Um império é um constructo político no qual um estado domina um ou vários outros estados. Essencialmente, um império é governado por um imperador, embora haja muitos estados que não foram liderados por um imperador e são chamados de “impérios”.
Basicamente, um império é a dominação de um estado por outro. Esta ideia está no cerne do uso comum do termo “império” e é tão antiga quanto a origem dos estados. As primeiras cidades-estado tentaram se expandir conquistando as cidades vizinhas. Onde estas tentativas prosperavam, um único e grande estado poderia formar-se, mas era mais comum que o agressor se tornasse um estado central que controlaria uma série de estados periféricos semi-independentes – a meio caminho de um estado maior. Este estado central não se tornava somente estado o mais forte da região.
Esparta era líder de uma liga de estados, mas tinha pouco interesse em interferir na vida política deles. Atenas também liderava uma liga, mas, diferentemente de Esparta, forçava um modelo supervisionado de democracia ateniense sobre os membros supostamente independentes dessa liga. Esparta era um estado hegemônico, o mais forte do grupo, enquanto que Atenas era intervencionista e, portanto, imperial. O fato de que Atenas substituía tiranos por um governo democrático não alterava a natureza imperial dessa relação.
Um império é uma relação desigual entre um estado central e uma periferia de um ou mais estados controlados pelo estado central. No nível mais simples, controlar é realizar ocupação militar ou outro tipo de intervenção política formal, mas também pode envolver uma atividade informal de influência econômica ou cultural. Em geral, pressão econômica por si só tem sido suficiente para manipular governos. Religião, ideologia e outras forças culturais costumam acompanhar a persuasão política ou econômica.
A cultura periférica, de todo modo, pode exercer uma força de atração própria e manejar para absorver o poder dominante; notadamente, foi este o caso da conquista da China pelos mongóis. O imperialismo cultural em si não é necessariamente componente de um império.
Na verdade, tampouco o é a diferença cultural per se, dada a dificuldade de definir onde uma cultura termina e outra começa. Na era moderna, as fronteiras do estado-nação tentaram resolver esta questão, mas o estado-nação ele mesmo havia se formado ao redor de um estado central que estabilizou a língua e outros aspectos da cultura de tal modo que também alienou regiões periféricas. No fim, o grande desafio para a identidade cultural continua sendo a solidariedade diante de um inimigo comum, e este é um teste o qual a maior parte dos impérios passaram em algum momento de sua história.
Para explicar como os impérios, assim definidos, surgiram, perduraram e declinaram ao longo dos milênios, precisam ser examinados o centro, a periferia e a situação internacional.
O estado central é o elemento a ser observado quando se procuram os diversos motivos para a expansão, desde o sonho de impor uma paz imperial em estados litigantes até o desejo da exploração econômica, a ambição da glória da conquista ou o ímpeto da evangelização, religioso ou ideológico.
Deve-se observar a periferia para examinar as questões de resistência ou colaboração. Especificamente, os destinos de muitos impérios se dobraram sob líderes periféricos quando estes decidiram onde residiam seus principais interesses. Muitas vezes, o estado central pode fornecer uma explicação sobre o surgimento do império, enquanto a periferia é capaz de explicar melhor a sua persistência.
Exemplos de Impérios do mundo antigo incluem os da Suméria, da Babilônia e da Assíria, bem como os dos hititas, dos egípcios, dos persas, dos macedônios, dos incas, dos astecas, e, de maior notoriedade, o Império Romano.