A Batalha das Pirâmides (21 de julho de 1798), ou Batalha de Embabeh, foi uma importante batalha travada durante a Campanha de Napoleão no Egito e na Síria. Em um campo de batalha a 15 quilômetros (9 milhas) de distância da Grande Pirâmide de Gizé, o exército francês de Napoleão Bonaparte conquistou uma grande vitória sobre uma força mameluca maior, permitindo que os franceses ocupassem a cidade do Cairo três dias depois.
Origens da expedição egípcia
Em 1º de julho de 1798, uma armada francesa levando o general Napoleão Bonaparte e a recém-batizada Armée d'Orient chegou na costa de Alexandria, no Egito. A França já havia passado por uma viagem de um mês pelo Mediterrâneo, durante a qual eles haviam capturado a ilha de Malta e escaparam por pouco de uma esquadra de navios de guerra britânicos que os estava perseguindo. Apesar de tudo o que eles já haviam passado, a odisseia deles estava apenas começando. Devido ao predomínio de recifes de coral, o desembarque estava limitado a um trecho estreito da linha costeira em Marabut, em torno de 13 quilômetros (8 milhas) a oeste de Alexandria. Os franceses remaram até a costa em escaleres, o que durou até altas horas da noite; alguns dos escaleres superlotados viraram devido às ondas e muitos soldados se afogaram. Na madrugada seguinte, Bonaparte liderou seus soldados para Alexandria, que estava fracamente defendida por uma guarnição de apenas 500 integrantes da milícia egípcia e 20 guerreiros mamelucos. Movidos pela sede, os soldados franceses invadiram as dilapidadas fortificações e tomaram o controle de Alexandria ao meio-dia. A frota francesa entrou no porto e começou a descarregar o restante do exército. A expedição francesa ao Egito havia começado.
A expedição ao Egito havia sido sugerida pelo próprio general Bonaparte: embora a campanha de Napoleão à Itália houvesse-lhe trazido fama e glória, Bonaparte sabia que ele teria de continuar conquistando vitórias para manter o amor das massas. Além disso, Bonaparte há muito sonhava em construir o seu próprio império oriental à maneira de seu herói Alexandre o Grande (356-323 a.C.). “A Europa é uma pequena colina”, ele comentou. “Todas as grandes reputações vêm da Ásia” (Roberts, 159). De fato, o Egito era apenas a primeira parte do grande projeto de Napoleão: depois de conquistar o Cairo, ele esperançava invadir a Índia (então sob domínio britânico), a qual ele conquistaria com a ajuda de princípios indianos contrários à dominação britânica, principalmente do sultão Tipu. Embora o Diretório - o poder executivo composto por cinco homens da República Francesa - houvesse proibido Napoleão de ir tão longe, o Diretório permitiu que Napoleão prosseguisse com seu plano de estabelecer uma colônia francesa no Egito, o que daria à França uma base para expandir sua influência no Mediterrâneo e na África. Além disso, os rumores das riquezas egípcias seduziram o estado francês que estava empobrecido. O Diretório também considerou prudente enviar o ambicioso Bonaparte o mais longe possível de Paris.
Nesta época, o Egito estava sob o domínio formal do Império Otomano, embora o verdadeiro poder estivesse nas mãos da casta guerreira conhecida como mamelucos. Os mamelucos chegaram pela primeira vez no Egito em 1230 como escravos guerreiros comprados pelo sultão Ayyubid para fortalecer seu exército; de fato, o nome mameluco veio de uma palavra árabe que significa “homem comprado” ou “escravo”. Esses escravos rapidamente se transformaram em uma formidável força de combate. Quando a França chegou pela primeira vez ao Egito em 1248 durante a Sétima Cruzada (1248-1254), os mamelucos derrotaram os franceses e capturaram o rei Luís IX da França (r. 1226-1270). Uma década depois, os mamelucos haviam se tornado o poder dominante no Egito, posição que eles mantiveram mesmo após os otomanos tomarem o poder no Egito em 1517. Embora o sultão em Constantinopla tenha enviado diversos paxás (governadores de províncias do império otomano) para governar o Egito, esses administradores eram pouco mais que uma figura decorativa, e os beis (princípios vassalos do sultão otomano) mamelucos continuaram a governar como queriam. Em 1798, os mamelucos haviam se tornado impopular entre os egípcios devido à sua opressiva política fiscal, e Bonaparte decidiu apresentar-se como o libertador dos egípcios. Depois de capturar Alexandria, ele escreveu uma declaração denunciando o governo mameluco:
Por muito tempo, essa turba de escravos comprados na Geórgia e no Cáucaso tem tiranizado o mais belo país do mundo. Aos olhos de Deus, todos os homens são iguais, então o que dá aos mamelucos o direito de terem tudo o que torna a vida confortável e agradável? Quem são os donos de todas as grandes propriedades? Os mamelucos… se o Egito verdadeira e legitimamente pertence a eles, deixe-os produzir as obras pelas quais Deus as deu a eles. Antigamente vocês tinham grandes cidades, largos canais e um comércio próspero. O que destruiu tudo isso se não a ganância, a iniquidade e a tirania dos mamelucos? (Strathern, 75)
Ao declarar guerra contra os mamelucos, e apenas contra os mamelucos, Bonaparte esperançava evitar a ira do Império Otomano e ganhar o apoio dos egípcios. Ele ordenou aos seus soldados que se apresentassem como amigos do Islã e a tratar com respeito as vilas amigas e a população local que eles viessem a encontrar. Enquanto isso, os mamelucos não estavam intimidados pela presença do exército francês, o qual era, a essa altura, uma das mais eficientes forças de combate do mundo. Ao tomar conhecimento da captura de Alexandria pelos franceses, bei Murad, um dos líderes mamelucos, prometeu que ele “abriria a cabeça deles como se abrem melancias no campo” (Strathern, 66).
Marcha para o Deserto
Tão logo Alexandria foi tomada pelos franceses, Bonaparte começou os preparativos para capturar a cidade do Cairo, o que requeria uma marcha de 240 quilômetros (150 milhas) pelo deserto. Enquanto ele esperava pelo restante dos cavalos, canhões e suprimentos serem retirados dos navios, Napoleão ordenou à divisão do general Louis Desaix que conquistasse Damanhur, um cidade estratégica na rota para o Cairo, a 65 quilômetros (40 milhas) de Alexandria. Desaix seria seguido por três divisões adicionais, que partiriam assim que eles terminassem o desembarque. Enquanto isso, a quinta divisão sob comando do general Charles-François Dugua foi enviada para capturar a cidade de Rosetta. Dugua foi acompanhado por uma flotilha de 12 canhoneiros e 600 marinheiros liderados pelo capitão Jean-Baptiste Perrée, que deveria transportar a maior parte dos suprimentos. Depois de cada divisão ter alcançado seus objetivos, o exército inteiro se encontrou em Rahmaniya para o avanço final em direção ao Cairo.
Desaix partiu para Damanhur em 3 de julho. Dois dias depois, ele era seguido pela divisão do general Bon, com as duas últimas divisões sob comando dos generais Reynier e Vial partindo de Alexandria no dia 6. Foi, para dizer o mínimo, uma marcha terrível pelo deserto. O calor escaldante do deserto raramente caía abaixo dos 35 graus Celsius (95 graus Fahrenheit). A situação ficou ainda mais excruciante devido aos uniformes de lã usados pelos soldados e que foram projetados para climas mais frios. O calor levou muitos soldados a rapidamente beber toda a água dos cantis. Em seguida, descobriram que as fontes d’água ao longo do caminho haviam sido fechadas ou envenenadas. Alguns soldados sofreram de tracoma, uma forma de inflamação dos olhos causada pelo sol escaldante que queimou a parte interna das pálpebras, causando cegueira. Os franceses também sofreram com o infame khamsin, as tempestades de areia do Egito, cujos efeitos foram descritos por um dos tenentes franceses:
No meio de uma bela manhã, a atmosfera tornou-se escura por uma névoa avermelhada consistente em infinitas partículas minúsculas de poeira ardente. Em pouco tempo nós mal podíamos ver o disco do sol. O vento insuportável secou nossas línguas, queimou nossas pálpebras e causou uma sede insaciável. Todo o suor cessou, a respiração tornou-se difícil, braços e pernas ficaram pesados de fatiga, e era quase impossível até mesmo falar (Strathern, 86).
Superaquecidos, desidratados, e em alguns casos cegos, um número cada vez maior de soldados franceses começou a ficar para trás, caindo nas garras dos mamelucos e dos beduínos que haviam seguido o exército invasor. Mensageiros foram sequestrados e os retardatários massacrados; de acordo com um exausto oficial da divisão do general Reynier, a estrada para Damanhur estava repleta de corpos mutilados dos soldados franceses. Sob o ataque constante das intempéries naturais e dos mamelucos, não é de se admirar que muitos soldados tenham ficado desmoralizados: muitos soldados franceses cometeram suicídio, enquanto outros planejaram um motim.
Em 8 de julho, todas as quatro divisões descontentes estavam em Damanhur, com Bonaparte e sua equipe juntando-se a eles no dia seguinte. Napoleão imediatamente realizou um conselho de guerra no qual foi confrontado pelos seus insatisfeitos generais. O líder deles era o general Mireur, que furiosamente confrontou Bonaparte e o acusou de haver planejado a expedição egípcia apenas para satisfazer suas próprias ambições vangloriosas. Até mesmo Jean Lannes e Joachim Murat, dois dos mais leais generais de Bonaparte durante a campanha italiana, desabafaram suas frustrações jogando seus chapéus na areia e pisando sobre eles. Em resposta, Bonaparte acusou-os de sedição e ameaçou atirar no general Thomas-Alexandre Dumas, outro líder do motim, se a calma não fosse restaurada. A contragosto, os oficiais foram convencidos a deixar de lado suas frustrações. O general Mireur, percebendo que seu acesso de raiva provavelmente encerraria sua carreira, saiu para o deserto e se matou com um tiro.
Escaramuça em Shubra Khit
Bonaparte havia reafirmado sua autoridade, ainda que não totalmente. Ele sabia que teria de dar aos seus soldados uma vitória para não correr o risco de perder de vez o apoio deles. A oportunidade não estava muito longe, uma vez que Bonaparte recebeu a informação de que os mamelucos estavam reunindo um exército para defender o Cairo. O Bei Murad liderava 4.000 mamelucos montados a cavalo e uma milícia de 12.000 felás Nilo abaixo para encontrar com os franceses, enquanto o cogovernante com Murad, Bei Ibrahim, estava reunindo uma nova força de combate no Cairo. Em 10 de julho, um dia depois de deixar Damanhur, o general Desaix encontrou um destacamento da cavalaria mameluca que foi expulso após um breve confronto, um sinal claro de que o inimigo estava perto. Naquele mesmo dia, os franceses chegaram em Rahmaniya, onde, pela primeira vez, eles viram as águas barrentas do Nilo. Os soldados correram para o rio e beberam “como gado”. Muitos soldados morreram devido ao excesso de ingestão de água (Chandler, 223). Em 11 de julho, a divisão do general Dugua encontrou-se com os demais em Rahmaniya. Dugua havia conquistado Rosetta com sucesso e sua marcha pelo deserto havia sido muito mais fácil do que a de seus companheiros.
Com todas as cinco divisões reunidas no mesmo lugar e com o moral dos soldados em alta, Bonaparte sentiu que era a hora certa para entrar em batalha. Em 12 de julho, ele ordenou que seu exército de 25.000 homens avançasse ao longo da margem ocidental do Nilo em conjunto com a flotilha do capitão Perrée. A flotilha navegava rio acima carregando os suprimentos do exército, as esposas dos oficiais e 167 cientistas e estudiosos conhecidos como savants que acompanhavam a expedição. Encorajados pela proximidade com o Rio Nilo, os soldados estavam de bom humor quando encontraram o exército de Bei Murad em 13 de julho na vila de Shubra Khit. Os franceses assumiram posição de combate enquanto as bandas militares tocavam La Marseillaise, e em pouco tempo todas as divisões já faziam parte do coro.
Bonaparte organizou a infantaria de cada divisão em formação quadrada, com seis fileiras de profundidade e canhões posicionados nos cantos. Em oposição à formação em linha com a qual a infantaria de Napoleão estava acostumada a lutar, a unidade em formação quadrada não tinha flancos vulneráveis e podia melhor resistir a um ataque da cavalaria. De fato, mesmo os ataques da cavalaria mais determinada provavelmente romperiam diante de uma infantaria disposta em quadrado, uma vez que a maioria dos cavalos empinaria e derrubaria seus cavaleiros ao invés de atacar uma “floresta” de baionetas. Essa tática era particularmente útil contra os mamelucos: embora fossem excelentes cavaleiros, a tática dos mamelucos era muito desatualizada e eles tinham limitada experiência no combate às modernas táticas europeias. Quando os mamelucos atacaram logo após o nascer do sol, eles foram atingidos por uma saraivada de fogo dos mosquetes franceses e da metralha dos canhões. Os cavaleiros mamelucos cercaram as formações quadradas do exército francês em busca de um ponto fraco mas não obtiveram sucesso.
Enquanto isso, a flotilha francesa foi atacada por canhoneiros mamelucos e ferozes combates corpo a corpo eclodiram no Nilo quando a milícia egípcia subiu a bordo dos barcos franceses. As coisas ficaram tão desesperadoras que até mesmo os cientistas e frequentemente idosos savants tiveram de tomar parte na luta enquanto o próprio capitão Perré foi ferido no braço esquerdo. No momento decisivo, um dos canhões franceses atingiu a canhoneira mameluca que liderava o ataque, justamente aquela onde se encontrava estocada a munição. O resultado foi uma explosão tão grande que “homens voaram no ar como pássaros” (Strathern, 105). O som da explosão fez com que Bei Murad fizesse um chamado a seus soldados para que se retirassem da batalha: os mamelucos recuaram, deixando para trás cerca de 1.000 homens mortos ou feridos no campo de batalha. Os franceses reportaram apenas 21 baixas, mas estimativas mais realistas calculam em torno de 300 homens mortos ou feridos; a maioria dessas baixas foi sofrida pelos marinheiros franceses que lutaram nos barcos da flotilha. Por seus esforços, o capitão Perrée foi promovido por Bonaparte a contra-almirante imediatamente após a batalha.
A batalha das pirâmides
Depois de poucas horas de descanso após a Batalha de Shubra Khit, Bonaparte ordenou a seu exército que avançasse. Eles ainda estavam a menos da metade do caminho para chegar ao Cairo, onde Bonaparte esperançava alcançar o mais rápido possível. Entretanto, à medida que o exército marchava de volta para o implacável deserto egípcio, a disciplina da tropa começou a mostrar sinais de enfraquecimento. Sempre que avistavam uma vila, os soldados franceses a atacavam. Os oficiais “fechavam os olhos” enquanto seus soldados saqueavam, queimavam e matavam. Enquanto alguns soldados eram induzidos à prática daqueles atos violentos pela frustração, outros foram tomados por um sentimento de desespero avassalador. Em suas memórias, o próprio Bonaparte comentou: “o exército estava dominado por uma vaga melancolia coletiva que nada poderia curar; eram ataques de fúria; diversos soldados se jogaram no Nilo para que tivessem uma morte rápida”.
Em 18 de julho, o exército atingiu Wardan, cerca de 105 quilômetros (65 milhas) de Shubra Khit. Bonaparte permitiu que seus soldados exaustos descansassem por dois dias, mas deu ordens para que retomassem a marcha em 20 de julho. A essa altura, Bonaparte sentia que a batalha decisiva estava se aproximando. Bei Murad havia retornado com um novo exército e, conforme informações recebidas, estaria entrincheirado perto da vila de Embabeh, na margem ocidental do Nilo, enquanto Bei Ibrahim comandava outro exército na margem oriental do rio, bem à frente das muralhas do Cairo. Por volta das 2h da tarde, em 21 de julho, as cinco divisões do exército francês chegaram em Embabeh onde Murad estava esperando por elas. Contra aproximadamente 25.000 soldados franceses, Murad comandou em torno de 6.000 cavaleiros mamelucos e talvez até 54.000 felás conscritos (essa é a maior das estimativas; outras fontes citam apenas 15.000 felás). Imparável, Bonaparte emitiu sua Ordem do Dia durante a pré-batalha, durante a qual ele fez referência à Grande Pirâmide de Gizé, que era claramente visível do lugar onde se encontravam:
Soldados! Vocês vieram a este país salvar seus habitantes do barbarismo, para trazer a civilização ao oriente e subtrair esta bela parte do mundo da dominação inglesa. Do alto daquelas pirâmides, 40 séculos vos contemplam! (Roberts, 172)
Bonaparte mais uma vez organizou cada divisão na formação em quadrado, com canhões colocados nos cantos. Em seguida, ordenou que cada divisão avançasse. Desaix e Reynier avançaram pelo flanco direito, em direção ao Cairo, enquanto o restante dos quadrados avançavam pelo flanco esquerdo, em direção a Embabeh. Por volta das 3h30min da tarde, um ataque mameluco inesperado quase pegou as divisões de Desaix e Reynier desprevenidas: suas formações em quadrado haviam afrouxadas durante o avanço por um arvoredo de palmeiras. Entretanto, as divisões conseguiram retomar a formação em quadrado a tempo, quebrando o ataque mameluco como ondas sobre as rochas. Um oficial francês descreveu o encontro:
Os sabres da cavalaria inimiga encontraram as baionetas da nossa primeira fileira. O caos era inacreditável: cavalos e cavaleiros caindo sobre nós, alguns de nós caindo para trás. As roupas de muitos mamelucos pegaram fogo, incendiadas pelos maços de fogo de nossos mosquetes. Eu estava perto da bandeira e vi ao meu lado mamelucos feridos, amontoados, queimando, tentando cortar as pernas de nossos soldados com seus sabres. Nós estávamos tão cerrados que eles deviam ter pensado que nós estamos unidos uns aos outros (Strathern, 122)
Enquanto os cavaleiros mamelucos cavalgavam em pânico por entre as divisões do exército francês, tentando desesperadamente encontrar uma brecha, Bonaparte aproveitou a oportunidade. Ele ordenou às divisões de Bon e Vial que atacassem os mamelucos entrincheirados em Embabeh. Bei Murad enviou a ala direita de sua cavalaria para conter o ataque francês, mas a cavalaria mameluca rapidamente foi derrotada pela formação em quadrado dos franceses. Em pouco tempo, os homens de Bon invadiram a vila, perseguindo uma guarnição mameluca de 2.000 homens até o Rio Nilo. Os franceses dispararam rajadas contra os milicianos árabes em fuga, que tentaram desesperadamente cruzar o Nilo a nado para se refugiarem junto ao exército de Bei Ibrahim, que observava impotente a luta da margem oposta. Ao menos 1.000 mamelucos morreram afogados, e 600 foram mortos a tiros pelos mosquetes franceses. Por volta das 16h30min, a batalha havia terminado. Bei Murad fugiu com seus 3.000 mamelucos sobreviventes em direção ao seu palácio em Gizé. Foi uma vitória retumbante para os franceses que reportaram apenas 29 mortos e 260 feridos, comparados com as quase 10.000 baixas egípcias.
Consequências
Três dias depois da batalha, o exército de Bonaparte finalmente entrou no Cairo. A chegada deles não encontrou oposição, uma vez que tanto Murad quanto Ibrahim haviam fugido para o Alto Egito; Bonaparte enviou Desaix para localizá-los, enquanto Napoleão estabeleceu a administração francesa no Cairo. A vitória francesa na Batalha das Pirâmides marcou o ponto alto da campanha egípcia de Napoleão. Poucos dias depois, a frota francesa seria destruída na Batalha do Nilo, isolando o exército de Bonaparte da Europa. Após um ano, Napoleão abandonaria seu exército em Alexandria depois de reconhecer o fracasso da expedição e voltaria à França, onde conquistou o poder no Golpe do 18 Brumário. Seu exército permaneceria no Egito até sua rendição às forças anglo-otomanas em 1801.