Vênus

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Definição

Brittany Garcia
por , traduzido por Jonas Tenfen
publicado em 27 agosto 2013
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol
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Venus (Sandro Botticelli) (by Sandro Botticelli, Public Domain)
Vênus (Sandro Boticelli)
Sandro Botticelli (Public Domain)

Na mitologia romana, Vênus era a deusa do amor, do sexo, da beleza e da fertilidade; era a contraparte romana da deusa grega Afrodite. No entanto, a Vênus romana tinha muitas habilidades além da Afrodite grega: era também deusa da vitória, da fertilidade e até da prostituição. Segundo a mitologia grega, conforme apresentado na Teogonia, de Hesíodo, Afrodite nasceu da espuma do mar depois de Saturno (Cronos) castrou seu pai Urano (Ouranós) e o sangue deste último caiu no mar. Esta explicação parece ser mais uma teoria popular devido às incontáveis obras de arte que retratam Vênus surgindo do mar em uma concha.

Amantes divinos e filhos

Vênus teve dois amantes divinos principais: seu marido Vulcano (Hefesto) e Marte (Ares). Há um mito sobre o caso amoroso de Vênus e Marte, e como Vulcano os prendeu astuciosamente na cama com uma rede. Portanto, Vulcano e Vênus tiveram um casamento sem amor e sem filhos. Entretanto, a deusa do amor e do sexo não era estéril: ela teve muitos filhos de deuses diferentes. Com Marte, ela deu à luz a Timor (Fobos), a personificação do medo que acompanhava seu pai em batalha; seu gêmeo Metus (Deimos), a personificação do terror; Concórdia (Harmonia), a deusa da harmonia e da concórdia; e os Cupidos (Erotes), uma coleção de divindades aladas que representavam os diferentes aspectos do amor.

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O poeta romano Ovídio narra que Afrodite foi mãe de Hermafroditos - filho de Hermes - que era o epítome da efeminação e da androginia. Com Hermes ou Zeus, ela também concebeu Fortuna (Tyche), que era a personificação da sorte e do destino na religião romana. Vênus é indicada como sendo mãe da divindade menor Príapo (um deus da fertilidade frequentemente caracterizado com um falo exageradamente grande), filho de Baco. De acordo com Pausânias, pensava-se que as Graças eram descendentes de Vênus e Baco, mas mais comumente a ascendência delas é submetida a Júpiter e Eurínomo. No entanto, as Graças faziam parte da comitiva de Vênus, juntamente com os Cupidos e Suadela, a deusa da persuasão nos reinos do romance, amor e da sedução.

Amantes mortais, filhos e descendência

Vênus também teve vários amantes mortais. Os dois mais famosos teriam sido Anquises e Adônis, mas ela também era amante do rei siciliano Butes e mãe de seu filho, Eryx; e a deusa também teve um filho com Faetonte, Astino. Nas Metamorfoses (Livro X), de Ovídio, é narrado como Vênus se apaixonou pelo mortal Adônis (seja pela beleza dele ou pela flecha de Cupido) e implorou a Prosérpina (Perséfone) que cuidasse dele até que ela viesse buscá-lo. As duas deusas se enamoraram pelo mortal, passando a lutar entre si até que Zeus decidisse que Adônis passaria um terço do ano com cada uma delas e o terço restante da maneira como quisesse. No fim, ele passou seu tempo com Vênus até ser morto por um javali.

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Venus of Milo
Vênus de Milo
Jastrow (Public Domain)

De acordo com o Hino a Afrodite, de Homero, Anquises, príncipe da Dasdânia e aliado de Troia, foi seduzido por Vênus. Ela se disfarçou de princea frígia e assim o seduziu; só depois de nove meses que ela revelou a identidade divina. Ela presenteou Anquises com seu filho, Eneias. Vênus advertiu Anquises para nunca se gabar de seu caso, ou seria atacado por Júpiter. Anquises se gabou e foi paralisado pelo raio de Júpiter. O troiano Eneias, segundo a Eneida, de Virgílio, estava destinado a fundar Roma guiado por sua divina mãe Vênus. Ou o filho de Eneias, Ascânio, ou Lulo, rei de Alba Longa, segundo Virgílio, foi o ancestral dos fundadores de Roma (Rômulo e Remo), junto com a Gens (família) Júlia. A Gens Júlia incluía Júlio César, Augusto (Otaviano) César e seus descendentes.

Templos, Cultos e Festival na Roma Antiga

O primeiro templo dedicado a Vênus foi erigido em 295 a.C. Era para Venus Obsequens (Vênus Obediente), no Monte Aventino, construído por Q. Fabius Gurges. No entanto, este templo foi difundido com aspectos gregos (cultos a Afrodite) e não foi uma criação nova. Em 217 a.C., o oráculo sibilino sugeriu que se Roma (à época perdendo a Segunda Guerra Púnica) pudesse persuadir Venus Erycina (Vênus de Eryx) a mudar sua lealdade dos aliados cartaginense da Silícia para os romanos, a guerra seria vencida. Os romanos sitiaram Érix, ofereceram à deusa um templo magnífico e levaram sua imagem para Roma. Foi esta imagem estrangeira que eventualmente se tornou a Venus Genetrix (Vênus, a Mãe) de Roma. O culto formado ao redor de Venus Genetrix no Monte Capitolino foi reservado para as classes mais altas, mas em 181 a.C. e 114 a.C., os templos e o culto de Venus Erycina e Venus Verticordia (Vênus, a transformadora de corações) foram estabelecidos para os plebeus.

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O mês de Vênus era abril (início da primavera e da fertilidade), quando aconteciam a maioria de seus festivais. No dia 1° de abril era realizado um festival em homenagem a Venus Verticordia chamado Veneralia. E no dia 23 do mesmo mês era realizada a Vinalia Urbana, uma festa do vinho pertencente tanto a Vênus (deusa do vinho profano) quanto a Júpiter. Vinalia Rusticia era realizada no dia 10 de agosto. Era o festival mais antigo de Vênus e associado à sua forma como Venus Obsequens. 26 de setembro era a data do festival a Venus Genetrix, mãe e protetora de Roma.

Crouching Venus
Vênus agachada
Carole Raddato (CC BY-SA)

Vênus e a Política

No fim da República Romana, alguns romanos reivindicaram o favor de Vênus e competiram por ele, como Sula (adotando o nome Félix, que significa sorte em latim, e credenciado como Venus Felix como seu favor divino), Pompeu (que dedicou, em 55 a.C., um templo a Venus Victrix – Vênus da Vitória), Júlio César (que reivindicou o favor de Venus Victrix e Venus Genetrix) e Adriano (que, em 139 d.C., dedicou um templo a Vênus e Roma Aeterna – Roma eterna -, fazendo de Vênus a mãe protetora do estado romano)

Vênus e a Estrela Dalva

Na Eneida, de Virgílio, o herói troiano Eneias é conduzido ao Lácio por sua mãe em sua forma celestial: a Estrela Dalva (também Estrela Vésper, dentre outros nomes). É a mesma estrela que Virgílio conta que elevou a alma Júlio César aos céus. Este também é o nome secundário do planeta Vênus, pois é muito brilhante e discernível no céu noturno.

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Arte e aparência

Imagens de Vênus têm sido encontradas em inúmeras formas, desde esculturas a mosaicos, santuários, murais e afrescos domésticos. Vênus, devido à sua beleza natural e natureza sexual, era frequentemente retratada nua. A maioria das esculturas de Vênus se assemelhava muito à Afrodite de Cnido e à Vênus de Milo. No entanto, existem muitas belas pinturas murais em Pompeia que retratam Vênus em diferentes formas. Vênus continuou a ser um tema popular para artistas durante a Antiguidade e a Renascença, até mesmo no século XX.

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Bibliografia

Sobre o tradutor

Jonas Tenfen
Jonas é professor de ensino médio no Brasil. Ele dedica sua vida profissional à gramática e à literatura, e ele também trabalha como tradutor e redator.

Sobre o autor

Brittany Garcia
Brittany é escritora freelancer e professora de Latim Clássico e Grego Antigo. Ela mantém um blogue pessoal e uma página no Facebook sobre notícias do Mundo Antigo. É tradutora voluntária de latim para o Projeto Iris com o "Making Mars Speak Latin" da NASA.

Citar este trabalho

Estilo APA

Garcia, B. (2013, agosto 27). Vênus [Venus]. (J. Tenfen, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-462/venus/

Estilo Chicago

Garcia, Brittany. "Vênus." Traduzido por Jonas Tenfen. World History Encyclopedia. Última modificação agosto 27, 2013. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-462/venus/.

Estilo MLA

Garcia, Brittany. "Vênus." Traduzido por Jonas Tenfen. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 27 ago 2013. Web. 19 dez 2024.