O primeiro texto em grego dedicado à Índia foi escrito por Ctésias (de Cnido) no século IV a.C., existindo somente alguns fragmentos. Apesar de Aristóteles o tratar com desprezo, Ctésias foi, provalvemente, o autor mais citado sobre a Índia. Tanto Aristóteles, como Platão, Xenofonte e Plutarco basearam-se nos escritos de Ctesias. Devido a estes relatos, a Índia apresentava-se como uma terra feliz, uma espécie de utopia. Plínio (24-79 d.C.) apresentou a antiga noção de que a Índia cobria um terço da superfície da Terra. Reis indianos, desde o Pai Tibre até Alexandre, o Grande, reinaram por 6 451 anos e três meses.
Anaximandro de Mileto, nascido em 610 a.C., foi o primeiro grego a desenhar um Mapa Mundi; no qual a Terra tinha o formato de duas meias-luas de terra. A do norte era a Europa e a do sul consistia na Ásia e na África. Juntas, estas duas meias-luas cercavam um mar interior – o Mediterrâneo, significando verdadeiramente o meio (medi) da terra (terra). Heródoto baseou-se em tal autoridade do passado e apresentou a ideia do mundo habitado – oikoumene: a noção de que a Terra era oblonga, estendendo-se de oeste a leste. Sendo, então, dividido em três continentes – Europa, Ásia e Líbia. Ele informa num dos seus escritos que as fronteiras da Europa eram desconhecidas e não havia um homem que pudesse dizer se algum mar a cercava, seja ao norte ou a leste. Considerava que a terra habitada mais distante neste mundo chegava até a província persa de Punjab. Aristóteles acrescentou que entre as Colunas de Hércules (o moderno Gibraltar) e a Índia não havia nada além do oceano.
Era este o conhecimento na era em que Alexandre, o Grande, começou as suas conquistas a partir da Macedónia, o pequeno reino na Grécia distante. Com todos os detalhes fornecidos pelas partidas avançadas durante as marchas antes que a grande expedição através da Europa começasse, Alexandre acreditava que a Índia era uma península de pouca profundidade, que simplesmente se projetava para o leste até ao mar, e que o flanco norte era limitada pela cadeia de montanhas. Ao norte desta, não muito além do Rio Jaxartes, ficava o oceano. Alexandre, considerava a Índia como a terra do Rio Indo, era-lhe indiferente, se este rio poderoso era a nascente do Rio Nilo ou se desaguava no oceano. Deverá ter questionado os intérpretes locais à chegada com o seu vasto exército do outro lado do Rio Indo. A maioria das pessoas locais nem sequer conhecia o significado do termo oceano.
Ptolomeu (90–168 d.C.) era um cidadão romano do Egito que escrevia em grego, era matemático, astrónomo, geógrafo, astrólogo e poeta. O seu segundo livro é Geografia, um tratado que discute o completo conhecimento geográfico do mundo greco-romano. Nele, escreveu que a verdadeira forma da Índia, a característica mais marcante da terra, é o ângulo agudo formado pelo encontro das duas costas da península numa única linha costeira que se estende quase reta da foz do Indo até a foz do rio Ganges.
Xuanzang (Hsüan-tsang 602-664) foi um famoso monge budista chinês, erudito, viajante e tradutor que descreveu a interação entre a China e a Índia no início do período Tang. A mesma divisão de cinco províncias – Cinco Índias – continua na descrição da terra que ele percorreu. Descreve o formato da Índia como uma meia-lua com o diâmetro ou lado largo para o norte e a extremidade estreita para o sul. Facto similar ao da configuração da Índia na Geografia de Ptolomeu; no entanto, é muito mais preciso. De fato, o autor peregrino chinês traz um toque de humor quando diz, meio ironicamente, que os rostos das pessoas têm o mesmo formato do país – estreito para baixo e largo na parte superior.