O Caso do Colar de Diamantes

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Artigo

Harrison W. Mark
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 18 março 2022
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol
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O Caso do Colar de Diamantes (1784-86) foi um escândalo concentrado em torno de Maria Antonieta da França (v. 1755-1793). Embora a rainha fosse inocente de qualquer envolvimento na trama para roubar a magnífica joia, o escândalo conseguiu arruinar sua já combalida reputação, causando ainda mais desilusão com a monarquia nos anos que precederam a Revolução Francesa (1789-1799).

Diamond Necklace Originally Commissioned by Louis XV
O Colar de Diamantes Originalmente Encomendado por Luís XV
Jebulon (Public Domain)

O Colar

Em 1772, Boehmer e Bassange, dois joalheiros parisienses, começaram a trabalhar num magnífico colar de diamantes, sem paralelos em esplendor e grandeza. Especula-se que pretendiam vendê-lo ao rei Luís XV da França (r. 1715-1774), bem conhecido por cobrir madame Du Barry, sua última paixão e principal amante real, com valiosos presentes.

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Ao concluírem o trabalho, os joalheiros ficaram satisfeitos com aquela magnífica extravagância, que continha 647 brilhantes e pesava 2.800 quilates, bastante adequada para uma amante real. No entanto, com o colar pronto nas mãos, Boehmer e Bassenge se depararam com dois grandes problemas: o primeiro era que seu mais promissor patrono, Luís XV, havia morrido de varíola antes que pudessem fechar o negócio. Em segundo lugar, a mulher a quem o colar se destinava havia sido exilada da corte pelo sucessor do rei morto, o rei Luís XVI da França (r. 1774-1792), a mando de sua esposa, a rainha Maria Antonieta. Assim, sem comprador em potencial nem destinatária possível para receber o presente, os joalheiros encaravam a ruinosa possibilidade de jamais vender o colar que, custando cerca de 2 milhões de livres [libra francesa], era monstruosamente caro.

Maria Antonieta considerou o colar extravagante demais; ela aconselhou Boehmer a desmontá-lo e vender as pedras separadamente.

Os joalheiros tentaram vendê-lo a Maria Antonieta, que parecia a candidata mais óbvia. Afinal, a rainha era conhecida por sua paixão pela moda. Infelizmente, o colar mostrou-se extravagante demais para Maria Antonieta, que, como rival declarada de madame Du Barry, pode não ter gostado da associação da joia com a amante do rei falecido, ou pode apenas tê-lo achado muito ostensivo para seu gosto. Seja qual fosse a razão, ela rejeitou a oferta, mesmo quando o joalheiro Boehmer, apelando para a conhecida fraqueza da rainha pelos espetáculos emotivos, fez uma cena na corte, "soluçando, gritando, desmaiando e ameaçando acabar com a própria vida, a menos que a rainha tirasse o colar de suas mãos" (Schama, 204). Todo o teatro não surtiu efeito, no entanto, e Maria Antonieta novamente recusou a joia, afirmando que a coroa francesa tinha "mais necessidade de setenta e quatros [tipo de navio de guerra que carregava 74 canhões] do que de colares" (Carlyle, 53). Antes de despachar o joalheiro, ela o aconselhou a desmontar o colar e vender as pedras separadamente. Para a rainha, a questão estava encerrada mas, de maneira indireta, o colar contribuiu para a abolição da monarquia francesa.

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O Cardeal e a Trapaceira

O cardeal Louis de Rohan (1734-1803) descendia de uma família com passado conspiratório que, nas palavras do historiador Simon Schama, era rica demais para o seu próprio bem (Schama, 206). Ex-embaixador da corte austríaca em Viena, o cardeal, mulherengo e dissoluto, foi descrito pela imperatriz Maria Teresa da Áustria (r. 1740-1780) como "um tipo medonho...sem moral" (Fraser, 63). Filha da imperatriz, Maria Antonieta compartilhava desta opinião e, assim, mantinha-se o cardeal à distância dos eventos realizados na corte real francesa, em Versalhes. Isso era um embaraço para um homem com título e linhagem tão respeitáveis quanto os de Rohan, que procurava conquistar o favor da rainha para que pudesse ganhar influência na corte e talvez até garantir uma posição como um dos ministros reais. Rohan finalmente vislumbraria sua chance quando, em 1783, começou a ter um caso com uma mulher chamada Jeanne de la Motte.

Portrait of Jeanne de la Motte
Retrato de Jeanne de la Motte
John Goldar (Public Domain)

Jeanne de la Motte descendia de uma linhagem ilegítima da dinastia real de Valois e podia traçar sua ascendência até o rei Henrique II da França (r. 1547-1559). Embora tenha sido criada na pobreza por sua mãe camponesa, Jeanne nunca se esquecia do sangue real transmitido pelo pai. Em 1780, aos 24 anos, ela se casou com Nicolas de la Motte, um oficial dos gendarmes, e o casal se aproveitou da ascendência nobre de Jeanne para se denominar conde e condessa de la Motte, acrescentando de Valois ao seu nome. Eventualmente, ela encontrou uma protetora na figura da cunhada do rei, a condessa da Provença, de quem recebeu uma pensão modesta, mas isso não foi suficiente para Jeanne.

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Quando Jeanne se tornou íntima do cardeal de Rohan, ela estava morando com o marido e o amante, um cafetão e falsificador chamado Rétaux de Villette. Assim que se tornou amante do cardeal, Jeanne rapidamente discerniu a obsessão de Rohan em conquistar o favor de Maria Antonieta. Embora nunca tivesse se encontrado com a rainha, Jeanne vislumbrou a oportunidade de lucro e começou a convencer Rohan de que seria íntima de Maria Antonieta e poderia ajudá-lo em seus esforços. Cego pela perspectiva de alcançar suas ambições, Rohan não questionou a veracidade da afirmação de sua nova amante mas, em vez disso, perguntou se ela poderia providenciar um encontro com a rainha. Jeanne concordou em ajudar.

O Caso

Conspirando com o marido e Villette, Jeanne não perdeu tempo em planejar um esquema que envolvia roubar Rohan, a Coroa e os joalheiros parisienses, escapando em seguida com uma grande soma de dinheiro e os próprios diamantes. A primeira fase do plano consistia em eliminar quaisquer dúvidas na mente de Rohan de que ele estava lidando indiretamente com a própria rainha. Assim, em 10 de agosto de 1784, Joana organizou um encontro à meia-noite entre "Maria Antonieta" e o cardeal de Rohan no Bosque de Vênus, nos jardins de Versalhes. Naturalmente, não se tratava em absoluto da rainha, mas sim de Nicole d'Oliva, prostituta parisiense que possuía uma semelhança impressionante com Maria Antonieta.

Marie Antoinette in a Muslin Dress
Maria Antonieta num Vestido de Musselina
Élisabeth Vigée Le Brun (Public Domain)

Nicole apareceu ao cardeal com o rosto oculto por um véu e usando um dos vestidos de musselina branca prediletos da rainha. Como a reunião ocorreu na semi-escuridão, Rohan caiu na armadilha. A farsa se completou quando Nicole presenteou Rohan com uma rosa, acompanhada das palavras: "Agora você pode esperar que o passado seja esquecido" (Fraser, 238). Este encontro clandestino e escandaloso foi o suficiente para despertar o entusiasmo num homem como o cardeal de Rohan, que passou a concordar alegremente com os pedidos de dinheiro de Jeanne para contribuir com as instituições de caridade favoritas da rainha. Ele estava convencido de que cada livre seria um passo adiante em seu avanço rumo às boas graças de Maria Antonieta. Em vez disso, o dinheiro ia para a costureira favorita de Jeanne de la Motte.

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Uma vez tendo recebido dinheiro de Rohan por tempo suficiente, Jeanne lhe apresentou uma carta supostamente da rainha. A carta declarava que a rainha desejava muito um certo colar de diamantes para usá-lo para a próxima celebração da Candelária, mas não queria ser vista despendendo recursos para comprá-lo durante um momento difícil do país. A missiva encomendava a compra do colar por Rohan, solicitando-lhe que pagasse aos joalheiros em quatro parcelas e enviasse o colar ao palácio. Ao final do documento havia uma assinatura, "Maria Antonieta da França", o que deveria ter indicado de que se tratava de uma falsificação, uma vez que era bem conhecido que a realeza da época assinava a correspondência formal apenas com seus nomes de batismo. Como ex-embaixador, Rohan deveria estar ciente disso. Ainda assim, seja por qual motivo, esse detalhe passou despercebido e o cardeal prosseguiu com o processo de aquisição do colar.

Rohan, que esperava ansiosamente para ver a rainha usar o colar, ficou consternado quando isso não aconteceu.

Boehmer e Bassenge ficaram encantados por finalmente se verem livres da joia. Em 29 de janeiro de 1785, eles a entregaram na propriedade do cardeal, depois de negociar um desconto a Rohan, reduzindo o preço final para 1,6 milhão de livres, a ser pago em quatro parcelas, de acordo com as instruções da "rainha". Pouco tempo depois, Villette, fingindo ser um mensageiro da corte, veio pegar o colar. Em vez de levá-lo para Maria Antonieta, Villette o desmontou e removeu as pedras preciosas dos seus engastes. O marido de Jeanne, Nicolas, as levou então para Londres, onde as vendeu a joalheiros ingleses. Pelo menos por enquanto, parecia não haver falhas no plano.

Em pouco tempo, as vítimas começaram a perceber que nenhum colar havia sido entregue à rainha. A festa da Candelária passou e Rohan, que esperava ansiosamente para ver a rainha usar o colar que tinha adquirido com tão grande esforço, ficou consternado quando isso não aconteceu, tanto na celebração quanto nas semanas e meses seguintes. Isso também perturbava Boehmer, que não teve notícias de Rohan a respeito do primeiro pagamento de 400.000 livres previsto para 1º de agosto. Desesperado, Boehmer enviou um bilhete à rainha em 12 de julho de 1785, perguntando se tinha ficado satisfeita com a joia. Confusa e irritada ao ouvir falar no joalheiro novamente, Maria Antonieta simplesmente queimou a carta.

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Ao não receber nenhuma resposta, Boehmer visitou madame Campan, uma dama de companhia a serviço da rainha, no dia 5 de agosto. Quando Madame Campan o informou de que a rainha havia queimado sua carta, Boehmer ficou furioso e deixou escapar: "A rainha sabe que tem dinheiro para me pagar!" (Fraser, 230). Quando uma confusa madame Campan pediu-lhe mais detalhes, Boehmer revelou que estava lidando com a rainha por meio de Rohan e apresentou as cartas com a assinatura forjada de Maria Antonieta. Madame Campan levou essa informação à rainha e, em 15 de agosto, o cardeal de Rohan foi convocado a Versalhes pelo próprio rei.

O Escândalo

Rohan apareceu diante do rei Luís XVI ainda em suas vestes pontifícias escarlates, pois estava se preparando para rezar a missa quando recebeu a convocação. Louis encontrou-se com ele ao lado da rainha e do Guardião dos Selos, Armand de Miromesnil. Sem rodeios, o rei pediu ao cardeal que se explicasse, indagando onde se encontrava o colar de diamantes. Confuso, Rohan respondeu que acreditava que a joia estivesse com a rainha. Quando o rei deixou claro que não esse o caso, Rohan, finalmente percebendo que havia sido enganado, revelou como havia sido contatado pela suposta condessa Jeanne de la Motte, que tinha lhe apresentado cartas forjadas. Ele enfatizou que tudo o que tinha feito visava a agradar à rainha.

Longe de aplacar Luís XVI, essa explicação só pareceu enfurecê-lo. Por um lado, Luís ultimamente se tornara especialmente defensivo em todos as questões relacionadas à esposa. O recente nascimento do segundo filho do casal real, o futuro Luís XVII da França, havia revigorado seu casamento, enquanto o aumento na circulação dos libelles [libelos, panfletos políticos] caluniosos e muitas vezes pornográficos que atacavam a rainha só fortalecia a obstinação de Luís XVI em todos os assuntos relacionados a Maria Antonieta. Também enfureceu o rei a suposta ignorância de Rohan sobre a assinatura forjada. Luís XVI, que "respirava etiqueta real desde o nascimento", não conseguia entender como alguém com o pedigree e a experiência diplomática de Rohan pudesse negligenciar um detalhe tão óbvio (Carlyle, 96). Isso levou o rei a acreditar que talvez fosse o próprio Rohan quem estava por trás das falsificações. Apesar dos alertas de Miromesnil, que não achava uma boa ideia prender um cardeal de maneira tão dramática, o rei, tomado pela raiva, ordenou que Rohan fosse levado para a Bastilha.

Louis XVI of France
Luís XVI da França
Joseph-Siffred Duplessis (Public Domain)

Embora Rohan fosse mais tarde retratado por seu advogado como "definhando nas masmorras da Bastilha", na verdade ele ficou num apartamento mobiliado fora das torres da prisão, onde passou seus nove meses de encarceramento entretendo uma série de visitantes (Schama, 208). No entanto, foi a própria palavra Bastilha, sinônimo das torturas e crueldade do Ancien Régime [Antigo Regime] para a opinião pública francesa, que levou o povo a apoiar Rohan. Assim como Miromesnil havia previsto, grande parte da população via apenas a prisão injusta de um homem piedoso, vítima da opressão do absolutismo. Enquanto isso, Jeanne de la Motte, que havia imprudentemente chamado a atenção para si mesma gastando copiosas quantias de dinheiro em propriedades, também foi presa, junto com o falsificador Villette e a prostituta Nicole d'Oliva. O famoso ocultista conde Cagliostro, também preso em conexão com Rohan, parece não ter desempenhado nenhum papel discernível no caso.

Enquanto os prisioneiros aguardavam julgamento perante o Parlement [corte judicial] de Paris, Maria Antonieta lidava com sua angústia por aquela provação. Ela desabafou sua frustração numa carta a seu irmão, José II, Sacro Imperador Romano-Germânico, na qual negou veementemente que alguma vez em sua vida tivesse assinado com o nome "Maria Antonieta da França." Ainda mais humilhante, os criadores dos libelles logo souberam do encontro de Rohan à meia-noite com a suposta Maria Antonieta e não perderam tempo espalhando rumores de uma ligação sexual entre a rainha e o cardeal. Maria Antonieta ficou mais horrorizada do que o normal com essas mentiras, já que envolviam um homem que ela desprezava e eram obviamente falsas para qualquer um que a conhecesse pessoalmente. Ainda assim, a percepção popular da rainha como uma estrangeira promíscua e perdulária fez com que se espalhassem como fogo os rumores de que seria responsável todo o escândalo.

Os Julgamentos

Em 31 de maio de 1786, os julgamentos amplamente divulgados do Cardeal de Rohan e do ocultista Cagliostro foram realizados perante o Parlement de Paris, seguidos pouco depois pelos demais conspiradores. Os julgamentos não escapavam de influências políticas; o Parlement, o mais poderoso dos treze tribunais judiciais que supervisionavam as províncias da França, há muito estava envolvido numa disputa contra a autoridade real e queria afirmar sua independência.

A defesa de Rohan argumentou que as únicas falhas do cardeal eram sua natureza confiante e seu desejo de servir à rainha, afirmando que se tratava de uma vítima como qualquer outra. No final, o Parlement o absolveu, embora ele tivesse que buscar o perdão do rei por tentar um encontro à meia-noite com Maria Antonieta. Isso lhe foi concedido, com a condição de que fizesse uma grande doação aos pobres e fosse banido para sempre da corte. Embora Rohan fosse um homem livre, o banimento da corte frustrou suas ambições. Conta-se que a rainha ficou desapontada com o veredito, mas as multidões do lado de fora do tribunal comemoraram o resultado.

Portrait of Louis René Édouard, Cardinal de Rohan
Retrato de Louis René Édouard, Cardeal de Rohan
Unknown Artist (Public Domain)

Cagliostro também foi absolvido, assim como Nicole d'Oliva, que inspirou simpatia da corte com as notícias de que tinha dado à luz um filho ilegítimo enquanto presa na Bastilha, além de sua incapacidade de responder a qualquer questão sem se desmanchar em soluços. Rétaux de Villette, que havia falsificado as cartas, acabou condenado e banido do reino. Nicolas de la Motte, julgado in absentia, já que ainda se encontrava em Londres, foi condenado à servidão como escravo de galé.

Jeanne de la Motte, igualmente condenada, sofreu o pior destino entre os conspiradores, já que tinha planejado todo o golpe. Foi desnudada em público e açoitada pelo executor real, antes de ser marcada com a letra V (de voleuse, ladra). Ela se debateu tanto sob as garras do carrasco que o ferro errou o alvo de seu ombro e queimou seu seio. Quem testemunhou aquele espetáculo perturbador nem tão cedo conseguiu esquecê-lo. Após a tortura pública, Jeanne foi enviada para a prisão feminina de Salpêtrière, de onde escaparia dois anos depois, vestida como um rapaz. Ela conseguiu chegar a Londres e, em 1789, publicou suas memórias, que tiveram boa recepção do público, pois muitas pessoas ainda lembravam como havia sido tratada e simpatizavam com a ex-condessa. Jeanne de la Motte morreu em 1791, após cair de uma janela em Londres enquanto tentava escapar de cobradores.

Significado

O caso do colar de diamantes arruinou de maneira permanente a já abalada reputação de Maria Antonieta. Já acusada pelos libelles de ser uma depravada sexual, que tornava príncipes estrangeiros seus amantes, realizava orgias nos jardins de Versalhes e praticava o "vício alemão" (lesbianismo), o boato de seu caso com um cardeal num local chamado justamente de Bosque de Vênus foi demais para o público francês. O fato de que todos estes boatos eram claramente falsos (com a exceção de um caso extraconjugal com um conde sueco) não ajudava à reputação da rainha. Assim como o fato de que muitas pessoas acreditavam que ela seria uma inimiga ativa do reino, uma espiã a serviço da Áustria, bem como uma perdulária notável que desperdiçava as finanças do reino.

A mera associação da rainha com o escândalo, a despeito da ausência de envolvimento no caso, foi suficiente para que muitos a pintassem como uma vilã. Sua impopularidade aumentou tanto nos anos seguintes que parou de aparecer em eventos públicos e se tornou um grande problema para a imagem do marido. Os maliciosos boatos sobre seu comportamento continuaram a aumentar até que, durante a Revolução Francesa, Maria Antonieta se transformou num símbolo da disfuncionalidade da dinastia Bourbon e um bode expiatório para todos os problemas da França. Os jacobinos a fizeram um de seus alvos prediletos e finalmente a condenaram a ser guilhotinada, sentença executada em 16 de outubro de 1793.

O caso do colar de diamantes não provocou diretamente a Revolução Francesa ou a abolição da monarquia francesa. Ainda assim, ocorrendo apenas quatro anos antes do início da Revolução, o escândalo contribuiu para semear as sementes antimonarquistas que iriam brotar durante os tumultuados anos revolucionários.

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Perguntas e respostas

O que foi o caso do colar de diamantes?

O caso do colar de diamantes (1784-86) foi um plano orquestrado por Jeanne de la Motte para furtar um colar de diamantes destinado originalmente para a amante de Luís XV, madame Du Barry. Fingindo ser uma agente de Maria Antonieta e usando cartas forjadas, ela convenceu o Cardeal Louis de Rohan a comprar o colar em nome da "rainha" e entregá-lo a ela.

Como Maria Antonienta se envolveu no caso do colar de diamantes?

Maria Antonieta estava inocente de qualquer envolvimento na trama, mas o escândalo arruinou sua já abalada reputação.

Por que Maria Antonieta recusou o colar?

Ela pode ter recusado o colar porque estava originalmente destinado à amante de Luís XV, madame Du Barry, sua rival, ou pode apenas tê-lo considerado muito extravagante para seu gosto.

Quanto valia o colar?

Contendo 647 brilhantes e pesando 2.800 quilates, o colar estava avaliado em cerca de 2 milhões de livres.

Bibliografia

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Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

Harrison W. Mark
Harrison Mark é graduado pela SUNY Oswego, onde estudou história e ciência política.

Citar este trabalho

Estilo APA

Mark, H. W. (2022, março 18). O Caso do Colar de Diamantes [Affair of the Diamond Necklace]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1970/o-caso-do-colar-de-diamantes/

Estilo Chicago

Mark, Harrison W.. "O Caso do Colar de Diamantes." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação março 18, 2022. https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1970/o-caso-do-colar-de-diamantes/.

Estilo MLA

Mark, Harrison W.. "O Caso do Colar de Diamantes." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 18 mar 2022. Web. 26 dez 2024.