Por que Hitler Odiava os Judeus?

Artigo

Mark Cartwright
por , traduzido por Ivan Eduardo Tomazi Júnior
publicado em 19 fevereiro 2025
Disponível : Inglês, francês, Russo
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O líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler (1889-1945) identificou os judeus como inimigos do estado, culpando-os através de rígida propaganda pela queda econômica e cultural da Alemanha. Baseando esta propaganda na supremacia da raça branca, Hitler podia usar isso, junto com outras posições populistas, para aumentar o apoio pelo partido nazista. Ainda mais relevante, depois de estabelecer uma ditadura, Hitler usou a teoria nazista do antissemitismo e de raça para apresentar a Segunda Guerra Mundial (1939-45) como uma luta pela sobrevivência da Alemanha contra uma conspiração judia global e para justificar, segundo ele, a exterminação de milhões de judeus europeus no genocídio do holocausto.

Desde 1933, os nazistas orquestraram uma série de medidas contra os judeus. Negócios e riquezas dos judeus foram apreendidos. Aqueles identificados como judeus eram desprovidos de cidadania e outros direitos, encorajados ou forçados a emigrar, forçados a usar emblemas de identificação, cercados em guetos, e, na "Solução Final" de Hitler, na qual ele chamou "Solução Final da Questão Judaica" (Judenrein), eram mandados para campos de concentração onde eles eram mortos em câmaras de gás em locais como Auschwitz ou eram forçados a trabalhar como escravos até eles não aguentarem mais fisicamente. Houve muitas outras vítimas do ódio nazista, como comunistas, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos para dizer apenas três, mas os judeus formavam o maior grupo e o principal foco do ódio nazista. Pelo fim da Segunda Guerra Mundial, cerca de 6 milhões de judeus foram mortos pela Europa.

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Star of David Badge
Distintivo da Estrela de Davi
Imperial War Museums (CC BY-NC-SA)

Por que os judeus?

A questão, portanto, é por que Hitler e os nazistas odiavam os judeus o bastante para fazer todas as coisas terríveis que fizeram com eles? A resposta é complexa e envolve antissemitismo histórico, antissemitismo do século 20, a teoria da raça nazista e as ambições geográficas e políticas de Hitler.

Hitler e os nazistas odiavam os judeus porque eles achavam que os judeus eram:

  • responsáveis pela derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial (1914-18)
  • responsáveis pelos problemas econômicos da Alemanha como o desemprego
  • estavam determinados a dominar os negócios e a cultura alemã
  • responsáveis pela falta de moralidade na sociedade moderna
  • ou muito ricos privando outros alemães de riqueza ou muito pobres sendo prováveis a serem criminosos
  • mais leais a sua religião do que o estado alemão
  • inimigos dos cristãos
  • pretendiam, sob o disfarce do bolchevismo e do capitalismo, atacar as fronteiras alemãs
  • racialmente inferiores aos "Arianos" (não-judeus)

O consenso dos historiadores é que as principais crenças não tinham evidências reais para as apoiar.

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O Tradicional Bode Expiatório

Nos anos de 1920, Adolf Hitler era o líder do partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães de extrema direita (NSDAP ou apenas partido nazista). Nem socialista ou preocupado com os trabalhadores, o nome do partido foi cinicamente escolhido por Hitler simplesmente para atrair o maior número de votos. A Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial sofreu não só a humilhação da derrota, mas também sérios problemas econômicos, o que levou à hiperinflação e ao colapso da economia. Depois de um breve período de recuperação, o alto desemprego voltou depois da Grande Depressão de 1929 quando a bolsa mundial estagnou. O governo da República de Weimar, como a Alemanha era chamada nessa época, parecia incapaz de lidar com esses problemas onde milhões perderam seus empregos e suas economias. Hitler e os nazistas os apresentaram como a melhor solução para as aflições da Alemanha. Hitler prometeu em discursos fazer a Alemanha grande novamente, trazendo de volta emprego e economia total e a prosperidade cultural.

Jews Being Burnt at the Stake
Judeus Queimados Vivos
Korporation Luzern (CC BY-NC-SA)

Uma minoria da população, que era identificada pelos nazistas como a causa de todos os problemas da Alemanha eram os judeus. Em 1933, "a população auto identificada judia da República Alemã era de cerca de 525.000 dos quais 100.000 eram imigrantes recentes do leste europeu" (Cesarini, 7).

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O antissemitismo não era novo nem exclusivo do partido nazista. O antissemitismo muitas vezes surgiu de sentimentos de inveja. Geralmente mais bem educados do que os outros grupos identificados na sociedade, os judeus eram tipicamente prósperos. No começo dos anos 30, "A renda média da família judia era três vezes maior do que a média da família não judia. Apesar de haver um status significante de judeus pobres" (Cesarini, 7). Nas cidades maiores, os judeus faziam parte de uma alta porcentagem incomum de certas profissões e indústrias. Só 2% dos alemães trabalhavam no campo, mas 25% dos negociantes agrícolas eram judeus. Os judeus eram donos de dois terços das lojas de varejo de roupas, incluindo várias grandes e famosas lojas de departamento. Além disso, "um antissemitismo disfarçado muito antes já estava presente em uma grande parte da classe média alemã, onde o pensamento generalizado era de que haviam muitos advogados ou médicos judeus" (Dülffer, 140).

Hitler e os nazistas apresentaram através de propaganda incessante que os judeus eram o inimigo número um.

O antissemitismo existiu muito antes do século 20, claro. Muitos judeus e cristãos estiveram em disputa por séculos porque, baseado nos Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia, alguns cristãos acreditavam que os judeus eram os responsáveis pelo julgamento e crucificação de Jesus de Nazaré. O sacerdote alemão Martinho Lutero (1483-1546), "o grande fundador do protestantismo, foi tanto um antissemita apaixonado quanto um crente feroz na obediência absoluta à autoridade política" (Shirer, 236). Os judeus, diferentemente de outros grupos religiosos, podiam emprestar dinheiro e cobrar juros (usura), então eles eram popularmente vistos em termos estereotipados como ricos e gananciosos. Durante a Idade Média, os judeus eram um bode expiatório comum por todos os tipos de problemas, desde derrotas em guerras até ao espalhamento da Peste Negra. Devido ao antissemitismo cristão na Idade Média e durante a reforma, em muitos estados europeus, os judeus eram submetidos à restrições, eram obrigados a viver em guetos e eram vítimas de massacres ou pogroms.

De volta ao século 20, os judeus eram frequentemente tratados duramente nos novos estados do leste europeu criados depois da Primeira Guerra Mundial e a queda desses impérios como o Império Austro-Húngaro, então eles emigraram para países como a Alemanha na esperança de uma existência mais tranquila. Muitos imigrantes judeus eram pobres, mas também se notava que outros prosperavam, o que as vezes causava inveja e ressentimento de residentes.

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Jewish Boys In Nazi-occupied Poland
Meninos judeus na Polônia ocupada pelos nazistas
W. Losken - Imperial War Museums (CC BY-NC-SA)

Opiniões pessoais de Hitler

As opiniões antissemitas de Hitler não eram simplesmente uma conveniência política, mas a opinião pessoal dele, e de muitos outros membros do partido nazista em todos os níveis. August Kubizek, um amigo de Hitler quando ele tinha seus vinte anos morando em Viena disse: "O ódio acumulado dele por todas as forças que ameaçavam os alemães era principalmente concentrado nos judeus, que exerciam um papel de liderança em Viena". (McDonough, 110). Hitler parecia mais irritado com a quantidade de judeus que moravam em Viena, privando-a, segundo ele, de seu caráter alemão. Apesar disso, Hitler de fato tinha conhecidos judeus e ainda passou noites musicais em certas moradas judias em Viena, suas opiniões pessoais foram esclarecidas em uma carta que ele escreveu para outro amigo em 1919:

Os fatos são esses: Primeiramente, o judaísmo é absolutamente uma raça e não uma associação religiosa...A dança deles ao redor do bezerro de ouro está se tornando uma luta impiedosa para todas as posses que nós mais almejamos na terra...Em seus [dos judeus] efeitos e consequências ele é como uma tuberculose racial para todas as nações.

(McDonough, 128)

Hitler, portanto, estava identificando pessoas de uma certa religião como pertencentes de uma traça específica. Hitler, com ajuda do seu especialista de propaganda Josef Goebbels (1897-1945), apresentou aos alemães que os judeus eram o inimigo número um. Hitler repetitivamente falou de como - em seu ponto de vista - os judeus estavam por trás da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Os judeus, disse Hitler, pediram repetidamente pôr um fim prematuro da guerra assim diminuindo a vontade de lutar da população alemã. Além disso, Hitler acreditava que os judeus exerciam domínio sobre a economia, o que tinha gravemente afetado o esforço de guerra. Para Hitler, os judeus eram agora parte de uma conspiração internacional para controlar a economia e riqueza da Alemanha pós-guerra, impedindo que pessoas comuns prosperassem. Os nazistas misturaram então esta ideia de um inimigo comum com uma teoria racial pseudocientífica e inconsistente, dando a eles uma aparente justificação sensata e acadêmica para o tratamento deles para com os judeus.

Warsaw Ghetto Uprising
Revolta do Gueto de Varsóvia
United States Holocaust Memorial Museum (Public Domain)

Teoria de Raça Nazista

O teorista racial do partido nazista era Alfred Rosenberg (1893-1946), que propôs ideias antissemitas e anticristãs. Rosenberg estudou arquitetura, mas ele se tornou interessado na teoria racial através das obras de autores como Arthur de Gobineau (1816-1882) e Houston Stewart Chamberlain (1855-1927), ambos acreditavam em uma super raça nórdica, a qual todas as outras raças eram consideradas inferiores. Rosenberg escreveu seu primeiro livro em 1920, O Caminho dos Judeus Através dos Tempos, no qual ele apresentou sua ideia um tanto inconsistente e contestável ideia de que os judeus estavam por trás do capitalismo e bolchevismo e queriam destruir a cultura e a moralidade onde quer que eles vivessem.

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Hitler apegou-se à teoria da conspiração de que os judeus queriam dominar o mundo.

Rosenberg era um teorista da conspiração levando em conta que suas ideias eram muitas vezes baseadas em pesquisas falsas apresentadas por outras pessoas. Os judeus não estavam, segundo Rosenberg, se beneficiando da Revolução Russa de 1917, mas eram uma de suas maiores vítimas através de uma série de pogroms cruéis. As ideias de Rosenberg eram também muitas vezes baseadas em estatísticas imprecisas, por exemplo, como muitos comissários soviéticos eram judeus, e em desinformação, por exemplo, que a assistência estrangeira dos Estados Unidos sempre foi dada somente aos judeus, quando na verdade esse não era o caso. Rosenberg convenceu a si mesmo e seus companheiros nazistas que os judeus estavam trabalhando juntos em uma conspiração internacional para dominar o mundo.

O programa do partido nazista de 1920 incluía uma cláusula específica, número 4, a respeito do povo judeu:

Ninguém, exceto os membros da nação, pode ser cidadão do estado. Ninguém, exceto os de sangue alemão, qualquer que seja sua crença, podem ser membros da nação. Nenhum judeu, portanto, pode ser um membro da nação.

(McDonough, 111)

Por volta de 1923, Rosenberg era editor do jornal nazista, Völkischer Beobachter, uma publicação repleta de propaganda nazista, alimentando o ódio aos judeus, comunistas e a qualquer outro que os nazistas não gostavam. "As contínuas histórias de conspiração de Rosenberg alimentou a onda cruel do antissemitismo nacional-socialista" (Gellately, 51).

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Alfred Rosenberg,  1939
Alfred Rosenberg, 1939
Bundesarchiv, Bild 146-1969-067-10 (CC BY-SA)

Depois do fracassado Putsch da Cervejaria de Hitler, o tentado golpe de novembro de 1920, ele foi mandado para a prisão, mas ele usou esse tempo para escrever um livro, Mein Kampf ou "Minha Luta". Nesta obra, e provavelmente graças as visitas diárias de Rosenberg, Hitler incorporou as ideias antissemitas de Rosenberg em uma teoria onde alemães judeus eram identificados como inimigos do estado e a principal razão da Alemanha não estar atingindo seu potencial. Hitler sugeriu que este potencial só seria atingido se o país fosse governado por alemães "arianos" de puro sangue, um termo vago que os nazistas usavam para se referir geralmente aos não judeus, mas frequentemente usado principalmente para se referir aos grupos brancos tais como o povo nórdico.

Além disso, Hitler se apegou à teoria da conspiração de que os judeus queriam dominar o mundo. Ao equiparar tanto os comunistas revolucionários como os capitalistas gananciosos aos judeus, Hitler podia apresentar ao povo alemão a ideia de que a URSS e países como a Britânia, França e os Estados Unidos planejavam atacar a Alemanha. A Alemanha deve se defender. A Alemanha deve se livrar dos inimigos internos, disse Hitler. Aliás, Hitler queria muito que a Alemanha fosse um estado militar, pois isso iria ajudar muito a reduzir o desemprego e dar a Alemanha os motivos para invadir outros países e se beneficiar de seus recursos. Isso também ajudaria os nazistas a controlar a população inteira. Deste modo, Hitler apresentou a ideia de que a guerra era essencial para a sobrevivência da Alemanha.

Uma ideia que andava junto com a teoria de raça era de que a "raça superior" (Herrenrasse) devia ser continuamente testada e reforçada através de uma luta incessante com raças inferiores como os judeus e os eslavos (um outro grupo que os nazistas odiavam). Esta ideia de uma luta constante entre raças era influenciada pelo Darwinismo social, o conceito que aplicava as leis da natureza e a sobrevivência do mais forte na sociedade humana. Para Hitler, para que sua raça superior prosperasse, mais terras e recursos seriam precisos e então a expansão da Alemanha, particularmente para o leste, era justificada. Esta expansão para encontrar Lebensraum ("Espaço Vital") levaria mais tarde os "Arianos" a conflitos com eslavos e judeus.

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Holocaust in Europe during World War Two
Holocausto na Europa durante a Segunda Guerra Mundial
Simeon Netchev (CC BY-NC-ND)

Rosenberg publicou seu Mito do Século Vinte em 1930, que mostrou que ele e Hitler estavam criando o mesmo projeto baseado na raça para o futuro da Alemanha, um plano com os judeus sendo o alvo número um. Em seu livro, Rosenberg agregou uma mistura de pseudociência e a história de civilizações antigas e modernas, reais ou imaginadas, para criar uma teoria que rejeitava valores democráticos e liberais, os substituindo com um sistema ditatorial onde uma raça de "super-homens" comandava sobre as raças inferiores. Os "super-homens" eram os "Arianos", entre quem Rosenberg considerou a "raça superior" de elite como sendo os "arianos alemães". Em contraste, os judeus e os negros eram postos bem no fundo da escala social de Rosenberg.

A teoria de raça nazista ajudou a aumentar a popularidade do partido nazista em eleições para o parlamento alemão na década de !920, explorando um traço comum de antissemitismo. No entanto, muitos outros partidos também eram antissemitas, e então isso estava longe de ser o único recurso do NSDAP. Como o renomado estudioso do Holocausto D. Cesarini aponta, "O partido nazista não veio ao poder por causa do antissemitismo" (p xxx). A pergunta "como Hitler chegou ao poder?" tem muitas respostas. Outros pontos de apelo incluíam, por exemplo, promessas de aumentar o emprego e restituir o orgulho alemão depois da humilhação da Primeira Guerra Mundial e do Tratado de Versalhes.

Quando Hitler foi convidado a se tornar chanceler e quando ele estabeleceu uma ditadura em 1933, o antissemitismo nazista realmente veio à primeiro plano em suas políticas. A teoria de raça nazista foi aplicada para justificar ações práticas como confiscar riquezas dos judeus e fornecer uma desculpa para a conquista militar. Como Cesarini pontua, "A política era perpetuamente informada pela fantasia do 'inimigo judeu'" (p xxxi). Para alguns historiadores, a teoria de raça nazista "pode ser vista como uma mera propaganda brilhante para uma estratégia política que foi oportunista ou moldada pela circunstância" (Dear, 608). Não era fácil se posicionar contra a teoria de raça nazista e suas consequências práticas pois a "conformidade ideológica foi reforçada na população, e a divergência dos propósitos ideológicos era violentamente punida" (Dear, 608). É importante lembrar que o regime nazista era um regime totalitário e usava ideias de raça não apenas para expressar antissemitismo, mas também para controlar a todos, sendo judeus ou não judeus. Além disso, "a política racial deu ao estado licença para se intrometer em esferas cada vez mais privadas e pessoais.

Soluções de Hitler para a "Questão Judaica"

Tendo identificado que os judeus eram um "problema" e tinham que ser removidos do território alemão, Hitler começou a implementar uma série de "soluções". A primeira solução era romper a vida cotidiana dos judeus, como os movendo de vilas para cidades maiores. Outras soluções brevemente apareceram, cada uma delas aumentando o terror. A propaganda nazista em jornais, rádio e filme persistentemente tentou justificar esse terror. Deve-se ser dito também que para alguns não judeus havia uma oportunidade de adquirir a riqueza e os clientes de negócios dos judeus, que eventualmente foram todos fechados. Nos primeiros anos do governo nazista, havia vozes públicas de discordância, mas elas se provaram ineficazes em parar a ditadura nazista de perseguir suas metas. Aqueles que falavam contra eram frequentemente investigados pela Gestapo, a polícia secreta nazista, que poderia levar a espancamentos, prisão ou coisa pior.

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Memorial to the Murdered Jews of Europe
Memorial aos judeus assassinados da Europa
Alexander Blum (CC BY-SA)

As várias soluções que os nazistas iniciaram para resolver seu "problema" judeu incluía encorajar a emigração", remover os direitos de cidadão, intimidação, espancamentos, destruição de propriedade e cercos em becos sem saída. Para saber a quem essas medidas deveriam ser aplicadas, foram aprovadas em 1935 as Leis de Nuremberg, a qual identificou quem exatamente era considerado judeu no ponto de vista nazista: essencialmente qualquer um com três ou mais avós judeus. Isso significava que centenas de milhares de pessoas que não se consideravam judias acabavam mesmo assim sendo classificadas como judias pelo regime nazista. Os nazistas queriam manter o sangue dos arianos "puro" e, portanto, as Leis de Nuremberg incluíam cláusulas proibindo relações sexuais entre judeus e não judeus. A ideia do sangue "impuro" ajudou os nazistas a "criar a imagem do judeu alemão como sendo diferente, estranho e perigoso." (Dear, 285).

Apesar das dificuldades impostas sobre os judeus, Hitler ficou frustrado ao saber que nenhuma de suas "soluções" teve êxito em esvaziar o território alemão do seu inimigo número um. De fato, com a expansão das fronteiras da Alemanha de 1938 por meio da Anschluss com a Áustria, a ocupação da Checoslováquia e a invasão da Polônia em 1939, Hitler se encontrou com milhões de judeus a mais sob o governo nazista.

Hitler estabeleceu o que ele chamou de "Solução Final", um plano secreto para matar milhões de judeus (e outros) por meio de trabalho forçado e em campos de concentração. Os judeus também eram mortos por esquadrões assassinos especiais da SS, O Einsatzgruppen. A matança só parou na primavera de 1945. Hitler se suicidou em abril depois de escrever um "testamento político" final, onde ele ainda loucamente culpava os judeus por terem começado a guerra. A Alemanha colapsou, e os Aliados saíram vitoriosos na Europa em maio de 1945. Uma medida de justiça foi alcançada nos Julgamentos de Nuremberg pós-guerra, onde homens como Rosenberg foram declarados culpados de crimes contra a humanidade e foram enforcados. Outros criminosos de guerra nazistas foram subsequentemente levados à justiça

O Holocausto envolveu o assassinato de 6 milhões de judeus pela Europa ocupada. A Organização das Nações Unidas designou o dia 27 de janeiro como o dia da lembrança do Holocausto, o dia em que o campo de concentração e exterminação nazista de Auschwitz foi liberado.

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Sobre o tradutor

Ivan Eduardo Tomazi Júnior
My name is Ivan, I am 18 years old and I am passionate about translation. I decided to apply to do voluntary translations both to transmit knowledge to speakers of my language and to gain experience to my career as a professional translator.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é escritor, pesquisador, historiador e editor. Tem grande interesse por arte, arquitetura e pela busca das ideias que todas as civilizações compartilham. Possui mestrado em Filosofia Política e é Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2025, fevereiro 19). Por que Hitler Odiava os Judeus? [Why Did Hitler Hate Jewish People?]. (I. E. T. Júnior, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-2646/por-que-hitler-odiava-os-judeus/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Por que Hitler Odiava os Judeus?." Traduzido por Ivan Eduardo Tomazi Júnior. World History Encyclopedia. Última modificação fevereiro 19, 2025. https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-2646/por-que-hitler-odiava-os-judeus/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Por que Hitler Odiava os Judeus?." Traduzido por Ivan Eduardo Tomazi Júnior. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 19 fev 2025. Web. 25 mar 2025.