Comércio Global no Século XIII

Artigo

James Hancock
por , traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto
publicado em 24 maio 2022
Disponível noutras línguas: Inglês, africâner, Chinês, francês, indonésio, espanhol
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No decorrer do século XIII, uma surpreendente quantidade de especiarias e de seda passava do Extremo Oriente para a Europa e mesmo não se conhecendo suas quantidades exatas, a popularidade das especiarias tanto na cozinha, quanto na medicina, atingiu seu ápice histórico durante a Idade Média europeia.

Trade Networks in the Middle Ages, c. 1200
Redes Comerciais na Idade Média, c.1200
Simeon Netchev (CC BY-NC-ND)

Especiarias e Seda

O bem conhecido especialista em gastronomia medieval, Paul Freedman, conta-nos que “especiarias se encontravam omnipresentes na gastronomia medieval” e “algo como 75% das receitas medievais envolvem especiarias” (2007, 50). Registros históricos referem-se ao copioso uso de especiarias entre os ricos da Europa medieval. Quando William I da Escócia (rein. 1165-1214) visitou Richard I da Inglaterra (rein. 1189-1199) EM 1194, ele recebeu, entre outros presentes, uma porção diária de 4 libras/peso (1800g) de canela e 2 libras/peso (900g) de pimenta (certamente mais do que podia consumir em um dia). A lampreia, um alimento popular em um castelo medieval da Inglaterra, era coberta com um molho de pimenta. Conta a história que o Rei Henry I da Inglaterra (rein. 1000 - 1135) foi morto em 1135 ao consumir uma volumosa refeição de lampreia ao molho de pimenta, embora um alimento envenenado fosse a provável causa. Um molho servido na Festa de St. Edward em 1264 foi preparado a partir de 15 libras/peso de canela, 12 ½ libras/peso de cominho e 20 libras/peso de pimenta.

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as especiarias exerceram um papel fundamental na medicina da idade média.

A medicina da Idade Média manipulava muitas fórmulas contendo especiarias asiáticas, devido às suas propriedades curativas consagradas pelos médicos e pela população, tanto por pobres, como por ricos. Plantas nativas também foram incorporadas nos livros textos médico europeus, porém os pacientes continuaram a preferir as especiarias asiáticas, se pudessem adquiri-las. As drogas descritas nos herbários e textos médicos da Idade Média eram quase todas manipuladas com ingredientes asiáticos e era generalizada a crença de que os produtos seriam mais poderosos se viessem de um “paraíso” distante.

By the Middle Ages, silk from the East had also come to play a central role in European aristocratic lives. As told by Wagner:

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Everything and everyone it touched immediately became eminent. Draped over altars or fashioned into curtains, silk separated spaces within a church or a palace. Beginning in the sixth and seventh centuries in Western Europe, saints' relics were wrapped in silk, stored and displayed in elaborate metalwork and jeweled reliquaries … For hundreds of years … silk's qualities of luxury, versatility and scarcity perpetuated its status as a prized material. The luminescence and softness of the fabric always impressed those who saw or felt it … As a commodity, silk was considered at times to be more valuable than gold.

Rotas Comerciais

As especiarias e a seda que abriram o caminho para a Europa Medieval viajaram uma incrível distância. No século XIII, um extenso sistema de comércio mundial encontrava-se em funcionamento e ia da costa leste da China à Europa Ocidental, tanto por mar, como por terra. O ponto central era a ponte de terra entre os portos do Mediterrâneo ocidental, as saídas leste para o Oceano Índico e as rotas terrestres da Ásia Central para a China. Existiam três grandes caminhos que serpenteavam através deste ponto central – duas controladas pelo mundo árabe, passando pelo Mar Vermelho e o Golfo Pérsico, e outra através do Império Bizantino, com acesso às rotas terrestres pela Ásia.

Para leste do ponto central encontrava-se o Oceano Índico, onde os comerciantes árabes controlavam o acesso à Índia, bem como os Estreitos de Málaca hinduizados, a passagem intermediária para a China. O comércio terrestre para Constantinopla movia-se através da China Mongol atravessando a Pérsia, o Levante e a Ásia Menor. A rota comercial primária entre o Oceano Índico e o Mediterrâneo passava de Bab al-Mandab, na parte final sul do Mar Vermelho, para Jedda, porto marítimo de Meca, onde os bens eram movidos por barcos que viajavam para o Norte, contra os ventos que ali prevaleciam ou em caravanas que seguiam a rota da peregrinação de Hijaz com destino ao Egito e ao Levante.

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Medieval Spice Merchant
Comerciante Medieval de Especiarias
Lawrence OP (CC BY-NC-ND)

O portal do Golfo Pérsico, para o comércio com o Oceano Índico encontrava-se em Ormuz, o qual servia como uma ligação vital entre o mundo persa e o Oceano Índico. Em sua visita a Ormuz em 1272, Marco Polo escreveu:

E posso vos dizer que mercadores veem até aqui por navios de toda parte da Índia, levando toda sorte de especiarias, pedras preciosas e pérola, seda e tecido de ouro, presas de elefantes e muitos outros produtos. Nesta cidade eles vendem estes bens para outros mercadores, os quais, então, os distribuem por todo o mundo, ao vendê-los, por sua vez, para outros mercadores. (66)

Estados Cruzados

Durante séculos, os cristãos mantiveram com tenacidade, por meio das Cruzadas, uma base de apoio na região dominada pelos muçulmanos no Oriente Médio. Apesar das constantes guerras, as cidades mercantes italianas mantiveram um comércio ativo com muitos portos no Levante. As grandes cidades transformaram-se em ativos centros mercantis, desde a Arábia, passando pelo Iraque, Bizâncio, Norte da África, até a Itália e muitos comerciantes moravam temporariamente nelas. Surgiram mercados especializados onde os locais e os estrangeiros podiam adquirir uma ampla variedade de bens, desde sedas e especiarias até alimentos básicos, produtos em couro, roupas, peles e outros bens manufaturados. Para ir e vir dos centros de comércio ao longo do Mediterrâneo Oriental, os comerciantes cristãos, judeus e muçulmanos viajavam surpreendentemente livre através de terras hostis.

The Near East in 1135 CE
O Oriente Próximo em 1135
MapMaster (CC BY-SA)

O grande cronista muçulmano, Ibn Jubayr, que viajou pelo Oriente Médio durante o século XII, escreveu:

Uma das coisas extraordinárias de que se tem conhecimento é que, embora o fogo da discórdia esteja aceso entre os dois lados, muçulmano e cristão, os dois exércitos deles podem se colocar em ordem de batalha e, no entanto, viajantes muçulmanos e cristãos podiam ir e vir entre eles sem interferência. (Broadhurst, 300-301)

Índia

A Índia foi o epicentro do comércio global naquela época. Nas costas de Malabar e Coromandel, colônias de comerciantes do mundo todo ali se fixaram para negociar algodão e seda, especiarias e perfumes, bem como ouro, prata e marfim. Da Índia vinham pimenta, pedras preciosas, joalheria e roupas de algodão. Os comerciantes indianos seguiam pelo Oceano Índico a procura de bens e retornavam com produtos exóticos de luxo de uma ampla variedade de culturas, o que trazia prosperidade para todos.

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calicut foi, de longe, o mais importante entreposto da índia e, por séculos, um destino primário de todos os negociantes do oceano índico.

As mais importantes cidades mercantis eram controladas pela Índia: Calicut (atual Kozhikode), Cannanore (Kannur), Cochin, Quilon (Kollam), Goa Muçulmana e Cambay (Khambhat) de Gujarat no lado noroeste da Península Kathiawar. Cambay foi, provavelmente, o lar dos comerciantes mais viajados do mundo. Eles se estabeleceram sobre todo o Oceano Índico, desde Aden até Málaca.

Calicut era, de longe, o mais importante entreposto da Índia e, por séculos, constituiu o destino primário de todos os comerciantes do Oceano Índico de Aden, Ormuz, Málaca e da China. Tornou-se também renomada por aquilo que os comerciantes europeus chamavam roupa “calico, derivado de Calicut. Esta era governada por um poderoso líder hereditário indiano chamado zamorin, que cooperava intimamente com os comerciantes muçulmanos para facilitar o fluxo de mercadorias. As outras grandes cidades indianas, centro de especiarias, na Costa Malabar (Cannanore, Cochin, Quilon), prestavam infeliz vassalagem feudal ao Zamorin de Calicut e lhe pagavam tributo. O Zamorin de Calicut provou ser um formidável opositor na posterior tentativa de Portugal de bloquear o comércio muçulmano no Oceano Índico.

O antigo cronista português Duarte Barbosa escreveu a respeito de Goa:

A cidade era habitada por mouros, homens respeitáveis e estrangeiros e ricos comerciantes. Existiam muitos grandes comerciantes gentios e outros gentis-homens, agricultores e militares. Era um lugar de grande comércio. Possuía um bom porto que podia abrigar muitos navios vindos de Meca, Aden, Ormuz, e a cidade de Cambay, da região Malabar. A cidade era muito grande, com muitos bons edifícios, belas ruas, cercadas por muralhas e torres. (Fernandes, 2884)

Mercados Indonésios

Por volta do século XIII, a cidade de Málaca (Melaka) junto ao Estreito de Málaca na Península Malay, foi também um dos mais importantes centros do comércio mundial. Era ali a câmara de compensação internacional para a pimenta, noz-moscada e cravos, ponto de encontro do Leste com o Oeste. A história da região como um centro de comércio começou em 300 a.C., quando pequenos reinos hindus se espalharam para Java e Sumatra, sob a influência de mercadores da Índia, os quais se juntaram aos budistas nos primeiros séculos da era cristã. O poderoso reino budista de Srivijava surgiu em Sumatra e assumiu o controle da maior parte do Arquipélago Malay, até que foi conquistado em 1290 pelo Império Majapahit hindu de Java. O Império Majapahit iria se tornar tão poderoso que se recusou a pagar tributo à China e foi capaz de derrotar uma força enviada pelo Kublai Khan (rein. 1260-1294) do Império Mongol que também governava a China.

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Um importante ponto de parada para os comerciantes no caminho de ida ou vinda de Málaca era o budista do Ceilão (atual Sri Lanka), onde a mais fina canela podia ser obtida, junto com pedras preciosas, pérolas, marfim, elefantes, cascos de tartarugas e roupas. Navios do mundo inteiro vinham até ao Ceilão devido tanto a seus produtos nativos, como vindos de outros países para reexportação. Os ilhéus também enviavam seus navios para portos estrangeiros. Os itens mais importantes vindos de fora eram cavalos da Índia e da Pérsia, ouro, prata, moedas de cobre, seda e cerâmicas da China. Havia por ali numerosas baías e ancoradouros em toda a costa do Ceilão, o que fornecia portos calmos e instalações para os navios.

Whole and Ground Nutmeg
Noz-moscada Inteira e em Pó
Herusutimbul (CC BY-SA)

Nas margens do Arquipélago Indonésio encontram-se as Ilhas Molucas ou das Especiarias, a única fonte mundial de cravo, noz-moscada e flor da noz-moscada. Os cravos eram encontrados exclusivamente em umas poucas e pequenas ilhas vulcânicas, as Ilhas Malaku da Indonésia, enquanto a árvore de noz-moscada é nativa dos vales abrigados nas quentes e tropicais Ilhas Banda. Estas ilhas eram visitadas somente pelos comerciantes de Java e da China, que adquiriam os produtos das Ilhas. Os marinheiros da Arábia e de Gujarat dependiam dos marinheiros indonésios para comprarem as especiarias de Málaca, e, a partir dali, as espalhavam por todo o resto do Oceano Índico.

Rotas Marítimas Chinesas

No século XII, a China era a mais avançada economia sobre a Terra e, também, a mais dinâmica força no comércio asiático. A cidade de Hangzhou possuía 1 milhão de residentes, incluindo uma grande classe de negociantes. Os chineses navegavam pelo Oceano Índico com frotas mercantes oceânicas de junco, com 30m (100 pés) de comprimento e 7,5m de largura (25 pés), transportando 120 toneladas de carga e tripulação de 60 homens. Estes navios visitavam a Indonésia, Ceilão e a costa oeste da Índia. Sob a sulista Dinastia Song (1127-1279), a China desfrutou de um grande superavit comercial:

Enquanto exportava os têxteis, cerâmicas e bens de metal da mais elevada qualidade mundial, a China importava um pequeno número de produtos – madeira, resinas e especiarias, a maior parte vinda do Sudeste Asiático e alguma coisa do Oriente Médio... As importações de fragrâncias eram grandes, pois todas as classes sociais as consumiam. (Hansen, 219)

Quando toda a China foi conquistada pelos mongóis em 1279, o comércio com o Sudoeste Asiático continuou a crescer, tendo como base marfim, chifres de rinocerontes, penachos de grou, pérolas, coral, penas de pássaros e cascos de tartarugas e cágados.

Rotas Terrestres Mongóis da Seda

Durante séculos, o movimento ao longo da Rota da Seda subia e descia dependendo da situação política dos reinos através dos quais ela passava. A chegada de Genghis Khan (1206-1227) e da Horda Dourada deu nova vida ao comércio ao longo das antigas Rotas da Seda no século XIII. Após a conquista mongol, produtos raros como seda, porcelana e especiarias começaram a movimentar-se livremente ao longo das Rotas da Seda em direção à Europa. A extensão total desta rota era por volta de 10.000km (6214 milhas), dos quais aproximadamente 3.000km (1864 milhas) encontravam-se dentro do território chinês.

The Campaigns & Empire of Genghis Khan
As Campanhas e o Império de Gengis Khan
Simeon Netchev (CC BY-NC-ND)

A atividade comercial ao longo das Rotas da Seda não foi somente revivida pelos mongóis, porém expandida para surpreendentes níveis. Os mongóis eram fortes advogados do livre comércio, permitindo que produtos da China e Sudoeste Asiático circulassem livremente no caminho para a Europa Oriental e Oriente Médio e vice-versa. O pai de Marco Polo (*1254 +1324), Nicoló e seu tio Maffeo, embarcaram na primeira viagem para o leste em 1260 e Marco começou sua própria viagem épica em 1271. Para encorajar o comércio internacional, eram dadas isenções de imposto, empréstimos e garantia de passagem segura ao longo da Rota da Seda aos comerciantes estrangeiros. Os mongóis encorajavam ativamente o comércio ao colocar guarnições ao longo da rota, patrulhada pelos soldados mongóis e funcionando como estação intermediária e de descanso para os comerciantes.

Rotas Comerciais Europeias

A ligação para a Europa a partir de todos os mercados mundiais se dava através da Itália. Por quase a totalidade do período medieval, as cidades-estados de Veneza, Gênova e, em menor grau, Pisa, disputavam o movimento de mercadorias do mercado asiático para a Europa, através de um ponto central de encontro de todas as rotas. Veneza dominava o comércio no Mediterrâneo Oriental desde o século X até o XII como uma associada do Império Bizantino. No século XIII, seu poder cresceu ainda mais quando ela abandonou seu companheiro de longa data durante a Quarta Cruzada, apoiou a ocupação de Constantinopla e assumiu o controle da maioria dos portos bizantinos do Adriático. A esta generosidade foram acrescentados Corfu em 1207 e Creta em 1209, dando aos venezianos uma rede de comércio que se estendia do Chifre Dourado de Constantinopla aos principais portos na Síria e Egito e que acessava todas as especiarias que chegassem ao Oriente Médio vindas do Sudoeste Asiático e Índia.

A localização de Veneza era perfeita para controlar o comércio com os mercados do Mar Negro, Levante e Egito. Como Krondl descreve:

Veneza está colocada no canto noroeste do Adriático, o mais amplo golfo no Mediterrâneo e logo após os Alpes das regiões de fala alemã. A partir de Veneza com um pulo acessa-se a costa leste do Adriático, desliza-se para o interior de Grécia, passa-se pela Ilha de Creta e, então, diretamente para o Egito. Esta viagem é, de longe, o caminho mais direto entre os empórios de especiarias do oriente e as minas de prata de coração da Europa. (44)

Outro poder comercial emergiu no Mediterrâneo leste no século XII: a rede de comércio catalão, que incluía a Catalunha, Maiorca e Valência no nordeste da Espanha e tinha como centro Barcelona. Os habilidosos comerciantes catalães analisaram cuidadosamente os potenciais mercados e estimularam a produção dos bens agrícolas e artesanais que fossem mais bem aceitos nos mercados externos. Começaram com trigo, óleo, mel, vinho, escravos muçulmanos, armas (espadas e facas de altíssima qualidade) e couro cordovês. Com o tempo acrescentaram às suas ofertas o açafrão, frutas secas, coral, roupas de lã, cerâmicas, peles trabalhadas, cola, sebo e objetos de vidro. Sua rede comercial estendia-se para a França, Itália, Norte da África, Levante e ao longo da costa do Atlântico, incluindo a Andaluzia, Portugal, Inglaterra e Flandres.

Late Medieval Land & Maritime Trade Routes
Rotas Comerciais Marítimas e Terrestres Durante a Baixa Idade Média
Lampman (Public Domain)

No século XII, surgiu, na Europa, uma grande liga comercial chamada Liga Hanseática (União Hanseática, Hansa ou Hanse), unindo todas as grandes cidades em volta do Mar Báltico e Mar do Norte. A liga cresceu constantemente em poder por todo o século XIII.

A Hansa compreendia quase 200 cidades marítimas e interioranas (ao longo dos rios). Ia de Bruges e Ghent, em Flandres e Londres, no oeste, à República de Novgorod, no oeste da Rússia, e Tallinn, no Golfo da Finlândia no leste e de Bergen, no norte, para a metade da Alemanha, no sul, (ainda da Hansa) estendida a Veneza... onde os comerciantes alemães viviam e armazenavam seus produtos. (Ligggio, 34)

Conclusão

As trocas e o comércio desenvolveram-se no mundo medieval a um tal ponto, que mesmo comunidades relativamente pequenas tinham acesso aos mercados semanais e, talvez, até a um dia de viagem. Grandes, porém menos frequentes, as feiras, onde a gama completa de produtos de consumo do período eram exibidos para seduzirem compradores e pequenos varejistas. À medida que a Alta Idade Média avançava, muitas rotas comerciais por terra vieram ligar as cidades do noroeste da Europa com os estados mercantis italianos. Bens exóticos eram transportados laboriosamente pelos vales do Po e Rhône para o centro e norte da França, onde eram trazidos juntamente com os vindos do Sudoeste, de Flandres e Mar do Norte. As rotas marítimas do Mar do Norte vieram a se unir completamente com as do Mediterrâneo.

As feiras internacionais de negócios tornaram-se importantes nos séculos XII e XIII com a confluência dessas rotas comerciais na França, Inglaterra, Flandres e Alemanha. As mais famosas foram realizadas nas cidades de Champagne, nordeste da França. Para ali os negociantes do norte Europeu traziam peles, lã e especiarias do Extremo Oriente. Produtos vindos da Itália eram transportados até lá pelas caravanas de mulas, cruzando os Alpes através do Passo do Monte Cenis, ao longo da antiga rota chamada de Via Francigena. Gastava-se um mês para realizar uma viagem de Gênova até as cidades francesas com feiras. No século XIII, o mundo encontrava-se completamente conectado como uma economia global. Grandes quantidades de mercadorias passavam por todos os impérios do mundo, por mar e por terra e os negócios eram, essencialmente, imunes às fronteiras dos países e à etnicidade.

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Bibliografia

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Sobre o tradutor

Jose Monteiro Queiroz-Neto
Monteiro é um pediatra aposentado interessado na história do Império Romano e da Idade Média. Tem como objetivo ampliar o conhecimento dos artigos da WH para o público de língua portuguesa. Atualmente reside em Santos, Brasil.

Sobre o autor

James Hancock
James F. Hancock é um escritor freelancer e professor emérito da Michigan State University. Possui especial interesse na pesquisa da evolução da cultura agrícola e história do comércio. Seus livros incluem "Spices, Scents and Silk" (CABI) e "Plantation Crops" (Routledge).

Citar este trabalho

Estilo APA

Hancock, J. (2022, maio 24). Comércio Global no Século XIII [Global Trade in the 13th Century]. (J. M. Queiroz-Neto, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1998/comercio-global-no-seculo-xiii/

Estilo Chicago

Hancock, James. "Comércio Global no Século XIII." Traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto. World History Encyclopedia. Última modificação maio 24, 2022. https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1998/comercio-global-no-seculo-xiii/.

Estilo MLA

Hancock, James. "Comércio Global no Século XIII." Traduzido por Jose Monteiro Queiroz-Neto. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 24 mai 2022. Web. 16 nov 2024.