A Batalha da Inglaterra, datada de 10 de julho a 31 de outubro de 1940 pelo Ministério da Guerra do Reino Unido, foi um conflito aéreo entre a Lutfwaffe (Força Aérea) alemã e a Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) e aliados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45). A Luftwaffe não conseguiu alcançar a superioridade aérea, necessária para qualquer futura invasão da Grã-Bretanha, e assim a RAF obteve uma vitória preciosa, que finalmente interrompeu a expansão da Alemanha nazista para o oeste.
A Queda da França
A Alemanha atacou a Polônia em 1° de setembro de 1939, o que deu início à Segunda Guerra Mundial. As forças alemãs irromperam pelos Países Baixos e pela França em 1940. Isolada do sul do país, a Força Expedicionária Britânica na França precisou promover a evacuação de 340.000 homens durante a Retirada de Dunquerque, em maio-junho. Paris foi ocupada em 14 de junho. O governo francês se rendeu em 22 de junho. O impensável havia acontecido: a França caíra e esperava-se que o líder alemão Adolf Hitler (1889-1945) invadisse a Grã-Bretanha, a chamada Operação Leão Marinho. Antes disso, porém, era essencial estabelecer a superioridade aérea para que a frota de invasão cruzasse com segurança o Canal da Mancha. O comandante-em-chefe da Força Aérea Alemã, Hermann Göring (1893-1946), prometeu a Hitler que a Luftwaffe destruiria o poder aéreo britânico através de combates diretos com caças e o bombardeio de aeródromos e fábricas de aviões. Como o primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965) disse ao Parlamento, em 18 de junho: "A Batalha da França acabou. Acredito que a Batalha da Inglaterra esteja prestes a começar" (Overy, 9).
A Grã-Bretanha ainda não se encontrava pronta para uma guerra que tão rapidamente chegava à sua costa. No total, a RAF havia perdido 931 aeronaves e sofrido mais de 1.500 baixas na defesa da França, incluindo mais de 500 pilotos. A Força Aérea precisava desesperadamente de mais pilotos e aeronaves para defender a Grã-Bretanha nos próximos meses, que se mostrariam um período crucial nos cinco anos de conflito. De acordo com seu secretário, o marechal do ar Hugh Dowding (1882-1970), comandante-em-chefe do Comando de Caça da RAF, "disse que sabia muito bem que nunca poderia vencer a guerra, mas estava muito consciente do fato de que era o único homem que poderia facilmente perdê-la" (Holmes, 132). O povo britânico já estava preparado para o pior. Milhares de crianças foram evacuadas das cidades, construíram-se abrigos antiaéreos nos jardins das pessoas, o blecaute (em locais onde a iluminação não seria essencial à noite) entrou em vigor e todos carregavam máscaras de gás. A questão era onde, quando e como os alemães atacariam?
Os Caças
Os dois principais caças da RAF no verão de 1940 eram o Supermarine Spitfire e o Hawker Hurricane, ambos equipados com motores Rolls-Royce Merlin. O Spitfire, superior em termos de manobrabilidade, atingia uma velocidade máxima de 721 km/h. Seu armamento padrão consistia em duas metralhadoras (12,7 mm) e dois canhões Hispano (20 mm). Cada aeronave carregava tambores de munição de 300-350 cartuchos para cada metralhadora, o que significava que os pilotos só podiam dispará-los por um total de 15 segundos. O segundo melhor caça da RAF, o Hawker Hurricane, estava disponível em maior quantidade. Uma aeronave confiável, seu armamento consistia em 8-12 metralhadoras.
Em junho de 1940, a RAF dispunha de 19 esquadrões de Spitfires e 32 de Hurricanes. Estes caças e outros, como o Boulton Paul Defiant, totalizavam uma força operacional de cerca de 600 aviões, lamentavelmente muito pouco para a defesa da Grã-Bretanha. Alguns acreditavam que pelo menos 120 esquadrões seriam necessários, algo impossível naquele momento. Além disso, o cauteloso Dowding raramente comprometia mais da metade de sua força ao mesmo tempo. Felizmente para o comandante-em-chefe, 300 novos caças estavam saindo das linhas de produção semanalmente. Em acréscimo, durante a batalha reparavam-se 250 aviões danificados por semana, uma estatística crucial, já que até 30% dos aviões acabavam danificados por acidentes e não pelo fogo inimigo. A Luftwaffe enfrentava um problema semelhante, mas se encontrava em séria desvantagem neste aspecto, porque suas instalações de reparos situavam-se na distante Europa Central.
O principal caça da Luftwaffe era o Messerschmitt Bf 109 (Me 109), alimentado por um motor Daimler-Benz de 12 cilindros. O Spitfire era mais manobrável do que o Me 109, mas este último apresentava melhor desempenho nos mergulhos, graças ao seu motor de injeção de combustível. Ambos tinham velocidade máxima semelhante. O caça alemão estava armado com um canhão e duas metralhadoras. O Me 109 carregava mais munição do que seus colegas da RAF, de forma que o piloto podia disparar por até 55 segundos. Em 1940, mais de 150 desses caças, conhecidos por seus pilotos como "Emils", saíam da linha de produção mensalmente. A outra aeronave preferida pela Luftwaffe era o caça-bombardeiro mais lento Messerschmitt Bf 110 (Me 110). Os caças alemães adotavam a formação Schwarme [Enxame], reunindo sempre dois pares de caças. Todos os quatro aviões ficavam relativamente espalhados, o que fazia o grupo menos visível do que a formação mais cerrada utilizada pelos caças da RAF inicialmente na batalha.
A Luftwaffe tinha superioridade numérica em relação à RAF, mas o historiador M. Smith observa que as três frotas aéreas envolvidas na batalha (Luftflotten 2, 3 e 5) não conseguiam, devido às distâncias envolvidas, empregar todo o seu poderio: "Na prática [...] a Luftwaffe dependia de um núcleo de cerca de 750 bombardeiros de longa distância, aproximadamente 250 bombardeiros de mergulho e mais de 600 caças monomotores e 150 bimotores" (Dear, 124).
A vantagem de lutar em casa era importante, já que os caças alemães tinham muito menos tempo nos céus da Grã-Bretanha antes que seu combustível acabasse. Os alemães podiam concentrar todas as suas aeronaves no sudeste da Inglaterra mas, detendo a iniciativa tática, também podiam manter os britânicos continuamente na dúvida mudando os alvos, tanto em termos de geografia como de espécie, tais como a navegação no Canal da Mancha, vilas costeiras, aeródromos, estações de radar e cidades. Em resumo, a RAF precisava estacionar os caças por toda a Grã-Bretanha. Uma desvantagem da Luftwaffe residia no fato de que os pilotos e tripulantes das aeronaves, obrigados a saltar de paraquedas em caso de necessidade, tornavam-se então prisioneiros de guerra. Como se tratava de uma batalha na qual os homens eram tão vitais quanto as máquinas, o treinamento de piloto e reposição das perdas humanas tornou-se problemático, não tanto em termos de pessoas, mas em relação à experiência de voo.
Os Bombardeiros
Como a Lutfwaffe buscava destruir a RAF no solo, os bombardeiros médios passaram a ser empregados na Batalha da Inglaterra. Os alemães dispunham de bombardeiros pesados, como o Dornier Do 17 e Do 215, mas o Heinkel He 111 era mais rápido e versátil. Todos os bombardeiros alemães estavam armados com metralhadoras, mas mostravam-se altamente vulneráveis aos ataques dos caças inimigos, a ponto de necessitarem de escoltas de caças e, por fim, ficarem restritos ao voo noturno. Uma grande desvantagem para Luftwaffe era a pequena capacidade de carga destas aeronaves. O melhor bombardeiro, o Junkers Ju 88, tinha capacidade de carga máxima de 2.500 kg, enquanto o bombardeiro Lancaster da RAF carregava 6.350 kg. Um bombardeiro híbrido, o Junkers Ju 87 Stuka, havia tido um excelente desempenho, até aquele momento da guerra, ao bombardear alvos específicos durante o período da Blitzkrieg alemã, na Europa Ocidental.
Os bombardeiros da Luftwaffe eram guiados até seus alvos através do auxílio à navegação via radar. O sistema Knickebein ("Perna Cruzada") enviava dois sinais de rádio de navegação da Europa continental para os bombardeiros. O cruzamento dos dois feixes de sinais de rádio indicava o local do bombardeio. Em agosto, os britânicos já conheciam o sistema e passaram a enviar sinais de interferência. Como aperfeiçoamento do Knickebein, surgiu o equipamento de radar X-Gerät (Aparelho-X), que seguia sinais enviados por vários transmissores na Europa continental. A despeito destes auxílios, o bombardeio errava o alvo com frequência.
Os pilotos de ambos os lados eram jovens e qualquer um na casa dos trinta anos muitas vezes recebia o apelido de "vovô". Entre eles havia vários das nações do Império Britânico e de países aliados, como a Polônia e França. Muitos ganharam inestimável experiência na Batalha da França. Os pilotos da Luftwaffe, no entanto, tinham maior experiência, já que vários participaram da Guerra Civil Espanhola (1936-39), como parte da Legião Condor. A força aérea alemã também ganhou experiência operacional através de seus ataques na Polônia, Noruega, Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e França.
Um Sistema Defensivo Completo
Os britânicos tinham se preparado muito antes da batalha ao estabelecer o Sistema Dowding, um sistema integrado de defesa aérea que permitia uma resposta rápida aos ataques aéreos. O sistema incluía decifradores de códigos de espionagem do projeto Ultra, que ouviam as comunicações secretas da Alemanha; aviões de reconhecimento da força aérea; e 30.000 voluntários do Royal Observer Corps [Corpo Real de Observadores], que forneciam dados em tempo real sobre movimentos de aeronaves. Um item chave era o radar (Radio Detection and Ranging - Detecção e Localização por Rádio), na época chamado de Radio Direction Finding (RDF), ou Radiogoniometria. O radar consistia em torres construídas ao longo da costa meridional e sudeste da Inglaterra, com alguns situados no interior. Havia três tipos: 20 Chain Home (CH), ou Rede Doméstica, que podia detectar aeronaves até 160 km de distância; 30 Chain Home Low (CHL), ou Rede Doméstica de Baixa Altitude, que podia detectar aeronaves abaixo de 300 metros; e 24 unidades móveis de radar (MB2). Estes equipamentos permitiam ao quartel-general da RAF saber onde e quando a Luftwaffe estava atacando. As torres de radar mostraram-se difíceis de bombardear e relativamente fáceis de reparar, mas os alemães jamais fizeram um ataque concentrado a estas estruturas vitais.
O quartel-general dos caças reunia os dados e depois enviava sinais para lançar os esquadrões aéreos, alertar os holofotes, posicionar barragens de balões e as equipes de armas antiaéreas por todo o país, além de alertar os civis na rota do perigo através da da política e dos voluntários do Air Raid Precaution [Precauções contra Ataques Aéreos], uma organização paramilitar voltada para a prevenção de danos causados por ataques aéreos.
O Sistema Dowding dependia da velocidade para ser útil. Os caças alemães podiam cruzar o Canal em seis minutos e os bombardeiros levavam cerca de 11 minutos para alcançar os aeródromos mais próximos. A Grã-Bretanha também estava no alcance das bases da Luftwaffe na Escandinávia. Levava 20 minutos para os caças britânicos completassem sua formação na altitude necessária, o que significava que, com frequência, os caças alemães estavam prontos e esperando por eles. A Luftwaffe também fazia uso frequente de ataques diversionistas, que afastava os caças da principal força atacante alemã. A batalha teria um equilíbrio delicado, já que ambos os lados não dispunham de informações precisas sobre as perdas do inimigo.
Dia da Águia
A batalha começou em junho, com uma concentração de ataques alemães a navios mercantes no Canal da Mancha, que tinham o objetivo de atrair os caças britânicos para enfrentá-los com superioridade aérea. Houve, também, alguns poucos ataques a portos no mês de julho, mas a maior parte destes combates limitaram-se a escaramuças.
O dia 13 de agosto foi o Adlertag (Dia da Águia), o primeiro dia da Unternehmen Adlerangriff (Operação Ataque da Águia). A Luftwaffe iniciou então o que Göring prometia ser uma obliteração da RAF em duas semanas, através do ataque sistemático aos aeródromos e demais instalações, além da superação dos aviões no ar. Para os historiadores alemães, este dia marcou o início da Batalha da Inglaterra. Cerca de 1.800 grupos de bombardeiros e caças foram lançados em dois dias, ao longo da costa da Inglaterra, desde Northumbria até Dorset. O tempo não ajudou e, em 15 de agosto, a Luftwaffe sentiu a robustez das defesas britânicas, perdendo 75 aeronaves, enquanto a RAF perdeu 34. A partir de 19 de agosto, Göring ordenou que seus caças se concentrassem em engajar seus colegas da RAF no ar. Como resultado, nesta fase da batalha, e talvez de forma única em toda a guerra, algumas centenas de jovens de cada lado estavam determinando o curso do conflito enquanto o mundo observava.
A Maré Vira
Os céus da Grã-Bretanha às vezes ficavam saturados de aeronaves, mas a batalha entre caças continuava sendo uma série de duelos individuais, conforme descrito pelo comandante 'Max' Aitken:
Embora surgissem muitas aeronaves repentinamente, quando você estava lutando contra um homem em particular, cada um na sua máquina, o céu ficava vazio e você não via mais ninguém, não via nada, exceto esse único homem que você tentava derrubar e que estava disparando contra você. (Holmes, 136)
Nos últimos estágios da Batalha da Grã-Bretanha, Spitfires e Hurricanes foram usados como uma única unidade tática de 60 aeronaves, uma formação conhecida como Big Wing [Grande Asa]. A ideia era defendida por Trafford Leigh-Mallory (1892-1944), que comandava o Grupo de Caças Nº 12, responsável pela proteção das indústrias da região de Midlands. O golpe que uma Big Wing produzia era muito maior do que o desfechado por um único esquadrão, mas levava tempo para montar a formação e, portanto, normalmente, os bombardeiros inimigos já haviam atingido seus alvos antes que os combatentes chegassem até eles. Outra desvantagem era que ter caças envolvidos numa Big Wing significava que nenhum deles estava defendendo os aeródromos contra os demais esquadrões de caças inimigos.
Os bombardeiros da Luftwaffe continuaram, mas muitas vezes tinham resultados pífios, graças às características do armamento. As bombas incendiárias ajudavam a indicar um alvo para os demais bombardeiros, mas eram tão leves que terminavam por se desviar na queda. Com isso, as aeronaves que vinham a seguir não conseguiam atingir os alvos da missão. Além disso, a decisão tomada pela Luftwaffe na década de 1930 de não desenvolver bombardeiros quadrimotores pesados mostrava-se significativa. Até mesmo o famoso bombardeiro de mergulho Stuka decepcionou, revelando-se altamente vulnerável aos caças inimigos. Eventualmente, o Stuka foi retirado da batalha. Em suma, os bombardeiros não estavam desfechando os golpes decisivos que Göring esperava.
Os bombardeiros alemães talvez tenham causado menos estragos do que se esperava, mas mesmo assim podiam provocar carnificinas. Um pequeno grupo de He 111s bombardeou Londres na noite de 24 de agosto de 1940. Tinham sido enviados para atingir um terminal de petróleo, mas acertaram a cidade por engano, iniciando assim o bombardeio retaliatório de áreas civis que se intensificou no decorrer da guerra. A RAF bombardeou Berlim na noite de 25 de agosto e a Luftwaffe enviou 300 bombardeiros para atingir Londres em 7 de setembro. Uma desvantagem considerável do aumento do uso de bombardeiros pela Luftwaffe foi que a necessidade de escolta por caças, o que reduzia seus grandes pontos fortes de velocidade e manobrabilidade. Os bombardeiros da RAF ficaram ativos durante a batalha, atacando as barcaças estacionadas na França como parte das preparações da invasão, além de atingir aeródromos alemães.
Era uma batalha de atrito, na qual nenhum dos lados conquistava o domínio e ambos superestimavam as perdas do inimigo. Este último problema afetou particularmente a Luftwaffe, pois, acreditando que o Comando de Caça estava no limite de seus recursos, Göring ordenou que grupos de bombardeiros atacassem dia e noite mas, ao fazê-lo, comprometeu muitas de suas próprias aeronaves contra um inimigo que se mostrava tão forte quanto ele em qualquer momento da batalha. Os alemães também sofreram as consequências de não disporem de uma estratégia clara de como e onde atacar o inimigo. Ambos os lados perderam uma quantidade alarmante de aeronaves e homens nos últimos dias de agosto e na primeira semana de setembro. A questão agora se resumia em quem podia repor seus recursos com mais eficácia e, nesse aspecto, os britânicos tinham uma forte vantagem.
No final de agosto, os aeródromos da RAF foram bombardeados sem piedade. A partir da segunda semana de setembro, a Luftwaffe tomou a fatídica decisão de mudar os alvos novamente, desta vez para as cidades, talvez na crença equivocada de que a RAF estava reduzida às suas últimas centenas de aeronaves e que, ao esmagar o moral civil, a batalha e até mesmo a guerra ocidental poderiam terminar. No fim das contas, a Luftwaffe lançou mais de 3.000 bombardeios contra a Grã-Bretanha, matando 27.000 civis.
Vitória
A decisão de bombardear cidades representou um duro golpe para os civis, mas tratava-se de um alvo estrategicamente sem importância em termos de superioridade aérea, o objetivo original da batalha. A decisão garantiu que a RAF tivesse um alvo claro: os esquadrões de bombardeiros, especialmente a partir do momento em que se interromperam os ataques diversionistas. Em 15 de setembro, muitas vezes chamado de "Dia da Batalha da Inglaterra", a RAF abateu cerca de 60 aeronaves. Com isso, perderam-se 175 aeronaves alemães em apenas oito dias. As baixas tornaram-se insustentáveis, especialmente porque as aeronaves seriam necessárias para proteger a frota de invasão e para uso em outras partes da guerra, como o planejado ataque de Hitler à URSS. Em 17 de setembro, Hitler adiou a Operação Leão Marinho.
A perda total de aeronaves da RAF na Batalha da Inglaterra totalizou 788 unidades, enquanto a Luftwaffe perdeu 1.294 aviões. A proporção geral das perdas ficou em torno de 6:10 em favor da RAF (a diferença estava nos bombardeiros alemães). Durante o conflito, os Spitfires derrubaram 529 aeronaves inimigas e 361 foram perdidos (Saunders, 27). Porém, o velho veterano, o Hurricane, contribuiu ainda mais para a vitória: "Os Hurricanes destruíram mais aeronaves inimigas do que quaisquer outras defesas, aéreas ou terrestres, combinadas" (Mondey, 152). A Grã-Bretanha tinha vencido e a RAF mantido a superioridade aérea, mas a um alto preço. Dos 2.927 pilotos da força aérea britânica que participaram da batalha, 554 morreram. Como Churchill declarou de forma célebre, "Nunca, no campo do conflito humano, tantos deveram tanto a tão poucos" (Overy, 74).
De forma crucial, a RAF terminou a batalha mais forte do que havia começado. A Luftwaffe conseguiu manter seu poderio em termos de número de aviões, mas o preço da superioridade aérea provou ser alto demais para pagar, e o número de pilotos disponíveis reduziu-se a um terço em relação ao início da batalha. A Luftwaffe continuou a atacar a Grã-Bretanha, concentrando-se em bombardear cidades britânicas à noite, incluindo a Blitz de Londres. A RAF se vingou desses ataques quando conduziu o bombardeio estratégico aliado da Alemanha, uma estratégia mantida pelo resto da guerra até que a Alemanha fosse finalmente derrotada em 1945.