Sistema de Escrita

Definição

Joshua J. Mark
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 30 janeiro 2023
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol, Turco
Ouve este artigo
X
Imprimir artigo
Cuneiform Writing (by Jan van der Crabben, CC BY-NC-SA)
Escrita Cuneiforme
Jan van der Crabben (CC BY-NC-SA)

O sistema de escrita consiste no registro visual de uma linguagem. O primeiro sistema de escrita, o cuneiforme, foi inventado na Suméria, Mesopotâmia, cerca de 3500 a.C.; os hieróglifos em algum momento antes da Primeira Dinastia Inicial do Egito (c. 3150-2613 a.C.) e o sânscrito, na Índia, durante o Período Védico (c. 1500 a c. 500 a.C.). Posteriormente, outras culturas adotaram a escrita, possibilitando o desenvolvimento da civilização.

O período anterior à invenção da escrita é conhecido como pré-histórico, no qual não havia registro por escrito do pensamento e ação humanos. Os arqueólogos reconstroem esta era através de evidências físicas como bens funerários; sítios como a Vila Banpo, na China, ou Skara Brae, na Escócia; imagens em paredes de cavernas; e antigos depósitos de lixo. Após a invenção do sistema de escrita, porém, os registros escritos de uma civilização tornaram-se disponíveis para complementar e esclarecer como as pessoas viviam e pensavam e todos estes indícios reunidos proporcionam ao mundo moderno sua história.

Remover publicidades
Publicidade

Os sistemas de escrita se desenvolveram a partir dos mais simples até os mais complexos:

  • Pictográfico (um símbolo equivalente a um objeto, palavra ou frase)
  • Ideográfico (um símbolo equivalente a um objeto ou conceito, tal como o sinal % para representar porcentagem)
  • Logográfico (um símbolo para uma palavra ou frase completa)
  • Fonográfico (um símbolo representando um som)
  • Alfabético (menos do que 100 símbolos [letras] utilizadas para formar palavras representando objetos e conceitos)

Os três últimos ainda são usados em escritas dos dias atuais, como a chinesa (logográfica), russa (fonográfica) e inglesa (alfabética). Os estudiosos continuam a debater se a Mesopotâmia, Egito ou a Civilização do Vale do Indo inventaram o sistema de escrita em primeiro lugar mas, em geral, aceita-se que ela se originou na Suméria. Uma vez inventado, foi então desenvolvido por outras civilizações para a comunicação, manutenção de registros relacionados ao comércio e crenças religiosas, até que, com o tempo, viesse a preservar todos os aspectos da condição humana.

A Mesopotâmia e o Nascimento da Escrita

O primeiro sistema de escrita foi inventado na Suméria por volta de 3500 a.C. e revisado cerca de 3200 a.C., na cidade de Uruk.

O primeiro sistema de escrita foi inventado na Suméria por volta de 3500 a.C. e revisado cerca de 3200 a.C., na cidade de Uruk (ou Uruque). Embora os habitantes da Civilização do Vale do Indo (c. 7000 - c. 600 a.C.) sejam ocasionalmente citados como os primeiros, sua escrita continua indecifrada e as primeiras inscrições estão datadas da metade ou da última parte do início do período harapeano (c. 5500-2800 a.C.), depois de c. 3500 a.C. Naquela época, o sistema de escrita protocuneiforme já havia sido inventado na Mesopotâmia, bem como os sinetes de impressão conhecidos como selos cilíndricos, datados de c. 7600-6000 a.C. O estudioso Stephen Bertman comenta sobre a origem do sistema de escrita da Mesopotâmia:

Remover publicidades
Publicidade

Apesar de seu vasto e impressionante impacto, as origens da escrita foram simples e humildes. A própria terra foi seu berço: moldava-se nas mãos a argila encontrada na beira dos rios para formar tabuinhas semelhantes a pequenos travesseiros para escrever, enquanto os juncos que cresciam ao longo das margens se tornavam ferramentas. Com as partes superior e inferior do caule bem cortadas, o junco tornava-se uma caneta e adquiria uma seção transversal triangular que podia ser pressionada na argila macia. Os entalhes em forma de cunha mais tarde deram origem à denominação deste estilo de escrita, "cuneiforme", da palavra latina cuneus, que significa "cunha". (144)

A escrita foi inventada para atender às necessidades do comércio na antiga Mesopotâmia, como observa Bertman:

Uma coisa é quase certa: a necessidade foi a mãe da invenção. À medida que cada cultura se tornava mais complexa em termos econômicos e culturais, no quarto milênio a.C., aproximadamente, a escrita foi desenvolvida como um meio de se manter registros. Cada nação descobriu em seu próprio ambiente natural as matérias primas necessárias para se tornar alfabetizada. (144)

Na Mesopotâmia, isso começou no Período Uruk (4100-2900 a.C.) e teve pleno desenvolvimento no Período Dinástico Inicial (2900-2334 a.C.). A edubba ("Casa das Tabuinhas") funcionava como uma escola para escribas, na qual o sistema de escrita era ensinado e refinado a tal ponto que, por volta de 2600 a.C., produzia-se literatura e registros de atividades cotidianas. As Instruções de Shuruppak, o mais antigo texto filosófico do mundo, é geralmente datado de cerca de 2000 a.C., mas pode ser tão antigo quando c. 2600 a.C., e a primeira aparição do rei-herói Gilgamesh data de c. 2150 a.C.

The Instructions of Shuruppag
As Instruções de Shuruppak
Daderot (Public Domain)

À medida que a escrita se desenvolvia como uma ocupação, precisava de sua própria divindade padroeira, a princípio visualizada como a deusa suméria Nisaba e, mais tarde, pelo deus babilônico Nabu. Acreditava-se que estas divindades, como aquelas de outras civilizações, inspiravam a habilidade dos escribas de capturar conceitos na escrita para preservá-los, a fim de que as futuras gerações pudessem aprender com eles. A capacidade de escrever e ler os sistemas de escrita, em qualquer cultura, era altamente considerada e, em geral, atribuía-se à inspiração e orientação divinas às obras atualmente conhecidas como literatura, conforme observado pelo historiador Will Durant:

Remover publicidades
Publicidade

A literatura é, em primeiro lugar, palavras e não letras, apesar de seu nome; surge como cânticos clericais ou feitiços mágicos, recitados geralmente pelos sacerdotes e transmitidos oralmente de memória para memória. Carmina, como os romanos chamavam a poesia, significava versos e encantos; ode, entre os gregos, significava originalmente um encantamento; assim como as palavras inglesas rune e lay e o alemão lied. O ritmo e a métrica, sugeridos, talvez, pelos ritmos da natureza e da vida corporal, foram aparentemente desenvolvidos por magos ou xamãs para preservar, transmitir e aprimorar os encantamentos mágicos de seus versos. A partir dessas origens sacerdotais, o poeta, o orador e o historiador foram diferenciados e secularizados: o orador como o louvador oficial do rei ou advogado da divindade; o historiador como o registrador dos feitos reais; o poeta como o vocalista de cantos originalmente sagrados, o formulador e preservador de lendas heroicas, e o músico que colocava suas histórias em música para a instrução da população e dos reis. (77)

A escriba mesopotâmica mais conhecida por suas obras literárias foi a alta sacerdotisa Enheduanna (v. 2285-2250 a.C.), filha de Sargão da Acádia (Sargão, o Grande, r. 2334-2279 a.C.), a primeira autora do mundo conhecida pelo nome. Inicialmente, o sistema de escrita cuneiforme foi usado para escrever a língua suméria, mas durante e após o período acadiano (2334-2218 a.C.), funcionou também para escrever o acadiano e, mais tarde, as demais línguas das civilizações mesopotâmicas.

Hieróglifos Egípcios

Esse mesmo paradigma do desenvolvimento do sistema de escrita é visto em outras culturas antigas. No antigo Egito, o sistema também surgiu para transmitir informações sobre mercadorias no comércio de longa distância. A mais antiga escrita pictográfica data do Período Pré-Dinástico no Egito (c. 6000 a c. 3150 a.C.) e se desenvolveu no sistema de escrita hieroglífico no início do Período Dinástico, como evidenciado pelas listas de oferendas encontradas em túmulos.

Egyptian Hieroglyphics
Hieróglifos Egípcios
Jan van der Crabben (CC BY-NC-SA)

Como na Mesopotâmia, os egípcios creditavam aos deuses o dom da escrita e suas divindades literárias eram Toth (ou Tot/Thot) e Seshat (ou Sexate). Seshat não apenas inspirava os escribas egípcios, mas mantinha suas obras numa biblioteca celestial, onde se pensava que elas ficariam preservadas para a eternidade, encorajando a crença na escrita como um meio de alcançar a imortalidade. A esperança da vida eterna através das próprias obras, no entanto, estava aberta apenas ao escriba que escrevia no espírito da verdade ou, em outras palavras, que estava informado sobre o assunto e cujo trabalho incentivava o reconhecimento dos valores culturais. A acadêmica Margaret Bunson comenta:

Remover publicidades
Publicidade

[No antigo Egito, Toth criou a escrita.] Ele era considerado hábil em magia e se tornou o patrono de todos os escribas da nação. Toth aparece nas lendas sobre Hórus e foi retratado em todas as épocas como o deus que "amava a verdade e odiava a abominação". (Bunson, 264)

Antes que os escribas egípcios pudessem escrever qualquer coisa, no entanto, eles precisavam de alguma coisa onde fazê-lo e com quê. Os primeiros pictogramas egípcios foram esculpidos em rochas e pintados em túmulos e o primitivo sistema de escrita hieroglífico seguia esse mesmo padrão, até a invenção de outros materiais. Bertman observa:

Por volta da mesma época da história [que os sumérios criaram seu sistema de escrita], a escrita foi inventada no vale do Nilo. Lá, os egípcios fizeram uso de uma planta que crescia em abundância ao longo das margens do rio, a planta de papiro. De sua polpa fibrosa, martelada e seca ao sol, eles fizeram o primeiro papel do mundo. De fato, nosso termo "papel" vem da antiga palavra "papiro". Das fibras soltas nas extremidades dos caules da planta, os egípcios faziam pincéis que usavam para aplicar tinta no papel. (144)

Inicialmente, usava-se a escrita para registrar listas de oferendas, um inventário do que era devido ao falecido, escrito nas paredes de seu túmulo. Tais listas, em alguns casos bastante longas, muitas vezes incluíam detalhes da vida da pessoa e um apelo por oferendas. Essas primeiras listas inspiraram as primeiras obras escritas em papiro – orações e autobiografias – que acabariam se desenvolvendo na literatura egípcia. As obras dos escribas egípcios eram tanto de ficção quanto de não-ficção, religiosas e seculares mas, em qualquer caso, deviam representar a verdade em relação ao seu tema. O trabalho dos escribas era um ofício sagrado no Egito e o sistema de escrita em si chamava-se medu-netjer ("as palavras dos deuses"), expressão traduzida pelos gregos como hieróglifos ("gravações sagradas").

O Sistema de Escrita Chinês e o Sânscrito

A associação do escriba com a verdade e do o sistema de escrita como revelador e preservador da verdade também apareceu de forma constante em outras culturas. Na China, o mais antigo sistema de escrita surge durante a Dinastia Shang (1600-1046 a.C.), por volta do ano 1200 a.C., através do uso de ossos oraculares na prática da divinação. Gravavam-se as questões, na forma de pictogramas, na carapaça de uma tartaruga ou no osso de um animal, que eram expostos ao calor intenso. As rachaduras resultantes na carapaça ou osso forneciam ao adivinho uma resposta para a questão apresentada.

Remover publicidades
Publicidade

Chinese Oracle Bone
Ossos Oraculares Chineses
BabelStone (CC BY-SA)

A resposta, porém, não vinha do adivinho mortal, mas do reino divino e, assim, representava uma verdade reconhecível. Deste início, o sistema de escrita evoluiu para a expressão escrita da linguagem falada da China. Os quatro sistemas de escrita chineses iniciais foram:

  • Jiaguwen - pictográfico (usado nos ossos oraculares)
  • Dazhuan - pictográfico mas com maior refinamento, desenvolvido por volta de 1000-700 a.C., também conhecido como a escrita do Selo Maior.
  • Xiaozhuan - logográfico, desenvolvido cerca de 700 a.C., também conhecido como a escrita do Selo Menor.
  • Lishu - logográfico, desenvolvido por volta de 500 a.C., também conhecido como Escrita do Escriturário, pois era usado por burocratas governamentais.

Sistemas de escrita posteriores incluíam Kaishu, Xingshu e Caoshu, todos desenvolvidos durante a Dinastia Qin (221-206 a.C.) e a Dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.). Como no Egito e na Mesopotâmia, esperava-se que os escribas chineses representassem a verdade em seu trabalho, o que significava conhecer o tema abordado e, assim, em qualquer cultura, um escriba não apenas era alfabetizado mas também com alto nível educacional. O sistema de escrita chinês foi adotado pelo Japão, Coreia, Vietnã e pelos khitans (ou quitanos/quitais) da Mongólia, além de influenciar o sistema de escrita tangut, do Tibete À medida que a escrita se disseminava, assim também o conceito do escriba educado e bem informado.

A escrita como representação da verdade e inspirada pelos deuses aparece no Rig Veda, a mais antiga das escrituras hindus conhecidas como os Vedas, do Período Védico. O sistema de escrita sânscrito desenvolveu-se na Índia através dos indo-arianos (ariano significando "livre" ou "nobre" e nada tendo a ver com raça) e os Vedas - que se acreditava serem as verdadeiras palavras do universo - foram passadas adiante pela tradição oral antes do registro por escrito, que começou por volta de 1500 a.C.

The Vedas (Rig-veda)
Os Vedas (Rig Veda)
BernardM (CC BY-SA)

O Rig Veda, composto por 10 livro de hinos, aborda as principais questões filosóficas da existência humana, incluindo "Qual é a fonte da vida" e "Como surgiu o mundo?" Estas questões eram claramente feitas e suas respostas debatidas por certo tempo antes do Período Védico mas, uma vez que a escrita se desenvolveu, a obra escrita podia ser consultada e outras criadas então como comentários. Através deste processo, os outros Vedas foram escritos, bem como os comentários posteriores a eles. O sânscrito também permitiu a codificação das crenças da escola Charvaka (ou Charvaca/Carvaka), do Jainismo e do Budismo.

Fenícia, Grécia e Roma

Os antigos Gregos também usaram o sistema de escrita para preservar suas crenças religiosas. O texto conhecido como As Tabuinhas da Sala dos Carros, o texto mais antigo na escrita Linear B existente, data de cerca de 1400-1200 a.C., durante o período da Civilização Micênica (c. 1700-1100 a.C.). O outro sistema de escrita inicial dos gregos, o Linear A, permanece indecifrado. As Tabuinhas da Sala dos Carros, ainda que não estritamente textos religiosos, listam muitas das divindades que aparecem no panteão grego do Período Clássico posterior.

Linear B Clay Tablet
Tabuinhas de Argila com a escrita Linear B
vintagedept (CC BY)

O alfabeto fenício, desenvolvido por volta de 1100 a.C., foi adotado pelos gregos nos séculos IX e VIII a.C. e substituiu o sistema de escrita Linear B. A Ilíada e a Odisseia de Homero, bem como Os Trabalhos e os Dias e a Teogonia de Hesíodo, todos datados de c. século VIII a.C., foram escritos no alfabeto grego conforme o modelo do sistema fenício. De acordo com Heródoto (v. c. 484-425/413 a.C.), o fenício Cadmo, mais conhecido como um dos primeiros heróis gregos e lendário fundador de Tebas, trouxe o alfabeto para a Grécia:

Os fenícios que vieram para a Grécia com Cadmo [...] acabaram vivendo nesta terra e introduziram uma série de realizações, mais notavelmente o alfabeto que, até onde tenho conhecimento, era desconhecido pelos gregos antes disso. No início, as letras que usavam eram as mesmas daquelas dos fenícios mas, com o passar do tempo, junto com o som, eles também mudaram a maneira como escreviam as letras. (V.58, Waterfield, 324)

O sistema de escrita alfabético dos gregos desenvolveu-se aproximadamente durante o mesmo período que a escrita etrusca e estes dois, juntamente com o fenício, modelaram o sistema de escrita latino romano. Embora não haja conexão entre o latim e a escrita cuneiforme da antiga Mesopotâmia, o conceito de representar a linguagem num sistema de escrita se espalhou a partir da Suméria por todo o antigo Mediterrâneo e, em outras regiões (como África, Ásia e Mesoamérica), desenvolveu-se por conta própria. O sistema de escrita latino serviu ao mesmo propósito do sânscrito ou o cuneiforme, conforme observa Durant:

À medida que o comércio conectava tribos com diversos idiomas, algum meio de registro e comunicação mutuamente inteligível tornou-se desejável. Presumivelmente, os numerais estavam entre os primeiros símbolos escritos, geralmente assumindo a forma de marcas paralelas que representam os dedos; ainda os chamamos de dedos quando nos referimos a eles como dígitos. Palavras como five inglês e o o funf [cinco] alemão e o pente grego remontam a uma raiz que significa mão; da mesma forma, os algarismos romanos indicavam dedos: 'V' [cinco] representava uma mão expandida e 'X' [dez] era apenas dois 'V' conectados em seu vértice. Em seus primórdios, a escrita era uma forma de desenho, uma arte. (76)

Essa arte da escrita viria a produzir algumas das obras mais significativas da história do mundo. Desde o Épico de Gilgamesh ao Hino a Inanna, de Enheduanna, até o Livro Egípcio dos Mortos, Os Analectos de Confúcio, o Mahabharata e o Bhagavad-Gita, a Eneida de Virgílio, bem como os acordos comerciais, correspondência e outras obras escritas pelos povos da Mesopotâmia, Egito, China, Grécia, Índia, Roma e outras culturas da Antiguidade, os sistemas de escrita não somente permitiram a comunicação como a preservação; e a preservação do passado estabelece a cultura.

Conclusão

Os sistemas de escrita serviram para comunicar os mais profundos, bem como os mais práticos, aspectos da condição humana. A partir da simples necessidade de se comunicar através da distância, os sistemas de escrita tornaram-se o meio pelo qual as pessoas preservavam o conhecimento passado, grandes avanços, decepções e desastres, oferecendo àqueles do presente a possibilidade de aprender com o passado ao ler sobre eventos anteriores e ouvir vozes mais antigas, como observa Bertman:

A invenção da escrita foi uma das maiores realizações da Mesopotâmia. Ela facilitou a organização e a gestão da sociedade e serviu como o principal instrumento pelo qual uma civilização complexa poderia surgir. Eventualmente, tornou-se o meio pelo qual a experiência coletiva e a sabedoria do povo passavam a ser transmitidas através das gerações. Embora os idiomas e os sistemas de escrita da Mesopotâmia não tenham sobrevivido, esta invenção perdurou como seu legado mais duradouro para o mundo moderno. (144)

Um sistema de escrita é listado como um dos cinco fatores necessários para o desenvolvimento da civilização. Embora frequentemente não prestemos mais atenção à sua importância nos dias atuais, a escrita foi vital para o progresso da humanidade, proporcionando às pessoas um passado com o qual aprender e construir, ao mesmo tempo em que introduz e preserva conceitos completamente novos ou explora questões milenares. Das tabuinhas de argila e juncos da Mesopotâmia aos e-mails e ebooks modernos, o sistema de escrita permite comunicar pensamentos entre aqueles que talvez jamais se encontrem pessoalmente e a partir de locais que os autores dos textos talvez nunca venham a conhecer. Os antigos consideravam a escrita um presente dos deuses e isso ainda permanece para muitos povos nos dias atuais.

Remover publicidades
Publicidade

Perguntas e respostas

O que são sistemas de escrita e por que são importantes?

Um sistema de escrita é o registro visual de uma linguagem. É importante porque permitiu o desenvolvimento da civilização.

Qual é a escrita mais antiga do mundo?

A escrita mais antiga do mundo é a cuneiforme, inventada na Suméria, Mesopotâmia, cerca de 3500 a.C. e revisada na cidade suméria de Uruk, por volta de 3200 a.C.

Por que os sistemas de escrita foram inventados?

Os sistemas de escrita foram inventados para permitir a comunicação comercial de longa distância.

Como os sistemas de escrita se espalharam ao redor do mundo?

Os sistemas de escrita se disseminaram através do comércio. Não há correlação direta entre a escrita cuneiforme e outras, mas o conceito de um sistema de escrita espalhou-se a partir do Oriente Próximo para outras culturas que também o adotaram.

Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

Joshua J. Mark
Joshua J. Mark é cofundador e diretor de conteúdos da World History Encyclopedia. Anteriormente, foi professor no Marist College (NY), onde lecionou história, filosofia, literatura e redação. Ele viajou bastante e morou na Grécia e na Alemanha.

Citar este trabalho

Estilo APA

Mark, J. J. (2023, janeiro 30). Sistema de Escrita [Script]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-71/sistema-de-escrita/

Estilo Chicago

Mark, Joshua J.. "Sistema de Escrita." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação janeiro 30, 2023. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-71/sistema-de-escrita/.

Estilo MLA

Mark, Joshua J.. "Sistema de Escrita." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 30 jan 2023. Web. 21 out 2024.