Baruch Spinoza

Definição

Mark Cartwright
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 29 janeiro 2024
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol, Turco
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Portrait of Spinoza (by Unknown Artist, Public Domain)
Retrato de Spinoza
Unknown Artist (Public Domain)

Baruch Spinoza (ou Espinosa, 1632-1677) foi um filósofo holandês que combinou racionalismo e metafísica para criar um sistema de pensamento único. Ainda que considerado como um filósofo ateu no século XVIII, isso não representa uma visão acurada de seus pontos de vista, pois ele não negava a existência de Deus, mas somente teorizava que sua natureza seria diferente da estabelecida pela ortodoxia prevalente entre judeus e cristãos. Defensor da tolerância religiosa, a redefinição de Deus de Spinoza rendeu-lhe tudo, menos este tratamento tolerante para seus pontos de vista enquanto viveu.

Vida Pregressa

Baruch (Benedictus de) Spinoza nasceu em Amsterdã no dia 24 de novembro de 1632. Seus pais, imigrantes judeus portugueses, tinham se instalado na cidade em busca de liberdade religiosa após a conversão forçada e pública ao cristianismo em sua terra natal. Baruch estudou hebreu e textos judaicos, mas seu interesse foi despertado por obras filosóficas mais amplas, graças ao pai, um comerciante de frutas, que contratou um professor particular de latim. O jovem também aprendeu ciências e trabalhou como fabricante de lentes, uma especialidade holandesa na época. Quanto aos pais, tinham uma presença importante na comunidade judaica da cidade. Esta comunidade não aceitou facilmente as ideias mais radicais de Spinoza, particularmente seu questionamento a respeito da precisão da Bíblia e à crença de que seria a única fonte sobre a história humana. Em julho de 1656, o filósofo foi excomungado por heresia. Baruch mudou seu nome hebreu para a versão latinizada, Benedictus, e refugiou-se na filosofia.

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Em 1660, Spinoza deixou Amsterdã - a última gota foi sofrer um ataque a faca do lado de fora de um teatro - para se ocupar de seu ofício nas proximidades de Leiden. Mais tarde, mudou-se novamente para Voorburg, próximo a Haia. Ele trabalhava o mínimo possível no polimento de lentes para que pudesse passar mais tempo perseguindo seus interesses intelectuais. À medida que sua reputação crescia, começou a receber doações e pensões de admiradores ricos. O filósofo mantinha correspondência com alguns dos pensadores mais destacados da Europa, tais como o compatriota Christiaan Huygens (1629-1695); Robert Boyle (1627-1691), na Inglaterra; e Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), na Alemanha. Em 1663, Spinoza publicou a obra Princípios da Filosofia de Descartes e Pensamentos Metafísicos. Recebeu um convite para ensinar na Universidade de Heidelberg em 1673, mas não aceitou porque havia a condição de que não "perturbasse a religião publicamente estabelecida" (Gottlieb, 89). Em vez disso, preferiu a liberdade de buscar seu próprio caminho para o iluminismo intelectual.

Deus é essencial e indivisível do sistema de pensamento unificado de Spinoza.

Spinoza, o Cientista

Embora seja mais conhecido atualmente por sua filosofia, Spinoza também demonstrava bastante interesse na tendência para a experimentação prática que caracterizava a Revolução Científica. Seu próprio trabalho com lentes e microscópios significava que desfrutava de uma elevada reputação pela qualidade de seus instrumentos. Ele também fez experiências na metalurgia e hidrodinâmica. Para Spinoza, a ciência e a religião eram inseparáveis, pois acreditava que "Quanto maior for nosso conhecimento dos fenômenos naturais, mais perfeito será nosso conhecimento da essência de Deus" (Gottlieb, 91).

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Excommunicated Spinoza
Spinoza Excomungado
Samuel Hirszenberg (Public Domain)

A Ética de Spinoza

Por volta de 1666, Spinoza completou a obra Ética, na qual combina o racionalismo e metafísica para explicar o mundo ao nosso redor e apresentar sua visão do verdadeiro papel da humanidade e do caminho para a felicidade. O livro, escrito em latim, não foi publicado até 1677, após a morte do filósofo, já que ele estava preocupado com a controvérsia que pudesse despertar. Esta é a obra que mais desperta admiração atualmente e que muitos acadêmicos (mas certamente nem todos) consideram uma contribuição crucial para o movimento Iluminista, que buscava desafiar a dominação da igreja tradicional e a visão ortodoxa do pensamento europeu. Porém, como o historiador H. Chisick observa, Ética "está tão distante do empirismo dominante do Iluminismo quanto possível" e, além disso, "a argumentação é diabolicamente difícil de acompanhar" (402). Este último aspecto provavelmente deve-se à escolha de Spinoza de apresentar suas ideias como séries de axiomas e suas consequências. Quanto ao anterior, ele ocorre porque o filósofo coloca Deus no centro de seu sistema de pensamento. Spinoza, no entanto, está longe de ser ortodoxo em suas visões religiosas, de modo que parece estar ocupando uma posição em algum lugar entre os mundos espiritual e material; por essa razão, ele pode ser considerado um pensador pré-iluminista.

As concepções de Spinoza são muito mais complexas do que a simples crença ou não em Deus.

Ética está dividida em quatro seções de análise: Deus, a mente, as emoções e a servidão. O título completo da obra é Ética demonstrada de maneira geométrica, e isso corresponde à abordagem de Spinoza, pois ele ataca os problemas filosóficos de seu tema como se fossem uma série de problemas geométricos. Ele apresenta o que considera argumentos de prova para suas conclusões individuais. Os aspectos controversos incluem as afirmações de que Deus não deve ser removido da natureza ou do mundo que vemos ao nosso redor e que Deus e o mundo são a mesma substância. Em outras palavras, "a metafísica de Spinoza estabelece uma doutrina de uma substância com os atributos gêmeos de pensamento e extensão" (Yolton, 502). Ou, como assinala S. Law: "O que consideramos duas coisas separadas, na verdade, não são entidades ou substâncias separadas por direito próprio, mas, como ondulações num lago, meras agitações temporárias na única grande substância" (130). Em suma, essa substância única da existência é "o mundo espaço-temporal" (ibid).

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Uma consequência do modelo de substância única para Spinoza é que não pode haver comunicação possível com Deus, pois o filósofo afirma que "quem ama a Deus não pode aspirar que Deus o ame em troca" (Blackburn, 455). Spinoza não está, neste aspecto, negando a existência de Deus, mas redefinindo-o como sendo o mesmo que sua única substância, ou seja, o mundo ao nosso redor e o que imaginamos. A visão ortodoxa, como sabemos, estabelece a separação de Deus do mundo que ele criou. Spinoza está dizendo que Deus é o mundo, uma vez que ele raciocina que Deus não pode ser separado de qualquer coisa, caso contrário não seria infinito. Deus é tudo e tudo é Deus. Existe uma filosofia semelhante chamada panteísmo, ou seja, a crença de que "Deus está em tudo", mas Spinoza não era realmente um panteísta (como muitas vezes se alega erroneamente), uma vez que limitava a presença de Deus na Natureza ativa (o que poderíamos chamar de poder da Natureza), não literalmente em todas as coisas criadas, de árvores a borboletas. A concepção de Spinoza significa que Deus certamente não é a figura pessoal frequentemente imaginada. Isso torna impossíveis os milagres, por exemplo. A Bíblia não traz a palavra divina de Deus, mas meramente um interessante documento histórico. A atividade religiosa, ainda que confortadora para o crente, não tem utilidade porque Deus simplesmente não está ouvindo.

Baruch Spinoza, Rijksmuseum
Baruch Spinoza, Rijksmuseum
Unknown Artist (Public Domain)

Existem outras consequências importantes para o monismo de Spinoza (como são chamados os sistemas filosóficos de uma substância). Spinoza acreditava que a mente e o corpo fazem parte da mesma realidade paralela e são a mesma substância (o que, em filosofia, costuma ser chamado de teoria do duplo aspecto). Esse monismo evita perfeitamente o problema de determinar como a mente e o corpo interagem entre si (um problema que muitos outros pensadores tentaram resolver, principalmente René Descartes). Daí também se baseia a afirmação de alguns de que Spinoza pode ser considerado o fundador da psicologia científica. Outra consequência do monismo é a impossibilidade da vida após a morte. Na visão tradicional, quando o corpo morre, a mente vai para um novo lugar, céu ou inferno, por exemplo. Isso não pode ocorrer se mente e corpo são a mesma coisa. Quando o corpo morre, assim também a mente (ou alma, se você preferir).

Para Spinoza, o conhecimento de todas as coisas deve vir através dos sentidos, do intelecto ou de ambos (e não de um ou de outro, como alguns outros pensadores sugeriam). De acordo com o filósofo, como os sentidos são tão pouco confiáveis, o intelecto representa um meio muito superior, pois permite que o indivíduo conheça, por exemplo, Deus (ou pelo menos alguns de seus atributos, uma vez que nunca podemos conhecer plenamente Deus porque ele é infinito). Ele também acreditava que, no mundo de Deus, tudo acontece porque Deus o quis e, portanto, não pode haver alternativa. Os seres humanos possuem livre arbítrio neste sistema apenas no sentido de que podem, pelo menos, perceber os eventos eternos e seu verdadeiro caminho. Os seres humanos também podem controlar melhor os eventos se puderem entender melhor suas causas e gerenciar melhor as reações e emoções, usando a razão. Isso, para Spinoza, representa o exercício do livre arbítrio. A compreensão das causas também nos aproximará de Deus, uma vez que também podemos (embora brevemente) ver as coisas "do ponto de vista da eternidade" (Gottlieb, 107).

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Portanto, Spinoza está longe de negar a existência de Deus. Na verdade, Deus se torna absolutamente essencial e indivisível no sistema de pensamento singularmente unificado do filósofo holandês. É essa indivisibilidade que levou o poeta alemão Friedrich Hardenberg (1772-1801) a descrever muito apropriadamente Spinoza como "intoxicado por Deus" (Blackburn, 455). Para Spinoza, a verdadeira religião e o conhecimento científico surgem da apreciação de Deus, algo que pode ser alcançado não pelas práticas religiosas tradicionais ou pela leitura literal da Bíblia, mas pela "prática da justiça e amor pelos seus vizinhos" (Gottlieb, 91).

Tyndale Bible
Bíblia de Tyndale
Steve Bennett (CC BY-SA)

Crítica e Espinosismo

A identificação de Spinoza de Deus com a natureza é uma posição não ortodoxa que levou muitos comentaristas do século XVIII a considerá-lo como ateu, ainda que virtuoso, já que o termo "ateu" tinha um significado bem mais limitado à época do que atualmente, definindo antes um desvio da ortodoxia do que a total negação da existência de Deus. Jean LeClerc, escrevendo em 1713, é autor de uma famosa descrição do filósofo como "o mais famoso ateu de nossa época" (Yolton, 502), enquanto o filósofo escocês David Hume (1711-1776) chamou a metafísica espinosiana de "a hipótese hedionda" (ibid). Tornou-se difícil desfazer estas imputações incorretas. Críticas mais razoáveis vieram de outros filósofos. Alguns, como Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), consideraram pouco convincentes os argumentos de Spinoza para o livre arbítrio num mundo determinista. Outros levantaram questões pertinentes, como, por exemplo, de onde provém a moralidade, se não há temor de punição na vida após a morte? E outros ainda questionaram o apelo de Spinoza para que controlemos nossas emoções e sugeriram que isso não é possível ou nem sempre desejável.

A principais críticas ao filósofo em sua vida vieram da religião organizada. É verdade que Spinoza atacou a religião e apresentou a ideia de que ela surgiu a partir do desejo de controle político, na obra Tractatus theologica-politicus, publicada em 1670. Apesar de ser publicado de forma anônima, logo se soube que a verdadeira identidade do autor. Este trabalho inclui uma reavaliação ousada da Bíblia como uma fonte histórica acurada. Ao contrário, para Spinoza e outros pensadores radicais, a Bíblia foi escrita por homens falíveis da Antiguidade e, assim, só tem valor nos tempos modernos como fonte de orientação moral. Ele defendeu maior liberdade de expressão e tolerância religiosa, desde que a autoridade do estado nunca fosse desafiada. O filósofo também destacou a necessidade dos governos de promover um ambiente de liberdade, no qual as pessoas possam utilizar sua razão da melhor forma para cultivar suas mais altas faculdades mentais e, assim, alcançar a felicidade. Spinoza acreditava que o melhor sistema político era a democracia constitucional. A reação negativa a estas posições do filósofo em seu tratado político vieram de todos os lados e, por isso, ele não publicou mais nenhuma obra de expressão até o fim da vida. A tolerância que propôs estender às religiões ortodoxas em seu Estado perfeito não teve reciprocidade.
As concepções de Spinoza, como vimos, são bem mais complexas do que a simples crença ou não em Deus. Na verdade, de forma mais específica, a definição espinosiana de Deus gerou as maiores objeções dos críticos, particularmente sua visão de que Deus não interfere nos assuntos humanos e não está preocupado com conceitos humanos como o bem, o mal, a felicidade e o sofrimento. Para Spinoza, Deus é tão neutro quanto qualquer lei da natureza ou geométrica. Por exemplo, a lei da gravidade estabelece que, se você caminhar além da beirada de um alto penhasco, vai cair e morrer. Não importa a razão pela qual a pessoa está tomando tal atitude, ou se ela compreende a gravidade ou não, ou se a pessoa acredita na gravidade ou não. O mesmo acontece com Deus. O termo "Espinosismo" surgiu posteriormente para simbolizar a crença tanto num universo sem Deus quanto o materialismo (a crença de que só existe a matéria e nada mais), afirmações que jamais foram feitas pelo filósofo.

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Grave of Baruch Spinoza
Túmulo de Baruch Spinoza
Roel Wijnants (CC BY-SA)

Morte e Legado

Como consequência, sua comunidade o excomungou, a Igreja Reformada dos Países Baixos baniu seu tratado político e ele quase foi morto por uma turba que o confundiu com um espião após seu retorno de uma missão diplomática durante a Guerra Franco-Holandesa (1672-1678). Compreensivelmente, ele se retirou para uma vida calma e contemplativa. Baruch Spinoza morreu em Haia em 21 de fevereiro de 1677, vítima de tuberculose pulmonar, possivelmente causada pela aspiração de partículas de vidro durante o polimento de lentes. Ele jamais se casou e não teve filhos.

Tendo publicado tão pouco durante sua vida, os pensamentos de Spinoza tornaram-se mais amplamente conhecidos graças às obras publicadas postumamente, intituladas coletivamente de Opera Posthuma. Esta coletânea continha Ética, Tratado da Correção da Compreensão, o Tratado Curto e O Cálculo de Possibilidades. Spinoza sustentou suas crenças a despeito de enormes consequências pessoais e sua integridade granjeou-lhe admiradores, principalmente o filósofo britânico Bertrand Russell (1872-1970), que o descreveu como "o mais nobre e amável dos grandes filósofos" (Law, 136). Certamente, o apelo de Spinoza por tolerância e sua ênfase na necessidade do uso da razão para a melhor compreensão do mundo tiveram eco em muitos pensadores subsequentes durante o Iluminismo.

A filosofia de Spinoza atraiu as pessoas de várias formas, conforme explica A. Gottlieb:

Os poetas Coleridge e Shelley viram nela a religião da natureza. A romancista George Eliot, que traduziu algo dela para o inglês antes de se dedicar à ficção, gostava de Spinoza por seus ataques veementes à superstição. Marx o apreciava pelo que considerou como sendo um conceito materialista do universo. Goethe não conseguia dizer exatamente do que gostava, mas sabia que ficava profundamente tocado por alguma coisa ou outra. (110-11)

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Perguntas e respostas

Qual é a principal filosofia de Spinoza?

A principal tese filosófica de Baruch Spinoza é que Deus e o mundo são a mesma coisa, feitos da mesma substância. Humanos podem encontrar mais felicidade ao usar sua razão e não desperdiçar tempo em atividades religiosas que Deus não ouve. Spinoza também defendia a tolerância religiosa.

Spinoza era ateu?

Baruch Spinoza não era um ateu no sentido moderno do termo. Ele acreditava na existência de Deus, mas não da forma apresentada pelas tradições religiosas. Foi chamado de ateu em sua época porque o termo designava aquele que não acredita na visão ortodoxa de Deus. Essencialmente, Spinoza buscou redefinir nossa noção sobre Deus.

O que Spinoza diz sobre a Bíblia?

Spinoza não considerava a Bíblia a palavra de Deus e sim um livro produzido pelos homens com o objetivo de expor conceitos religiosos complexos de maneira simples, de forma que a maioria das pessoas pudesse entender. Ele não acreditava que a Bíblia contivesse verdade histórica e que não devia ser considerada de maneira literal. Acreditava, porém, que tinha valor como guia moral.

Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2024, janeiro 29). Baruch Spinoza [Baruch Spinoza]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-22602/baruch-spinoza/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Baruch Spinoza." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação janeiro 29, 2024. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-22602/baruch-spinoza/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Baruch Spinoza." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 29 jan 2024. Web. 03 dez 2024.