As vidas das mulheres na antiga Mesopotâmia não podem ser caracterizadas tão facilmente como em outras civilizações, devido às diferentes culturas existentes na região ao longo do tempo. De maneira geral, no entanto, as mulheres mesopotâmicas tinham direitos significativos, podiam possuir negócios, comprar e vender terras, viver por conta própria, iniciar divórcios e, embora oficialmente secundárias em relação aos homens, encontraram meios de afirmar sua autonomia.
Os estudiosos geralmente concordam que as mulheres tiveram as maiores liberdades nos estágios iniciais do desenvolvimento cultural mesopotâmico, a partir do Período Uruk (4100-2900 a.C.) e no decorrer do Período Dinástico Inicial (2900-2334 a.C.) antes da ascensão de Sargão de Acad (r. 2334-2279 a.C.). Tem sido observado, porém, que Sargão escolheu uma divindade feminina (Inanna/Ishtar) como sua protetora, nomeou sua filha Enheduanna (v. 2285-2250 a.C.) como alta sacerdotisa de Ur e os registros indicam que as mulheres ainda dispunham dos mesmos direitos de antes.
A mesma alegação é feita com referência a Hamurabi da Babilônia (r. 1795-1750 a.C.) mas, ainda que seja verdade que a veneração a divindades femininas e os direitos das mulheres declinaram em seu reinado, há ainda evidências de autonomia, e este paradigma permanece durante o período do Império Assírio (c. 1900-612 a.C.) e desde o Império Aquemênida (c. 550-330 a.C.) até a queda do Império Sassânida, por volta de 651 d.C. Ainda que o patriarcado buscasse controlar os direitos e escolhas pessoais das mulheres ao longo destas épocas, existem registros de mulheres como proprietárias de terras e de negócios, administradoras, burocratas, médicas, escribas, sacerdotisas e, em raros casos, até monarcas.
A sociedade mesopotâmica, como qualquer outra, era hierárquica e dividida entre cinco classes - nobreza, clero, classe superior, classe inferior e escravos -, que podem ser simplificadas com três designações: livre, dependente e escravo. Definiam-se os papéis femininos por esta hierarquia, com as mulheres da elite no topo e as escravas na base. No meio havia uma classe de mulheres quase livres, que os acadêmicos modernos lutam para definir claramente, pois elas não eram completamente livres nem escravas e, assim, "dependentes" parecer ser o termo que mais se ajusta. Estas mulheres (e homens) normalmente exerciam alguma função num templo.
As mulheres continuaram a ser mais ou menos definidas por esta hierarquia e mantiveram seus direitos até a queda do Império Sassânida para os árabes muçulmanos em 651 d.C. Depois disso, os direitos femininos declinaram bem mais dramaticamente do que qualquer redução anterior, seja sob Sargão ou Hamurabi. Alguns estudiosos relacionaram o declínio do status das mulheres à ascensão das divindades masculinas e um foco maior nos sistemas religiosos altamente patriarcais, embora esta alegação tenha sido contestada. Mesmo assim, após 651 d.C. houve um claro declínio nos direitos das mulheres na região.
A Classificação das Mulheres
As mulheres eram classificadas conforme seu status social (como os homens), de acordo com a hierarquia e termos que se seguem:
- Mulheres livres da nobreza/classe superior ((awilatum em acadiano)
- Mulheres livres do clero (algumas conhecidas como naditu em babilônico).
- Administradoras femininas (sakintu no período Neo-Assírio).
- Mulheres livres da classe inferior (conhecidas por vários termos).
- Prostitutas ou mulheres solteiras (harimtu em acadiano).
- Dependentes que não pertenciam a uma casa masculina (sirkus em babilônico).
- Escravas (amtu em babilônico).
Os nomes destas classificações mudaram com o tempo e as diferentes culturas dominantes, mas a hierarquia essencial permaneceu a mesma. As mulheres eram subordinadas primeiramente aos seus pais e então aos seus maridos (com algumas exceções, como o clero e certas nobrezas abastadas) e, mais tarde, seus filhos. Embora algumas até conseguissem seguir seu próprio caminho sozinhas, isso era raro, e a maioria vivia conforme as tradições, regras e expectativas do patriarcado.
O Status Feminino e o Casamento
Ao longo de toda a história da Mesopotâmia, esperava-se que a mulher se casasse e tivesse crianças, das quais cuidaria enquanto tomava conta da casa. A exceção eram as mulheres naditu da cidade de Sippar c. 1880-1550 a.C., sacerdotisas dedicadas a uma divindade masculina. Mesmo no caso destas mulheres, esperava-se que se casassem, ainda que não para gerar crianças, e seus maridos tomavam esposas secundárias. As naditu estavam ligadas à casa do templo, desempenhavam tarefas relacionadas ao cuidado com o deus e "dedicavam-se atividades comerciais" (Leick, 189).
O único termo associado à mulher solteira em idade de casar é harimtu que, ao que parece, referia-se à prostituta ou à mulher solteira. A definição precisa desse termo ainda é debatida mas, se aplicado a uma única mulher, significava que era rica o suficiente para viver de acordo com suas próprias regras ou então uma integrante da classe dependente – nem livre nem escrava – ligada a um templo. De acordo com a acadêmica Kristin Kleber, essas mulheres (ou homens) eram conhecidas nas comunidades neobabilônicas do século 6 a.C. como sirkus :
Sirkus são frequentemente caracterizados como escravos do templo e geralmente se afirma que tinham um melhor destino do que outros tipos de escravos, porque os deuses do templo, enquanto proprietários, não exerciam diretamente os direitos de propriedade. Gostaria de argumentar que os sirkus realmente não eram escravos, mas sim dependentes institucionais cuja liberdade limitada, em comparação com os cidadãos livres de uma cidade babilônica, resultava da subordinação social à casa institucional do templo. (Culbertson, 101)
Além da naditu e da sirkus, uma viúva rica poderia optar por não se casar novamente, e certamente havia outras exceções à regra mas, no geral, uma vez que a jovem mulher encontrava-se em idade de casar, seu pai arranjava um matrimônio com um parceiro apropriado e considerado benéfico para ambas as partes. O acordo de casamento era um contrato comercial, legalmente firmado, nada tendo a ver com os desejos ou interesses dos noivos. O estudioso Jean Bottero discute o processo:
Para um homem, o casamento era "tomar posse da própria esposa" – do mesmo verbo (ahazu) comumente utilizado na captura de pessoas ou na apreensão de qualquer território ou bens. Era a família do futuro marido que iniciava a questão e, tendo escolhido a jovem, após o acordo, pagava à família uma quantia compensatória - em resumo, uma transação que necessariamente lembra uma forma de aquisição. Depois disso, retirava-se a jovem assim "adquirida" da sua família pela cerimônia matrimonial e a introduzia na família do marido onde, salvo algum acidente, permaneceria até morrer. (114-115)
Havia cinco etapas para o processo de casamento, todas as quais precisavam ser observadas conforme a tradição, pois para o reconhecimento legal e vinculativo precisavam ser cumpridas com precisão:
- Contrato de noivado/casamento.
- Pagamento do preço da noiva para o seu pai e do dote ao pai do noivo.
- Cerimônia e banquete de casamento.
- Mudança da noiva para a casa do sogro.
- Relação sexual na noite do casamento com a expectativa de que a noiva engravidasse.
Considerava-se a esposa como propriedade do marido, já que se esperava que ela obedecesse completamente e podia ser "repudiada" no divórcio se o marido assim decidisse e tivesse fundamentos legais (para a mulher, seria mais difícil pedir o divórcio) mas, como em todos os aspectos das vidas das mulheres na Mesopotâmia, isso é entendido como uma generalidade. Bottero observa que muitas mulheres conseguiam se afirmar e manter a autonomia:
Na Mesopotâmia, como em outros lugares, toda mulher tinha na manga dois trunfos consideráveis para enfrentar qualquer representante do chamado "sexo forte" e até dominá-lo, a despeito de todas as restrições habituais ou legais: primeiro, sua feminilidade; depois, sua personalidade, espírito e caráter. E cabia a ela fazer uso destes trunfos para nadar contra a corrente dominante da mentalidade contemporânea. (118-119)
Este parece ser o caso de todas as épocas da história mesopotâmica mas, ao mesmo tempo, alguns períodos evidenciam maior igualdade entre os gêneros do que outros.
Uruk até o Período Dinástico Inicial
Os sumérios dos períodos Uruk e Dinástico Inicial (e, mais tarde, o Período Ur III, 2047-1750 a.C.) fornecem as maiores evidências de igualdade feminina. No Período Uruk, desenvolveu-se o selo cilíndrico e muitos desta época pertenciam a mulheres, sugerindo que estavam legalmente autorizadas a assinar contratos e celebrar acordos comerciais naquele momento. O Período Uruk também viu a ascensão da urbanização e o desenvolvimento da escrita, que deixam claro que as divindades femininas - tais como Gula, Inanna, Ninhursag, Nisaba e Ninkasi, entre outras - eram mais veneradas do que as masculinas.
Durante o Período Dinástico Inicial (2900-2800 a.C.), as famílias estavam associadas à divindade padroeira da cidade, o que muitas vezes significava uma deusa. As mulheres das classes altas tinham direitos quase iguais, mas as de classe baixa dispunham de poucos ou nenhum (e o mesmo se aplicava aos homens). Durante o Período Dinástico Inicial II (2800-2600 a.C.), porém, o aumento da produção de alimentos levou à diversificação da divisão de trabalho, proporcionando novas oportunidades para as mulheres como artesãs, moleiras, padeiras, cervejeiras e tecelãs. Os têxteis passaram a ser especialmente associados com as mulheres nesta época e continuariam tendo aperfeiçoamentos.
Durante o Período Dinástico III (2600-2334 a.C.), o status das mulheres permaneceu o mesmo ou registrou avanços. Duas mulheres são conhecidas por terem governado por direito próprio durante esta época: as rainhas Puabi de Ur (conhecida de seu túmulo no Cemitério Real de Ur) e Kubaba de Kish, o único nome de mulher a aparecer como rainha na Lista de Reis da Suméria (composta c. 2100 a.C.). Com base no selo cilíndrico de Puabi e na inserção do nome de Kubaba na Lista de Reis, sabe-se que ambas governaram por conta própria, sem um consorte masculino. A rainha Barag-irnun da cidade de Uma governou com seu marido Gisa-kidu durante o mesmo período e a elevada consideração conferida a ela foi suficiente para ter seu nome incluído na placa dedicatória no templo do deus Sara, em Uma.
A mobilidade social era rara, mas possível, como se comprova por Kubaba, listada como ex-taverneira. Existem poucos registros de mulheres (ou qualquer pessoa) ascendendo na escala social, mas está claro que muitas ocupavam cargos além do âmbito doméstico – além das notáveis monarcas, escribas, sacerdotisas e médicas –, trabalhando como artistas, artesãs, padeiras, fabricantes de cestas, cervejeiras, copeiras, dançarinas, gerentes de propriedades, fazendeiras, ourives, joalheiras, comerciantes, músicas, perfumistas, oleiras, prostitutas, donas de tavernas e tecelãs, entre outras ocupações.
Períodos Acadiano e Ur III
Os estudiosos observam que este modelo se alterou durante o Império Acadiano de Sargão, o Grande, e que isso provavelmente se deve ao seu foco na força marcial e conquista, juntamente com a percepção das mulheres como "sexo mais fraco" numa época em que o poderio militar se tornou mais amplamente valorizado. Sargão, assim como seus sucessores, promovia campanhas militares regulares contra insurgentes e regiões separatistas, mantendo um exército permanente, que também servia como uma força policial municipal. O estudioso Paul Kriwaczek comenta:
Deve ter sido uma sociedade altamente militarizada, com guerreiros armados patrulhando regularmente as ruas, particularmente nas cidades provinciais, em cuja lealdade o centro nem sempre podia confiar. Sargão escreveu que 5.400 homens, talvez o núcleo de um exército permanente, faziam diariamente as refeições antes dele em Acad. (125)
Há menos registros de mulheres ocupando cargos importantes, mas a verdade é que existem menos registros de maneira geral, e os estudiosos modernos sequer têm ideia da localização exata de Acad. Não parece que Sargão tivesse qualquer interesse em suprimir os direitos das mulheres, pois ele dá crédito à sua mãe por tê-lo salvo e enviado em direção ao seu destino, invoca Inanna/Ishtar como sua protetora divina pessoal e nomeou sua filha, Enheduanna, como alta sacerdotisa da cidade de Ur. De acordo com Kriwaczek, oferendas às sacerdotisas falecidas continuavam a ser feitas em sua homenagem em Ur muito tempo depois de suas mortes (120).
Bottero e outros estudiosos citam a natureza semítica do Império Acadiano como a razão para o declínio do status das mulheres, pois os homens (e divindades masculinas) eram considerados superiores a elas de todas as maneiras. Este paradigma, porém, também pode ser constatado nas civilizações antigas da China, Japão, Índia, Grécia, Roma e outras sem associação semítica. Na famosa inscrição de Sargão descoberta em Nippur, ele primeiro menciona Inanna antes dos deuses Anu e Enlil, e Inanna continuou a ser venerada durante o período acadiano. É portanto mais provável que qualquer perda do status feminino esteja relacionada com um maior valor conferido à tradicionalmente masculina arte da guerra - e divindades, usualmente masculinas, associadas com a conquista militar - já que mesmo Inanna é invocada regularmente, não como uma deusa do amor e sexualidade, mas da guerra.
Babilônicos e Assírios
No caso dos babilônicos, porém, a elevação dos deuses - especialmente Marduk - sinalizou o declínio do prestígio das divindades femininas e do status das mulheres. Sob Hamurabi (também um monarca semítico), as divindades femininas foram deixadas de lado pelas masculinas (para citar um exemplo, substituiu-se a deusa Nisaba pelo deus Nabu como patrono da escrita) e o Código de Hamurabi regula estritamente o comportamento feminino e enfatiza o papel da mulher como esposa e mãe. O estudioso Stephen Bertman comenta:
A crença na centralidade do matrimônio é claramente expressa no Código de Hamurabi babilônico. De seus 282 estatutos, quase um quarto é devotado às questões familiares. (275)
Entre estas leis estão aquelas lidando com a infidelidade ou abandono do marido pela esposa para ficar com outro homem. Em tais casos, e especialmente se os dois amantes fossem encontrados juntos, amarravam-se os dois juntos e os atiravam no rio. Quando se afogavam, isso era compreendido como o julgamento justo dos deuses sobre duas pessoas que tinham violado o valor central do casamento e da família. Um marido podia tomar quantas esposas secundárias pudesse sustentar, no entanto, e até se divorciar de sua esposa para ficar com outra mulher sem correr tal risco.
O conceito da mulher como esposa e mãe estava longe de ser novo mas, sob Hamurabi, tornou-se mais pronunciado, ao mesmo tempo em que declinava a importância das divindades femininas. Isso levou alguns estudiosos à conclusão de que há uma correlação direta entre o status feminino e o gênero das divindades que uma comunidade ou cultura adota. Mesmo assim, está claro no Código de Hamurabi que as mulheres tinham empregos externos ao lar e continuavam a encontrar oportunidades dentro dos limites do sistema patriarcal.
O mesmo modelo é visto nos períodos assírio e neoassírio, durante os quais o deus Assur ascendeu a tal proeminência que eclipsou todos os demais, com sua veneração beirando ao monoteísmo. Ainda assim, a cidade de Assur - o local do principal templo deste deus - por volta de 1900 a.C. fazia negócios regularmente com a cidade portuária de Karum Kanesh, e as mulheres atuavam como administradoras centrais e facilitadoras deste comércio. As administradoras femininas (sakintu) supervisionavam a criação e remessa de têxteis entre Assur e Karum Kanesh e se correspondiam regularmente com os homens que transportavam as mercadorias entre as duas cidades, além dos mercadores que realizavam as vendas.
A grande rainha assíria Sammu-Ramat (r. 811-806 a.C.) também viveu durante este período, e acredita-se que seu reinado tenha sido tão impressionante que ela inspirou a lendária figura posterior da rainha Semíramis. A rainha mãe Zakutu (v. c. 728 a c. 668 a.C.) é outra famosa mulher do período neoassírio, que ascendeu da posição de esposa secundária de Senaqueribe (r. 705-681 a.C.) para rainha mãe de seu sucessor, Assaradão (r. 681-669 a.C.) e avó de Assurbanipal (r. 668-627 a.C.), famoso por seu tratado garantindo ao neto uma sucessão tranquila ao trono.
Mulheres Persas
As mulheres persas estavam acostumadas a um tratamento igualitário que começou pelo menos no período Aquemênida e, muito provavelmente, antes disso. Na antiga Pérsia, elas recebiam pagamento igual pelo seu trabalho (o que não era o caso de outros lugares, nem mesmo na Suméria), podiam viajar por conta própria, possuir terra e negócios, realizar transações comerciais e iniciar o processo de divórcio sem complicações. As mulheres no Império Aquemênida Persa não somente trabalhavam junto aos homens, mas com frequência atuavam como supervisoras, recebendo mais do que os homens devido à maior responsabilidade. As mulheres grávidas recebiam salários maiores, assim como as novas mães no primeiro mês após o nascimento.
As mulheres no Império Aquemênida, na Pártia e no Império Sassânida também estavam autorizadas a servir ao exército, dirigir negócios em condições de igualdade com os homens e até liderar os homem em combate. No período sassânida, dançarinas, músicas e contadoras de histórias ostentavam o status de celebridades, e acredita-se que a rainha sassânida Azadokht Shahbanu, esposa de Sapor I (r. 240-270 d.C.) tenha sido a incentivadora da fundação de Gundesapor (ou Bendosabora), um grande centro cultural, hospital de treinamento e biblioteca.
Conclusão
O Império Sassânida caiu diante dos árabes muçulmanos em 651 d.C. e o status das mulheres na antiga Mesopotâmia sofreu um declínio acentuado. Isso ocorreu em parte devido às tentativas dos conquistadores de subjugar os valores dos conquistados, como costuma acontecer em tais situações. No caso da conquista da Mesopotâmia, no entanto, esta supressão de valores regionais têm uma correlação direta com a religião dos conquistadores e conquistados, no que se refere ao status feminino. A deusa persa Anahita, embora não mais considerada como uma divindade por seu próprio direito e mais como um avatar de Ahura Mazda, o deus supremo do zoroastrismo, ainda era amplamente venerada na época da conquista e continuou a proporcionar às mulheres uma imagem forte do divino por séculos.
A conquista árabe muçulmana derrubou Anahita e outras figuras femininas divinas, tais como Cibele - a deusa mãe anatólia que se acredita ter se inspirado pela rainha Kubaba ou pela semidivina Semíramis -, substituídas pelo deus supremo Alá do Islã. O mesmo padrão é evidente em outros locais, de acordo com estudiosos na linha de Kramer e Spencer: quando sistemas de crenças monoteístas patriarcais dominam as crenças politeístas anteriores que celebram o princípio feminino, o status das mulheres na sociedade inevitavelmente sofre e se perde a igualdade.