As Dez Principais Invenções da Revolução Industrial

Artigo

Mark Cartwright
por , traduzido por Filipa Oliveira
publicado em 20 março 2023
Disponível noutras línguas: Inglês, Árabe, holandês, francês, italiano, espanhol
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A Revolução Industrial Britânica transformou a vida no trabalho e em casa para praticamente toda a população. O preço a pagar pelo uso de máquinas que economizam trabalho, pelo transporte económico e confortável, pelos bens de consumo mais acessíveis, por melhor iluminação, aquecimento e meios de comunicação mais rápidos foram o barulho, a poluição, a agitação social e o trabalho repetitivo.

Qualquer lista de invenções está longe de ser exaustiva, mas as seguintes foram escolhidas não só pelo que poderiam fazer, mas também por terem aberto a porta a novas invenções, bem como pela forma como transformaram a vida profissional e quotidiana de milhões de pessoas. O período em consideração também é importante: de 1750 a 1860, e por tal, as 10 principais invenções da Revolução Industrial foram:

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  • A Máquina a Vapor Watt (1778)
  • O Tear Mecânico (1785)
  • O Descaroçador de Algodão (1794)
  • A Iluminação Pública a Gás (1807)
  • O Eletroíman (1825)
  • A primeira Fotografia (c. 1826)
  • A Locomotiva Rocket de Stephenson (1829)
  • O Telégrafo (1837)
  • O Martelo a Vapor (1839)
  • Produção de Aço em Massa (1856)

Watt & Boulton Steam Engine
Máquina a Vapor Watt & Boulton
Science Museum, London (CC BY-NC-SA)

O Motor a Vapor Watt

A máquina a vapor, que aproveitava a energia da expansão da água aquecida, é frequentemente citada como a invenção mais importante da Revolução Industrial, principalmente porque muitas outras invenções importantes subsequentes usaram-na como fonte de energia. A máquina a vapor nasceu da necessidade de bombear os poços de minas inundadas e permitir uma mineração mais profunda. Em 1698, Thomas Savery (c. 1650-1715) inventou a primeira bomba a vapor. Em 1712, Thomas Newcomen (1664-1729) aperfeiçoou a bomba a vapor, dotada com uma maior capacidade, de forma a drenar a água das minas de carvão em Dudley, nas Midlands (Terras Médias).

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OS MOTORES A VAPOR FORAM USADOS em Comboios E NAVIOS A VAPOR CAUSando UM crescimento NA INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO DE CARVÃO.

De forma a tornar a máquina a vapor útil para outros fins, esta deveria ser mais eficiente tanto em termos de consumo de combustível quanto de potência. James Watt (1736-1819), fabricante de instrumentos escocês, e Matthew Boulton (1728-1809) continuaram a aperfeiçoar o funcionamento da máquina a vapor até que, em 1778, criaram um condensador separado de forma a aumentar consideravelmente a eficiência do motor. A potência também foi aumentada pelo vapor que acionava o pistão para baixo e não apenas para cima (daí o nome: motor de dupla ação), aumentando a 'potência', um termo cunhado por Watt. Converteu a potência do motor para um movimento rotativo mais versátil usando uma roda. Usando apenas um quarto do combustível do motor de Newcomen, o motor de Watt era relativamente barato podendo ser usado em quase todos os lugares. As máquinas a vapor continuaram a evoluir, especialmente com a máquina a vapor de expansão.

Em 1800, existiam na Grã-Bretanha mais de 2.500 motores a vapor, a maioria usados ​​em minas, fábricas de algodão e de manufatura. Em Birmingham, a fábrica Watt and Boulton fabricou 500 motores. Todo o quotidiano foi afetado: o vapor agora movia fontes, debulhadoras, bombas de esgoto e impressoras. Nomeadamente, qualquer trabalho que exigisse empurrar, puxar, levantar ou pressionar poderia ser muito mais eficaz com o uso de máquinas movidas a vapor. O seu uso nos comboios e navios a vapor causaram um crescimento na indústria de mineração de carvão, de onde tinha provido a máquina.

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The First Industrial Revolution, c. 1760 - 1840
A Primeira Revolução Industrial, c. 1760 - 1840
Simeon Netchev (CC BY-NC-ND)

O Tear Mecânico

A maquinaria transformou a indústria têxtil na Revolução Industrial britânica. Em 1785, Edmund Cartwright (1743-1823) inventa o tear mecânico, o que duplicou a velocidade da produção de tecidos e acabou com a necessidade de tecelões manuais qualificados. A máquina totalmente automatizada precisava apenas de um trabalhador para repor os fusos. O tear mecânico foi usado pela primeira vez de forma eficaz nas fábricas de Richard Arkwright (1732-1792). Em 1809, o governo britânico concedeu a Edmund Cartwright 10.000 libras como agradecimento pela significativa contribuição que o tear mecânico fez para a indústria britânica.

Outros inventores melhoraram a eficiência do tear de Cartwright, como Richard Roberts (1789-1864), que fez uma versão em ferro mais confiável em 1822. Rapidamente as fábricas têxteis por todo o lado equiparam-se com um grande número de teares mecânicos. Em 1835, havia por toda a Grã-Bretanha 50,000 teares mecânicos permitindo às fabricas produzirem tecidos a um custo muito mais reduzido do que no resto do mundo.

Em 1790, NA GRÃ-BRETANHA O ALGODÃO REPRESENTAVA 2,3% do total das IMPORTAÇÕES; EM 1830 DISPAROU PARA 55%.

A difusão do tear mecânico obrigou os inventores a inventar melhores máquinas de fiar de forma a fornecer fio suficiente para os insaciáveis ​​teares. Os operadores de máquinas não precisavam qualquer habilidade têxtil e estavam lá apenas para garantir que as máquinas continuassem a funcionar, muitas vezes 24 horas por dia, originado a criação de novos empregos à medida que surgiam mais fábricas. Os produtos têxteis tornaram-se mais baratos para todos, e as indústrias de abastecimento cresceram, como plantações de algodão e minas de carvão. Surge um outro efeito indireto, os abusos dos trabalhadores no sistema fabril por parte de empregadores inescrupulosos conduz à criação do movimento sindical para proteger os direitos e a saúde dos trabalhadores.

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O Descaroçador de Algodão

A partir do momento em que a fiação e a tecelagem foram mecanizadas, aumentou exponencialmente a velocidade e a quantidade da produção têxtil. Desta forma, restava fornecer às famintas máquinas a matéria-prima suficiente para trabalhar, especialmente o algodão. O algodão era colhido, separado e limpo à mão, geralmente com trabalho escravo nas grandes plantações do sul dos Estados Unidos da América. Eli Whitney (1765-1825), de Massachusetts, mudou-se para uma plantação de algodão na Geórgia, onde, em 1794, inventou a Whitney's Cotton Gin ('gin' significa 'máquina' ou 'motor'), o que possibilitou o acelarar o demorado processo da produção de algodão de separar as sementes pegajosas das bolas de algodão.

The Cotton Pickers by Winslow Homer
Os Colhedores de Algodão de Winslow Homer
Winslow Homer (Public Domain)

Primeiro movido por cavalos ou por roda de água, o descaroçador de algodão passou a usar a energia do vapor; a máquina puxava o algodão cru por uma malha de pente, onde uma combinação de dentes giratórios de metal e ganchos separavam e removiam as sementes. Um descaroçador de algodão processava até 25 kg (55 lbs) de algodão por dia. À medida que a produção de algodão disparava, crescia a necessidade de mais trabalhadores escravos ​​nas plantações de algodão para o colher, de forma a alimentar os insaciáveis ​​descaroçadores. A máquina fez tanto sucesso que foi copiada ilegalmente por proprietários de plantações por todo o lado. A população escrava nos Estados Unidos da América aumentou para quase 4 milhões em 1860. O algodão foi exportado para todo o lado, sendo os EUA responsáveis ​​por 75% da produção mundial de algodão. Em 1790, na Grã-Bretanha o algodão representava 2,3% do total das importações; em 1830 disparou para 55%.

A Iluminação Pública a Gás

Com a invenção da iluminação a gás elimiou-se a penumbra da iluminação noturna, tradicionalmente fornecida pela queima de óleo ou velas de sebo. Por volta de 1792-94, o escocês William Murdock (1754-1839) descobriu que o pó de carvão emitia um gás inflamável, e usou com sucesso lâmpadas a gás na sua fundição em Birmingham. Em 1807, a ideia de usar gás de carvão para iluminação pública foi lançada pelo inventor alemão Frederick Albert Winsor (1763-1830), demonstrando o espetacular potencial da ideia ao instalar postes de iluminação a gás de Pall Mall até St. James' Park, em Londres. Facto bem aceite pelos moradores, a rua Pall Mall recebeu permanente 13 postes de iluminação a gás, tornando-se a primeira rua do mundo a ser iluminada desta forma. Por volta de 1820, Londres tinha 40.000 postes de luz a gás.

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The First Coal Gas Street Lighting
A Primeira Iluminação Pública a Gás de Carvão
Rowlandson & Woodward (Public Domain)

Os hábitos das pessoas foi-se transformando com a adição de luz nas ruas antes escuras, dado que ao não parecer tão perigoso, as pessoas aventuraram-se em saídas para os restaurantes e locais de entretenimento. A ideia espalhou-se rapidamente pelo mundo, e em 1816 Baltimore foi a primeira cidade dos Estados Unidos da América a usar iluminação pública a gás de carvão, seguida por Paris em 1820.

O Eletroíman

Inspirando-se no trabalho do cientista francês André-Marie Ampère (1775-1836) e do físico dinamarquês Hans Christian Ørsted (1777-1851), em 1825, o engenheiro canadiano William Sturgeon (1783-1850) criou o primeiro eletroíman. O dispositivo era composto por uma ferradura de ferro dentro de uma bobina de fio condutor de eletricidade que ou magnetizava ou desmagnetizava o ferro; desta forma, a força magnética criada poderia ser usada para levantar um objeto. Contudo, quando inventou o comutador, o eletroíman foi ligado a um motor, accionando-o, e tornando-o numa fonte de energia muito mais versátil, que viria a ser aplicada em tudo: desde o telégrafo (cf. infra) até às máquinas de lavar de hoje.

William Sturgeon's Electromagnet
O Eletroíman de William Sturgeon
Science Museum, London (CC BY-NC-SA)

A Primeira Fotografia

A primeira fotografia foi tirada com uma câmara obscura, em 1826, pelo francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833), intitulada Vista da Janela em Le Gras (Point de vue du Gras), encontra-se um pouco desfocada, mas é a mais antiga que chegou aos nossos dias de uma visão real. A câmara obscura, essencialmente uma caixa com uma pequena abertura coberta por uma lente, não era novidade, já que tanto os artistas como os gravadores a utilizavam como auxilio de trabalho. A novidade foi a ideia de Nièpce de capturar permanentemente a imagem projetada através da lente em papel revestido de cloreto de prata sensível à luz. A nova técnica chamada de heliografia, tinha dois problemas significativos: o primeiro era que a imagem escurecia quando exposta à luz; o segundo era que a imagem era capturada em negativo (as áreas claras na vida real eram mostradas escuras e vice-versa). Niépce resolveu o problema usando uma solução de betume para cobrir um vidro ou placa de estanho e capturou a vista da janela. O conceito de fotografia foi aprimorada por Louis-Jacques Daguerre (1789-1851), ao usar placas de cobre tratadas com prata para capturar uma imagem positiva. O daguerreótipo foi comprado e tornado público pelo governo francês, resultando no crescimento de estúdios fotográficos. Em 1840, o inventor inglês William Henry Fox Talbot (1800-1877) fez os primeiros negativos de papel a partir dos quais era infindável o número de impressões.

A chegada da câmara fotográfica não só permitiu que pessoas de todas as classes tivessem os seus retratos, como também revolucionou a arte. Muitos artistas plásticos desinteressaram-se de recriar o mundo em redor com a maior precisão possível, uma vez que a câmara poderia fazê-lo facilmente. Em vez disso, os artistas esforçaram-se para capturar os efeitos momentâneos de luz e cor ou comunicar uma certa emoção no seu trabalho. A chegada da câmara foi uma das razões para o desenvolvimento do impressionismo e do simbolismo no último quartel do século XIX.

The Earliest Photograph by Niépce
A fotografia mais antiga de Niépce
 Joseph Nicéphore Niépce (Public Domain)

A Locomotiva Rocket

Os trilhos usados ​​nas minas para transportar o minério até ao local de embarque podem ser considerados como as primeiras ferrovias. George Stephenson, (1781-1848), dono de uma empresa em Newcastle especializada na construção de vias ferroviárias de transporte de carvão, ponderou que as pessoas poderiam viajar da mesma forma que o carvão, pelo que projetou a locomotiva Locomotion 1 , poderosa o suficiente para puxar carruagens. Em 1825, a Locomotion 1 transportou os primeiros passageiros ferroviários a vapor de Stockton para Darlington, no nordeste da Inglaterra.

Em 1829, o seu filho, Robert Stephenson (1803-1859), inventa e supera-o com a locomotiva Rocket. A pioneira locomotiva a vapor, vencedora, nesse mesmo ano, do concurso Rainhill Trials, para apurar que máquina puxaria carruagens entre Liverpool e Manchester, a primeira linha ferrovia intermunicipal do mundo. A locomotiva Rocket foi a primeira locomotiva poderosa e confiável; incorporava muitos novos recursos de design, como uma caldeira multitubular e um tubo de explosão que fornecia mais potência do que as outras locomotivas. A Rocket, capaz de, na época, uma incrível velocidade máxima de 48 km/h (30 mph), ganhou merecidamente o prémio em dinheiro de 500 libras (cerca de 42.000 libras ou 50.000 dólares nos dias de hoje). Em pouco tempo, a linha Liverpool-Manchester transportava 1.200 passageiros por dia. Mostrou o caminho a seguir para revolucionar as viagens não apenas na Grã-Bretanha, mas em todo o mundo.

Stephenson's Rocket Replica
Réplica da Locomotiva Rocket de Stephenson
Tony Hisgett (CC BY)

Em 1870, a 'mania ferroviária' conduziu à construção de 24.000 quilómetros (15.000 milhas) de linhas ferroviárias em toda a Grã-Bretanha. A partir de 1848, os passageiros podiam viajar de Londres a Glasgow em 12 horas, pois os comboios atingiam velocidades de 80 km/h (50 mph), uma viagem que em diligência demoraria cinco dias ou mais. As ferrovias originaram um crescimento da produção de carvão (para combustível), do ferro e do aço (para trilhos, pontes e comboios). As pessoas começaram a viajar em excursões para novos lugares, principalmente à beira-mar. Criou-se um considerável número de postos de tabalho: desde chefes de estação até aos limpadores de casas de banho públicas. As cartas podiam ser entregues em qualquer lugar da Grã-Bretanha no dia seguinte, e os milhões de toneladas de carga transportadas significavam que os bens de consumo tornavam-se mais baratos.

O Telégrafo

As ferrovias melhoraram muito a velocidade não apenas das viagens, mas também das comunicações, pois transportavam, igualmente, os sacos das cartas. A Grã-Bretanha introduziu o sistema postal universal penny em 1840, que permitia a entrega no dia seguinte, mas já havia um rival sério para os serviços postais. O telégrafo foi inventado em 1837 por William Fothergill Cook (1806-1879) e Charles Wheatstone (1802-1875). O primeiro telégrafo tinha apenas 20 letras, indicadas na mensagem enviada pelo leve movimento de duas agulhas (do conjunto de cinco da máquina) em direção a uma determinada letra. As agulhas eram movidas por impulsos elétricos enviados pela linha telegráfica que conectava as duas máquinas. Podiam ser enviadas rapidamente mensagens curtas e foram usadas pela primeira vez nas ferrovias para transmitir instruções aos motoristas e às estações.

The First Telegraph Machine
A Primeira Máquina de Telégrafo
Science Museum, London (CC BY-NC-SA)

Em 1838, a Great Western Railway fez a primeira comunicação bem-sucedida entre a Estação Paddington e West Drayton, distando 21 quilómetros (13 milhas) entre elas. Primeiramente, os cabos foram colocados no subsolo, e posteriormente adaptados com isolamento para serem pendurados ao ar livre nos designados postes telegráficos. Como o sistema foi adotado em toda a rede ferroviária britânica, pela primeira vez foi possível ter um horário universal quando, anteriormente, todos os relógios da cidade variavam. Consequentemente, o telégrafo permitiu o horário de Greenwich (GMT). As informações podiam ser enviadas para onde quer que houvesse máquinas de telégrafo, o que significava que as notícias dos eventos espalhavam-se muito mais rapidamente do que antes. A velocidade da comunicação telegráfica também foi muito útil para a polícia, que poderia alertar colegas policiais distantes sobre atividades criminosas e até mesmo capturar criminosos em fuga. Em 1844, Samuel Morse (1791-1872), de Massachusetts, com a ajuda de Alfred Vail, usou a sua invenção pela primeira vez: o código Morse implusionado a comunicação telegráfica. Em 1866, o gigante navio a vapor SS Great Eastern, lançou o primeiro cabo telegráfico transatlântico projetado por Isambard Kingdom Brunel (1806-1859 ), permitindo, desta forma, uma comunicação intercontinental célere. De repente, o mundo parecia um pouco menor e a vida muito mais rápida.

O Martelo a Vapor

O martelo a vapor não é a invenção mais glamorosa desta lista, mas foi crucial para a concretização de muitas outras invenções. Desenvolvido em 1839 pelo escocês James Nasmyth (1808-1890) este dispositivo relativamente simples utilizava uma máquina a vapor para deixar cair (e depois empurrar) com precisão, velocidade e direção um grande peso capaz de forjar ou dobrar grandes peças de metal sobre uma placa de bigorna ajustável. Como o martelo a vapor pode ser feito em qualquer tamanho, pode-se trabalhar as peças de metal que não seriam possíveis de outra forma. Além disso, a precisão do martelo significava que diferentes peças de metal podiam ser dobradas exatamente da mesma maneira, essencial para componentes de grandes máquinas como gigantes motores a vapor, comboios, navios de ferro, armas pesadas e vigas de pontes.

Nasmyth's Steam Hammer
O Martelo a Vapor de Nasmyth
The Board of Trustees of the Science Museum (CC BY-NC-SA)

A máquina de Nasmyth era tão precisa que ele demonstrava aos visitantes à fundição que um peso de 2,5 toneladas poderia esmagar uma casca de ovo dentro de um copo de vinho sem o danificar. Esta precisão significava que um martelo a vapor poderia realizar tarefas menores que exigiam mais requinte, como cunhar moedas e imprimir notas. Outra vantagem era a velocidade a que o martelo podia operar, às vezes desferindo 220 golpes por minuto. Independemente da operação, tudo o que era necessário em termos de mão-de- obra era o simples operar da alavanca. Ao contrário de tantos outros inventores nesta lista, Nasmyth fez uma fortuna impressionante com o martelo que revolucionou a produção industrial.

A Produção de Aço

Durante a Revolução Industrial o ferro era usado para todos os tipos de máquinas e projetos de construção, contudo o aço é muito superior em resistência e maleabilidade, além de ser mais leve. Desta forma, o aço era particularmente útil para projetos maiores, como construção de pontes e troços de sustentação de peso, como trilhos de comboio. Contudo, a fabricação do aço era um processo caro. Como tantas vezes acontece, com as invenções na Revolução Industrial, uma nova ideia basea-se numa pirâmide de invenções anteriores e descoberta devido à eficiência e ao custo-benefício.

Bessemer Converter, Sheffield
O Conversor Bessemer, Sheffield
LHOON (CC BY-SA)

Em 1856, Henry Bessemer (1813-1898) inventou um conversor que tornou a produção de aço muito mais barata e confiável. Os conversores Bessemer maiores, cheios de ferro-gusa fundido, podiam produzir até 30 toneladas de aço entre 20 a 30 minutos, removendo o carbono e as outras impurezas ao forçar o ar sob alta pressão através do metal fundido, as impurezas formam óxidos e são separadas como escória, deixando para trás o aço puro e forte. Após a invenção de Bessemer, o custo do aço caiu de 50 libras a tonelada para apenas 4 libras em 1875. Sheffield tornou-se um dos maiores produtores de aço do mundo fabricando, em particular, vias ferroviárias para a Grã-Bretanha, Estados Unidos da América e para muitos outros países.

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Perguntas e respostas

Quais foram as três invenções mais importantes da Revolução Industrial?

As três invenções mais importantes da Revolução Industrial foram a Máquina a Vapor Watt (1778), o Tear Mecânico (1785) e a Locomotiva a Vapor Rocket (1829).

Qual foi a invenção mais importante durante a Revolução Industrial?

A invenção mais importante durante a Revolução Industrial foi a Máquina a Vapor, porque não só revolucionou o problema da potência, mas também possibilitou muitas outras invenções, como comboios e máquinas industriais

Sobre o tradutor

Filipa Oliveira
Tradutora e autora, o gosto pelas letras é infindável – da sua concepção ao jogo de palavras, da sonoridade às inumeráveis possibilidades de expressão.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2023, março 20). As Dez Principais Invenções da Revolução Industrial [Top 10 Inventions of the Industrial Revolution]. (F. Oliveira, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-2204/as-dez-principais-invencoes-da-revolucao-industria/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "As Dez Principais Invenções da Revolução Industrial." Traduzido por Filipa Oliveira. World History Encyclopedia. Última modificação março 20, 2023. https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-2204/as-dez-principais-invencoes-da-revolucao-industria/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "As Dez Principais Invenções da Revolução Industrial." Traduzido por Filipa Oliveira. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 20 mar 2023. Web. 18 jan 2025.