A Fuga para Varennes foi um momento crucial da Revolução Francesa (1789-1799), na qual o rei Luís XVI da França (r. 1774-1792), sua esposa, a rainha Maria Antonieta (1755-1793), e seus filhos tentaram escapar de Paris na noite de 20-21 de junho de 1791. Eles chegaram até a pequena cidade de Varennes-en-Angonne, onde acabaram detidos e tiveram de retornaram a Paris.
A despeito dos esforços da Assembleia Nacional Constituinte para salvar as aparências, fazendo parecer que o rei havia sido sequestrado em vez de tentado escapar por sua própria iniciativa, a fuga mostrou que Luís XVI não era confiável e aumentou drasticamente o ódio e desconfiança pública em relação à monarquia. Pela primeira vez, a ideia do republicanismo deixou de ser um tópico marginal nas conversas revolucionárias e cresceram as reivindicações pelo estabelecimento da república francesa. A Fuga para Varennes marcou também o segundo maior cisma dentro da Revolução, seguindo-se à alienação da Igreja Católica no ano anterior, à medida que o Clube Jacobino se dividia entre republicanos e monarquistas constitucionais.
Varennes foi um momento traumático para a França e os sentimentos de traição e ansiedade passaram a prevalecer. O aparente envolvimento de nações estrangeiras na trama levaram ao temor de uma invasão, temores que contribuíram para iniciar as Guerras Revolucionárias Francesas (1792-1802) menos de um ano depois. Com relação ao rei e a rainha, a fuga os marcaria como traidores aos olhos do povo, contribuindo para a execução de ambos em 1793.
Prisioneiros Reais
Desde 6 de outubro de 1789, Luís XVI, Maria Antonieta e seus filhos viviam no Palácio das Tulherias, em Paris, sob o olhar atento da milícia burguesa conhecida como Guarda Nacional e do seu comandante Gilbert du Motier, marquês de Lafayette (1757-1834). O rei e a rainha haviam sido removidos do luxuoso palácio de Versalhes por forte insistência da Guarda e de 7.000 mulheres do mercado de Paris; a Marcha das Mulheres para Versalhes, como ficou conhecida, efetivamente privou o casal real de grande parte de sua autonomia remanescente. A partir daquele momento, Luís e sua família se tornaram prisioneiros virtuais da Revolução.
No entanto, nos primeiros meses de 1790, a posição da família real não parecia tão sombria. Embora forçado a consentir com várias políticas sobre as quais discordava pessoalmente, Luís XVI passou a ser visto por muitos como tendo se reconciliado com a Revolução e até saudado como "Restaurador da Liberdade Francesa". Monarquistas constitucionais como Honore-Gabriel Riqueti, conde de Mirabeau (1749-1791) apoiavam o rei dentro da Assembleia e trabalhavam para garantir que a futura constituição não retirasse muito da sua autoridade. De acordo com seu próprio diário, no início de 1790, o rei ainda tinha permissão para desfrutar de seus cavalgadas diárias, realizava cerimônias reais e se reunia com dignitários estrangeiros na corte das Tulherias.
A fuga, portanto, não estava nos planos de Luís nesse período inicial de confinamento. Maria Antonieta, porém, não compartilhava da tranquilidade do marido. Traumatizada pelos acontecimentos de 6 de outubro, a rainha não se esquecia de que elementos naquela multidão tentaram matá-la e aos seus filhos. "Reis que se tornam prisioneiros não estão longe da morte", teria dito à sua dama de companhia. Ela ficou visivelmente angustiada ao encontrar um lorde inglês que usava um anel contendo uma mecha de cabelo do regicida Oliver Cromwell (Fraser, 305). Claramente, ela esperava o pior. Ainda assim, quando foi sugerido que deixasse a França sozinha com destino à corte austríaca, em Viena, Maria Antonieta recusou a proposta, não querendo deixar o marido.
Além das Tulherias, elaboravam-se planos para libertar a família real quase imediatamente após o início de seu confinamento. Em dezembro de 1789, o marquês de Favras planejou sequestrar e levar o rei para a segurança da fortaleza de Metz. No entanto, Favras despertou as suspeitas de Lafayette, que o vigiava. A trama foi descoberta e Favras acabou sendo enforcado em fevereiro de 1790. Porém, essa não foi a última das tentativas de remover Luís de Paris. Até Mirabeau, o conselheiro secreto do rei, alertou-o de que era do melhor interesse da monarquia deixar Paris e estabelecer a corte numa cidade menos revolucionária, como Rouen. Teimosamente, Luís rejeitou a ideia.
A situação aparentemente tranquila começou a desmoronar em julho de 1790, quando a Assembleia aprovou a Constituição Civil do Clero, que sujeitou a igreja católica francesa à autoridade do governo, obrigando os clérigos a jurar lealdade à constituição. Essa política provocou uma enorme divisão entre a Revolução e a Igreja. Apesar de profundamente piedoso, Luís XVI aceitou a Constituição civil. Mas após um grande número de clérigos franceses se recusar a fazer o juramento e depois de saber da condenação privada do papa à nova legislação, o rei começou a ter dúvidas.
Em fevereiro de 1791, as duas tias do rei anunciaram que iriam a Roma para uma audiência com o papa. O próprio Luís supervisionou os preparativos para a viagem. No entanto, no dia da partida, multidões enfurecidas de mulheres - estimuladas pelos jacobinos e pelo radical Clube dos Cordeliers -, protestaram em frente às residências reais, suspeitando de um plano de emigração da família real. As tias reais finalmente chegaram a Roma, mas o debate sobre a liberdade de movimento de seus parentes perturbou o rei.
A questão chegou à residência real durante a semana da Páscoa de 1791. Tornou-se de conhecimento público que, no domingo anterior, Luís XVI havia recebido a comunhão de um padre insubmisso, que se recusara a jurar lealdade à constituição. Quando a família real tentou partir para o palácio de Saint-Cloud, onde desejava passar a Páscoa, uma enorme multidão cercou a carruagem e impediu que ela se movesse. Por mais de uma hora, o casal real ficou preso na carruagem, enquanto a multidão gritava insultos. Enquanto a rainha chorava de frustração, o rei fez uma tentativa fútil de se dirigir à multidão, perguntando por que “aquele que deu à nação francesa sua liberdade deveria agora ter negada a sua própria” (Schama, 549). Nem mesmo a chegada de Lafayette conseguiu acalmar as massas; as próprias tropas do general recusaram-se a cumprir a ordem de dispersar a multidão. Humilhado, o casal real não teve escolha e retornou às Tulherias. Se Luís XVI não acreditava ser um prisioneiro antes, ele certamente passou a acreditar a partir daquele episódio. Com a morte súbita de Mirabeau, no início de abril, restaram poucos aliados do rei na Assembleia, cada vez mais dominada pelos hostis jacobinos. Alguma coisa drástica precisava ser feita.
O Plano
Uma promessa de salvação chegou de um velho amigo. O conde Axel von Fersen (1755-1810), um aristocrata e aventureiro sueco, havia servido no exército francês durante a Guerra Revolucionária Americana. Também era íntimo de Maria Antonieta e, possivelmente, um antigo amante. Fersen decidiu ajudar a família real a escapar dos perigos da Revolução.
As peças já estavam em seus lugares. A partir da fronteira, o marquês de Bouillé, comandante da guarnição de Metz, informou que podia reunir soldados suficientes para garantir a proteção da família real. Primo de Lafayette, Buillé mostrara sua devoção realista no ano anterior, quando havia esmagado uma revolta militar em Nancy com especial brutalidade: ordenou que 20 soldados fossem enforcados, um dos quais havia sido torturado na roda. O plano consistia na fuga do rei e da rainha de Paris até alcançar os homens de Buillé, que os escoltariam até a fronteira com os Países Baixos austríacos. Dali, quatro regimentos austríacos estariam esperando para levá-los em segurança, com a garantia do imperador austríaco e irmão de Maria Antonieta, Leopoldo II (r. 1790-1792). Da Áustria, a família real teria a opção de instigar uma contrarrevolução.
Decidiu-se que o o casal real deveria se encontrar com Bouillé em Montmédy, uma guarnição que fazia fronteira com os Países Baixos austríacos. Como se tratava da fronteira mais próxima de Paris, bastariam dois dias de viagem, caso os cavalos fossem bastante exigidos. Talvez confortados pelo envolvimento e coordenação de Fersen, Luís e Maria Antonieta concordaram com o plano. Eles deveriam assumir identidades falsas: a rainha deveria agir como governanta, o delfim deveria se passar por uma garota chamada Aglae, e o próprio Luís deveria usar o pseudônimo de "M. Durand". Com tudo pronto, o plano foi adiante na noite de 20 de junho de 1791. Naturalmente, logo tudo daria errado.
A Fuga
Às 20h30, Luís Carlos, de 6 anos, delfim da França, subiu para seus aposentos para a ceia. Duas horas e meia depois, seus pais também foram para a cama. Uma vez que a família real aparentemente estava adormecida, os servos que faziam parte da trama rapidamente vestiram o delfim e sua irmã, a princesa Maria Teresa, antes de escoltar as crianças para a berlinda [coche de quatro a seis lugares] que os esperava. Juntamente com sua tia, madame Elizabeth, os três fugitivos aguardavam o rei e a rainha. Disfarçado com um chapéu redondo, peruca e casaco simples, Luís XVI conseguiu passar pelos guardas e se juntou a eles sem muito ruído. Por um triz, Maria Antonieta não foi descoberta por Lafayette, que fazia suas rondas noturnas de segurança do palácio. Abalada por ter sido quase desmascarada, a rainha perdeu-se no escuro. Demorou meia hora até que ela chegasse até a carruagem.
Transportando seus cinco passageiros reais, a berlinda saiu de Paris por volta das 2 da manhã naquela noite, envolta na escuridão de um céu sem lua. Nos arredores de Paris, Fersen os encontrou com uma nova carruagem, dotada de cavalos mais rápidos. Enquanto a família real transferia seus pertences para o novo veículo, Fersen prometeu reunir-se a eles em Bruxelas, antes de desaparecer na noite. Agora numa carruagem mais rápida, a fuga da realeza continuou.
Por volta do amanhecer, uma das rodas da carruagem atingiu o poste de pedra de uma ponte, danificando os arreios. Levou meia hora retomar a viagem, o que significava que o grupo estava muito atrasado. A demora assustou o duque de Choiseul, um jovem nobre que havia sido instruído a encontrar o rei na Ponte de Somme-Vesle com um destacamento de soldados para levá-los pelo resto do trajeto até Montmédy. Assediado por aldeões que pensavam que os soldados estavam lá para cobrar impostos, Choiseul entrou em pânico e, temendo que o plano tivesse sido abandonado, fugiu para a floresta com suas tropas.
A essa altura, o desaparecimento da família real havia sido descoberto em Paris e o alarme fora acionado. As notícias da fuga viajaram mais rápido do que a própria carruagem. Assim, quando os viajantes da realeza chegaram à vila de Sainte-Menehould, sem a proteção dos soldados de Choiseul, cidadãos vigilantes já estavam de olho neles. Um desses cidadãos, um chefe dos correios chamado Drouet, reconheceu os integrantes da família real quando passaram por Sainte-Menehould na tarde de 21 de junho; mais tarde, ele alegaria ter identificado o rei por seu retrato em um assignat [moeda em papel da época] de 50 livres.
Douet entrou em ação. Como um ex-dragão [soldado da cavalaria], ele conseguiu cavalgar com rapidez e chegar antes da carruagem real na pequena cidade de Varennes-en-Argonne, onde soou o alarme. Quando a carruagem alcançou a vila, foi detida pelo procurador da cidade, que ordenou que a família saísse e os manteve no quarto do andar superior da casa de um fabricante de velas. Nesse meio tempo, os habitantes de Varennes alertavam a Assembleia Nacional. Na manhã seguinte, mensageiros da Assembleia confrontaram a família real e, apoiados por contingentes da Guarda Nacional, exigiram seu retorno imediato a Paris. Enraivecida, Maria Antonieta protestou contra a insolência da Assembleia em fazer tal demanda, enquanto Luís lamentava sua perda de poder, gritando: “Não há mais um rei na França!” (Schama, 556). Após menos de vinte e quatro horas de liberdade, o rei encontrava-se novamente cativo.
Retorno
Cerca de 6.000 guardas nacionais e moradores armados cercaram a carruagem na viagem de volta a Paris, o suficiente para impedir Bouillé de fazer uma tentativa de resgate; ao saber do fracasso da trama, ele fugiu para a Bélgica. Quanto aos demais conspiradores, Choiseul foi capturado e preso e Fersen escapou para Koblenz, onde se juntou aos irmãos exilados de Luís XVI, os condes de Artois e Provença, que estavam construindo uma corte contrarrevolucionária de emigrantes franceses (o conde de Provença fugira de Paris com sucesso algumas horas depois do rei). Enquanto isso, Lafayette reuniu-se à carruagem real capturada, bem como três representantes da Assembleia; dois deles, Jérôme Pétion e Antoine Barnave, colocaram-se entre o rei e a rainha na carruagem já lotada. Os sete cavalgaram juntos no espaço apertado por mais de dois dias.
Pétion tornou-se uma presença ofensiva. Ele puxava os cabelos do delfim e forçou a criança a ler repetidamente em voz alta os lemas revolucionários inscritos em seus botões. Iludido por sua própria vaidade, Pétion convenceu-se de que a irmã do rei, Madame Elizabeth, estava flertando com ele, lembrando mais tarde de seus “sorrisos numa noite de verão” (Fraser, 344). Em contraste, Barnave, o deputado de 29 anos que construíra uma reputação como um dos "triúnviros" da Assembleia, comportava-se como um cavalheiro. Ele iniciou uma conversa agradável com madame Elizabeth e a rainha, que rapidamente o conquistou com seu charme. A tristeza de Maria Antonieta e suas maneiras refinadas fizeram com que Barnave simpatizasse com ela; mais adiante, ele manteria uma correspondência que, no fim das contas, resultou em sua própria ruína política e execução.
Viajando devagar, o grupo levou três dias para alcançar Paris. Em 25 de junho, quando chegou à capital, foi recebida por uma enorme multidão, que havia sido instruída a se manter em silêncio, sem insultar ou aclamar a família real; havia placas penduradas pela cidade, por ordem de Lafayette, ameaçando que "quem quer que aplaudisse o rei seria chicoteado; quem o insultasse seria enforcado" (Fraser, 345). Às 20h, a família real finalmente chegou aos portões das Tulherias, esgotada pelos dias de viagem. A despeito de todas as emoções daquela provação, o registro de Luís XVI em seu diário, como de costume, foi bastante sucinto: "Cinco noites passadas fora de Paris" (Fraser, 348).
Reação
A fuga do rei causou uma crise existencial dentro da Assembleia Nacional. Por dois anos, a instituição vinha elaborando uma constituição baseada no princípio da monarquia constitucional. Às vésperas da conclusão do documento, uma única noite de fuga do rei havia colocado tudo em risco. Com suas ações, Luís XVI anulou seu suposto apoio à Revolução e exaurido toda a esperança de uma cooperação futura. Todo o árduo trabalho dos dois anos revolucionários anteriores corria o risco de se tornar inútil.
Desesperada para proteger sua reputação, a Assembleia inventou uma história segundo a qual o rei não fugira por vontade própria, mas teria sido sequestrado pelo desonesto marquês de Bouillé e resgatado por cidadãos heroicos. Bouillé, em segurança além da fronteira, confirmou a narrativa, na esperança de que a mentira beneficiasse o rei. No entanto, essa história, já tênue na melhor das hipóteses, caiu por terra completamente após a descoberta da nota do rei.
Na noite da fuga, Luís XVI deixara para trás um manifesto, no qual renunciou inteiramente aos ideais da Revolução, ao mesmo tempo em que denunciava que sua participação até o momento havia ocorrido sob coação. Ele expressou sua frustração com a prisão em Paris, o descontentamento com a violação dos direitos de propriedade e a "completa anarquia em todas as partes do império" (Doyle, 152). Também denunciou o tratamento da Revolução ao clero, a ascensão dos jacobinos e, o pior de tudo, a própria constituição.
Tratava-se de uma evidência condenatória. Luís XVI jamais seria um rei-cidadão obediente. Quando a notícia dessa traição à Revolução se espalhou pela nação, disseminou-se um pânico generalizado em relação às intenções do rei. Ele teria invadido o país à frente de um exército austríaco, se tivesse escapado? As potências estrangeiras invadiriam de qualquer maneira? Qualquer dúvida em torno dessas questões foi dissipada quando, em 27 de agosto, os monarcas da Áustria e da Prússia divulgaram a Declaração de Pillnitz, na qual expressaram seu apoio a Luís XVI contra a Revolução. A Europa encaminhava-se para a guerra.
Na Assembleia, entretanto, a fuga causou a segunda grande divisão da Revolução até aquele momento, enquanto os deputados debatiam como responder ao ato de traição do rei. Como resultado, houve um racha no próprio Clube Jacobino. Alguns membros, liderados por Barnave, Lafayette e Alexandre Lameth, formaram o Clube Feuillant para rivalizar com os jacobinos e continuar com a proposta de monarquia constitucional; após ser cativado pela rainha, Barnave até trabalhou para revisar a constituição de maneira mais favorável à autoridade real. Os jacobinos restantes, liderados por Maximilien Robespierre, Georges Danton e Jacques-Pierre Brissot, sob a influência do famoso radical inglês Thomas Paine, aproximaram-se do republicanismo, algo que nunca havia sido seriamente considerado antes da fuga do rei.
As tensões cresceram entre os dois grupos até julho de 1791, quando Brissot elaborou uma petição exigindo a remoção do rei. Em 17 de julho, mais de 50.000 cidadãos franceses se reuniram no Campo de Marte para assiná-la. Foram recebidos por Lafayette e a Guarda Nacional, enviados para dispersá-los. Recebidos primeiro por vaias, depois por uma saraivada de pedras, os Guardas Nacionais abriram fogo contra a multidão desarmada, matando 50 pessoas. Nos dias seguintes, Lafayette partiu para a repressão aos líderes antimonárquicos, forçando muitos a se esconderem. O Massacre do Campo de Marte marcou um momento decisivo na escalada de discórdia da Revolução.
A Assembleia decidiu então suspender os poderes do rei até que ele consentisse com a constituição. Mas estava claro que não haveria mais reconciliações entre rei e Revolução. De sua parte, Luís XVI embarcou em uma cruzada silenciosa de contrarrevolução, da melhor forma que podia em seu confinamento nas Tulherias. Porém, sua credibilidade como rei-cidadão estava arruinada. O ódio e a desconfiança só aumentariam no ano seguinte; agora, odiava-se não apenas a instituição da monarquia, mas o próprio rei e a rainha. Pouco mais de um ano depois de Varennes, a monarquia seria abolida em favor da república e, em seguida, Luís XVI e Maria Antonieta acabaram executados por traição.