.

A revolução

Na primavera de 1792, a França Revolucionária entrou em guerra contra a Áustria e a Prússia, dando início às Guerras Revolucionárias Francesas. Após a impressionante vitória francesa na Batalha de Valmy (20 de setembro de 1792), a Primeira República Francesa foi proclamada, e o Rei Luís XVI da França foi guilhotinado em 21 de janeiro de 1793. À medida em que a Primeira República se tornou mais radical e beligerante, mais nações entraram na guerra contra a França, incluindo a Grã-Bretanha, a Espanha e a República das Sete Repúblicas Unidas dos Países Baixos. Em 28 de agosto de 1793, as frotas britânica e espanhola ocuparam a baía de Toulon, que abrigava toda a frota francesa do mediterrâneo e era vital para a defesa da França.

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Enquanto isso, Napoleão publicou um panfleto pró-jacobino intitulado Le Souper de Beaucaire, no qual ele defendia a necessidade das medidas extremas adotadas pelo governo revolucionário. O panfleto impressionou diversos líderes jacobinos poderosos, o que levou à indicação de Napoleão como comandante da artilharia francesa no Cerco de Toulon. Napoleão demonstrou habilidades de liderança valiosas durante o cerco, e seus canhões foram cruciais para a vitória francesa em 19 de dezembro de 1793; embora ele tenha sido ferido durante o ataque final, Napoleão foi promovido a brigadeiro depois da batalha, com apenas 24 anos de idade.

The Supper at Beaucaire
A ceia em Beaucaire
Jean-Jules-Antoine Lecomte du Nouÿ (Public Domain)

Em julho de 1794, o Reino do Terror havia terminado, e os Jacobinos perderam o poder; Napoleão foi preso por um breve período, mas acabou sendo libertado. Com a queda dos seus benfeitores, parecia que a breve carreira de Napoleão havia chegado a um fim. Isso mudou em 4 de outubro de 1795, quando o governo da República se esforçava para defender Paris de uma insurreição monarquista iminente. Uma vez que Napoleão era um dos poucos oficiais qualificados na capital, ele foi encarregado da defesa da cidade, uma tarefa que ele conduziu com eficiência implacável; depois de requisitar alguns canhões, as tropas de Napoleão dispararam metralha sobre a população.

Para reprimir a Revolta do 13 Vendemiário, Napoleão ganhou a atenção de Paul Barras, um dos líderes do novo governo chamado de Diretório. Em 1795, Barras apresentou o jovem general Napoleão a Joséphine de Beauharnais, uma viúva de 32 anos de idade por quem Napoleão se apaixonou rapidamente. Além disso, Barras assegurou a indicação de Napoleão para o comando do exército francês na Itália. Em 9 de março de 1796, Napoleão casou-se com Joséphine em uma cerimônia civil antes de partir para a Itália dois dias depois; a partir de então passou a escrever seu nome de forma afrancesada, como “Napoleão Bonaparte”.

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Itália, Egito e Brumário

Quando Napoleão chegou na Itália pela primeira vez, seus oficiais não tiveram muita consideração por ele. Ele era um homem pequeno e magro, com apenas 26 anos de idade, sem nenhuma experiência em liderar um exército. Mas essa opinião mudou rapidamente; depois de dominar o indisciplinado Exército da Itália e adquirir suprimentos essenciais, Napoleão iniciou uma campanha relâmpago contra o Reino de Piemonte-Sardenha, tirando-o da guerra em um mês. Ele então atacou os austríacos, capturando Milão e estabelecendo diversos estados-clientes da França no norte da Itália. Napoleão sitiou a fortaleza austríaca de Mântua, derrotando o exército austríaco na Batalha de Castiglione (5 de agosto de 1796), a Batalha de Arcole (15-17 de novembro) e a Batalha de Rivoli (14-15 de janeiro de 1797). Quanto Mântua finalmente foi tomada em fevereiro de 1797, o exército de Napoleão estava pronto para ameaçar Viena; os austríacos propuseram um armistício e assinaram o Tratado de Campo Formio em outubro, colocando um fim na Guerra da Primeira Coalizão.

Battle of Arcole
Batalha de Arcole
Horace Vernet (Public Domain)

O brilhante sucesso da Campanha de Napoleão na Itália ganhou-lhe o amor de suas tropas, que se referiam carinhosamente a ele como “o Pequeno Cabo”. A Campanha na Itália também lançou Napoleão ao estrelato político na França; histórias como seus heroicos ataques pela ponte de Arcole tornaram-se famosas e formaram a base da lenda napoleônica. Em 1798, Napoleão obteve permissão para liderar o exército para o Egito e ameaçar o domínio britânico na região. Depois de derrotar os Mamelucos na Batalha das Pirâmides (21 de julho de 1798) e capturar Cairo, Napoleão avançou para a Síria, onde foi detido pelas forças anglo-otomanas no Cerco a Acre (20 de março a 21 de maio de 1799). Ele foi forçado a se retirar para Alexandria, escapando do Egito em agosto de 1799. Embora a campanha de Napoleão no Egito e na Síria tenha sido um fracasso militar, ela permitiu enormes avanços no campo da egiptologia com a descoberta da Pedra de Rosetta.

Em outubro de 1799, Napoleão chegou na França e foi abordado por várias autoridades franceses descontentes, tais como Emmanuel-Joseph Sieyès, que queria utilizá-lo como a “espada” para um golpe de estado. Napoleão aceitou e, em 9-10 de novembro de 1799, derrubou o governo no Golpe do 18 Brumário sem que houvesse derramamento de sangue. Posteriormente, Napoleão superou Sieyès e se tornou a figura principal do novo governo, chamando de Consulado. Sua ascensão ao poder marcou o fim da Revolução Francesa e deu início à era napoleônica.

Primeiro Cônsul e Imperador

O Consulado durou quatro anos, período durante o qual Napoleão realizou algumas de suas mais duradouras conquistas políticas. Ele negociou a Concordata de 1801, que promoveu a reconciliação da França com a Igreja Católica, e estabeleceu o Código Civil Napoleônico, que adotou algumas das reformas liberais da Revolução. Ele enviou uma força invasora para recuperar o Haiti e reestabelecer a escravidão; essa força invasora fracassou, e o Haiti conquistou sua independência em 1804. Adicionalmente, como Primeiro Cônsul, Napoleão vendeu a Louisiana (evento histórico conhecido como a Compra da Louisiana), que dobrou o tamanho dos Estados Unidos. Militarmente, ele cruzou os Alpes e derrotou os austríacos na Batalha de Marengo (14 de junho de 1800) e pôs um fim nas Guerras Revolucionárias Francesas dois anos depois com o Tratado de Amiens. Por essa época, um plebiscito o confirmou como Primeiro Cônsul vitalício da França.

Napoleon Crossing the Alps, Belvedere Version
Napoleão cruzando os Aples, Versão Belvedere
Jacques-Louis David (Public Domain)

Napoleão sabia que seu regime nascente não estaria seguro a não ser que ele pudesse estabelecer um império hereditário. Assim, em 18 de maio de 1804, Napoleão proclamou o Império Francês nomeando ele próprio como Imperador da França. A Coroação de Napoleão I ocorreu na Catedral de Notre-Dame de Paris, em 2 de dezembro de 1804, quando Napoleão pegou a coroa e a colocou sobre sua própria cabeça. A essa altura, as Guerras Napoleônicas já haviam começado, tendo a Grã-Bretanha declarado guerra contra a França em maio de 1803. Entretanto, depois da coroação de Napoleão, primeiro como Imperador da França, depois como Rei da Itália em março de 1805, a Grã-Bretanha uniu-se à Áustria, à Rússia e a Nápoles na Guerra da Terceira Coalizão (1805-1806) contra a França. Napoleão não perdeu tempo, marchou para os estados germânicos à frente de seu novo Grande Armée, que estava subdividido em oito corpos semi-autônomos para permitir mais rapidez e flexibilidade.

Napoleão foi frequentemente criticado por dar muito poder aos seus irmãos menos competentes.

O sistema de agrupamentos do exército provou ser de grande eficácia e permitiu a Napoleão forçar a capitulação do exército austríaco ao final da Campanha de Ulm. Ele então capturou Viena em 13 de novembro de 1805 e derrotou definitivamente o exército Austro-Russo na Batalha de Austerlitz (2 de dezembro de 1805), amplamente considerada como uma de suas mais brilhantes vitórias. Depois da rendição da Áustria, Napoleão reorganizou, sob sua proteção, diversos estados germânicos na Confederação do Reno, o que levou diretamente à dissolução do Sacro Império Romano em julho de 1806. Napoleão também depôs o rei Bourbon de Nápoles e instalou seu irmão Joseph em seu trono; Louis Bonaparte foi coroado Rei da Holanda em 1806, enquanto Jérôme Bonaparte obteve o Reino da Westphalia em 1807. Na tentativa de estabelecer uma dinastia, Napoleão foi frequentemente criticado por dar muito poder aos seus irmãos menos competentes.

Em outubro de 1806, a Prússia juntou-se à Rússia e à Grã-Bretanha na Guerra da Quarta Coalizão (1806-1807). Napoleão esmagou o exército prussiano na Batalha de Jena-Auerstedt (14 de outubro de 1806) e entrou em Berlin apenas alguns dias depois. Avançando pela Polônia - então ocupada pela Prússia -, Napoleão criou um novo estado-cliente da França, o Grão-Ducado de Varsóvia, antes de lutar com os russos até um impasse na sangrenta Batalha de Eylau (7-8 de fevereiro de 1807). Em 14 de junho, Napoleão derrotou os Russos na batalha de Friedland, depois da qual ele se encontrou com o Czar Alexander I da Rússia (r. 1801-1825) em uma jangada no meio do Rio Neman para negociar a paz. Nos subsequentes Tratados de Tilsit, uma aliança franco-russa foi formada, e Alexander I concordou em se unir a um embargo de grande escala planejado por Napoleão contra a Grã-Bretanha, conhecido como Sistema Continental. Os tratados também fizeram com que a Prússia perdesse metade do seu território. Esse foi provavelmente o auge do poder de Napoleão, sua influência se estendendo por toda a Europa central e ocidental.

Espanha e Rússia

Em 1807, Napoleão ordenou a invasão de Portugal como forma de punição pelos portugueses não terem cumprido com o Sistema Continental. Lisboa foi rapidamente derrotada, mas Napoleão não estava satisfeito; sempre oportunista, Napoleão aproveitou a oportunidade de uma desavença interna na família real espanhola para invadir a Espanha e instalar seu irmão Joseph no trono espanhol em 1808. Portugueses e espanhóis foram rápidos em resistir à ocupação francesa e lançaram a Guerra Peninsular (1807-1814). Auxiliado pelos soldados britânicos, os portugueses e espanhóis estabeleceram uma obstinada resistência que incluiu uma brutal guerra de guerrilha; em pouco tempo, 200.000 soldados franceses estavam lutando na região, colocando pressão sobre os recursos militares franceses.

Napoleon I on his Imperial Throne
Napoleão I no seu trono imperial
Jean-Auguste-Dominique Ingres (Public Domain)

Enquanto isso, o sucesso inicial dos rebeldes ibéricos encorajaram o Império Austríaco a lançar a Guerra da Quinta Coalizão em abril de 1809. Foi durante esta guerra, às margens do Rio Danúbio, que Napoleão sofreu sua primeira derrota como imperador na Batalha de Aspern-Essling (21-22 de maio de 1809). Embora posteriormente Napoleão reagruparia seu exército e derrotaria os austríacos na Batalha de Wagram (5-6 de julho), Aspern-Essling provou para a Europa que Napoleão poderia ser derrotado. Após a guerra com a Áustria, Napoleão casou-se com a Arquiduquesa Marie Louise, filha do Imperador da Áustria, pertencente à família Habsburg, em abril de 1810; Napoleão havia se divorciado de Joséphine em janeiro daquele ano porque ela não conseguia engravidar e lhe dar um herdeiro. Em 20 de março de 1811, Marie Louise deu à luz um menino, Napoleão II, que foi nomeado Rei de Roma.

Em 1811, França e Rússia estavam em rota de colisão: a Rússia considerava a existência do Ducado de Varsóvia, que era controlado pela França, como uma ameaça; por sua vez, Napoleão se sentia traído quando o Czar Alexander retirou a Rússia do Sistema Continental. Em 24 de junho de 1812, a invasão de Napoleão à Rússia começou, quando mais de 615.000 soldados franceses e tropas aliadas cruzaram o Rio Neman, a maior força invasora que a Europa já havia visto. Os russos, contudo, se recusaram a batalhar, atraindo os franceses para adentrarem cada vez mais o território russo e adotando a tática de terra arrasada ao longo do caminho. Essa tática foi altamente efetiva, fazendo com que a França perdesse mais de 100.000 homens devido à exaustão antes da primeira grande batalha ter sequer acontecido. Em 7 de dezembro, franceses e russos travaram a sangrenta Batalha de Borodino, e Napoleão entrou em Moscou uma semana depois. Contudo, a cidade estava deserta e rapidamente foi engolida pelo fogo, tornando-a inútil para o exército ocupante.

A queda

Depois de perceber que os russos não estavam dispostos a fazer a paz, Napoleão ordenou a retirada das tropas de seu exército em outubro. Entretanto, o início de um inverno brutal e o exército russo que os perseguia dizimou a Grande Armée de Napoleão; quando os franceses cruzaram de volta o Rio Neman em dezembro de 1812, eles tinham perdido meio milhão de homens. As grandes potências europeias aproveitaram a oportunidade para finalmente derrotar Napoleão. Na subsequente Guerra da Sexta Coalizão (1813-1814), a Rússia uniu-se à Grã-Bretanha, Prússia, Áustria e Suécia. Depois de Napoleão sofrer outra derrota esmagadora na Batalha de Leipzig (16-19 de outubro de 1813), muitos dos seus aliados alemães desertaram e a Confederação do Reno foi dissolvida. Em seguida, a Coalizão invadiu a França, deixando Napoleão sem escolha a não ser abdicar em 11 de abril de 1814. Ele foi exilado na Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo, e o rei Luís XVIII da França assumiu o trono.

Napoleon after his Abdication at Fontainebleau
Napoleão depois de sua abdicação em Fontainebleau
Paul Delaroche (Public Domain)

Em 1º de março de 1815, Napoleão tirou proveito da agitação política causada pela Restauração dos Bourbon e desembarcou na costa do sul da França com 1000 soldados. Em 20 de março, ele entrou triunfantemente em Paris, iniciando o período do seu segundo reinado conhecido como Governo dos Cem Dias. Seus inimigos não perderam tempo em classificá-lo de fora da lei e formaram novos exércitos. No final de maio, a Sétima Coalizão havia enviado dois exércitos à Bélgica para ameaçar o nordeste da França, incluindo um exército anglo-neerlandês-alemão liderado por Arthur Wellesley, duque de Wellington, e um exército prussiano liderado por Gebhard Leberecht von Blücher. Em 15 de junho de 1815, Napoleão marchou para a Bélgica para encontrar sua nova ameaça, mas foi decisivamente derrotado na Batalha de Waterloo (18 de junho de 1815). Ele abdicou novamente quatro dias depois e foi exilado na isolada ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde ele seria mantido sob estrita vigilância por seus capturadores britânicos. Sua saúde se deteriorou continuamente até ele morrer em 5 de maio de 1821 aos 51 anos de idade.

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Perguntas e respostas

Quem foi Napoleão Bonaparte?

Napoleão Bonaparte foi um político e general francês nascido na Córsega que reinou como Imperador da França sob o nome de Napoleão I de 1804 a 1814, e depois novamente por um breve período em 1815.

Onde nasceu Napoleão Bonaparte?

Napoleão Bonaparte nasceu em Ajaccio, Córsega.

Onde Napoleão Bonaparte foi derrotado?

Napoleão Bonaparte foi derrotado na Batalha de Leipzig, também conhecida como Batalha das Nações, em outubro de 1813; posteriormente, a França foi invadida e ele foi forçado a abdicar e foi exilou na Ilha de Elba. Ele retornou em 1815 e foi novamente derrotado na Batalha de Waterloo em 18 de junho de 1815 e exilado permanentemente na Ilha de Santa Helena.

Qual a importância de Napoleão Bonaparte?

Napoleão Bonaparte foi importante por ter fundado o Primeiro Império Francês e redesenhar a Europa com suas conquistas e reformas liberais. Ele também mudou a forma como se travavam as guerras com suas inovações militares.

Sobre o tradutor

Elmer Marques
Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Professor do curso de Direito da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, no Brasil.

Sobre o autor

Harrison W. Mark
Harrison Mark é graduado pela SUNY Oswego, onde estudou história e ciência política.

Citar este trabalho

Estilo APA

Mark, H. W. (2023, outubro 19). Napoleão Bonaparte [Napoleon Bonaparte]. (E. Marques, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-21844/napoleao-bonaparte/

Estilo Chicago

Mark, Harrison W.. "Napoleão Bonaparte." Traduzido por Elmer Marques. World History Encyclopedia. Última modificação outubro 19, 2023. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-21844/napoleao-bonaparte/.

Estilo MLA

Mark, Harrison W.. "Napoleão Bonaparte." Traduzido por Elmer Marques. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 19 out 2023. Web. 25 dez 2024.