As Sete Maravilhas do Mundo Antigo foram:
- a Grande Pirâmide de Gizé, Egito
- os Jardins Suspensos da Babilônia
- a Estátua de Zeus em Olímpia, Grécia
- o Templo de Artemis em Éfeso
- o Mausoléu de Halicarnasso
- o Colosso de Rodes
- o Farol de Alexandria, Egito
As Sete Maravilhas foram primeiramente definidas como themata (Grego para "coisas para serem vistas" que, no inglês atual, expressaríamos como 'imperdíveis') por Filão de Bizâncio em 225 AEC, na sua obra Sobre as Sete Maravilhas. Outros escritores sobre as Sete Maravilhas incluem Heródoto, Calímaco de Cirene e Antípatro de Sídon. Dos sete originais, apenas a Grande Pirâmide existe hoje.
Grande Pirâmide de Gizé
A Grande Pirâmide de Gizé foi construída entre 2584 e 2561 AEC para o Faraó Egípcio Khufu (conhecido em grego como 'Quéops') e foi a estrutura artificial mais alta do mundo durante quase 4.000 anos. As escavações do interior da pirâmide foram apenas iniciadas a sério no final do século XVIII e início do século XIX EC e, assim, as complexidades do interior que tanto intrigam os povos modernos eram desconhecidos pelos escritores antigos. Foi a própria estrutura com sua simetria perfeita e altura imponente que impressionou os visitantes anciães.
Jardins Suspensos da Babilônia
Os Jardins Suspensos da Babilônia, se existissem conforme descritos, foram construídos por Nabucodonosor II entre 605-562 AEC como presente para sua esposa. Eles são retratados pelo antigo escritor Diodoro Sículo como sendo aviões de fauna e flora exótica que se regam sozinhos e que atingem uma altura superior a 23 metros através de uma série de terraços escalares. Diodoro escreveu que a esposa de Nabucodonosor, Amitis da Média, sentia falta das montanhas e flores da sua terra natal e então o rei ordenou que fosse criada uma montanha para ela na Babilônia. A controvérsia acerca de se os jardins realmente existiram vem do facto de eles não serem mencionados em lugar algum na história da Babilônia e de que Heródoto, 'o Pai da História', não lhes faça qualquer menção nas suas descrições da Babilônia. Contudo, existem muitos outros factos antigos, figuras e lugares que Heródoto não mencionou ou acerca dos quais estava errado. Diodoro, Filão e o historiador Estrabão afirmam que os jardins existiram. Foram destruídos por um terramoto a certa altura após o primeiro século EC.
Estátua de Zeus em Olímpia
A estátua de Zeus em Olímpia foi criada pelo grande escultor grego Fídias (conhecido como o melhor escultor do mundo antigo no século V AEC, ele também trabalhou no Pártenon e na estátua de Atena em Atenas). A estátua retratava o deus Zeus sentado no seu trono, a sua pele de marfim e mantos de ouro martelado, e tinha 12 metros de altura, desenhada para inspirar reverência nos adoradores que vinham ao Templo de Zeus em Olímpia. No entanto, nem toda a gente ficou maravilhada com a estátua. Estrabão relata:
Embora o templo em si seja muito grande, o escultor é criticado por não ter estimado as proporções corretas. Ele mostra Zeus sentado, mas com a cabeça quase a tocar no teto, para que tenhamos a impressão de que se Zeus se levantasse iria abrir o teto do templo. (Sete Maravilhas)
O Templo de Olímpia caiu em ruínas após a ascensão do Cristianismo e a proibição dos Jogos Olímpicos como 'ritos pagãos'. A estátua foi levada para Constantinopla, onde foi posteriormente destruída, em algum momento do século V ou VI AEC, por um terramoto.
Templo de Ártemis em Éfeso
O Templo de Ártemis em Éfeso (Ephesos), uma colónia grega na Ásia Menor, levou mais de 120 anos para ser construído e apenas uma noite para ser destruído. Concluído em 550 AEC, o templo tinha cerca de 129 metros de comprimento e quase 69 metros de largura, sustentado por 127 colunas de cerca de 18 metros de altura. Patrocinado pelo abastado Rei Creso da Lídia, que não poupou gastos em nada do que fez (de acordo com Heródoto, entre outros), o templo era tão magnífico que cada relato dele é escrito com o mesmo tom de admiração e cada um concorda com o outro que esta foi uma das estruturas mais incríveis já erguidas por humanos. A 21 de Julho de 356 AEC, um homem chamado Heróstrato ateou fogo ao templo para, como disse, alcançar fama duradoura ao estar para sempre associado à destruição de algo tão belo. Os Efésios decretaram que o seu nome nunca deveria ser registado nem sequer lembrado, mas Estrabão registou-o como um ponto de interesse na história do templo. Na mesma noite o templo ardeu, nasceu Alexandre, o Grande e, mais tarde, ofereceu-se para reconstruir o templo em ruínas, mas os Efésios recusaram a sua generosidade. Foi reconstruída numa escala menos majestosa após a morte de Alexandre, mas foi destruída pela invasão dos Godos. Reconstruída novamente, foi finalmente destruída por uma horda Cristã liderada por São João Crisóstomo em 401 EC.
Mausoléu de Halicarnasso
O Mausoléu de Halicarnasso foi a sepultura do Persa Satrap Mausolus, construído c. 351 AEC. Mausolo escolheu Halicarnasso como sua capital, e ele e a sua amada esposa Artemísia fizeram tudo o que podiam para criar uma cidade cuja beleza seria inigualável no mundo. Mausolo morreu em 353 AEC, e Artemísia desejava criar um local de descanso final digno de tão grande rei. Artemísia morreu dois anos depois de Mausolo e as suas cinzas foram sepultadas com as dele no mausoléu (Plínio, o Velho, regista que os artesãos continuaram a trabalhar na estrutura depois da sua morte, não só como tributo à sua benfeitora mas também porque sabiam o trabalho lhes traria fama duradoura). A tumba tinha 41 metros de altura e uma decoração ornamentada com esculturas finas. Foi destruída por uma série de terramotos e ficou em ruínas por centenas de anos até que, em 1494 EC, foi completamente desmontada e usada pelos Cavaleiros de São João de Malta na construção do seu castelo em Bodrum (onde as pedras originais ainda podem ser vistas hoje). É do túmulo de Mausolo que a palavra portuguesa 'mausoléu' é derivada.
Colosso de Rodes
O Colosso de Rodes era uma estátua do deus Hélios (o deus patrono da ilha de Rodes) construída entre 292 e 280 AEC. Tinha pouco mais de 33 m de altura, com vista para o porto de Rodes e, apesar das representações fantasiosas em contrário, ficou com as pernas juntas numa base (muito semelhante à Estátua da Liberdade no porto da cidade de Nova Iorque nos Estados Unidos da América, que tem como modelo o Colosso) e não atravessava o porto. A estátua foi encomendada após a derrota do exército invasor de Demétrio em 304 AEC. Demétrio deixou para trás grande parte do seu equipamento de cerco e armamento, que foi vendido pelos Rodianos por 300 talentos (aproximadamente 360 milhões de dólares), dinheiro esse que eles usaram para construir o Colosso. A estátua permaneceu apenas 56 anos antes de ser destruída por um terramoto em 226 AEC. Ficou em impressionantes ruínas por mais de 800 anos, de acordo com Estrabão, e ainda era uma atração turística. Plínio, o Velho, afirma que os dedos do Colosso eram maiores do que a maioria das estátuas da sua época. De acordo com o historiador Teófanes, as ruínas de bronze foram eventualmente vendidas a “um comerciante judeu de Edessa” por volta de 654 EC, que as carregou em 900 camelos para serem derretidas.
Farol de Alexandria
O Farol de Alexandria, construído na ilha de Faros, tinha cerca de 134 m de altura e foi encomendado por Ptolemeu I Sóter. A construção foi concluída algures em 280 AEC. O farol era a terceira estrutura de construção humana mais alta do mundo (depois das pirâmides), e a sua luz (um espelho que refletia os raios solares durante o dia e um fogo à noite) podia ser vista até 56 quilómetros mar adentro. A estrutura erguia-se de uma base quadrada para uma secção octagonal média até um topo circular e quem a viu na sua glória relatou que as palavras eram inadequadas para descrever a sua beleza. O farol foi seriamente danificado por um terramoto em 956 EC, novamente em 1303 EC e 1323 EC e, pelo ano de 1480 EC, tinha desaparecido. Agora, o forte egípcio de Qaitbay ocupa o local de Faros, construído com algumas das pedras das ruínas do farol.
Outras Maravilhas
As Sete Maravilhas do Mundo Antigo não eram, de forma alguma, uma lista combinada e compreensiva das estruturas mais impressionantes da época. Em vez disso, a lista era muito semelhante a um panfleto turístico moderno que informa os viajantes sobre o que devem ver na sua viagem. Essas obras-primas listadas acima são as 'maravilhas' tradicionalmente aceites, conforme registadas pela primeira vez por Filão de Bizâncio, mas muitos escritores que o seguiam discordavam sobre o que era uma 'maravilha' e o que era apenas de interesse passageiro. Heródoto, por exemplo, cita o Labirinto Egípcio como sendo muito mais impressionante do que as pirâmides de Gizé, afirmando,
Visitei este edifício e percebi que ultrapassa qualquer descrição; porque se todas as grandes obras dos gregos pudessem ser reunidas numa só, elas não igualariam este Labirinto. De igual modo, as Pirâmides também superam a descrição, mas o Labirinto supera as Pirâmides.
Nem todos concordaram sobre qual das 'maravilhas' era a mais maravilhosa, como comprova esta passagem de Antípatro, elogiando o Templo de Ártemis:
Observei as paredes da impenetrável Babilônia, ao longo das quais podem correr carruagens, e no Zeus às margens do Alfeu, vi os jardins suspensos e o Colosso de Hélios, as grandes montanhas artificiais das imponentes pirâmides e a gigantesca tumba de Mausolo; mas quando vi a casa sagrada de Ártemis, que se eleva até às nuvens, as outras foram colocadas na sombra, pois o próprio sol nunca olhou para o seu igual, fora do Olimpo.
Antípatro também substituiu o Farol pelas paredes da Babilônia e Calímaco, entre outros, listou a Porta de Istar da Babilônia. Todavia, há muito tempo que a lista de Filão é aceite como a definição 'oficial' das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Entretanto, aquilo em que todos concordaram, foi que outrora os humanos ergueram estruturas que eram dignas do trabalho dos deuses e, uma vez vistas, nunca seriam esquecidas.
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