Na metade do século II, o cristianismo começou um processo gradual de formação de identidade que levou à criação de uma religião separada e independente do judaísmo. Inicialmente, os cristãos constituíam um dos muitos grupos de judeus encontrados por todo o Império Romano, já no século II, o grupo experimentou além de uma mudança demográfica, a introdução de hierarquia institucional e a criação do Dogma Cristão.
Cristianismo no Século I d.C.
Jesus de Nazaré foi um profeta judeu que pregava o iminente Reino de Deus (o reino do Deus de Israel na terra), que foi previsto nos livros dos profetas judeus. Os profetas da Bíblia diziam que Deus interviria para restaurar Israel à sua passada glória no fim dos tempos. Ele (Deus) suscitaria a figura de um Messias (significando “ungido”), um descendente do Rei Davi (c.1.000 a.C.), para liderar o movimento. Após uma batalha final e a derrota das nações, haveria a ressurreição dos mortos, um julgamento final e Deus restauraria o plano original (o Jardim do Eden) para os justos na Terra. Os maus seriam condenados à aniquilação, Gehenna (inferno judaico).
Após a morte de Jesus, seus discípulos começaram a ensinar sua mensagem em Jerusalém e nas cidades do Mediterrâneo Oriental. Foi acrescida uma importante ressalva, ou seja, acreditar em Jesus Cristo resultaria na ressurreição do indivíduo para uma vida de bem-aventuranças. Com uma mensagem judaica de redenção (descrita pelos estudiosos como “apocalíptica”), os primeiros missionários se aproximaram das sinagogas das comunidades judaicas, implantadas no período Helenístico. Eles encontraram grupos diferentes de judeus e que tinham visão própria de um messias e do reino de Deus.
Não temos como verificar os números, mas aparentemente, alguns judeus aceitaram que Jesus era o Messias, enquanto a maioria, não. Existem muitas razões pelas quais os judeus não se uniram ao movimento:
- Existiam várias visões a respeito do messias, incluindo sua função e seu papel no plano de Deus. As opiniões iam desde um rei guerreiro, como David, a personificação da sabedoria, a um ser angélico pré-existente, responsável pelo julgamento nos últimos dias (p.ex. “o Filho do Homem”, na literatura enoquiana).
- O partido dos fariseus havia promovido uma crença na ressurreição de todos os mortos, mas que teria lugar nos últimos dias como parte de um cenário total. Um homem emergindo de uma tumba não indicava que os tempos haviam chegado ao final.
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Muitos judeus que procuravam por uma libertação a partir da figura de um messias, assumiam que isto incluía a destruição do opressor atual (Roma), porém isto não aconteceu.
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A linguagem envolvendo “reino” era politicamente perigosa. Enquanto Roma era tolerante aos vários cultos nativos, qualquer coisa que despertasse as multidões por outro reino era traição. Os judeus há muito trabalhavam ara conviverem pacificamente com o governo romano onde viviam. Um édito de Júlio César (100-44 a.C.) havia concedido à comunidade judaica permissão para seguir os costumes de seus ancestrais, uma isenção dos cultos do estado. Implícito no édito era que os judeus não fizessem prosélitos (procurar convertidos). Jesus morreu pela crucificação, a punição romana por traição. Como Paulo, o Apóstolo, escreveu, isto foi “um confuso tropeço”, um escândalo tanto para judeus, como para gentios.
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Em uma época anterior, para explicar o sofrimento e a morte de Jesus, os cristãos voltaram-se para a passagem do “servo sofredor” em Isaías. Este servo (simbólico da nação de Israel na época) foi torturado e morto pelos pecados da nação. Ele foi, então, ressuscitado por Deus para compartilhar seu trono. Os cristãos pretendiam que o servo sofredor era uma predição de Jesus. Nas missões de Paulo, ele ensinava que este servo era uma manifestação do próprio Deus na forma do Jesus terrenos. Os cristãos começaram a venerar Jesus (considerado agora o “Cristo”, christos em grego para o judeu “messias”) como equivalente a Deus. Muitos judeus rejeitaram esta deificação de Cristo.
Missões para os Gentios (Não Judeus)
No século I, os cristãos eram nada mais que uma seita do judaísmo. Um momento decisivo ocorreu quando aconteceu algo inesperado. Os gentios (não-judeus) frequentavam as atividades e festividades nas sinagogas de suas cidades. Estas pessoas eram chamadas “tementes a Deus” nos Atos, ou seja, aqueles que respeitavam o Deus de Israel, mas continuavam a participar de seus cultos nativos. Como a antiga sinagoga em Israel, bem como a da diáspora, não era um espaço sagrado, não havia proibição deles ali frequentarem, porém, as sinagogas não recrutavam ativamente ou procuravam converter os gentios. Alguns gentios teriam um lugar na Israel escatológica (quando da chegada do Reino), porém não antes daquele tempo. Os estudiosos especulam que estes gentios teriam ouvido primeiro os ensinamentos de Jesus através de sua presença nas sinagogas. Ao mesmo tempo, os gentios não-tementes a Deus começaram a demonstrar interesse.
Devido a este inesperado interesse, tanto Paulo, como Lucas, relatam uma reunião em Jerusalém (c.49 d.C.) para decidir como incluir este povo. A conversão ao judaísmo envolvia marcadores físicos de identidade judaica: circuncisão, leis dietéticas e o cumprimento do Sabbath. Em Atos 15, durante o Concílio de Jerusalém, James (Tiago, N.T.) irmão de Jesus, informou que a decisão era que os gentios não precisariam se converter ao judaísmo. Eles deveriam, no entanto, “absterem-se de alimentos poluídos por ídolos, imoralidade sexual, carne de animais sufocados e de sangue” (Atos 15:19-21). Estes eram elementos de pureza ritual e moral na Lei de Moisés. A carne nos mercados públicos eram a sobra dos sacrifícios nos templos e os judeus evitavam qualquer coisa relacionada à idolatria.
Relações Judaico-Cristãs nas Primeiras Comunidades
A evidência nas Cartas de Paulo (anos 50 e 60 d.C.), os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos indicam que os gentios rapidamente ultrapassaram em número os crentes judeus. Apesar do decreto, tensões entre os cristãos-judaicos (os que advogavam conversão total) e as cristãos-gentios (os que se reportavam ao Concílio de Jerusalém) continuaram. Paulo constantemente enfurecia-se contra os “falsos apóstolos” que viajavam por suas comunidades, pregando que Paulo estava errado e os gentios deveriam se converter (Gálatas 1:6-8)
Paulo tornou-se um crente quando experimentou uma visão de Jesus no Céu, determinando a ele ser “O apóstolo para os gentios” (Gálatas 2:8). Um cristão antigo acreditava que a demora do Reino podia ser explicada com o conceito de parousia (“segunda vinda”) e Jesus, agora no Céu, deveria retornar para completar os eventos dos Últimos Tempo.
Paulo ensinava contra a completa conversão dos gentios, muito provavelmente porque quando os gentios eram batizados, eles recebiam o espírito de Deus. Isto está evidente em seu “falar em línguas”, curar e profetizar (Atos 19:6). Em outras palavras, Deus havia aprovado a admissão deles sem marcadores de identidade judaica. No entanto, eles deveriam seguir a ética e a moral da Lei de Moisés.
Umas poucas cartas de Paulo (Romanos, Efésios, Colossenses) são consideradas como escritas quando ele se encontrava preso. “Dos judeus recebi cinco vezes os quarenta golpes menos um. Fui flagelado três vezes.” (2Coríntios 11:24-25). Os “quarenta golpes” eram uma punição da sinagoga por várias violações da Lei de Moisés. Paulo não fornece detalhes pela sua punição, mas as sinagogas não pressionavam os adeptos gentios para mudarem o modo de vida tradicional deles. Paulo determinava a estes gentios que cessassem a sua idolatria (“Fujam da idolatria” – 1 Coríntios 10:14). Esta determinação violou as cuidadosas negociações das comunidades judaicas com Roma.
As flagelações eram usadas por violações da lei romana. Novamente, não sabemos como e porque Paulo foi espancado, porém no caso de Roma, é mais provável por pregação de Paulo contra a idolatria. Este era um conceito escandaloso, pois as antigas tradições da religião romana foram recebidas pelos ancestrais diretamente dos deuses. A posição de Paulo a respeito do Reino prestes a acontecer, a defesa que fazia do culto a Jesus e sua condenação da idolatria, produziu tensões tanto nas sinagogas, como no Fórum Romano.
A Destruição de Jerusalém e do Templo
Iniciando-se com Marcos (escrito em c.70 d.C.), todos os quatro Evangelhos responsabilizam a liderança judaica (fariseus e saduceus) ou os judeus coletivamente (Evangelho de João). No intervalo de décadas entre a morte de Jesus e o primeiro Evangelho, o Reino não veio. Ao contrário, o que veio foi Roma.
Os judeus se revoltaram contra o Império Romano na Grande Revolta Judaica de 66 d.C. e, em 70 d.C., Jerusalém e o complexo do Templo foram destruídos. Os escritores dos Evangelhos culparam os judeus por este desastre devido a terem rejeitado Jesus como o Messias. Os profetas haviam condenado, consistentemente, Israel por seus pecados. O passado de Israel era a explicação para o presente.
Com a destruição do Templo, os rituais tradicionais não poderiam mais ser realizados. Este período assinala o início de dois sistemas divergentes:
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Judaísmo Rabínico, focado na análise e interpretação das Escrituras
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Emergência do Cristianismo como uma religião distinta do judaísmo.
Bispos e Padres da Igreja
Os cristãos se distinguiam tanto do judaísmo quanto dos cultos nativos, pela eleição de bispos para liderarem suas comunidades (como atestado em 1, 2 Timóteo e Tito). As primeiras comunidades basearam seu modelo na administração provincial romana, onde um supervisor (um bispo) era responsável pela seção de uma província, uma diocese.
Ao contrário dos sacerdotes no antigo Templo em Jerusalém e os sacerdotes nos cultos nativos, os bispos cristãos possuíam o poder único de perdoar os pecados na terra. Pela ordenação ritual, acreditava-se que o Espírito de Deus penetrava nestes homens. Muito provavelmente isto teve origem na história de Pedro impondo suas mãos sobre os samaritanos em Atos 8. Os sacerdotes dos cultos nativos, bem como os sacerdotes no Templo, facilitavam o arrependimento e o perdão, mas estes agentes não possuíam autoridade independente para perdoar os pecados. Para os judeus, somente o Deus de Israel tinha este poder.
Na metade do século II d.C., os primeiros cristãos eram chefiados por líderes que já não possuíam quaisquer laços étnicos ou comunais para com Israel ou o judaísmo. Os líderes eram gentios convertidos que foram educados em várias escolas de filosofia. Retrospectivamente chamados de “Padres da Igreja” pela contribuição que deram ao cristianismo, os escritores mais prolíficos foram: Justino Mártir (Roma, *100 +165 d.C.), os Bispos Irineu (Lion, *130 +202 d.C.) e Tertuliano (Cartago, *155 +220 d.C.).
O pano de fundo no judaísmo permaneceu crucialmente importante para o século II da Igreja Cristã. O Deus de Jesus de Nazaré (e de seus seguidores) era o Deus do judaísmo e suas Escrituras eram as Escrituras judaicas. As proclamações cristãs permaneciam conectadas às antigas tradições judaicas. Os Padres da Igreja continuaram a utilizar as Escrituras judaicas para suas explicações do cristianismo e fizeram uso de um método comum conhecido como alegoria, ou seja, recurso literário no qual um personagem, símbolo, lugar ou evento é usado para criar um significado novo ou mais amplo. Educados nas Escrituras judaicas, aplicavam a exegese, uma análise detalhada de uma passagem para proporcionar uma nova interpretação. Faziam uso também da tipologia ou a identificação de tipos na estrutura narrativa. Por exemplo, o sacrifício de Isaac tornou-se um tipo que apontava para Jesus na Cruz.
Perseguição aos Cfristãos em Literatura Adversa
Iniciando-se mais provavelmente durante o reinado do imperador romano Domiciano (rein. 81-96 d.C.), Roma perseguia as comunidades cristãs devido ao ateísmo, pois se recusavam a participar do culto imperial obrigatório. A partir daí, Roma ficou ciente que havia um grupo que não era judeu (não circuncidado), mas que tinha deixado de participar dos cultos ancestrais judaicos. Ao mesmo tempo, a Roma conservadora possuía um preconceito cultural e religioso contra novas religiões, particularmente as originárias no Oriente.
O Objetivo dos Padres da Igreja era convencer Roma de que os cristãos não eram novos – eram tão antigos quanto o próprio judaísmo – e que os cristãos deveriam ter as mesmas isenções dos cultos do estado como os judeus, porque os cristãos eram o “vero Israel “, o verdadeiro Israel.
O apelo a Roma para que tivessem a mesma isenção dos cultos do estado como os judeus, é coletivamente conhecido como Literatura Adversa, ou seja, “contra os adversários, os judeus.” Os escritores apelavam com a polêmica dos Profetas (todos os pecados dos judeus), os Evangelhos e as cartas de Paulo. Retirando Paulo de seu contexto histórico, os Padres da Igreja usaram suas críticas aos judeus-cristãos como uma refutação contra todos os judeus e o judaísmo.
Um exemplo da reinterpretação deles das Escrituras é evidente na história dos Dez Mandamentos. Quando Moisés recebeu os Mandamentos no Monte Sinai, havia somente dez. Após ter encontrado os israelitas e idolatria, ele quebrou as tábuas. Quando retornou para conseguir um novo conjunto, foi então que se adicionaram mais 603 outros para punir os judeus. Cristo liberou estes fardos para verdadeiros cristãos, e, portanto, os cristãos deveriam obedecer somente aos dez primeiros.
Durante o reinado de Hadriano (rein. 117-138 d.C.), os judeus se revoltaram contra Roma sob a liderança de Bar-Kokhba (135-137 d.C.). A Revolta de Bar-Kokhba, como a primeira, terminou em desastre. Hadriano renomeou Jerusalém com seu nome de família Aelia Capitolina e expulsou todos os judeus de viverem em Jerusalém. Justino Mártir relata que encontrou Trypho, um refugiado judeu que havia fugido para Roma após a Revolta. Não se pode historicamente certificar a existência desta pessoa e as respostas e argumentos de Trypho podem refletir algumas antigas opiniões rabínicas na época.
Os diálogos de Justino com Trypho tornaram-se um dos mais importantes textos Adversos na definição do cristianismo contra o judaísmo. Ele continuou a ensinar Trypho o verdadeiro significado das Escrituras Judaicas por meio de alegorias e exegeses. Com a correta interpretação alegórica das Escrituras, todas as vezes que “Deus” aparecia nos textos, era, de fato, o “Cristo pré-existente”. Foi Cristo que falou a Abraão e quando Moisés ouviu a voz da sarça ardente, foi Cristo em uma manifestação diferente. Por intermédio de seus métodos, ele demonstrou que todos os Profetas de Israel haviam previsto a vinda de Cristo como o Salvador. Deus enviou Cristo para o mundo para desfazer as práticas corruptas dos judeus e, como prova, indicou o fato de que Deus havia permitido Roma derrotar os judeus duas vezes. Acrescentado à corrupção deles, os judeus foram culpados do crime de deicídio (matar Deus).
Justino afirmava que os cristãos eram o “verus Israel” e, portanto, os cristãos tomaram dos judeus o lugar como os escolhidos de Deus. Por causa disto, os judeus não mais tinham a capacidade para interpretar corretamente suas próprias Escrituras. Isto ocorre quando o Antigo Testamento se une ao Novo Testamento (os textos sagrados dos cristãos) para a compreensão do plano divino de Deus. A partir desse tempo, os cristãos promoveram a anulação ou substituição da Teologia. Deus substituiu sua proteção e favor dos judeus para os cristãos.
Judeus como Hereges
Os Padres da Igreja também inventaram o duplo conceito de ortodoxia (crença correta) e heresia (do grego haeresis, significando uma “escola de pensamento). Nos cinco volumes do “Contra Todas as Heresias” do Bispo Irineu, os judeus foram os primeiros a serem denunciados como hereges porque “seguem o pai deles, o Demônio” (4,6). Os Profetas ficaram isentos desta demonização, pois eram proto-cristãos e predisseram Cristo.
Apesar de todos esses argumentos, Roma não reconheceu os cristãos como verdadeiros judeus pois os cristãos gentios não eram circuncidados. A perseguição somente se encerrou após a conversão de Constantino ao cristianismo em 312 d.C., quando adotou a visão dos Padres da Igreja.
Ausente nos escritos dos Padres da Igreja, é indício de que relações entre judeus e cristãos nas próprias comunidades eram bastante amigáveis, e os argumentos polêmicos foram sempre retirados das Escrituras. Fora dos pontos de vista de seus líderes, judeus e cristãos, aparentemente, continuaram a antiga prática de mesclar os cultos étnicos uns com os outros. O Concílio de Elvira na Espanha (312 d.C.) condenou cristãos por terem seus campos benzidos por Rabis. Em um sermão da Páscoa de 386 d.C., o Bispo João Crisóstomo em Antioquia, reclamou dos cristãos que frequentavam a sinagoga aos sábados e compareciam à igreja nos domingos. Estes escritos podem também ser entendidos como uma tentativa de cessar essa associação. O lado escuro infeliz deste período foi a contínua aplicação das opiniões dos Padres da Igreja na formação do antissemitismo cristão durante a Antiguidade Tardia, a Idade Média e além.
Cristianismo como uma Nova Religião
O cristianismo fez uso de conceitos tanto do judaísmo como de cultos nativos em suas ideias de universo, sacrifícios e rituais. Intelectualmente, utilizaram-se conceitos e jargões filosóficos como argumento a respeito da natureza universal do cristianismo para a humanidade. Porém o cristianismo também diferia dos antigos sistemas, bem como era único o elevado poder de seu clero. Todas as antigas culturas possuíam uma visão própria a respeito da vida após a morte, porém os cristãos garantiam uma bem-aventurada viagem aos membros de suas comunidades. Simultaneamente antigo (o Deus de Israel) e ainda novo (sem idolatria), o cristianismo tornou-se um sistema inteiramente novo para a compreensão do lugar de cada um no universo.
As contribuições dos Padres da Igreja são significativas para o que veio a se tornar dogma cristão, ou um conjunto de princípios que são incontroversamente entendidos como verdadeiros. Suas ideias foram, ao final, incorporadas no Credo Niceno (325 d.C.), como uma afirmação do que todos os cristãos deveriam acreditar. Em 381 d.C., Teodósio I (rein. 379-395 d.C.) proclamou um édito que fez do cristianismo a única religião legítima no Império Romano. Na tradição cristã, isto é conhecido como Triunfo do Cristianismo.